quinta-feira, 25 de abril de 2019

Psicologia Clínica: conceitos; história; teóricos;campos de atuação, perspectivas de atuação; trabalhos realizados.

PSICOLOGIA CLÍNICA (60 HS)

HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

O pensamento psicológico antigo:

  • Antigos gregos, já estudavam a mente e o comportamento das pessoas.
  • O mais influente foi Platão, seguido de Pitágoras e Aristóteles, formando os alicerces para as ciências modernas.
  • Há evidências de pensamentos psicológicos no Egito antigo.
  • Até 1870 a psicologia era um ramo da Filosofia.
  • Passa a ser disciplina científica a partir do primeiro laboratório de Lipzing, na Alemanha.
  • Está presente em outras diferentes áreas, como fisiologia, neurociência, sociologia, etc.
  • Atualmente a Psicologia é uma ciência autônoma com objeto e objetivo específico.
O pensamento psicológico oriental:
  • A China já aplicava testes de habilidades, como parte do sistema de ensino.
  • Séc Vi, Lin Xie realiza a primeira experiência, em que ele pedia às pessoas para desenhar um quadrado com uma mão, e ao mesmo tempo um círculo com a outra, para testar a vulnerabilidade das pessoas à distração. Início da Psicologia experimental.
  • A China teve sua elaborada Teoria do Eu.
  • Muçulmanos desenvolveram práticas para tratamento de pacientes com doenças metais.
  • Ahmed Ibn Al-Balkhi (850-934) discutiu transtornos relacionados ao corpo e da mente, argumentando que se a mente adoece, o corpo também adoece. Reconheceu que o corpo e a alma podem ser saudáveis ou doentes, ou equilibrados e desequilibrados. descreveu que desequilíbrios do corpo, doenças físicas. desequilíbrio da alma, doenças da alma.Reconheceu dois tipos de transtornos que agora chamados de depressão: 
  1.  transtornos causados por razões desconhecidas tais como perda ou trauma, que pode ser tratado psicologicamente.
  2. transtornos que podem ser tratados através da medicina física, com remédios e drogas.
          Realizou experimentos sobre percepção visual e outros sentidos. Descreveu fenômenos hoje classificados como condições neuropsiquiátricas, tais como, alucinações, insônia, manias,pesadelo, melancolia, epilepsia, derrame, paralisia, tremor, vertigem, já por volta do século IX

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA - OS 10 PSICÓLOGOS QUE MAIS INFLUENCIARAM E COLABORARAM PARA ESTE CAMPO DO SABER.

  1. Burrhus Frederic Skinner (20/03/1904 a 18/08/1990) 

  • Este é certamente um dos psicólogos mais eminentes do século XX, BF Skinner ocupa o topo do arcabouço teórico da psicologia. 
  • Ele desenvolveu a teoria do ―Behaviorismo‖. Skinner analisou o comportamento humano, sua teoria ainda é bastante utilizada. Em síntese é a teoria do comportamento estímulo x resposta, bastante utilizada nos estudos do comportamento animal. 
  • Naturalmente que nos dias de hoje a teoria do Skinner é mesclada a outras abordagens.
2.  Sigmund Freud (06/05/1856 a 23/09/1939) 
  • quando as pessoas pensam em psicologia, muitos tendem a pensar em Freud. Seu trabalho apoiado na crença de que nem todas as doenças mentais têm causas fisiológicas, também ofereceu evidências de que as diferenças culturais têm um impacto sobre psicologia e comportamento humano. 
  •  Sua obra e escritos contribuíram enormemente para a nossa compreensão da psicologia da personalidade, da psicologia clínica e do desenvolvimento humano. 
  • Foi sem dúvida um marco na história do conhecimento. 
3. Albert Bandura (04/12/1925) 
  • O trabalho de Bandura é considerado parte da revolução cognitiva na psicologia, que começou no final de 1960. 
  • Sua teoria da aprendizagem social salientou a importância da aprendizagem por observação, imitação e modelagem. 
  • Bandura explicou o comportamento humano em seu livro de 1977, ―A teoria da aprendizagem social. 
4. Jean Piaget (09/08/1896 a 16/09/1980) 
  • A obra de Jean Piaget teve uma profunda influência sobre a psicologia, especialmente no desenvolvimento cognitivo das crianças e da nossa compreensão intelectual. 
  • Sua pesquisa contribuiu para o crescimento da psicologia do desenvolvimento, psicologia cognitiva, a epistemologia genética, além de proporcionar uma reforma da educação. 
  • Albert Einstein uma vez descreveu observações de Piaget sobre o crescimento intelectual das crianças e os processos de pensamento como uma descoberta: "tão simples que só um gênio poderia ter pensado nisso.". 
5. Carl Rogers ( 08/01/1902 a 04/02/1987) 

