Abordagem ao usuário de psicoativos

 Como abordar o sujeito que se dirige aos serviços públicos devido ao uso abusivo de drogas? 

É importante lembrar-mos que muitas vezes as pessoas demoram até procurarem um serviço de saúde. Assim, realizar um acolhimento é fundamental para o estabelecimento de vínculo e andamento do processo de cuidado.

 O profissional deve respeitar a privacidade do sujeito, escolhendo um local no qua o mesmo se sinta confortável e a vontade.  Esse lugar pode ser em uma sala de atendimento ou debaixo de uma árvore, por exemplo. 

Se for necessário, o acolhimento pode ser realizado com a família. Lembre-se que a família é parte do processo. Logo o familiar acompanhante também deve ser acolhido. Entenda se o usuário conhece o serviço e se sabe como ele funciona. 

Ele deve ter papel ativo no processo de cuidado. Outro ponto importante é saber quais as expectativas em relação ao serviço naquele momento e o que o serviço pode oferecer a ele, assim como orientar e mediar outras demandas (BRASIL, 2015). 

Uma usuária que relate uma gestação em curso, por exemplo, e procure o CAPS vai ser acompanhada lá mas necessitará de acompanhamento pré-natal em uma unidade básica. 

A escuta qualificada configura-se como uma intervenção que potencializa a organização e a realização da promoção de saúde. Essa prática favorece a avaliação do caso e o potencial de risco com o grau de sofrimento (BRASIL, 2015). 

O serviço deve oferecer um conjunto de ações que possam ser desenvolvidas internamente, como grupos terapêuticos, oficinas, atividades de convivência e lazer, mas também deve propor ações extramuros, de modo a garantir a circuação no território e estreitar os lacos dos usuários com a comunidade (BRASIL, 2015).  Para isso, é fundamental a articulação com outros setores que possam colaborar com a execução das ações. Lembre-se que a questão do uso de álcool e drogas deve ser avaliada com base no tripé meio-substância-dujeito. Assim, é importante realizar visitas domiciliares para uma aproximação do serviço com o território habitado pelo sujeito.

Posturas como: barreiras de acesso, relação assistencialista, processo de cuidado institucionalizado, juízos de valor, estigma e preconceito são posturas não recomendadas, que podem afastar o usuário do serviço ou prejudicar o bom andamento do projeto de cuidado. Um projeto terapêutico deve sempre promover a autonomia e o protagonismo do sujeito.

Referências:

Profa. LAIANE MACHADO SOUZA

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia estratégico para o cuidado de pessoas com necessidades relacionadas ao consumo de álcool e outras drogas: Guia AD /. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2015/dezembro/15/Guia-Estrat-- gico-para-o-Cuidado-de-Pessoas-com-Necessidades-Relacionadas-ao-Consumode---lcool-e-Outras-Drogas--Guia-AD-.pdf Acesso em 09/01/2021


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