O ANTROPOCENO - HOMEM NOVO

Antropoceno significa Homem Novo. ( antro=homem e ceno=novo).

Harari, em seu livro HomoDeus uma breve história  do amanhã, fala no homem novo como referência de uma autoilusão deísta, quando comparado aos outros animais, e afirma que o mundo de hoje esta habitado por humanos e seus animais domesticados, além disso, faz um paralelo entre os animais selvagens que habitaram a terra, e a realidade atual de domesticação, desmatamento e agressões à natureza e diferentes espécies animais.

A era que cobre os últimos 70 mil anos do Antropoceno, a era da humanidade, onde o homo sapiens tornou-se o mais importante fator individual na mudança da ecologia global, mostra o poder destruidor que o homem inteligente vem facultando na natureza, mudando nesse período o globo de modo radical, mas o pior é que foi em função de suas próprias ações. Toda essa devastação já vem acontecendo desde os nosso antepassados da Idade da Pedra.

Harari elucida que todos os seres vivos, sejam vegetais ou animais, sempre foram formados pela vida orgânica, mas que agora, o Antropoceno, a humanidade, está pronta para substituir a seleção natural por um projeto inteligente e se estender a vida do reino orgânico para o inorgânico.

Os antigos caçadores-coletores que Harari se reporta em seu livro Sapiens, uma breve história da humanidade, estes estabeleciam entre si e para com o mundo, uma rede de comunicação  que fez emergir valores e normas que comprometiam igualmente humanos, elefantes, carvalhos e assombrações. Essa era a visão animista dos caçadores-coletores antigo, mas que ainda orienta os sobreviventes da modernidade. Chama de postura animista, uma reação mais brusca que expõe um comportamento raivoso e violento, e que do mesmo modo que nasce de uma animal, nasce também dos humanos. Os animistas acreditam que os humanos são apenas outro tipo de animal.

A crença na singularidade humana, deu início a uma nova fase nas relações entre humanos e animais, a partir do advento da revolução agrícola. E é a partir daí que surgem as novas formas de domesticações de animais. E essa domesticação inicialmente, era em pouca escala, entretanto, com o passar dos anos, as espécies domesticadas, confinadas têm pagado um preço alço em sofrimento individual sem precedentes. A exemplo disso, Harari fala dos porcos do mato, que viviam livres, caçavam, e tentavam sobreviver, em relação aos porcos criados em confinamentos, com comida e saúde garantidas, mas sem liberdade.

Os grandes sofrimentos causados pela domesticação dos animais se dá pela ignorância dos humanos em entender as necessidades físicas, sociais e emocionais que se apresentam por meio dos instintos animais. Com isso as condições de vida desses animais, se moldam por fatores opostos: humanos criam porcos pra obter carne (mata-los para comer) e para que tenha sempre a carne do porco, precisam criar condições que garantam a sua sobrevivência.

A teoria da evolução sustenta que todos os INSTINTOS , IMPULSOS e EMOÇÕES evoluíram no interesse único de SOBREVIVÊNCIA  e da REPRODUÇÃO, já que precisam se adaptar às pressões evolutivas, e é a partir daí que se começa a moldar as experiências subjetivas do animal. Muitas coisas como impulsos físicos, emocionais e sociais foram frutos das revoluções que alteraram o estilo de vida dos animais e do homem.  Houveram profundas mudanças sensoriais e emocionais em animais, por exemplo, a vaca, porcos e humanos. Os porcos,animais sociais e inteligentes, vivem atualmente confinados em cercados quase que do tamanho dos mesmo, em intenso sofrimento.



Harari se pergunta por que os humanos atuais gostam tanto de doces?  Os antepassados da Idade da Pedra quando se deparavam com árvores frutíferas, comiam até n]ao aguentar mais, e rapidamente até ficarem empanturrados, pois não sabiam se iriam, nem quando iriam, se deparar de novo com a oportunidade comer doce. Esse comportamento ficou registrado em nosso DNA, que funcionam como antigas imposições genéticas.

A lição básica da PSICOLOGIA EVOLUTIVA, mostra que a revolução agrícola conferiu aos humanos  o poder de assegurar a sobrevivência e a reprodução de animais domesticados, enquanto ignora suas necessidades subjetivas.

