Ares, Hefesto, Afrodite - Aula 10 - Mitologia grega e Psicologia Analítica


  • Ares do grego Áres, personifica "desgraça, violência, destruição"
  • Paixão, impulsividade, reatividade emocional, corpo, dança.
Sendo a personificação do deus da guerra, também está na psique humana.  E a psique não é exatamente, algo que podemos moldar em um padrão que seja somente bom e que sirva para todos. Todos nós temos padrões arquetípicos difíceis e fáceis, destrutivos e construtivos em nos nossa psique.

Biologicamente, compreendemos que muitos desses aspectos que o deus da guerra traz, está relacionado à sobrevivência. O Córtex cerebral tem relação com a lógica , razão, consciência, a conter os impulsos mais primitivos. Pode-se notar que o homem primitivo precisava caçar, guerrear para sobreviver, quando desenvolveram o cérebro reptiliano e o sistema límbico, que são regiões relacionadas ao instinto de sobrevivência. sabendo disso, precisamos admitir que a violência ainda está dentro de nós, e que precisamos aprender a lidar com isso, de maneira consciente e de forma simbólica.

Ares tem o princípio de derramar sangue, de violência, o que se torna muito perigoso quando não é reconhecido pelo ego, pelo consciente do indivíduo, o que traz distanciamento e rompimento entre todos os relacionamentos. Ares era considerado o deus burro. É preciso criar estratégias, meios de lidar com essa energia violenta, para se obter sucesso nos relacionamentos. Isso evitar posturas violentas e estremecimentos nas relações.

Apesar de ser um deus, devido às suas características, Ares ia Às guerras e um dia foi atingido na parte interior de sua coxa. Quando olhamos o texto bíblico, Jacó teve seu nome trocado por Israel. Jacó era aquele que roubou a primogenitude de seu irmão Isaul. Jacó significa ladrão, e ao mesmo tempo patriarca dos hebreus, trazendo em si os opostos.  Jacó entra em disputa com o anjo do Senhor. E o anjo disse a Jacó: você~E só vai subir quando tiver a minha bênção. E o Anjo desfere a parte interna da coxa de Jacó, e o Anjo dá a sua bênção, e ele se torna Israel. Com isso, jaco passou a não fugir mais ele enquanto ladrão fugia o tempo todo, inclusive de si. Da mesma forma Ares tomou golpe na coxa.

Ares se relaciona com Temes, que é o seu oposto, pois ela é a personificação da contenção dos impulsos, a personificação da justa medida. Na relação com seu oposto Ares conseguiu trazer um pouco mais da contenção de seus impulsos. Além disso traz a possibilidade de prestar mais atenção no corpo, trabalha a dança.

Na psicoterapia analítica, trabalha-se esse olhar de justa medida, de maior consciência e domínio sobre essa impulsividade e agressividade que Ares traz.


  • Hefesto do grego Héphaistos, "acender, pôr fogo em".
  • Coxo; ferido pelo abandono parental; criatividade laborativa; criatividade laborativa; tenacidade; persistência na realização de projetos.
Hefesto, deus das forjas, irmão de Ares, considerado o deus burro, sofria com a rejeição, da inferioridade, o menos importante entre os deuses. Hefesto nasce do desejo da deusa Hera ter um filho gerado por si própria, apenas dela mesma.  Nasce Hefesto, muito feio, de um aspecto que para os deuses e deusas seria evitado já que não era belo. O status do que não é belo não caberia ao status de deuses. Quando ela olhou seu filho, o achou tão feio que o rejeitou. Por isso, que nem toda mulher tem a disposição psíquica para ser mãe, se dedicar a vida de um filho. Hera era uma excelente esposa mas não tinha essa facilidade de cuidar dos filhos. Ela então joga o filho Hefesto de cima do Olimpo ele cai na terra e fica coxo, que representa a ferida do abandono parental.