  • Carl Rogers, como Piaget, foi um dos teóricos que dava ênfase no potencial humano. Ele teve uma enorme influência sobre a psicologia da educação. 
  • Tornou-se um dos maiores pensadores humanistas e teve influência na terapia com sua "terapia rogeriana". 
  • Conforme descrito por sua filha Natalie Rogers, ele foi "um modelo para a compaixão e ideais democráticas, em sua própria vida e em seu trabalho como educador, escritor e terapeuta.". 
6. William James (11/01/1842 a 26/08/1910) 
  • O psicólogo e filósofo William James é muitas vezes referido como o pai da psicologia americana. 
  • Seu texto de 1200 páginas, chamado ― Os princípios da Psicologia‖, se tornou um clássico sobre o tema e seus ensinamentos e escritos ajudaram a estabelecer a psicologia como ciência.
  •  Além disso, James contribuiu para o funcionalismo, o pragmatismo, e influenciou muitos estudantes de psicologia, durante sua carreira de professor que durou 35 anos. 
7. Erik Erikson (15/06/1902 a 12/05/1994) 
  •  A teoria de Erik Erikson trata do estágio de desenvolvimento psicossocial, ela ajudou a criar interesse e pesquisa sobre o desenvolvimento humano através da vida. 
  •  Erikson era um psicólogo que observava o ―ego‖, talvez por ter estudado com Anna Freud. 
  • Ele ampliou a teoria psicanalítica, explorando o desenvolvimento ao longo da vida, incluindo os eventos da infância, vida adulta e velhice.
  • Certamente foi um grande colaborador da psicologia moderna, Erikson era admirador de Freud e deu continuidade a seus estudos, tornando-se o maior nome da psicologia atual. 
 8. Ivan Pavlov (26/09/1849 a 27/02/1936)
  •  Ivan Pavlov era um fisiologista russo, cuja pesquisa sobre reflexos condicionados resultou no surgimento do behaviorismo em psicologia, posteriormente aprofundado por Skinner. 
  • Os métodos experimentais de Pavlov ajudaram a mover a psicologia para longe da introspecção e das avaliações subjetivas. 
  • Ele instaurou métodos de medição objetiva do comportamento. 
9. Kurt Lewin (09/09/1890 a 12/02/1947) 
  • Lewin é conhecido como o pai da psicologia social moderna, por causa de seu trabalho pioneiro, que utilizou métodos científicos de experimentação na análise do comportamento social. 
 10. Carl Gustav Jung (26/06/1875 a 06/07/1961) 
  • Carl Gustav Jung foi um psicoterapeuta e psiquiatra suíço que fundou a psicologia analítica. Jung propôs e desenvolveu os conceitos de personalidade extrovertida e introvertida, bem como os arquétipos do inconsciente coletivo. 
  • Seu trabalho tem sido influente na psiquiatria e no estudo da religião, literatura e áreas afins. Individuação é o conceito central da psicologia analítica.
  •  Ele criou alguns dos mais conhecidos conceitos psicológicos, incluindo o arquétipo, o inconsciente coletivo, o complexo, e sincronicidade, entre outros conceitos. 
  • Jung viu a psique humana como uma natureza religiosa, e fez esta religiosidade o foco de suas explorações. 
  • Carl Jung é um dos mais conhecidos contribuintes contemporâneos para análise de sonhos e simbolização. 
  • Embora ele fosse um médico, ele se considerava um cientista, muito do trabalho de sua vida foi dedicado a explorar áreas tangenciais, incluindo a filosofia oriental e ocidental, a alquimia, a astrologia e a sociologia, bem como a literatura e as artes. 

CAMPOS DE ATUAÇÃO

O campo da psicologia engloba tanto a pesquisa, através do qual aprendemos coisas fundamentais sobre o comportamento humano e animal, como a prática, através da qual o conhecimento é aplicado para ajudar a resolver problemas e promover o desenvolvimento humano saudável. 

 Em cada um dos subcampos dessa ciência há psicólogos que trabalham principalmente como pesquisadores. De fato, uma das características mais originais e importantes da psicologia é o seu acoplamento da teoria e da prática, o que estimula o avanço contínuo dessa ciência. 

Dentre os diversos campos de atuação temos a psicologia clínica que avalia e trata os transtornos mentais, emocionais e comportamentais

O amplo objeto de estudo da psicologia engloba, desde crises de curto prazo, como dificuldades decorrentes da rebeldia adolescente, até as mais graves doenças crônicas, como a esquizofrenia. 

Alguns psicólogos clínicos tratam problemas específicos, exclusivamente, como fobias ou depressão clínica, traumas, etc. Outros se concentram em populações específicas, como por exemplo: jovens, minorias étnicas e os idosos. Eles também consultam sobre os problemas físicos que têm subjacentes, causas psicológicas.

Psicólogos cognitivos e perceptivos estudam a percepção humana, pensamento e memória. Além disso,estudam o raciocínio, julgamento e tomada de decisão. Eles frequentemente colaboram com neurocientistas comportamentais, na compreensão das bases biológicas da percepção ou cognição. Também dão importantes contribuições a pesquisadores de outras áreas da psicologia, para entender melhor os vieses cognitivos no pensamento das pessoas com depressão, por exemplo.  Os psicólogos cognitivos estão interessados em responder questões como: 

 - Como é que a mente representa a realidade? 
 - Como as pessoas aprendem? 
 - Como as pessoas entendem e produzem a linguagem? 

Temos também os psicólogos de aconselhamento, que ajudam as pessoas a reconhecer suas forças e recursos para lidar com seus problemas. Os psicólogos de aconselhamento ajudam as pessoas a compreender e agir sobre problemas de carreira e trabalho. Eles prestam atenção a como os problemas e as pessoas diferem entre as fases da vida. Eles acreditam que o comportamento é afetado por diversos fatores, incluindo qualidades individuais (por exemplo, psicológica, física ou fatores espirituais) e no contexto social (por exemplo, grupos, família, sociedade etc.). 

Outro campo de atuação é a psicologia do desenvolvimento. Os psicólogos do desenvolvimento estudam o desenvolvimento psicológico do ser humano que ocorre durante toda a vida. Até recentemente, o foco principal era sobre a infância e adolescência, os anos mais formativos. Mas, como a expectativa de vida, atualmente se aproxima de 80 anos de idade, os psicólogos do desenvolvimento estão cada vez mais interessados em envelhecimento, especialmente em pesquisa e desenvolvimento de maneiras de ajudar pessoas idosas a recuperarem sua autonomia. 

Na educação, os psicólogos educacionais concentram-se na maneira como o ensino e a aprendizagem ocorrem. Eles consideram uma variedade de fatores, tais como habilidades humanas, a motivação dos alunos, os efeitos sobre a sala de aula, a diversidade de raça, cultura, etnia e etc. 

Nas áreas exatas, temos os psicólogos de engenharia, que realizam pesquisas sobre como as pessoas trabalham melhor com as máquinas. Por exemplo: 

- Como um computador pode ser projetado para evitar fadiga e/ou tensão ocular?
 - Ou como o arranjo de uma linha de montagem torna a produção mais eficiente? 
- O que é uma carga de trabalho razoável? 

