Cuidados Técnicos no início do Psicodiagnóstico

  • Sessão 1: Contato telefônico, marcação da primeira entrevista e o contrato.
  • Sessão 2: Empatia e relação terapêutica, considerando características do psicólogo e do paciente.
Contato Telefônico:
  • O paciente geralmente telefona.
  • Triagem por telefone: coleta de dados para entrar em contato e marcar primeira entrevista
  • Importante anotar as informaçõe: nome da pessoa, idade, descrição genérica do problema e marca o horario
  • Você poderia me adiantar alguma informação sobre o motivo da avaliação? Quem está solicitando? Sendo uma demanda que não trabalha, informe imediatamente ao indivíduo, e se possível, indique um profissional adequado.
  • Oriente para levar: solicitação, documentos, exames, laudos médicos e psicológicos.
  • Em caso de criança, solicite apenas a presença dos pais ou responsáveis na primeira sessão.
  • Em caso de adolescente, primeira sessão deve ser com o mesmo.
Paciente no Consultório:
  • Vá buscá-lo na sala de espera. 
  • Cumprimente-o e apresente-se
  • Deixe-o a vontade.
  • Leve-o ao consultório.
  • Todo e qualquer assunto precisa ser abordado no consultório garantindo a confidencialidade das informações.
  • Ouça-o, esteja presente de corpo e mente.
  • Tenha em mente as perguntas que precisa fazer mas não esqueça de ouvir as respostas.

Marcar e receber o indivíduo na primeira sessão após o contato telefônico não significa que a avaliação será realizada. Você considerará pelo menos três pontos: 
  • o esclarecimento da demanda
    • tenha em mente que “. . . o avaliador pode se encontrar com o avaliando ou com ou tras pessoas antes da avaliação formal a fim de esclarecer aspectos da razão para o encaminha mento” (Cohen, Swerdlik, & Sturman, 2014, p. 4).
  •  a real necessidade da avaliação
    •  entenda que existem demandas que podem ser encaminhadas diretamen te para a psicoterapia, por exemplo. Sobre o terceiro, é fundamental lembrarmos do Código de Ética Profissional do Psicólogo (Conselho Federal de Psicologia [CFP], 2005), que aponta que o psicólogo deve “. . . assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as quais esteja capacitado pessoal, teórica e tecnicamente”. Claro que o psicólogo iniciante tem uma competência ainda limitada, mas ele estudará e fará supervisão.
  •  sua competência para realizá-la.   
    •   pode ser abordado aqui é quando determinada demanda não faz parte do seu campo de atuação.Restringir seu repertório de trabalho é uma escolha.
O Contrato...
  • Como introdução do contrato, é de extrema importância esclarecer o que é um psicodiagnóstico, como funciona o processo e quais são seus direitos.
  • Para versar sobre o Contrato...
    • retomar o Código de Ética Profissional do Psicólogo (CFP, 2005) como princípio fundamental: “. . . o psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da população às informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da profissão” e tem como responsabilidade “
    •  Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, informações concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional”. 
    • Explicar que o psicodiagnóstico é um processo avaliativo e informar ao avaliando, ou aos seus responsáveis, que:
      • Trata-se de um processo de investigação, cujo objetivo é responder à pergunta do
      • encaminhamento
      • Não inclui o tratamento
      • Há benefícios para o caso em questão (reconhecer as dificuldades para adequar o
      • mane jo parental e/ou escolar; reconhecer as potencialidades para planejar
      • reabilitações e fortalecê-las; identificar o diagnóstico para escolher o melhor
      • tratamento; entre tantos outros)
      • As indicações terapêuticas serão dadas ao final do processo
      • O processo possui uma estimativa de duração (devendo-se explicitar o número de
      • sessões e o tempo de cada uma)
      • Com o conhecimento do paciente, entrarei em contato com quem eu julgar
      • necessário, como, por exemplo, familiares, instituições, médicos e outros profissionais que o atendam – tal contato pode ser telefônico ou presencial.
      • De acordo com o tipo de resposta fornecida pela avaliação e com suas limitações,pode-se estabelecer alguns prognósticos ou causas explicativas de alguns problemas.
      • Durante o processo, o paciente tem direito a documentos (declaração) que justifiquem faltas ao trabalho, caso seja necessário faça uma ou mais entrevistas devolutivas ao final do processo, juntamente com duas cópias do laudo, sendo uma para ele e outra para o profissional da saúde que o encaminhou.
      • No caso de encaminhamento de escolas ou instituições que não são da área da saúde, providenciarei um atestado. Explique, resumidamente, a diferença entre esses documentos.
  • Esclareça sobre o sigilo de que  como se trata de uma avaliação,você escreverá sobre o paciente e provavelmente falará com o profissional que o encaminhou (e/ou responsáveis), mas sempre com o cuidado de comunicar apenas o necessário para ajudá-lo.
  • O Código de Ética Profissional (CFP, 2005) aponta que, no contato com profissionais não psicólogos, deverão ser compartilhadas “so mente informações relevantes para qualificar o serviço prestado, resguardando o caráter confidencial das comunicações, assinalando a responsabilidade, de quem as receber, de preservar o sigilo”.
  • explique aos in teressados os níveis de confidencialidade antes de iniciar a avaliação e que se solicite as autorizações antes da divulgação dos resultados.
  • Informe ao paciente que vias de contato ele pode usar com você para, por exemplo, desmarcar o atendimento. Pode ser telefone, e-mail, aplicativos como o WhatsApp, redes sociais, entre outros.
  • Explique, também, que você anotará informações durante a avaliação
  • Estabeleça algumas normas sobre faltas e atra sos e comunique-as ao paciente.
  • Tenha um cadastro de seus pacientes, com in formações como nome completo,endereço, es colaridade, profissão, contatos telefônicos e e-mail.
  • Defina os prazos de pagamento de forma que ele seja feito antes do fim do psicodiagnóstico. A inadimplência é um problema muito co mum em nossa profissão e de difícil solução.
  • pode dar o valor da avaliação completa, com uma estimativa de tempo do processo, ou cobrar por sessão
    Relação Psicólogo-Paciente no Psicodiagnóstico
    • A relação terapêutica auxilia na cooperação do paciente durante o processo avaliativo.
    • A demonstração de empatia e a construção de uma relação de confiança também facilitarão a devolução dos resultados.
    • Espera-se, então, que o psicólogo seja capaz de escutar atentamente o relato do paciente e “escutar” seu comportamento não verbal, compreender a situação pelo ponto de vista do paciente, compreender seu estado emocional, co nectar-se emocionalmente com ele, legitimar suas emoções e sentimentos e promover apoio.
    • Quanto à perspectiva dos pacientes, o profissional (médico) é visto como empático quando eles se sentem aceitos e compreendidos.
    • A conexão com o paciente tem de existir para que se possa entender o que acontece com ele.
    • habilidades para transmitir segurança, cuidado, compaixão e empatia foram positivamente associadas à relação terapêutica, assim como a percepção de profissionalismo e qualificação.
    Referências:
    HUTZ et al, 2016 - cap. 4 - Bruna Gomes Mônego





    Nenhum comentário:

    Postar um comentário