Isso nos permite compreender a questão dos abandonos, das rejeições parentais. Isso as vezes não é exatamente de forma direta, mas acontece indiretamente, pela distância, pais ausentes, não acolhimento, a presença emocional dos pais para com seus filhos. Isso se reflete na forma como a pessoa via se comportar e se desenvolver ao longo da vida.

Aí a gente ver filhos de mesmos pais com comportamentos diferentes ao lidar com a mesma realidade.  Ares na violência e impulsividade. Em Hefesto, coloca toda a sua energia compensatória na relação com o trabalho, é o único deus que trabalha. O trabalho é extremamente importante, embora tenha culturalmente uma imagem negativa de algo que deve ser evitado, o qual passa a ser visto como sofrimento e sacrifício. É preciso olhar o trabalho na perspectiva salutar, que dá prazer que traz realização pessoal, que desenvolve a psique. Fazer o que gosta, ter uma fonte de renda. ou ainda, desenvolver algum trabalho voluntário. Sempre haverá um trabalho que vai trazer uma realização para a sua psique, e a análise pode ajudar a encontrar essa realização, essa autonomia.


Apesar de ser o mais feio e coxo, ele é o deu que se casa com Afrodite, a deusa mais bela.  Ao jogar toda a sua energia na criatividade e no trabalho, Hefesto deixa de lado o relacionamento com Afrodite, com isso, Ela acaba sendo amante de Ares. Hefesto acaba sabendo da traição de Afrodite e Ares, com isso, ele cria na engenhosidade dele, uma rede com fios do tecido da teia da aranha, quase invisíveis. Quando Ares e Afrodite estavam juntos, Hefesto chamou os deuses e deram um flagrante em ambos, jogando sua rede sobre eles.  Mostra um complexo de inferioridade por parte de Hefesto, que precisa de uma plateia, para se colocar com vitima. Na vitimização a pessoa que sofre com alfo que o outro faz contra ele, a vítima é aquela pessoa que dificilmente tem a capacidade de se desenvolver e amadurecer, porque acaba que todo seu sofrimento é responsabilidade única de que causa sofrimento. isso o incapacita de perceber a sua responsabilidade, a parte que lhe cabe, até que as coisas chegassem até determinado ponto.

  • Afrodite, do grego Aphrodite, "espuma". Relacionamento sexual, atração irreprimível para fecundar a natureza.
  • Habilidade de apreciar o prazer e a beleza, de ser sensual e criativa.
Afrodite, deusa do amor, representa a espuma do mar, teria nascido da fecundação do deus Cronos que castrou seu pai Urano, o sêmen de Urano teria caído no mar, e dali nasceu Afrodite, por isso, espuma do mar, da onda do mar.

Relacionamento sexual, atração irreprimível para fecundar a natureza são energias psíquicas de grande força, o que é importante para o seu desenvolvimento.

A espuma nos remete a pensar na duração da onda do mar,  quanto tempo dura. e que traz a imagem arquetípica  da intensidade da sexualidade, do relacionamento da paixão, que assim como a onda do mar, tem curta duração, porque não se relaciona com o ser real, mas sim, com o ser idealizado por quem idealiza, o que está ligado às suas questões pessoais.  Quem o outro tem que ser e que eu quero que ele seja. A onda assim como a paixão, bateu na areia e morre. É preciso lidar com o ser real para que o relacionamento seja duradouro. se estivermos identificados com a persona daquilo que é belo, apaixonante, vamos ter a dificuldade de lidar com o ser real, onde enxergamos as limitações e defeitos do outro e nosso. O ser idealizado perfeito não existe. Precisamos prestar atenção em quem somos de fato, nosso eu real vai nos permitir ver essa realidade do outro.

REFERÊNCIAS
Curso extracurricular de Mitologia e Psicologia Analítica
Instituto Freedom
Aula 10 Ares, Hefesto, Afrodite
Prof. Rangel Fabrete

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