“Quem quer
que tenha falhado em explicar a origem das imagens oníricas dificilmente poderá
esperar compreender as fobias, obsessões ou delírios, ou fazer com que uma
influência terapêutica se faça sentir sobre eles. ” (FREUD, 1900, p.12).
Em seu livro
Interpretação de sonhos I, Sigmund Freud afirma que para se compreender as
FOBIAS, OBSESSÕES ou DELIRIOS é preciso explicar a origem das imagens oníricas
que compõem os SONHOS.
Ele dizia que os únicos sonhos dentre os quais pode escolher foram os dele mesmo e os de
seus pacientes em tratamento psicanalítico, entretanto, foi impedido de
utilizar o de seus pacientes já que, os processos oníricos estavam sujeitos a compilação
indesejável, com o adicional de características neuróticas. Contudo, se
revelasse ao público os seus próprios sonhos, estaria revelando maior número de
aspectos íntimos da vida mental dele.(FREUD, 1900, p.12).
Freud
afirmou haver uma técnica psicológica que torna possível interpretar os sonhos,
através da qual todo sonho se revela como uma estrutura psíquica que tem um sentido
e pode ser inserida num ponto designável nas atividades mentais da vida de
vigília. Buscou elucidar os processos a que se devem a estranheza e a
obscuridade dos sonhos e por deduzir desses processos a natureza das forças
psíquicas. (FREUD, 1900, p.13).
A visão
pré-histórica dos sonhos eram aceitos como axiomático e estavam relacionados
com o mundo dos seres sobre-humanos nos quais acreditavam, e que constituíam
revelações de deuses e demônios. Para aquele que sonhava, os sonhos tinham uma
finalidade importante, que era, via de regra, predizer o futuro. A posição
adotada perante os sonhos por filósofos isolados na Antiguidade dependia,
naturalmente, até certo ponto, da atitude destes em relação à adivinhação em
geral. (FREUD, 1900, p.13).
VISÃO ARISTOTÉLICA
SOBRE OS SONHOS
As duas
obras de Aristóteles que versam sobre os sonhos, informa-nos as referidas obras
que os sonhos não são enviados pelos deuses e não são de natureza divina, mas
que são “demoníacos”, visto que a natureza é “demoníaca”, e não divina.
“Os sonhos,
em outras palavras, não decorrem de manifestações sobrenaturais, mas seguem as
leis do espírito humano, embora este, é verdade, seja afim do divino. ”
Definem-se
os sonhos como a atividade mental de quem dorme, na medida em que esteja
adormecido. (FREUD, 1900, p.14).
Aristóteles sabia
que os sonhos dão uma construção
ampliada aos pequenos estímulos que surgem durante o sono. A exemplo disso:
“Os homens pensam estar caminhando no meio do
fogo e sentem um calor enorme, quando há apenas um pequeno aquecimento em
certas partes.”(ARISTÓTELES, FREU, 1900,p.15)
Aristóteles infere
a conclusão de que os sonhos podem muito
bem revelar a um médico os primeiros sinais de alguma alteração corporal que
não tenha sido observada na vigília,
Antes da
época de Aristóteles, considerava-se que os sonho não como um produto da mente
que sonhava, mas como algo introduzido por uma instância divina.
Surgem duas correntes
antagônicas sobre a vida onírica por meio da distinção entre:
·
Os
sonhos verdadeiros e válidos, enviados ao indivíduo adormecido para adverti-lo
ou predizer-lhe o futuro;
·
Os
sonhos vãos, falazes e destituídos de valor, cuja finalidade era desorientá-lo
ou destruí-lo.
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