Pedagogia do Oprimido

 Só é possível falar de uma pedagogia libertária se a gente coloca o sujeito como protagonista de sua história, que pode falar de si próprio, num processo de autoconscientização, mas também, num processo de conscientização de seu povo.

Os psicólogos não são detentores do saber público. Ao adentrar nas comunidades a Psicologia busca aproximação, diálogo e realização de um trabalho que fomente um desenvolvimento de uma consciência critica na comunidade. Os psicólogos não levam as comunidades uma saber prescritos, mas conhece os saberes que movimentam e dinamizam as comunidades para desenvolver essa consciência critica, com vistas na emancipação da comunidade como um todo.

Paulo Freire observa que os homens se propõem a si mesmos, como problema, já que sabem pouco de si mesmos, e se inquietam com essa descoberta. Essa preocupação implica em reconhecer a desumanização como realidade histórica. A inquietação dos homens contemplam a possibilidade dessa humanização.

O homem toma consciência da necessidade de se fazer justiça, de não serem mais explorados nem oprimidos, nem violentados, devolvendo ao homem o processo de humanização para o qual ele está destinado. A luta pela humanização, pelo trabalho livre, pela desalienação, pela afirmação dos homens enquanto sujeitos, detentores e conscientes de sua cidadania.


lo Freire e a Pedagogia do Oprimido: Contribuições à Psicologia Comunitária

  • Humanização e desumanização dentro da história, num contexto real, concreto.
  • A violência dos opressores os faz também desmunizados.
  • Uma luta que só tem sentido quando os oprimidos, ao buscar recuperar sua humanidade, não se tornam opressores dos opressores, mas restauradores de humanidade.
  • Tarefa humanista e histórica dos oprimidos: libertar a si e aos opressores.
  • Os opressores, falsamente generosos, têm necessidade, para que sua “generosidade” continue tendo a oportunidade de realizar-se da injustiça.
  • A ordem social injusta é fonte geradora dessa generosidade que se nutre da morte, do desalento e da miséria.
  • A grande generosidade está em lutar para que cada vez mais, as mãos de homens ou de povos se estendam em gesto de súplica.
  • Súplica de humilde a poderosos.
  • Luta pela restauração de humanidade.
  • Quem, melhor que os oprimidos, se encontrará preparado para entender o significado terrível de uma sociedade opressora?
  • Quem sentirá, melhor que eles, os efeitos da libertação?
  • Lutando pela restauração de sua humanidade estarão, homens e povos, tentando a restauração da generosidade verdadeira.
  • Pedagogia do oprimido: aquela que tem que ser forjada com ele e não para ele.
  • Pedagogia que faça da sua opressão e das suas causas objeto da reflexão dos oprimidos, que luta pela sua libertação.
  • Somente na medida em que se descubram hospedeiros do opressor poderão contribuir para o “partejamento” da sua pedagogia libertadora.
  • Como poderiam os oprimidos dar início à violência, se eles são resultado de uma violência?
  • Como poderiam ser os promotores de algo que, ao instaurar-se objetivamente, os constitui?
  • Inauguram a violência os que oprimem, os que exploram, os que não se reconhecem nos outros.
  • Não os oprimidos, os explorados, os que não são reconhecidos pelos que oprimem como outro.

 REFERÊNCIA:

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 23ª impressão. Paz e Terra. Capítulo 1.

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