Psicoterapia funcional-analítica: o potencial de análise da relação terapêutica no tratamento de transtornos de ansiedade e de personalidade.

 A RESISTÊNCIA DOS CLIENTES À PSICOTERAPIA

  • é um fato universal e comum a todas as abordagens.
  • a aversividade do processo psicoterápico pode estar sendo superestimada pelo cliente.
  • ao mesmo tempo, ele pode identificar no processo a possibilidade de ocorrência de outros ganhos e de alívio ao seu sofrimento.
  • ESTRATÉGIA DE CONFRONTAÇÃO

    •  O uso da confrontação pode ser avaliado positiva ou negativamente a partir da reação da pessoa confrontada.
    • determinadas ações podem ter efeitos confrontativos ruins, embora a intenção da pessoa que confronte seja apenas estabelecer empatia ou mostrar compreensão.
    • Os efeitos da confrontação dependem, na psicoterapia, das características comportamentais do terapeuta (tom de voz, palavras escolhidas, etc.), do comportamento do cliente (como ele interpreta a confrontação) e, principalmente, de ela ser geralmente utilizada para feedbacks negativos. 
    • A confrontação, com caráter de convite à reflexão, tem características especiais que podem ser aprendidas pelo terapeuta, que, assim, poderá obter progressos na psicoterapia, evitando o desenvolvimento de comportamentos opositores, diminuindo a resistência a mudanças e estimulando a tolerância emocional.
    TRANSTORNO DE ANSIEDADE 
    FOBIA SOCIAL
    • A fobia social é um estado de medo intenso e persistente, apresentado por uma pessoa ao ser exposta a determinadas situações sociais nas quais deduz que possa ser negativamente criticada, desaprovada ou rejeitada em função de algum comportamento seu. 
    • Sua tendência é esquivar-se dessa situação ou fugir dela. 
    • Quando isso não é possível, experimenta muita ansiedade e sofrimento, os quais afetam sua vida e intensificam-se.
    • a fobia vai INTENSA RESTRINGE a vida social da pessoa, reduzindo as oportunidades de prazer e o desenvolvimento de habilidades.De fato, essas habilidades é que aumentariam a chance de que a pessoa não se expusesse à humilhação ou ao embaraço social.
    Os sintomas que uma pessoa pode ter nessas situações são:
    •  taquicardia, 
    • Tensão muscular, 
    • gagueira,
    • brancos de memória, 
    • tremor, 
    • mãos frias, etc.
     Sair da situação cessa os sintomas, o que, a médio prazo, somente os intensifica.

     Na psicoterapia...

    • devem ser geradas situações de exposição do cliente à estimulação fóbica, sendo altamente desejável que o estímulo evocador seja apresentado ao vivo e em uma intensidade suportável, promovendo, então, a extinção e a habituação. 
    • A exposição gradual, hierárquica, tem merecido destaque nos tratamentos comportamentais em geral (Barros, 2000). 
    • Tal exposição estaria ocorrendo ao falar, lembrar, imaginar, assistir, desenhar ou apresentar quaisquer outros comportamentos de acesso aos estímulos evocadores.
    •  Evidentemente, a situação ao vivo tem mais riqueza e efeitos importantes diretos. Porém, qualquer que seja o modo de exposição possível no momento do processo, o cliente deve permanecer “presente” (psicologicamente  à situação até que realmente “se acalme”; caso contrário, o feitiço irá virar contra o feiticeiro.
    •  A presença de um terapeuta apoiador, empático e seguro é parte do conjunto de estímulos contextuais que favorecem a apresentação pelo cliente de novos operantes (como permanecer na situação, vivenciando-a) e de respondentes (satisfação em estar superando, agüentando, tolerando ou mesmo relaxando-o)

