Psicologia, Organização e Trabalho- Origem das relações de trabalho.

      

ESCRAVIDÃO X AS PRIMEIRAS RELAÇÕES DE TRABALHO

O Brasil foi o último país independente do continente americano a abolir a escravidão, o que ocorreu em 13 de maio de 1888, dia em que a Lei Áurea foi sancionada.

  • após a Lei Áurea, as relações de trabalho características do escravismo foram cedendo espaço ao capitalismo, cujo pressuposto é a existência do trabalhador livre e despojado de meios de produção.
  • Nas relações entre senhores è escravo, a professôra Emília Viotti da Costa, resalta que dos escravos esperava-se humildade, obediência e fidelidade, em troca de autoridade e benevolência do senhor.
  • O negro deveria ser poupado, para que o capital do senhor não fôsse delapidado – Sujeito considerado mercadoria.
  • Os castigos mais usados eram o "bacalhau", palmatória, tronco, colinha, algemas, os anginhos, máscara de latão, etc..
  • o sistema escravista gera a violência:
  • Por parte do escravo: a revolta, a insurreição;
  • por parte do senhor: a repressão, os castigos, as atrocidades;
  • assim os castigos depravavam desde o nascimento, os indivíduos da raça dominante. Comparativamente ao trabalho livre, o trabalho escravo é necessariamente pouco produtivo.


FEUDALISMO  E AS RELAÇÕES DE SERVIDÃO NO TRABALHO

  • Idade Média ocidental europeia (séculos V-XV),
  •  a sociedade feudal era dividida em três ordens:
  • o clero (Igreja Católica),
  • a nobreza (proprietários de terras)
  • os servos (camponeses).
  • prevalecia a lógica dos estamentos, assim a mobilidade social era praticamente impossível durante o feudalismo.
  • as relações de servidão eram mantidas dentro dos feudos, onde os servos deveriam cumprir, em troca de moradia nas terras dos senhores feudais, várias obrigações e jurar fidelidade aos nobres.
  • as relações entre servos e nobres (relações de servidão) mantidas nas propriedades de terras denominadas feudos, que, geralmente, pertenciam aos nobres, chamados de senhores feudais.
  • As terras arrendadas, ou manso servil, equivaliam às porções de terras onde habitavam os camponeses e suas famílias. Nesse local, os servos praticavam a agricultura para sua subsistência e eram obrigados a entregar grande parte da colheita para o senhor feudal, proprietário da terra.
  • Servos pagavam diversos tributos aos senhores. A corveia era um desses tributos.
  • No sistema feudal não existia comércio, as relações eram à base de trocas de produtos, e toda produção era destinada ao sustento local.

 RELAÇÕES DE TRABALHO DO FEUDALISMO AO CAPITALISMO

No Feudalismo as relações de trabalho se realizavam entre o senhor feudal, dono da terra que fazia parte da burguesia, e do outro lado o servo ou camponês, que era subordinado ao senhor feudal.

O servo trabalhava na terra do senhor e pagava um “aluguel” pelo seu uso, além de trabalhar três dias por semana de graça para ele.

O servo devia gratidão ao senhor pelo trabalho e proteção, a essa relação de dependência e gratidão dá-se o nome de vassalagem. Nesse período não existia trabalho assalariado, o que resultava numa dependência social entre senhor e servo.

No capitalismo as relações de produção e trabalho possuem características opostas ao feudalismo.  
O sistema capitalista deixa explícita a função do dono dos meios de produção e do trabalhador que vende sua força de trabalho.
Havia a incessante busca pelo aumento da produção, a busca de novos mercados consumidores e a busca de lucros.

Pré-capitalismo (XII a XV):

  • a produção era distribuída através das relações de troca de produtos,
  •  o trabalho assalariado não havia estabilizado,
  • o produto era fruto do trabalho e não da venda da força de trabalho.
  •  Os artesãos eram donos dos ofícios (técnicas de trabalho), das ferramentas e da matéria-prima.

Capitalismo Comercial ( XVI a XVIII):

  • o artesão possuía autonomia, mas nesse período surgiu uma nova prática comercial.
  • A maior parte do lucro ficava nas mãos dos comerciantes e atravessadores e não nas mãos de quem realmente produzia,
  • é conhecida como a fase primitiva da acumulação de capital,
  • pode ser considerada como uma fase de “especulação”.


Capitalismo Industrial ( XVIII a XX)

  •  é caracterizado pela aplicação de capital no setor industrial.
  • O trabalho assalariado se fixa, e então fica nítido a separação de classes,
  •  à primeira classe pertencem os donos dos meios de produção
  •  e à segunda o trabalhador, que tem apenas sua força de trabalho.

Capitalismo Financeiro (Séc.XX a XXI)

  • chamado também de capitalismo monopolista,
  • ficou marcado pelo poder do capital, das instituições financeiras.
  • Os grupos e gigantescas multinacionais detinham os rumos do mercado, concentrando nas mãos um grande poder de decisão até mesmo no campo político.


PSICOLOGIA ORGANIZAÇÃO E TRABALHO  - POT

  •  É uma Psicologia desalienante, pois o trabalho está ligado às relações de cidadania e é a partir dele, que o mundo vai mudando.
  • Psicologia no trabalho(Psi aplicada no trabalho) e Psicologia do trabalho (psi que entende a geração de trabalho, analisa a evolução do trabalho e a formação de subjetividade.
  • A Psicologia nasce do mundo do trabalho. 
  • O que Wundt queria quando criou a Psicologia? Tornar uma ciência. Queria cientificar o trabalhador da época. A psicologia começa no mundo como psicologia industrial. Queria cientificar o comportamento humano.
  • Todas as ciências nascem do entendimento do trabalho.
  • O termo Psicologia Organizacional e do Trabalho, empregado desde a década de 90, tem por objetivo contemplar a atual diversidade da área, de modo a propor a existência de dois grandes eixos de fenômenos que envolvem aspectos psicossociais: as organizações, enquanto ferramenta social formadora de coletivos humanos e o trabalho, enquanto atividade básica do ser humano reprodutora de sua própria existência e da sociedade (Bastos, 2003).
  • os fenômenos organizacionais são considerados como processos psicossociais, que estruturam a vida dos indivíduos e o funcionamento das sociedades (Zanelli & Bastos, 2004). De modo semelhante, o trabalho é concebido enquanto elemento transformador não apenas da matéria, mas também da vida psíquica, social, cultural, política e econômica (Malvezzi, 2004). O trabalho pode ser salutar.
  • Um dos principais desafios na área de POT é compreender como interagem os múltiplos aspectos que integram a vida das pessoas, grupos e organizações em um mundo em constante transformação, de modo a propor formas de promover, preservar e restabelecer a qualidade de vida e o bem-estar (Zanelli & Bastos, 2004).
  • é preciso evitar que as pessoas tenham que se adaptar a condições que ultrapassem seus próprios limites, como aprender habilidades em prazos mais curtos do que o necessário ou mesmo alterar aspectos de sua identidade (Malvezzi, 2004).
  • É  necessária estreita interface com outras áreas do conhecimento, tais como sociologia, antropologia, ciências políticas, educação, economia e administração (Bastos, 2003).

 

 REFERÊNCIAS

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