Perfil do Psicoterapeuta

 A psicoterapia...

  •  é um processo que envolve a relação humana, em que estão presentes sentimentos, crenças e valores de duas pessoas.
  •  A neutralidade (um dos critérios de exigência científica) não pode ser absoluta
  • Entretanto, cabe ao psicólogo saber manejar tais sentimentos inconscientes que possam interferir no bom andamento da psicoterapia, até para evitar uma possível interrupção.
A relação com o outro...
  • Nossa personalidade só se expressa na relação. 
  • Eu me reconheço a partir do outro. 
  • A construção da identidade só é feita na relação com o outro. 
  • Portanto, é na relação que a pessoa se trata.

Atualmente, o foco na psicoterapia está voltado para a dupla terapêutica (paciente- terapeuta) e não apenas para as características somente do paciente. Estão em jogo as ansiedades, expectativas e o inconsciente da dupla.

Na psicoterapia, Santiago (1995) aponta que...

  •  a relação da dupla terapêutica é assimétrica. 
  • Isso significa que cada um da dupla tem funções diferentes. 
  • Neste momento o terapeuta sabe mais que o paciente. 
  • É ele quem delimita os honorários, horários, assim como é ele quem pode compreender o sofrimento do paciente.
PACIENTE EGODISTÔNICO
  • Quando o paciente toma a iniciativa de procurar ajuda por si só.
  •  esse já é um bom prognóstico.
  •  Supõe que a pessoa percebe que está sofrendo, não concorda com seus sintomas e tem o desejo de mudança. Este tipo de paciente é chamado de egodistônico.

PACIENTE EGOSINTÔNICO

  • aquela pessoa que vem ao consultório, encaminhada por outros profissionais ou pelos pais...
  • supõe-se que se trata de um paciente do tipo egosintônico. Isto é, ele não sente que está sofrendo, as queixa é o do outro. 
  • Nesse sentido o prognóstico já não é bom, pois não está disposto à mudança.

É importante, enquanto terapeutas...

  •  nos atentarmos para os desejos, as necessidades e as expectativas nossas e as do paciente. 
  • Nem sempre elas coincidem. 
  • O desejo interno do tratamento não ocorre só por parte do paciente, mas também por parte do psicólogo.
  • O terapeuta deve identificar as expectativas do paciente em relação à psicoterapia, à disponibilidade interna para se tratar, às fantasias e ansiedades durante o tratamento.  
  •  Esses sentimentos são constantes o tempo todo.

Quanto ao paciente, este também tem suas expectativas, uma vez que buscou ajuda porque está sofrendo. Algumas expectativas estão relacionadas a algumas questões: será que o paciente vem buscar a solução mágica para seus problemas? Será que está disposto a ter uma postura ativa no tratamento, ou espera mais do psicólogo?

No terapeuta, segundo Santiago (1995)...

  • as suas atitudes podem oscilar entre a onipotência e a impotência. 
  • O psicólogo, especialmente quando é iniciante, sente-se muitas vezes inseguro para atender determinado caso. 
  • Na prática da Psicoterapia espera-se do profissional o clássico tripé:
    •  embasamento teórico, análise pessoal e supervisão.

EMBASAMENTO TEÓRICO

  • O primeiro requisito trata-se da formação profissional. 
  • Serra (2004) sugere que o psicoterapeuta tenha um amplo conhecimento acerca de sua abordagem teórica, psicopatologia, desenvolvimento humano, além de conhecer áreas afins, como a psicofarmacologia, psiquiatria, dentre outras. 
  • Além disso, faz-se necessário também compreender como funciona a cultura e os hábitos de vida dos seus pacientes.

ANÁLISE PESSOAL

  •  O instrumento de trabalho do psicoterapeuta é seu inconsciente, sua própria personalidade. Portanto, sua mente precisa estar tratada. 
  • No processo de análise pessoal – que é o segundo requisito – ele passará pelas etapas:
    •  psicossexuais do desenvolvimento descritas por Freud: fase oral, anal, fálica, genital, complexo de édipo. 
    • Conforme afirma Jung (1985), no processo de análise, o paciente irá se desenvolver até onde a mente do terapeuta estiver desenvolvida.
    • Os conteúdos inconscientes do paciente e do terapeuta estão em jogo, claro que cada qual com sua função. Com isso, torna-se cada vez mais importante a análise pessoal do terapeuta, de modo que seus "pontos cegos" passem a se tornar claros. 
    • Vale o alerta de Keidann (2000): nem todos os terapeutas estão em condições de tratar todos os tipos de pacientes. O terapeuta precisa ter claro quais são suas limitações, pontos-cegos, enfim, suas dificuldades internas. Do contrário, poderá ocorrer a interrupção do tratamento.

SUPERVISÃO

  • Finalizando o tripé, é de fundamental importância que o profissional realize supervisão dos seus casos clínicos com um profissional mais experiente, que lhe possibilitará um novo olhar para seu trabalho.
  • Segundo Ribeiro (1988) a empatia também é considerada uma ferramenta importante. Trata-se da capacidade de colocar-se no lugar do outro, sendo sensível ao sofrimento, sem, entretanto, misturar-se com esse outro. É a flexibilidade de estar junto do outro, mantendo uma distância ótima, suficiente para ajudar e não sofrer como a pessoa.

Outros requisitos valiosos constam no Código de Ética Profissional do Psicólogo (2005). São eles:

  • a ética, 
  • o sigilo, 
  • a responsabilidade 
  • e o respeito ao ser humano.

AVALIAÇÃO DO PACIENTE NA PSICOTERAPIA

Quando um paciente procura a psicoterapia...
  •  é porque está passando por problemas emocionais que acarretam sofrimento psíquico. 
  • Ao iniciar a Psicoterapia é necessário fazer a avaliação cuidadosa dos seus problemas, de suas condições sociais e de vida, além da aplicação de outros instrumentos que se fizeram necessário.
  • O momento em que o paciente está passando pela avaliação psicológica é um momento muito importante e crítico na vida dele, e as atitudes do terapeuta são cruciais para o desenvolvimento da entrevista da avaliação.

Vejamos agora alguns comportamentos que devem ser adotados pelo psicoterapeuta durante a entrevista de avaliação:

  • Demonstrar calor humano;
  • Ser simpático;
  • Demonstrar interesse pelo que o paciente está falando;
  • Favorecer um ambiente confortável para que o paciente possa se acomodar e falar sobre seus problemas;
  • Garantir a privacidade;
  • Não permitir interrupções; 
  • Fazer perguntas para ajudar o paciente a iniciar o seu relato;
  • Expressar opiniões e comentários sobre o assunto;
  • Fazer ligações entre os temas abordados;
  • Ao final da entrevista fazer um resumo do que o paciente apresentou.

Ao fazer a avaliação do cliente, é necessário levar em consideração as seguintes questões:

  • Que problemas o fizeram procurar a ajuda de um psicólogo;
  • As queixas apresentadas configuram um transtorno mental ou problemas emocionais decorrentes;
  • Identificar os tratamentos mais apropriados: medicamentos, psicoterápicos e outros, definindo sempre a importância destes tratamentos; 
  • Se for indicada psicoterapia, qual a mais apropriada;
  • Verificar se o paciente aceita as condições propostas no tratamento indicado;
  • Verificar se o tratamento indicado condiz com sua situação econômico-financeira e se ele está disposto a fazer este investimento.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário