Jung começa a se observar desde garoto, vivenciou diversos problemas familiares,e tinha um comportamento sempre de isolamento, ficando entre os seus próprios pensamentos, criando jogos imaginários nos quais jogava com ele mesmo.
Nesse contato com seus próprios pensamentos, onde dava vazão a sentimentos de estranha obscuridade, surge o insight , por onde os alquimistas projetam o conteúdo da própria psique (inconsciente), com os quais estão trabalhando.
Com isso, Jung pode experimentar a si mesmo, como composto de duas personalidades, a número um - em que era uma filho comum, que ia a escola - e a número dois - era mais velho, distante da sociedade humana, próximo da natureza e dos animais, de seus sonhos e de Deus. Quando se tornou psiquiatra, já com maior entendimento, Jung percebeu que as duas personalidades estavam presentes em todos os seres humanos e passou a chamá-las de: eu(ego) e si-mesmo (self), e que é a partir do jogo mútuo entre essas duas personalidades, ego e self, se constituiria na dinâmica central do desenvolvimento da personalidade.
EU/EGO - SUJEITO DA CONSCIÊNCIA
- Complexo de representações que constitui para o indivíduo, o centro de seu campo de consciência, aquilo com o que se identifica: complexo do eu ou complexo do ego. Tudo que está relacionado ao eu/ego é parte de meu consciente.
SI-MESMO/SELF - SUJEITO DO MEU TODO: CONSCIENTE E INCONSCIENTE.
- Dentro do SI-MESMO está o EU/EGO. Nele aparecem as fantasias do inconsciente, daquilo que caracteriza uma "personalidade superior" ou "ideal".
Heráclito de Éfeso (540 a.C. / 470 a.C) era seu filósofo predileto, conhecido como o "Obscuro", rompia os padrões tradicionais da sociedade grega - pensador do "tudo flui" e do fogo, que seria elemento do qual deriva tudo que nos circunda. Jung se inspira em Heráclito, na doutrina da harmonia dos contrários, a qual afirma que nós somos e não somos, pois, para sermos aquilo que somos, em determinado momento devemos não ser mais aquilo que éramos no momento anterior.
Tudo é uma contínua passagem de um contrário a outro: coisas frias se aquecem, coisas quentes esfriam, o vivo morre, mas daquilo que está morto renasce outra vida jovem, e assim por diante, portanto, a guerra entre os opostos se revela essencial, mantendo o fluxo continuo e permanente como uma lei do universo.
Jung defendia a análise do paciente a partir de uma VISÃO HOLÍSTICA, analisando-o integralmente, evitando a generalização dos métodos utilizados.
Jung frequentou e gravou as sessões espíritas de sua prima, para buscar o embasamento para a sua tese. Ficou impressionado como os espíritos pareciam reais para ela, que podia ver, tocar e falar com eles, naturalmente, como se fossem pessoas. Jung chegou à conclusão de que o Espírito com o qual sua prima falava, era a personalidade adulta e madura que se desenvolvi no inconsciente de sua prima.
Depois disso, Jung montou um laboratório experimental para teste de associação de palavras, para diagnóstico psiquiátrico, criado por Francis Galton.. No teste, o médico lê para o paciente uma série de palavras, sendo que cada palavra lida, o paciente deverá responder com a primeira palavra que vier à mente. O médico registra a resposta e o tempo de resposta, em segundos. Depois de todas as palavras, repete-se o experimento com as mesmas palavras e o paciente deverá responder com base nas respostas lidas anteriormente. O médico reúne todas as respostas atrasadas. Entre elas, poderia detectar um aglomerado de ideias afins, comumente associadas na mente do individuo a algo não agradável ou alguma ideia perturbadora, que chamou de complexo emocionalmente carregado de representações.
Jung dava muita atenção aos pacientes com Esquizofrenia, prestando atenção em tudo o que falavam. Os delírios, alucinações e gestos dos pacientes tinham muito significados psicológicos.
Acreditava que as crianças tinham grande capacidade de compensar em suas próprias vidas os fracassos dos pais. Por isso, demonstrava coragem espiritual e rigor intelectual, resistindo ao dogma sempre que o encontrava.
Grande parte da influência da Psicologia Analítica de Jung veio da Medicina, da Teologia, da Filosofia e do Espiritualismo, defendidos pelos seus avós paternos e maternos. teve como fonte de inspiração para a elaboração de seus pensamentos as obras de Heráclito, Pitágoras e Platão.
Jung dizia que a PSIQUE HUMANA tem NATUREZA RELIGIOSA, portanto, se debruçou sobre o estuda da ciência da religião.
A fundamentação teórica da Psicologia Analítica surge a partir da tese de doutorado de Jung, onde o verdadeiro trabalho do desenvolvimento da personalidade ocorre em nível inconsciente, no qual as personalidades ou complexos existentes na psique, se manifestam através de SONHOS, ALUCINAÇÕES e TRANSES.
Jung dizia que a PSIQUE HUMANA tem NATUREZA RELIGIOSA, portanto, se debruçou sobre o estuda da ciência da religião.
A fundamentação teórica da Psicologia Analítica surge a partir da tese de doutorado de Jung, onde o verdadeiro trabalho do desenvolvimento da personalidade ocorre em nível inconsciente, no qual as personalidades ou complexos existentes na psique, se manifestam através de SONHOS, ALUCINAÇÕES e TRANSES.
A partir desse contexto, Jung cria a técnica terapêutica (imaginação ativa) e o conceito teológico (individuação) cujo objetivo é:
- o desenvolvimento pessoal
- a inteireza
- tornar-se uma pessoa tão completa quanto as circunstâncias pessoais permitirem.
A Teoria analítica é uma teoria da personalidade desenvolvida a partir de 1914, exatamente após o rompimento de Carl Jung com Sigmund Freud. seus grande PILARES são:
- Inconsciente coletivo
- Sincronicidade
- Individuação
INCONSCIENTE COLETIVO
Jung confirmou a existência do inconsciente coletivo a partir dos estudos de delírios e alucinações de pacientes esquizofrênicos. Identificou que essas manifestações haviam símbolos e imagens que apareciam em mitos e contos de fada. Ao observar diferentes sociedades no mundo, observou que elas compartilhavam dos mesmos símbolos havia milhares de anos. Com isso, concluiu que os seres humanos carregavam em si uma parte que não se apoia nas experiencias individuais, o que chamou de inconsciente coletivo, baseado nas predisposições do psiquismo e composto de memórias herdadas. E que o inconsciente individual estaria sobre uma camada do inconsciente coletivo.
Para Jung a criança nasce pronta para perceber padrões, arquétipos e símbolos. Além disso, acreditava que o inconsciente coletivo era expresso por meio de arquétipos.
SINCRONICIDADE
Fenômeno de coincidência significativa, no qual coincide no tempo, dois ou mais eventos causalmente desvinculados, mas semelhantes e de mesmo significado. Isso ocorre, por exemplo, quando sonhamos com a morte de um parente ou amigo, próximo a nós ou não, e na mesma noite a pessoa morre.
A sincronicidade também pode ocorrer de forma atemporal, em eventos energéticos casuais. É bastante reveladora e necessita de uma compreensão espontânea, sem a busca de um raciocínio, necessariamente lógico, a qual Jung chamou de "insights".
INDIVIDUAÇÃO
A individuação é a realização do Si-mesmo, do self. Considerada o processo central do desenvolvimento humano, no qual o indivíduo é capaz de integrar os opostos dentro de si, confrontar os vários aspectos sombrios, reconhecendo-os e despindo-se da persona e das imagens primordiais.
Para Jung os SONHOS são forças naturais que auxiliam o ser humano no processo de individuação. A teoria do self também encontra respaldo também na teoria dos arquétipos criada por Jung.
O Si-mesmo busca a realização no âmbito espiritual da arte e da religião, assim como no íntimo da alma, podendo ser experimentado como a manifestação de seu interior.
A individuação busca estimular o indivíduo a desenvolver condições para despertar o melhor de si e do outro, o tempo todo, tirando-lhe do isolamento e estimulando o outro a compreender em uma convivência coletiva maior e mais saudável, se mantendo mais perto da totalidade, porém, mantendo sua individualidade. Busca aproximar o mundo do indivíduo através do autoconhecimento, como meio de promover as quebras de padrões comportamentais que atrapalham o processo de individuação.
Não é uma conquista fácil, já que as pessoas encontram muita dificuldade em sair de suas zonas de conforto para encarar novos desafios, novas realidade e encontrar seu desenvolvimento, devido a necessidade de enfrentar seus medos, seus receios e fantasmas pessoais. Esse enfrentamento depende da participação do Eu/EGO já que o Ego promove a motivação, o querer sentir-se motivado a se transformar. Contudo, o EGO pode seguir em sentido contrário, dependendo de como o sujeito lida com a dor da transformação. Para Jung o complexo do EGO advém do Si-mesmo no decorrer do desenvolvimento da infância, pois o ego em si é o centro da consciência, que nos faz sentir que ainda somos a mesma pessoa de quando éramos crianças.
PSICOLOGIA ANALÍTICA E RELIGIÃO
Importante distinguir religião e religiosidade. Religião pode ser descrita como um conjunto de crenças e filosofias que são seguidas por uma grande massa de pessoas, conforme seus ensinamentos, doutrinas, dogmas, costumes. Religiosidade se aproxima mais da espiritualidade, e está mais relacionada com o conceito de espírito.
Jung caracterizava a religiosidade pela atitude particular de uma consciência transformada pela experiência do indivíduo acerca de questões sobrenaturais, sagradas, transcendentais, que independe da vontade do sujeito.
Jung acreditava que a religião ajuda a personificar as dimensões mais profundas da psique humana, algo importante para as experiências e para o crescimento humano. Para ele, a religião e a religiosidade são, na verdade, a união da experiência individual com a tradição religiosa. A religião é vista como importante no processo de individuação do sujeito.
Jung nãos e preocupava em explicar quem era Deus, mas se preocupava com a imagem que as pessoas faziam de Deus. Ele acreditava que Deus era apenas, uma função psicológica necessária, de natureza irracional, que nada tem a ver com a existência ou não de Deus. Deus seria um arquétipo, ou seja, um produto do inconsciente coletivo.
Jung acreditava que a direção espiritual, bem intencionada e direcionada, buscava desenvolver o crescimento humano psíquico afetivo dos indivíduos, a partir da vivência da fé. Embora, se saiba que mutias religiões atuais trabalham o arquétipo da sombra em seus seguidores, desconstróem suas personalidades, individualidades e autoestimas, mantendo-os presos aos seus conceitos, dogmas, como medo de punição divina. Portanto, para Jung desenvolver bem a religiosidade promoveria o crescimento espiritual do indivíduo. Para isso, a direção espiritual deveria despertar e incentivar a confiança, impulsionando o melhor dos indivíduos que a seguem.
REFERÊNCIAS
CARL GUSTAV JUNG
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