Entrevista inicial e ansiedade

 


  • Foi trabalhado a temática sobre como um psicólogo muito ansioso pode prejudicar a primeira entrevista de sua experiência profissional. Esse encontro trouxe aspectos importantes de aprendizado que precisam ser considerados ao realizar as entrevistas iniciais de seus clientes, a fim de que, a primeira entrevista seja mais eficaz no que diz respeito à qualidade da relação estabelecida entre psicólogo e o cliente.
  • Quando o entrevistador é muito ansioso, deve buscar os meios de lidar com essa ansiedade para que, ao estar em processo terapêutico possa se manter em equilíbrio, focado nos objetivos da entrevista para a qual, se dispôs a realizar. Segundo Freud (1926) apud Franco; Wondracek (2007), “O psicanalista deve constantemente analisar a si mesmo. Analisando a nós mesmos, ficamos mais capacitados a analisar os outros”. 
  •  O psicólogo deve se preparar emocionalmente para a entrevista. A ansiedade pode ser benéfica na medida em que ela possa te ajudar a realizar o trabalho.  Quando a ansiedade é descontrolada, deve-se buscar ajuda terapêutica para resolver as suas questões pessoais, e poder lidar com as questões do outro.
  • É de extrema importância que o psicólogo tenha domínio da técnica aplicada na entrevista inicial, bem como, do aparato teórico que sustenta a abordagem que escolheu trabalhar. Uma entrevista inicial, geralmente, se dá com a utilização de uma ficha de entrevista, previamente planejada, chamada anamnese. Entretanto, percebe-se que é de extrema importância que o entrevistador não fique rigorosamente preso, aos critérios da ficha de anamnese. É muito importante, especialmente no primeiro encontro, que mantenha o olhar atento para a pessoa, buscando compreender as razões que a levaram a buscar um psicólogo, demonstrando interesse em entender as suas motivações para estar ali.
  • anamnese não deve ser vista como referencial único que tem que ser seguido a risca. Serve de orientação, para trazer ao diálogo, temas relevantes que podem não ter sido falado durante a conversa. Jamais dever ser a prioridade no sentido do seguimento rígido e mecânico da condução de uma entrevista estruturada. Sendo assim, nem sempre se consegue preencher totalmente e anamnese, o que não invalida a entrevista. O importante, sobretudo, na primeira entrevista é a relação que se estabelece entre o psicólogo e o cliente, de maneira que o cliente se sinta acolhido integralmente e compreendido pelo psicólogo.
  • O terapeuta deve ter sempre o cuidado para não enquadrar o outro no seu sistema de valores, entrando no mérito do julgamento. Se despir de seus valores faz com que o entrevistador entenda melhor o sistema psíquico do cliente, o que acontece com o outro, as relações interpessoais, suas atitudes e comportamentos numa relação empática que deve se estabelecer no setting terapêutico. É preciso estar inteiro com o outro, mantendo a escuta ativa com atenção plena nas verbalizações e ações do sujeito.
  • Quando o psicólogo vai a uma entrevista imaginando o que pode ouvir, acaba transmitindo a sua ansiedade para o cliente. Dessa forma, vai estar ouvindo o outro e ao mesmo tempo, pensando a partir de seus valores, como poderia ou deveria ser, comprometendo a eficácia do atendimento. É preciso empatia para compreender o outro, suportar ouvir as queixas, as repetições, sem pensar nos seus valores. É preciso gostar de ouvir o outro, e adquirir a capacidade de se interessar pelo que ele traz, sem pensar nas suas questões pessoais. 
  • Na primeira entrevista se supõe que ainda não há uma transferência. Ao oferecer um serviço como o de Psicologia, é preciso conquistar habilidades para estar na condição de psicólogo de forma inteira. Para isso, o psicólogo precisa desejar estar no lugar e na função que está desempenhando, para que, ocorra aí o processo de transferência. 

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