OS 12 trabalhos de Heracles - Parte I - Aula 12 - Mitologia Grega e psicologia Analítica

Herói etimologicamente, do grego héros, aproximação do indo europeu servã, da raiz ser, de que provém o avéstico haurvaiti "ele guarda" e o latim sauãre , "conservar, defender, guardar, velar sobre, ser útil", donde herói seria o "guardião, o defensor, o que nascei para servir."

A jornada do herói é o processo da formação da consciência, sendo importante conhecer essa jornada do herói. Herói é aquele que guarda, aquele que vai saber fazer a renúncia e ser desapegado quando necessário em prol da conquista, Ele traz a redenção e propicia a redenção para si e para os outros.

A jornada do herói é um ciclo a cada conquista. perpassa por diversas etapas, dificuldades, renúncias, e a renovação vai se formando , dando subsídios para o desenvolvimento da consciência. A seguir a Jornado do Heroi proposta por Joseph Cambell:


Jung desenvolveu seu raciocínio a partir da noção de coragem e liberdade heroica do Ego para libertar das amarras do inconsciente a força que capacita o herói para o extraordinário. Assim como o Sol, desta maneira, tal  é a jornada dos homens, seguir entre os opostos. Ele traz essa necessidade que temos de nos afastarmos do inconsciente, para a criação da consciência para criar autonomia do EGO frente ao inconsciente. Tudo isso acontece a partir da jornada do herói.

ALCIDES - HÉRICLES

  • Alkéides, Alcides, força em ação, vigor. Em tese, até a realização completa dos Doze trabalhos, o herói deveria ser chamado tão somente de Alcides pois só se torna a "glória de Hera",, Héracles, após o ´termino de todas as provas iniciáticas impostas pela deusa. É assim, aliás, que lhe chama Píndaro, Olímpicas: o rabanho ilustre da raça de Alceu.
Héracles na verdade nasce como Alcides. Os 12 trabalhos era condição das provas inicáticas impostas pela deusa Héra para que se tornasse Héracles. Ele é fruto da relação entre Alquimena e Zeus, que queria gerar um salvador para a humanidade. Por se tratar de uma relação extraconjugal de Zeus, Hera queria matar Alcides desde criança.

Para que Alcides sendo um mortal , para se tornar imortal precisava  não abstaria ser o filho de Zeus ele precisaria ter o leite de uma mãe imortal, e como Alquimena era uma mortal, ele teria que fazer com que Alcides mamasse o leite de uma deusa. Zeus recorre a Hermes, que envolve o lado trapaceiro, que traz a transformação, e ele vai ate Hera e enquanto Hera dormia, Alcides mamou no peito da deusa, e ele mamou leite suificiente para se tornar extremamente forte, ganhando a força de um deus. Hera acorda e Hera joga o bebe e se afasta, repelindo-o.

Esse arquétipo nos diz para tomarmos cuidado com aquilo que odiamos, que perseguimos, ou rejeitamos, ou desprezamos. Talvez aquilo que você despreza ao mesmo tempo você fortaleça. Toda vez que rejeitar pode estar fortalecendo. Aceitar aquilo que se rejeita, despreza, vai lhe dar mais tranquilidade para lidar com determinados aspectos, podendo ser algo que você precise para conquistar sua jornada de individuação.

Hera ficou com muita raiva, e manda uma serpente no berço de Alcides. Com a sua força adquirida, o Bebê estrangula a serpente. É o filho escolhido de Zeus, filho de leite de Hera e as diversas perseguições fortalecem a individuação de Alcides. Ele cresce se casa e Hera continua perseguindo-o.