A maioria dos psicólogos de engenharia trabalha na indústria, mas alguns são empregados pelo governo, particularmente o Departamento de Defesa. Eles são conhecidos como especialistas em fatores humanos.

 Também temos os psicólogos evolucionistas, eles estudam como os princípios evolutivos, tais como mutação, adaptação e pensamento, influenciam no sentimento e comportamento humano. 
Psicólogos evolucionistas estão particularmente interessados em paradoxos e problemas de evolução. 

Os psicólogos experimentais, por sua vez, estão interessados em uma ampla gama de fenômenos psicológicos, incluindo os processos cognitivos, a psicologia comparativa (comparações entre espécies), a aprendizagem e o condicionamento. Os psicólogos experimentais estudam os animais humanos e não humanos, tanto no que diz respeito às suas capacidades para detectar o que está acontecendo em um determinado ambiente como para adquirir e manter as respostas ao que está acontecendo ao seu redor.  Os psicólogos experimentais trabalham com o método empírico (através da coleta de dados) e da manipulação de variáveis como uma forma de entender certos fenômenos e para promover o avanço do conhecimento científico. 

A psicologia forense, da qual trataremos mais adiante, aplica os princípios psicológicos nas questões legais. Sua especialização é muitas vezes voltada ao tribunal. Eles podem, por exemplo, ajudar um juiz decidir qual dos pais deve ter a guarda de uma criança ou mesmo, avaliar a competência mental de um réu para ser julgado. Os psicólogos forenses também realizam pesquisas sobre o comportamento do júri ou da testemunha. Alguns psicólogos forenses são treinados em psicologia, contudo com um foco voltado à lei. 

Os psicólogos especializados em saúde estudam como lidar com pacientes com doenças graves. Eles também desenvolvem estratégias de cuidados de saúde que promovam o bem-estar físico e emocional. Eles educam profissionais de saúde, a respeito dos problemas psicológicos que surgem a partir da dor e do estresse causados por uma doença. Psicólogos da saúde também investigam questões que afetam um grande segmento da sociedade, e desenvolvem e implementam programas para lidar com esses problemas. Exemplos dos temas abordados são: 
- a gravidez na adolescência; 
- abuso de drogas; 
- comportamentos sexuais de risco; 
- tabagismo;
- Falta de exercício e á alimentação. 

Outro setor que demanda os serviços desse profissional é o setor industrial. Os psicólogos industriais ou organizacionais aplicam princípios psicológicos e métodos de pesquisa no local de trabalho, com intuito de melhorar a produtividade e a qualidade de vida no trabalho. Muitos servem como especialistas em Recursos Humanos, ajudando as organizações com pessoal, treinamento e desenvolvimento dos funcionários. E outros trabalham como consultores de gestão em áreas como planejamento estratégico, gestão da qualidade, e lidam com a mudança organizacional. 

 Os neuropsicólogos exploram as relações entre os sistemas cerebrais e o comportamento. Por exemplo, neuropsicólogos podem estudar a forma como o cérebro cria e armazena memórias, ou como várias doenças e lesões do cérebro afetam a emoção, percepção e comportamento. Os neuropsicólogos clínicos avaliam e tratam as pessoas. E com o aumento dramático no número de sobreviventes de lesões cerebrais traumáticos ao longo dos últimos 30 anos, neuropsicólogos estão trabalhando com equipes de saúde para ajudar pessoas com lesões cerebrais a retomarem uma vida produtiva.

Também temos os psicólogos quantitativos que desenvolvem novos métodos para a realização de análise, outros criam estratégias de pesquisa para avaliar o efeito dos programas sociais e educacionais e de tratamento psicológico. Eles desenvolvem e avaliam modelos matemáticos para testes psicológicos. Também propõem métodos para avaliar a qualidade e a equidade dos testes aplicados. 

Psicólogos de reabilitação, em seu turno, trabalham com acidente vascular cerebral e acidente de vítimas, pessoas com retardo mental, e pacientes com deficiências de desenvolvimento causadas por problemas como a paralisia cerebral, epilepsia e autismo. Eles ajudam os clientes se adaptarem a sua situação, frequentemente trabalhando com outros profissionais de saúde. Também estão envolvidos em programas de saúde pública para prevenir a deficiência, incluindo aquelas causadas por violência e/ou abuso de substâncias químicas. Em casos extraordinários, eles podem depor em tribunal como peritos sobre as causas e efeitos da deficiência e necessidades de uma pessoa em processo de reabilitação. 

Psicólogos escolares trabalham diretamente com as entidades públicas e privadas. Eles avaliam e aconselham os estudantes, consultam os pais e funcionários da escola, e realizam intervenções comportamentais quando apropriado.

 Os psicólogos sociais, por sua vez, estudam como a vida mental de uma pessoa e seu comportamento são moldados pelas interações com outras pessoas e com o ambiente. Eles estão interessados em todos os aspectos das relações interpessoais, incluindo individuais e influências do grupo, e procuram maneiras de melhorar essas interações. Os psicólogos sociais são encontrados em uma variedade de seguimentos, observe: 
 - em instituições acadêmicas (onde se ensina a realizar pesquisas);
 - em agências de publicidade (onde estudam as atitudes e preferências dos consumidores);
 - em empresas e agências governamentais (onde eles ajudam com uma variedade de problemas em termos de organização e gestão). 

Por fim, temos a psicologia em favor do esporte. Psicólogos do esporte ajudam os atletas a refinar o seu foco em metas de competição e tornarem-se mais motivados, bem como aprender a lidar com a ansiedade e com o medo do fracasso, que muitas vezes acompanham o atleta em uma competição. 

Como vemos, há uma diversidade de áreas de trabalho disponíveis para este profissional. O campo de trabalho está crescendo, cabe a você, aprofundar seu conhecimento em uma área específica e buscar novos campos de atuação. 


INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA CLÍNICA

A psicologia clínica é uma integração da teoria e da prática, da ciência e do conhecimento clínico com a finalidade de compreender, prevenir e aliviar o sofrimento psicológico ou disfunção, promovendo o bem-estar e desenvolvimento pessoal. A psicologia clínica é o ramo da psicologia preocupado com a avaliação e tratamento da doença mental, bem como comportamento anormal e problemas psiquiátricos

Os psicólogos clínicos são  considerados especialistas na prestação de psicoterapia, testes psicológicos, e no diagnóstico de doenças mentais. Eles geralmente treinam dentro de três teorias fundamentais:

Perspectiva humanista: Essa abordagem de psicologia clínica cresceu a partir da obra de pensadores humanistas, tais como Abraham Maslow e Carl Rogers. Esta perspectiva olha para o paciente de forma mais holística e é focada em coisas como autorrealização, ajudando as pessoas a atingirem seu potencial pleno. 

Perspectiva cognitiva comportamental: Essa abordagem de psicologia clínica foi desenvolvida a partir das escolas comportamentais e cognitivas de pensamento. A terapia cognitivo-comportamental muitas vezes tem o foco na mudança de pensamentos e comportamentos que contribuem para diminuir o sofrimento psicológico. 

Abordagem da Psicodinâmica: Esta perspectiva surgiu do trabalho do psicanalista Sigmund Freud, que acreditava que a mente inconsciente desempenhava um papel importante em nosso comportamento. Os psicólogos que utilizam essa perspectiva podem usar técnicas como a livre associação para investigar a consciência subjacente e motivações inconscientes do paciente. 


ALGUNS TRABALHOS REALIZADOS PELO PSICÓLOGO CLÍNICO, INCLUI:

- Avaliação e diagnóstico de distúrbios psicológicos; 
- Tratamento de distúrbios psicológicos; 
- Oferecer testemunho em definições legais; 
- No ensino; 
- Na realização de pesquisas; 
- No tratamento de drogas e álcool; 
- Na criação de programas de prevenção.

Se você gosta de trabalhar com pessoas e é capaz de lidar com o estresse e conflito, a psicologia clínica pode ser uma excelente escolha. 

REFERÊNCIAS
Cursos online SP do Brasil. Curso Psicologia Clínica/60 horas. Disponível em:http://www.cursosonlinesp.com.br/product_downloads/a/curso_de_psicologia_clinica_sp__76407.pdf . Acessado em 25/04/2019.

quarta-feira, 3 de abril de 2019

História do SUS no Brasil

A Saúde abrange diferentes setores como: economia ( bens e serviços), hospitais (consultórios, laboratórios, centros de saúde, serviços de saúde e realizam ações de saúde), ações individuais e coletivas.

"Entende-se o modo pelo qual as sociedades identificam problemas e necessidades de saúde, influências econômicas, políticas e culturais. Assim, cada sociedade organiza o seu sistema de saúde de acordo com as suas crenças e valores, sob a influência de determinantes sociais." (PAIM,2009)

O que é o Sistema de Saúde?

Conjunto de AGÊNCIA e AGENTES que tem como principal objetivo assegurar a saúde das pessoas e da população.

  • Agência são instituições e empresas públicas ou privadas, governamentais ou não que visam promover, proteger, recuperar e reabilitar a saúde individual e coletiva. 
  • Agentes são os profissionais e trabalhadores de saúde.
O Sistema de Saúde se divide em:
  • Assistencialista (1920) - Atende quem não pode comprar nenhum serviço de saúde. São pessoas em situação de pobreza, com condição financeira e plano de saúde descobertos. O Estado tem restrições na intervenção à saúde de idosos e pessoas de baixa renda.
  • Seguro Social (1930) - Estado é meritocrático, seguro universal de saúde garantido a toda  população. Para acessar os serviços de saúde, contribuem para a previdência social. Têm  condição financeira para garantir atendimento particular.
  • Seguridade Social (1988), garante o direito à saúde pelo princípio da cidadania universal, concedido a toda população. A saúde é financiada pela sociedade através do pagamento de impostos e contribuições, conforme Constituição de 1988.
Evolução histórica do Sistema de Saúde no Brasil:

Brasil-Colônia (1530--sec XVII)
  • Colônia de Portugal, Capitanias Hereditárias. OS serviços de saúde era prestados pelo cirurgião mor do exército. Saneamento e profilaxia das doenças epidêmicas. Higiene controlada pelas autoridades locais. A população solicitava médicos. Em 1534 surge a Santa Casa.  Os pobres dependiam da caridade cristã. Militares pertenciam as famílias ricas. Em 1828 a responsabilidade da saúde pública passa a ser municipal. Os portos passam a ser inspecionados com relação à saúde; Inspetoria geral de higiene surge em 1822 e 1889, abrangendo as escolas, crianças e adolescentes nos trabalhos.
  • Brasil-Império o Sistema de Saúde era rudimentar, centralizado, incapaz de conter as epidemias e garantis assistência sem discriminação.
  • Brasil-República (1889-1929) política café com leite, surge o Estado liberal com foco no individual e na iniciativa privada. Ações de saúde púbica a assistência medico hospitalar, campanhas sanitárias e Reforma dos Órgãos Federais. Início da Pervidência Social no Brasil (segunda década do séc. XX)  - CAPs, trabalhadores vinculados às caixas recebem assistência médica. A saúde passa a ser uma questão social de interesse da sociedade e do poder público.
  • Brasil-República Velha -  Surge o Departamento Nacional de Saúde Pública, política Carlos Chagas, Estrutura dos serviços de saúde nas zonas rurais, Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Emílio Ribas como códigos sanitários. Ações pontuais de doenças específicas e formação do Ministério da Saúde.
O Sistema de Saúde se distribui por três viés:
  • Saúde Pública - 1930 surge o Ministério da Educação e Saúde. Em 1953 passa a ser Ministério da Saúde. Combate certas doenças e presta serviços específicos e centralizados, além de promover ações para prevenção, ambiente e coletividade.
  • Medicina do Trabalhador - Com a Industrialização a saúde do trabalhador passou a ser olhada. Surgem os CAPs, Caixas de aposentadoria e pensões, que dá acesso a assistência médica.  ministério do Trabalho, 1930, preocupação com saúde ocupacional e promover ações curativas e individuais.
  • Medicina Previdenciária-  IAPs Institutos de Aposentadorias e Pensão. EM 1966 surge o INPS - Instituto Nacional de Previdência Social. promove ações coletivas e individuais.
Sistema de Saúde em crise:

Descoordenado, inadequado, ineficiente, insuficiente, mal distribuído, ineficaz,  e com isso, passa a se pensar na Reforma Sanitária, a partir de 1970, motivada pelos movimentos sociais, democratização do país, políticas públicas, luta contra a ditadura e modelo de privatização da saúde.

