Entrevista Psicológica no Psicodiagnóstico

 "O psicodiagnóstico caracteriza-se por ser um tipo de avaliação psicológica desenvolvida no âmbito clínico. Inicia-se a partir de uma demanda e desenvolve-se por meio de um foco específico para avaliação. O foco ou motivo da avaliação é de extrema importância, pois será ele que irá guiar todo o processo de psicodiagnóstico, incluindo a escolha das técnicas e dos instrumentos que serão utilizados."

A entrevista inicial...

  • deve ser realizada com o profissional que solicitou; com o paciente e outras fontes de informações vinculadas ao cliente.
  • pode se desdobrar em mais de um encontro (Arzeno, 1995)
  • tem por objetivo  conhecer o paciente que chega para a avaliação e compreender o motivo do psicodiagnóstico. 
  • Diversos profissionais, como psicoterapeutas, professores, médicos de diversas especialidades, fonoaudiólogos, nutricionistas, entre outros, podem encaminhar um paciente para esse tipo de avaliação.
  • questionar o motivo pelo qual o profissional solicitou a avaliação e a percepção que ele tem do paciente e das queixas trazidas, assim como o impacto delas na vida do paciente.
  • A entrevista com o paciente pode ocorrer antes ou após o contato com outros familiares, exceto com crianças.
  • O primeiro contato com o paciente possibilitará a confirmação ou não daquelas primeiras impressões surgidas no momento do encaminhamento.
  • explicar que o psicodiagnóstico ocorre dentro de um tempo limitado, que, du ran te esses encontros,tenta-se compreender a queixa trazida conversando com a criança, utili zando algumas técnicas que vão desde brincadeiras até a aplicação de instrumentos, e que, ao fim do processo, será dada uma devolução tanto para os pais como para o paciente e para o profissional que solicitou a avaliação. 
  • coletar informações relacionadas ao paciente que serão significativas para o delineamento de um plano de avaliação.
  • investigar o problema em si, deve-se avaliar qual é a realidade atual do paciente. Que tipo de suporte (social, familiar, financeiro) ele tem para lidar com o problema? Com quem vive e quem o auxilia em suas dificuldades? Ele já passou por algum tipo de atendimento profis sional antes? Quais profissionais o acompanham?
  • conversar com outros profissionais (além daquele que encaminhou o paciente) ou com outro familiar, a fim de compreender melhor como as queixas ocorrem em outros âmbitos ou obter informações mais precisas sobre o paciente.
  • informar o paciente sobre a necessidade de entrar em contato com os familiares ou amigos mais próximos, que deverão ser orientados a não deixá-lo só em nenhum momento, em função do risco existente, e a impedir o acesso a meios que possibilitem o suicídio (medicamentos, armas, cordas, etc.).
  • Pode seguir diferentes modelos:
    • livre
      • é mais aberta, podendo partir de uma pergunta mais generalista e seguir sendo construída ao longo do seu desenvolvimento.
      • De acordo com Tavares (2003), em um contexto de avaliação, mesmo a entrevista livre deve ter algum tipo de direcionamento por parte do avaliador.
      • De acordo com Tavares (2003), em um contexto de avaliação, mesmo a entrevista livre deve ter algum tipo de direcionamento por parte do avaliador.
      • O paciente é livre para trazer as informações que achar pertinentes na ordem que desejar.

    • semiestruturada
      • contam com perguntas préformuladas.
      • O avaliador, então, segue um roteiro de questões.
      • novas perguntas podem emergir a partir das respostas dadas pelo paciente ou familiar.
      • são bem aplicadas para realização de anamneses, pois, dependendo da faixa etária do paciente, haverá dados importantes relacionados à fase do desenvolvimento que devem, em praticamente todos os casos, ser levantados.
      • O paciente responde às questões de acordo com a ordem trazida pelo avaliador, mas suas respostas podem gerar novos questionamentos.
    • estruturada
      • são mais raras no contexto clínico
      • limita o avaliador tanto no que se refere às perguntas que podem ser feitas quanto no tipo de resposta que pode ser obtida.
      • Não há espaço para respostas diferentes das opções pré-formuladas.


Referências:

HUTZ et al, 2016 - Cap. 5 - Adriana Jung Serafini

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