  • Lússa, do grego Lýssa, a raiva, o furor, que de mãso dadas com a noia (ánoia) a demência, enlouqueceu por completo o herói.
  • Num acesso de insanidade matou os próprios filhos a flechadas ou ateando fogo.
  • Purificação, templo de Apolo, 12 anos de trabalhos prestados à Euristeu.
  • Prêmio, imortalidade.
O furor de Héra, 12 anos de servidão. Um dia tomado pela fúria, pela Lýssa que de mãos dadas pelo nóia, a demência enlouquece o herói por completo, e num acessod e insanidade Alcides matou os próprios filhos tomado pelo furor que foi enviado a mando de Héra, pela Hybris, pela desmedida.

Por conta disso, Alcides vai buscar a purificação no templo de Apolo. E para isso, ele deveria ter 12 anos de trabalhos prestados a Euristeu. Essa seria a jornada a seguir para se tornar um Herói.

O herói é apenas um arquétipo no qual o homem precisa se inspirar para suportar a rotina, enfrentar os obstáculos, os pensamentos sobre as próprias escolhas. O homem faz as escolhas que faz com os recursos que tem naquele momento., podendo fazer escolhas equivocadas, ensinado-lhe algo, tornando-o quem você é, e as escolhas acertadas da mesma forma. 

Jung diz que não é o que acontece com você mas sim a postura e a a atitude que você tem frente aquilo que você faz, a partir da consciência que você tem naquele momento, fazendo o melhor que você pode, com aquilo que você tem naquele momento. E amanhã pode ser que essas escolhas já não façam mais sentido para você, precisando tomar outras medidas.

  • Poderoso e soberano, símbolo solar e extremamente luminoso, o rei dos animais possui em alto grau as qualidades e os defeitos inerentes à sua espécie. Encarnação do poder, da sabedoria e da justiça, deixa-se arrastar, em contrapartida, pelo excesso de orgulho e segurança, que lhe conferem uma imagem de pai, senhor e soberano.
  • Ofuscado por seu próprio poder cego pela própria luz, torna-se um tirano, acreditando-se um protetor. Pode ser maravilhoso, tanto quanto insuportável.
Alcides terá que defrontar com esse leão de Neméia, criado por Héra. Era um monstro que estava devastando a região, pessoas numa tentativa de Héra de acabar com Alcides. Ele tendo muita força bruta, e enfrenta o leão mas observa que o leão é impenetrável e com um porrete ele começa a bater num leão que fica atordoado e com isso consegue matar o leão de Neméia.

Todos têm apegos na vida, seja por pessoas, posições, ponto de vista, tem aí uma identificação que favorece enquanto a sua individualidade.  Acabamos nos tornando vitimas por deixar de aprender, de se relacionar, de ter uma vida mais ampla quando temos a capacidade de sufocar esse leão que havita em cada pessoa, tornando-se ai um tirano como o leão, e a pessoa adota uma visão unilateral, sem abrir a possibilidade de aprender com o novo.

Alcides cria com a pele do leão um capacete que o protege ao longo de sua jornada. Com isso, ao olharmos para nossos aspectos sombrios, temos a capacidade de criar couraças interiores que irão nos proteger ao longo da nossa jornada.


  • Para conseguir exterminar o monstro, o herói contou com ajuda preciosa de seu sobrinho lolau, porque, à medida que Héracles ia cortando as cabeças da Hidra, onde houvera uma, renasciam duas.
  • Iolau pôs fogo a uma floresta vizinha, e com grandes tições ia cauterizando as feridas, impedindo, assim, o renascimento das crenças cortadas. Antes de partir, Héracles embebeu suas flechas no veneno ou, segundo outros, no sangue da Hidra, envenenando-as.
Esse monstra vai devorando, destruindo toda a vida ao seu redor. Está ligado simbolicamente, aos aspectos da compulsão: comida, jogos, drogas, sexo, compras, enfim todo comportamento associado a uma compulsão, algo destrutivo, quando a pessoa tem uma incapacidade de frear os próp´rio impulsos. Corta uma cabeça, nasce duas... Não adianta recomendar força de vontade, e aí é muito importante a ajuda do primo Iolau que ia cauterizando-a s feridas impedindo o aparecimento das cabeças cortadas.