Reforma Sanitária de 1980:

Novos Direitos garantidos a todos indistintamente. O Conselho de saúde atua como mediador da saúde. Consolida a cidadania no País. Ocorre a exclusão da maioria dos cidadãos À saúde com a criação  o INPS que servia aos trabalhadores. Direitos foram institucionalizados e as políticas públicas efetivas. A Saúde ganha um capítulo na Constituição de 1988 com as Leis 8.080 e 8.142 com a criação do SUS, propondo uma saúde como direito de todo cidadão. Ações preventivas e curativas propostas pelo sistema único e descentralização da gestão.

Medicina Social

Antes de se falar em saúde coletiva, é importante o entendimento de alguns conceitos:

Doença seria a alteração biológica do estado de saúde de um ser, manifestada pelo conjunto de sintomas, perceptíveis ou não; enfermidade, mal, moléstia; alteração do estado de espírito ou do ânimo de um ser.

Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença (OMS), cujos principais determinantes são:
  • Ambiente social
  • Ambiente econômico
  • Ambiente físico
  • Características do comportamento de cada indivíduo.
A Saúde abrange os aspectos físicos, sociais e psicológicos de um indivíduo.

Na Antiguidade a medicina  interpretava as doenças como as forças do mal, e os tratamentos eram de feitiçaria, exorcismo e cirurgias primitivas.

Na Idade Média, a Igreja soberana, retorna ao misticismo e passa a controlar a prática da medicina.

Na Renascença, séc. XV, inicia-se os estudos da anatomia e a prática médica, o que levou a dissecar humanos, marco do estudo oficial da anatomia. Nesse período René Descartes associava o corpo humano como uma máquina, e admitia a dicotomia mente e corpo.

Pós-renascença, surge a teoria anatômica da doença, com avanços tecnológicos e uso do microscópio.

Século XIX surge a Teoria celular da doença, com Louis Pasteur que trás a vacina contra a raiva, Teoria dos germes da doença (vírus e bactérias). Medicina Moderna.

Surge o modelo biomédico, onde a doença é tida como ação de um vírus, bactérias ou algum agente patogênico que invade o corpo. Há uma visão reducionista da doença, e do paciente. Mente é separada do corpo e a saúde se define como ausência de doença.

Medicina Psicossomática, não tem identificação biológica, mas trata-se de conflitos psicológicos, conforme Sigmund Freud. Surgem os diagnósticos e tratamento de patologias físicas causadas por processos deficientes da mente. Teoria reducionista, abrangendo apenas os aspectos psicológicos.

Medicina comportamental, do Behaviorismo de Watson, Thorndike e Skinner, com a Teoria do comportamento observável e a Teoria da Aprendizagem. Essa medicina integra a ciência do comportamento e a biomédica com o objetivo de promover a saúde e tratar as doenças.

Medicina Social, proposta por Foucoult, na Idade Média, é individualista e possui aspecto coletivo discreto. NO capitalismo do século XVIII e XIX, sai do individual para o coletivo, socializando o corpo/objeto,no que diz respeito a força de produção e de trabalho. 

Na Alemanha a Política Médica parte da observação mais completa da morbidade, mais do que a simples relação entre morte e nascimento, surgindo o processo de normatização da prática e do saber médico. A atividade médica passa a ser administrada e organizada, funcionários médicos são nomeados com responsabilidades sobre determinadas regiões, surgindo a Medicina Social do Estado.

NA França, fim do séc. XVIII a Medicina Social surge com a Urbanização, razão econômica motivada pelas relações comerciais, e razões políticas devido a classe operário que se mobilidade, ocasionando o medo urbano.

A Medicina Urbana tem como objetivos analisar as regiões amontoadas, confusões e perigos, controla a circulação de pessoas, coisas e água. Se organizam  com as distribuições e sequências. A Medicina passa a ser de propriedade privada, chamada Medicina Social Urbanista.

Na Inglaterra, séc XIX a Medicina dos pobres, operários e da força de trabalho, acontece no contexto da revolução francesa, das revoltas políticas, da expansão da indústria que dispensa os serviços prestados pela população. Surge a Cólera 1832, que faz separar o espaço de ricos e de pobres nas cidades.

Com a Revolução Industrial, surgem os proletários, trabalhadores que precisavam estar bem para trabalhar. Com isso, é permitida a assistência médica aos pobres, não para proteger o pobre, mas para proteção das classes ricas; Lei dos pobres, implica em controle médico. Era uma Medicina assistencial, onde as vacinas eram administradas compulsoriamente para impedir as epidemias. A Medicina privada era para quem tinha poder aquisitivo. Quem não tinha, usava a Medicina Social Assistencialista.

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Teoria da Personalidade segundo Sigmund Freud


PERSONALIDADE

O estudo da personalidade: principais conceitos na perspectiva histórica e contemporânea. Fatores determinantes da personalidade: Biológicos e socioculturais. Estrutura, dinâmica e desenvolvimento da personalidade nas diversas abordagens.

PERSONALIDADE E PERSPECTIVA PSICODINÂMICA

Nossa personalidade é o nosso padrão característico de pensar, sentir e agir.

Duas perspectivas históricas, passaram a fazer parte do legado cultural para estudo da personalidade:

·       Perspectiva Humanista – focou nas capacidades internas de crescimento e autorrealização na qual quanto mais o ego (o que penso que sou) se aproxima do self( o que de fato sou) mais autorrealizados, serei.