    Uma fobia também pode ser desenvolvida pela mediação verbal, sem que a pessoa tenha contato direto com os estímulos aversivos.
    • as fobias desenvolvidas por experiência direta são mais intensas e duradouras.
    •  As fobias sociais podem estender-se para relacionamentos íntimos e, pela esquiva de sentimentos indesejados, comprometer o desenvolvimento da habilidade de experienciar, identificar, nomear e reagir a outros estados internos.
    •  Tais inabilidades estão associadas ao desenvolvimento de problemas do Eu, com transtornos de personalidade e rudeza emocional (Kohlenberg e Tsai, 1991; Kohlenberg e Tsai, 1993)
    Pânico: o medo de perder o controle sobre si mesmo
    • Muitos clientes que procuraram psicoterapia por estarem com transtorno de pânico, ou por terem tido ataques de pânico em algumas situações ansiogênicas, solicitam ajuda para parar de sofrer.
    •  Eles relatam grande ansiedade antecipatória, ou seja, medo de ter outro ataque. 
    • Esse medo é tão grande que prejudica sua vida.
    •  é resultado de o cliente fugir das situações ameaçadoras aumenta a ansiedade a médio e longo prazo
    • Apresentar esses comportamentos pode causar alívio.
    • Descontrole emocional causam sofrimento para clientes em pânico. O cliente adquire medo e desconfiança do próprio corpo; relata medo de enlouquecer, de perder a noção de si mesmo.
    Na sessão de psicoterapia...
    • esses clientes são levados a falar de seu medo e de suas reações corporais de modo que tal relato produza as reações que estão querendo evitar.
    •  Se a relação terapêutica estiver forte e bem-estruturada, a confiança na relação e o apoio do terapeuta poderão funcionar como estímulos positivos que contracondicionam a ansiedade e o medo. 
    • Da mesma forma, há episódios ou crises interpessoais na relação terapêutica que podem provocar uma ansiedade que será experienciada e analisada pelo terapeuta até a aprendizagem de novos comportamentos e a extinção respondente das reações provocadas.

    TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
    PERSONALIDADE ANTISSOCIAL
    • O transtorno de personalidade social é um padrão comportamental que causa dano significativo ao indivíduo e aos demais que estão à suavolta. 
    • A característica básica é o dano e a violação dos direitos básicos de outras pessoas.
    • Inclui...
      •  a dificuldade em seguir normas e regras sociais, 
      • os comportamentos de enganar, furtar e mentir freqüentes, 
      • a impulsividade 
      •  a dificuldade de controlar-se por conseqüências a longo prazo, 
      • a agressividade, 
      • a irresponsabilidade 
      •  pouco sentimento de culpa. 
    • Essa síndrome é estabelecida por intermédio de um processo de aprendizagem que, geralmente, inicia-se na infância, mas que se apresenta mais claramente na adolescência.
    • o padrão anti-social é precedido pelo desenvolvimento de comportamento altamente opositor e agressivo precoce.
    A relação terapeuta-cliente..
    •  ajuda nodesenvolvimento da auto-estima, da autoconfiançae da responsabilidade 
    •  oportuniza o desenvolvimento de habilidades sociais, não sob o controle de regras, mas de contingências relevantes e imediatas. 
    • Aqui ele pode aprender a cooperar e a submeter-se, a assentir comportamentos geralmente ausentes ou fracos.
    Transtorno de Personalidade Borderline...
    • Os borderlines são vistos como aqueles clientes que não aproveitam bem a psicoterapia, desistem cedo do tratamento e facilmente recaem.
    • Eles também são conhecidos por sua ambivalência, isto é, por apresentarem sentimentos e ações contraditórias entre si, ou que se modificam muito rapidamente.
    • Apresentam dificuldade para escolher e tomar uma decisão, podem tentar suicídio em função de um sofrimento inexplicável ou indefinível
    • freqüentemente, relatam crises de identidade.
    O que importa para o diagnóstico comportamental?
    • é a função desses comportamentos na vida do indivíduo. 
    • Identificar quais variáveis foram responsáveis pela aquisição e quais são responsáveis pela manutenção desses comportamentos é fundamental.
    Referências: 
    RANGÉ, Bernard. Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais, um diálogo com a psiquiatria. Artmed, Porto Alegre, 2008, Capítulo 1.

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