Para lidar com as aspectos da compulsão, a pessoa vai precisar da ajuda de uma outra pessoa que vai ajudar a lidar com as compulsões,. seja com psiquiatra, psicólogo, terapias de grupo, encontrando a importância do outro para a formação da consciência do sujeito. Isso possibilita trazer a luz aos aspectos sombrios de cada um. A importância do outro, eu e o outro para formarmos consciência e saber lidar comas compulsões.

  • Erimanto é uma escura montanha na Arcádia, onde se escondia um monstruoso javali, que Héracles deveria trazer vivo ao rei de Arhos. Com gritos poderosos o herói fê-lo sair do covil e, atraindo a besta-fera para uma caverna coberta de neve, o fatigou até que lhe dou possível segurá-lo pelo dorso e conduzi-lo ao primo.
  • Ao ver o monstro Euristeu apavorado, escondeu-se no jarro de bronze,
Héracles matou o leão de Neméia, matou a Hydra de lerna, mas não pode matar o javali, precisava levar o monstro vivo. A força bruta nesse caso, não daria certo. Era precisar usar outro recurso para levá-lo vivo. As vezes a gente fica muito tempo resolvendo a vida somente de uma forma, o que vai minando a possibilidade do novo surgir. Ele precisava usar a estratégia para levar o javali ao Euristeu.
É preciso enxergar de outro ponto de vista, se utilizar de novas estratégias que precisam ser desenvolvidas e que podem ser a solução para aquilo que você deseja alcançar.


  • consagrada a Ártemis animal, cujos pés eram de bronze e os cornos de ouro, trazia a marca do sagrado e portanto, não podia ser morta. Mais pesada que um touro, rapidíssima. O herói, que deveria trazê-la viva a Euristeu, perseguiu-a durante um ano.
  • Já exausto, o animal buscou refúgio no monte Artemísion, mas sem lhe dar tréguas, Héracles continuou na caçada e, quando o corça tentou atravessar p rio Ládon, na Arcádia, ferindo-a levemente. Alcides logrou apoderar-se dela. Quando já se dirigia a Micenas, encontrou-se com Apolo e Ártemis. estes tentaram tirar-lhe o animal, mas afirmando cumpriu ordens de Euristeu o filho de Alcmena conseguiu, por fim, prosseguir seu caminho.
Esse aspecto simbólico  mais uma vez não poderá agir nada mesma forma, decidir da mesma forma, vai ter que desenvolver nova habilidade para lidar com essa nova situação. A deusa Ártemis traz elementos que traz um lado diferente na individuação de Héracles, que esta no processo de acessar aspectos de sua psique que ele ainda não tem conhecimento.

Háaspectos no desenvolvimento da consciência que precisam ser respeitados,e a corça de cerinia traz os pés de bronze que simboliza algo que esta ligado ao apego, aos aspectos materiais, que acabam aprisionando a consciência, fortalecendo ao apego de padrões de comportamento, ao jeito de enxergar a vida, a forma de se relacionar. dapi a necessidade de praticar o desapego que possibilita construir diferentes formas de ver e agir diante das situações. Já o bronze, o outro traz elementos da ligação dos aspectos do sagrado, prestando atenção naquilo que merece e deve ser reverenciado, na concepção da psicologia analítica e não na perspectiva do sobrenatural, que é o que te move, te mobiliza, que te torna melhor, com energia, com disposição para buscar o contato com o outro, esse é o sagrado.

Todos esses desafios possibilitaram que o Alcides desenvolvesse as estratégias, a paciência, novas formas de enfrentar desafios cada vez mais diferentes. Somente assim é possível lidar com situações diversas, ampliando aí a sua própria consciência.

REFERÊNCIAS
Curso extracurricular de Mitologia e Psicologia Analítica
Instituto Freedom
Aula 12 OS 12 trabalhos de Heracles - Parte I
Prof. Rangel Fabrete

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