·       Perspectiva Psicanalítia de Freud.

Surgem então, teóricos posteriores que trouxeram:

·       A perspectiva  do traço  - examina padrões característicos de comportamento (traços).
As perspectivas social-cognitivas, exploram a interação entre os traços das pessoas (incluindo seus pensamentos) e seu contexto social.



PERSPECTIVA PSICANALÍTICA DE SIGMUND FREUD (1856-1939)

 Propôs que a sexualidade e as motivações inconscientes na infância influenciam a personalidade.
o   A perspectiva psicodinâmica de Freud, encara a personalidade como um foco no inconsciente e na importância das experiências na infância, ou seja, encara o comportamento humano como uma interação dinâmica entre a mente consciente e a mente inconsciente, incluindo motivos e conflitos associados.

o   Foi o primeiro a concentrar atenção clínica no inconsciente.

o   Inconsciente segundo ele, é um reservatório de pensamentos, desejos, sentimentos e memórias inaceitáveis, na maioria dos casos. Psicólogos contemporâneos definem o inconsciente como processamento de informações sobre as quais não temos consciência.

o   Associação livre em psicanálise, é um método de explorar o inconsciente em que a pessoa relaxa e diz o que lhe vem a mente, por mais trivial e constrangedor que seja.

o   Ideia de Freud sobre a estrutura da mente consiste em dizer que a mente está escondida  por baixo da superfície consciente, e que o Id é totalmente inconsciente, mas o Ego e o superego, operam consciente e inconscientemente, porém, Id, Ego e Superego(ideias internalizadas), interagem entre si.
o   Para ele, a personalidade se forma nos primeiros anos de vida, na qual a criança passa por uma série de fases psicossexuais.

 As fazes psicossexuais de Freud são:
Fase
Foco
Oral ( 0-18 meses)

Centros de prazer na boca-sugar, morder, mastigar
Anal (18-36 meses)
O prazer se concentra na eliminação pelo intestino e bexiga; lidar com a necessidade de controle.
Fálica ( 3-6 anos)
A zona de prazer está nos genitais: lidar com os sentimentos de prazer incestuosos.
Latência (6 à puberdade)
Uma fase de sentimentos sexuais dormentes
Genital ( da puberdade em diante)
Maturação do interesse sexual.

ESTRUTURA TRIPARTITE DA PERSONALIDADE SEGUNDO FREUD

A personalidade humana, incluindo emoções e seus esforços, origina-se de um conflito entre moção,(impulse) e restrição, ou seja, entre nossos impulsos biológicos agressivos em busca do prazer e nossos controles sociais internalizados sobre nossos impulsos. Logo, acreditava que a PERSONALIDADE era o resultado de nossos esforços em resolver esse conflito básico, a fim de expressas esses impulsos de modo a produzir satisfação sem trazer também culpa e punição.

·       Id (energia totalmente inconsciente)

Id contém um reservatório de energia psíquica inconsciente que, de acordo com Freud luta para satisfazer os impulsos básicos, sexuais e agressivos básicos. O Id opera com base no princípio dos prazeres, exigindo gratificação imediata. Pessoas dominadas pelo Id geralmente fazem uso de tabaco, álcool, drogas, etc.
As energias que buscam satisfazer o Id, concentram-se, segundo Freud, nas zonas erógenas distintas, as quais Freud chamou de fases psicossexuais no desenvolvimento infantil que são: oral, anal, fálica, latência e genital.

·       Ego (parte executiva e, principalmente consciente, mas as vezes inconsciente, é ele que harmoniza o Id e o Superego).

Opera com base no princípio da realidade. Na medida em que a criança se desenvolve, a criança aprende a enfrentar o mundo real. O ego operando sobre o princípio da realidade, busca satisfazer os impulsos do Id, de maneiras realistas que trarão prazer a longo prazo, ao invés da dor. O ego contém nossas percepções, nossos pensamentos, nossos julgamentos e nossas memórias parcialmente conscientes. O ego considera não só o real, mas também, o ideal.

·       Superego ( Pré-consciente, está fora da consciência, mas é acessível a ela)

Se concentra somente em como a pessoa deve se comportar. Luta pela perfeição, julgando ações e produzindo sentimentos positivos de orgulho ou sentimentos negativos de culpa. Representa ideais internalizados e fornece padrões para julgamento e futuras aspirações.

Suas demandas quase sempre são opostas as demandas do Id, o Ego luta para conciliar os dois.

Termos usados por Freud na perspectiva psicanalítica:

IDENTIFICAÇÃO – as crianças incorporam os valores dos pais no desenvolvimento do superego.

FIXAÇÃO – foco constante de energia em busca do prazer em uma fase psicossexual anterior, na qual os conflitos não foram resolvidos.

MECANISMOS DE DEFESA – métodos de proteção do ego que reduzem a angústia distorcendo inconscientemente a realidade. O ego se protege com mecanismos de defesa.

RECALQUE na perspectiva psicanalítica, o mecanismo de defesa básico, que tira da consciência pensamentos, sentimentos e memórias que geram angústia.


EFERÊNCIAS
MYERS, D.G. DEWALL, C.N. Psicologia11ª edição. Editora LTC. Rio Grande do Sul. 2017.

A Psicologia e a Personalidade


PERSONALIDADE: UM CONCEITO CONTROVERTIDO

·       Senso comum- define-se personalidade a partir de um conjunto de características observadas, verificando-se uma tendência à valoração da personalidade enquanto boa ou má. A Psicologia não valoração da personalidade enquanto boa ou má.

·       Personalidade, refere-se ao modo relativamente constante e peculiar de perceber, pensar, sentir e agir do indivíduo; inclui habilidades, atitudes, crenças, emoções, desejos, modos de comportar-se, e aspectos físicos do indivíduo. O indivíduo é analisado integralmente.

·       Na observação da personalidade o que interessa é o indivíduo que percebe, que aprende e como esses processos se relacionam entre si e com todos.