COMO TER CERTEZA DE QUE ANIMAIS POSSUEM UM MUNDO SUBJETIVO DE NECESSIDADES, SENSAÇÕES E EMOÇÕES?

EMOÇÕES são uma qualidade exclusivamente humana, comuns a todos os mamíferos, e como todo mamífero desenvolve aptidões e necessidades emocionais, pode-se dizer que os porcos e outros animais também têm emoções.

Os cientistas da biociência, demonstraram recentemente, que as emoções são ALGORÍTIMOS bioquímicos vitais para a sobrevivência e a reprodução dos animais. Daí a necessidade de se entender o que são algoritmos e como estão ligados a nossas emoções.

Um ALGORÍTIMO é um conjunto metódico de passos que pode ser usado na realização de cálculos. Exemplo: calcular a média de dois números.
O algoritmo estabelece : primeiro, some os dois números. Segundo, divida por dois.
Não é o cálculo em si, mas o método empregado para se fazer os cálculos.
O algoritmo dita as regras, o passo a passo para se chegar a um determinado fim. Como é o caso de uma receita qualquer. O algoritmo seria: Pegue uma cebola, corte a cebola picada, frite a cebola na manteiga...
Outro exemplo de algoritmo são as máquinas de fazer café.

Os beduínos (macacos)  sentem forme, sentem sede, sentem medo, e quando veem uma banana, enchem suas bocas de água (paladar- órgão do sentido), assim como nos humanos. E tudo isso acontece numa fração de segundos, em que os beduínos experimentam uma tempestade de sensações e emoções. Tudo isso funciona como efeito algoritmo.

Os mamíferos não podem viver apenas de coisas materiais, eles precisam igualmente de ligações emocionais, mas foi somente entre 1950 e 1960 que se reconheceu a importância central das necessidades emocionais. A evolução imprimiu a suposição de se criar ligações emocionais mais fortes com coisas macias e sedosas, ao invés de com coisas metálicas. 

Foi feita uma experiências com macaquinhos, junto a supostas mães de pelúcia. Porém, como as mães de pelúcias não retribuírem sua afetividade, os macaquinhos desenvolvera sérios problemas psicológicos e sociais, tornando-se animais neuróticos e antissociais. Esses experimentos corroboram com as real necessidade da afetividade nos laços de família desde o nascimento do homem.

Harari compara a inconsciência dos caçadores-coletores em relação à consciência do fazendeiro atual que cria animais confinados.  Os caçadores-coletores não tinham consciência sobre os danos que estavam causando ao ecossistema, ao contrário dos fazendeiros.

Faz também referências às religiões teístas e nos chama atenção para o fato de que  estas santificam também os homens, e com isso os sapiens tornou-se o ator principal do universo. Com isso, foi observado que: os humanos deveriam observar e dominar outros organismos,  dominar outras espécies por ser inteligente, que Deus atribuiu ao humano uma alma imortal, embora se saiba que os animais também têm alma. Todas as religiões agrícolas, encontraram motivos para justificar a superioridade humana e a exploração dos animais. Assim, os humanos se comprometeram com um "acordo agrícola", no qual as forças cósmicas lhes deram domínio sobre outros animais, porém, não tinham consciência das responsabilidades que lhes dava essa superioridade,

A Revolução agrícola foi uma revolução tanto econômica quanto religiosa, que fez surgir novas formas de relações econômicas, junto a novas crenças religiosas que justificavam a exploração brutal de animais. A degradação dos animais e a condição dos seres conscientes à condição de propriedade, fez de pessoas a escravos, aumentando os conflitos de grupos étnicos e religiosos, que se desumanizavam reciprocamente.

No decorrer da Revolução Científica, a humanidade silenciou os deuses, e o gênero humano se encontrava num palco, sozinho, falando consigo mesmo, negociando com ninguém, e adquirindo poderes enormes sem nenhuma obrigação, de onde surgem as leis da física, química e da biologia.

Mitos são criados, e no mito do Jardim do Édem, os humanos são punidos por sua curiosidade e por seu desejo de adquirir conhecimento. Já o mito de Newton diz que basta a gente adquirir conhecimento para sermos capazes de criar o paraíso aqui na Terra.

A revolução científica fez nascer as religiões humanistas, cultuando o homem, homo sapiens, como essência única e sagrada do Universo.








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