Drogas, usos e contextos humanos

 Para falarmos sobre padrões de uso de substâncias psicoativas, precisamos sempre pensar a partir da tríade: meio ambiente, substância e sujeito. 

 O meio diz respeito ao contexto de uso da substância (Onde se dá esse uso? Na rua? Em casa? No trabalho? Sozinho ou com amigos?). Além disso, é importante atentar para a finalidade, ou o objetivo, do uso (Recreativo? Em contexto ritual? Terapêutico? Modo de fuga da realidade?). 

Já a substância pode variar conforme os modos de uso (ingerida, inalada, fumada, injetada), as características farmacológicas (potencial de dependência e efeitos fisiológicos), assim como conforme a forma de apresentação (pó, comprimido, líquido, erva desidratada). 

A relação do sujeito com a droga é influenciada por diversos fatores. De forma geral, podemos destacar os fatores sociais, psicológicos e biológicos. Vamos pensar primeiro nos fatores sociais. 

 As misturas de substâncias tornam as drogas mais acessíveis para clientes que se diferenciam pela renda e classe social (Espinheira, 2004). 

Os fatores psicológicos dizem respeito à relação entre fatores pessoais e o meio ambiente (personalidade, mecanismo de defesa, relações familiares e comunitárias, por exemplo). Desse modo, você pode perceber que não é correto afirmar que todo uso de substâncias psicoativas é problemático ou demanda intervenção profissional. Isso vale tanto para as substâncias lícitas quanto para as ilícitas. 

Existem diversos modos que um sujeito pode se relacionar com a substância. Entre eles, temos o uso (recreativo ou terapêutico, por exemplo), o abuso (uso nocivo) e a dependência (que pode ser física, química ou psicológica).

Nem todo uso de substância psicoativa produz dependência química! Estar atento ao uso correto dos conceitos é importante para uma postura profissional efetiva e para evitar estigmatizações aos sujeitos em acompanhamento, produzindo sofrimento quando a proposta terapêutica deve ser de produção de cuidado.

Referências: 

LAIANE MACHADO SOUZA

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