·       O Estudo da personalidade deve ser compreendido nos:

o   Aspectos da psicologia geral – o que há de comum entre todos as pessoas, independente de fatores culturais, grupais ou circunstanciais.
o   Aspectos da psicologia individual – abrange a individualidade do indivíduo.

ESTRUTURA E CONTEÚDO DA PERSONALIDADE
Só é possível compreender a personalidade considerando a relação indissociada entre estrutura e conteúdo.
·       A estrutura da personalidade é a base que organiza e une entre si as diferentes condutas e disposições do indivíduo. Para a psicanálise essa estrutura se forma entre 4 ou 5 anos. Para Piaget essa estrutura se forma entre 8 e 12 anos. Admite-se, portanto, que cada criança tem uma quantidade de energia vital, maior ou menor, que vai dar a tonalidade de seu comportamento. Ex.: calmo e agitado.

·       Os conteúdos, desta estrutura da personalidade estão relacionados com as vivências concretas do indivíduo no seu meio social, cultural, religioso, etc.  

·       A interioridade ou intimidade do indivíduo expressa-se, de modo mais ou menos transparente, nos seus comportamentos e no seu modo de estar no mundo, bem como esta subjetividade.

CARÁTER, TEMPERAMENTO E TRAÇO
Na abordagem da personalidade, alguns termos são empregados frequentemente com vários significados, inclusive no senso comum. Alguns destes termos são: caráter, temperamento e traço de personalidade.
CARÁTER
·       é um termo que os teóricos preferem não usar, devido à diversidade de usos existentes, inclusive no senso comum, para designar os aspectos morais dos indivíduos. Eventualmente, podemos encontrá-lo na referência a reações afetivas, ou, mais comumente, para designar aquilo que diferencia a marca pessoal de alguém. Abrange aspectos biofísicos e psicológicos do indivíduo. Vai se estruturando ao longo da vida, de forma gradativa, e por isso mesmo, não se manifesta de forma definitiva na infância, e sofre influências dos fatores ambientais, culturais, educacionais, etc.
Os Traços do Caráter são:
o   Grau de sensibilidade moral - consciência ou senso moral. Tem origem cultura e é historicamente condicionada.
o   Grau de abertura para o mundo exterior – capacidade de comunicação, integração e relacionamento com o mundo exterior. Características da extroversão/ introversão.
o   Grau de autoestima – compreende a estruturação da identidade do EU. Dela depende: sustentação dos papéis familiares e sociais, capacidade de autonomia individual. Base da autoestima (autoimagem, amor próprio e autoconsciência) Inferioridade X Superioridade.
o   Força do imaginário – avaliação da fantasia e capacidade imaginativa e criativa do indivíduo, fonte do pensamento e criação.
o   Antinomia otimismo e pessimismo – capacidade de enfrentar os obstáculos do cotidiano com humor. Implica uma concepção de vida moral, filosófica, existencial e social.
o   Antinomia dominação e submissão – estilo preferido de um indivíduo em suas relações interpessoais e na vida social.
o   Equilíbrio masculinidade e feminilidade – consideração do papel sexual e as diferenças psicológicas e sociais estimuladas pelo ambiente entre os sexos.

 Segundo Freud, o caráter de um homem é formado pelas pessoas que escolheu conviver.

TEMPERAMENTO
É outro desses termos usados em vários sentidos. Ele deve ser entendido como uma alusão aos aspectos da hereditariedade e da constituição fisiológica que interferem no ritmo individual, no grau de vitalidade ou emotividade do indivíduo.

·       TRAÇO DE PERSONALIDADE

o   Refere-se a uma característica duradoura do indivíduo.  Ex.: ser reservado, ser bem-humorado, ser expansivo, etc.
o   Representa a peculiaridade e intensidade individual dos afetos psíquicos e da estrutura dominante do humor e motivação.
o   Disposição inata e particular de cada pessoa, pronta para reagir aos estímulos ambientais.
o   Maneira de ser e agir da pessoa geneticamente determinado(transmitido de pais para filhos, logo não é aprendido nem pode ser educado), devendo ser entendido como uma combinação de caracteres físicos e funcionais.

o   Os traços são inferidos a partir do comportamento, podendo ser:
§  Mais centrais – aqueles em torno dos quais o conjunto das demais características ou traços se organizam.
§  Mais periféricos – aqueles comuns num grupo social, como por exemplo: persistência, agressividade.

TEMPERAMENTO & PERSONALIDADE

TEMPERAMENTO
PERSONALIDADE
É biologicamente determinado
Produto do ambiente social
Características temperamentais podem ser identificadas já cedo
É moldada durante os períodos do desenvolvimento infantil.
Nos animais podemos identificar apenas traços de temperamento.
É prerrogativa dos seres humanos.
Apresenta aspectos estilísticos.
Apresenta aspectos do comportamento.
Se refere à função biológica
Se refere à função integrativa do comportamento humano


TEORIAS DA PERSONALIDADE: DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS

Existem inúmeras teorias da personalidade. Estas teorias enfatizam aspectos diferentes.
o   A Psicanálise enfatiza aspectos psicossexuais.
o   Teoria Rogeriana, (Carls Roger), enfatiza a necessidade fundamental de autorrealização.
o   Teoria behaviorista (Skinner) enfatiza a aprendizagem e, praticamente, substitui a teoria de personalidade por uma teoria de aprendizagem em que os aspectos duradouros do comportamento do indivíduo são os hábitos.

Alguns princípios que norteiam a abordagem da personalidade:

1. Os determinantes inconscientes do comportamento, Freud e seus seguidores enfatizam o inconsciente como núcleo fundamental da teoria e da conduta na vida cotidiana e não só na patologia.

2. Determinismo consciente do comportamento, alguns teóricos rejeitam, explicitamente; a determinação inconsciente do comportamento, como K. Lewin e G. Àllport. Eles desenvolveram a psicologia da consciência.

Conceber a personalidade e, portanto, o homem como produto do determinismo ambiental ou do determinismo psíquico é outra questão importante. Alguns teóricos, adeptos da teoria S-R, como HulI, Dollard e Miller, supõem que, quando o indivíduo nasce, a mente humana é uma “tábula rasa” que só vai adquirindo estrutura e conteúdo pela estimulação do meio, pelas inúmeras situações de aprendizagem que compõem o cotidiano e a vida inteira. O homem é pensado como passivo e reativo.
Segundo esta teoria, é na compreensão do ambiente e neste mundo exterior ao indivíduo que se deve buscar a causa do comportamento, da resposta, enquanto reação a estímulos ambientais. A personalidade, portanto, é um conjunto de hábitos e comportamentos adquiridos a partir de condicionamentos na infância e outras formas de aprendizagem que vão reforçando alguns hábitos, substituindo outros. E o determinismo ambiental.

Em oposição a estes teóricos, estão aqueles que não fazem qualquer referência ao processo de aprendizagem, como Jung e Rogers. Estes, assim como Freud, colocam o indivíduo como fonte de seus atos. A natureza do homem é ativa. Ele é dotado de impulsos, instintos, motivações, necessidades, desejos conscientes ou inconscientes, bem como de uma energia vital ou sexual que determinam seu modo de ser. E o determinismo psíquico.
Existe uma tendência geral dos estudiosos da personalidade em considerar a hereditariedade e a base biológica do organismo como relevantes:
Os teóricos que enfatizam a aprendizagem afirmam que o ambiente atua, inicialmente, sobre uma base biológica, o organismo.
A Psicanálise afirma que a base inata dos instintos se transforma em pulsões. Sheldon é um dos teóricos que mais radicaliza a importância deste fator, no sentido de “reduzir” os aspectos da personalidade às características genéticas. Este autor sustenta que há uma estrutura biológica que determina o desenvolvimento físico e a modelagem de comportamento. Suas pesquisas tentam comprovar que existe uma correlação entre tipo físico e tipo psicológico. Por exemplo, a correlação entre o tipo mesomorfo (tipo físico atlético) e a postura de dominação e agressividade na sua relação com os outros.

O contexto sociocultural é considerado por poucas teorias como influenciador da formação e do desenvolvimento da personalidade. Acatam a importância de se compreender a personalidade como produto de condições culturais, dependendo das oportunidades que a sociedade oferece.

As diferentes teorias são diferentes recortes de um mesmo homem, que pensa, sente, age, se autoconhece e se transforma. Não há ainda uma teoria que englobe todos os conhecimentos acumulados nesta área de estudo e supere esta diversidade.

A TEORIA DE ERICH FROMM

Fornece uma ideia geral de um corpo sistematizado de conhecimentos nesta área, a partir das ideias principais de um dos estudiosos da personalidade.

Natural da Alemanha, Erich Fromm (1900-1980) concluiu os estudos de Psicologia, Sociologia e Filosofia em seu país, tendo se radicado nos Estados Unidos, em 1933. Sua formação teórica foi em Psicanálise e é considerado um culturalista, porque de fendia enfaticamente que os aspectos culturais, sociais e políticos são determinantes das possibilidades de realização humana e, portanto, da estruturação da personalidade.

Este autor postula a existência de cinco necessidades específicas que se originam das condições da existência humana:

• A necessidade de relacionamento: o homem sente-se só e isolado porque se separou da Natureza e dos outros homens. Ele, ao contrário dos animais, perdeu suas ligações de interdependência com a Natureza e, portanto, como homem isolado, não está instrumentado para enfrentar todas as condições da Natureza. Nesse sentido, necessita de relações humanas que assegurem o cuida do mútuo, a compreensão.
• A necessidade de transcendência: refere-se à necessidade humana de superar sua natureza animal, de poder realizar sua capacidade de raciocinar, imaginar, criar. O bloqueio dessa necessidade leva o homem a ser destruidor. Nesse sentido, o amor e o ódio são respostas à necessidade que o homem tem de superar sua natureza animal.
• A necessidade de segurança: diz respeito ao seu desejo de ser parte integrante do mundo e ter certeza quanto ao pertencimento a algum grupo. Esta necessidade é plenamente satisfeita, na criança pequena, pela relação gratificante com a mãe. A satisfação e a felicidade estão relacionadas à solidariedade e fraternidade que sente dos outros.
• A necessidade de identidade: o homem deseja ter sua própria marca, sua individualidade, ser original e diferente como indivíduo. A possibilidade de realizar seu potencial criador, leva-o a desenvolver sua própria identidade no mundo. Quando é impedido disto, acaba por reproduzir o comportamento de outra pessoa ou grupo.
• A necessidade de orientação: o homem necessita de um quadro de referências para pautar sua conduta, para ter um modo consistente e estável de perceber e compreender o mundo e a si próprio.

As manifestações específicas dessas necessidades e o modo como o homem as realiza são determinadas pelas condições sociais objetivas em que ele vive.

A personalidade de cada um desenvolve-se de acordo com as “oportunidades” e condições que a sociedade oferece. Se a sociedade faz exigências contrárias à própria natureza humana — por exemplo, não lhe fornecendo as condições de se desenvolver enquanto espírito criador ou quanto a sua necessidade de segurança — frustra e determina a alienação de sua condição humana. A intensidade e constância dessas condições adversas de vida podem levar o homem à conduta antissocial, à loucura ou a outros processos de autodestruição.

Neste sentido, Fromm afirma que a sociedade está doente, se não consegue satisfazer as necessidades básicas do homem. Por outro lado, quando o homem se adapta às exigências interiores, podemos falar em ajustamento do indivíduo.

Um dos temas principais abordados por Fromm é o da solidão humana. A separação do homem de outros homens e da Natureza tem-se intensificado ao longo dos anos.

Características de uma personalidade autoritária:
o   Imposição
o   Acentuada moralidade, dos valores e comportamentos
o   Excessivo controle e negação dos próprios impulsos
o   Tendência para dirigir e explorar pessoas.
o   Rigidez dos processos de pensamentos.
o   Tratamento disciplinar severo
o   Etc.