Transtorno da Fala - Transtorno do Neurodesenvolvimento - Infância


Transtorno do Neurodesenvolvimento
Grupo de condições com início no período do desenvolvimento que se manifestam cedo, em geral quando a criança ingressa na escola, e se caracteriza por déficit no desenvolvimento que acarretam prejuízos no funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional. (DSN-5)
“TRANSTORNO DA FALA”

Fala é a produção expressiva de sons e inclui a articulação, a fluência, a voz e a qualidade da ressonância de um indivíduo.
Os critérios para se chegar a um diagnóstico deve observar os seguintes aspectos:
·       Início dos sintomas ocorrem precocemente na infância.
·       Dificuldade persistente para falar que interfere ou impede a inteligibilidade da comunicação verbal.
·       Ocorre limitações na comunicação eficaz, interferindo na participação social, no sucesso acadêmico ou no desempenho profissional.
·       Não tem relação com as condições congênitas ou adquiridas, como fenda palatina, surdez, perda auditiva, etc.
Características Diagnóstica
Importante compreender que a produção da fala descreve a articulação clara de fonemas, que combinados formam as palavras faladas. Para que isso ocorra, é preciso haver conhecimento fonológico dos sons da fala e a capacidade de coordenar os movimentos articulares da mandíbula, língua e lábios com a respiração e a vocalização da fala.
Crianças com dificuldade de falar podem apresentar diferentes tipos de dificuldades:
·       Reconhecimento fonológico dos sons da fala – Transtorno Fonológico
·       Capacidade de coordenar os movimentos para falar, em variados graus- Transtorno da Articulação.
Um transtorno da fala é diagnosticado quando a produção da fala não ocorre como esperado, de acordo com a idade e o estágio de desenvolvimento da criança, e quando as deficiências não são consequências de prejuízo físico, estrutural, neurológico ou auditivo.
Parâmetro: crianças com desenvolvimento típico, aos 4 anos de idade a fala geral deve ser inteligível; aos 2 anos, somente 50% pode ser passível de compreensão. Aos 7 anos a maior parte dos sons da fala deve ser produzida de maneira clara, e a maioria das palavras, pronunciada com precisão.
Características que devem ser consideradas em apoio ao diagnóstico:
·       História familiar positiva de transtornos da fala
·       Quando a linguagem costuma estar presente.
·       Atraso na aquisição de habilidades que utilizam os articuladores e a musculatura facial relacionada, como mastigação, abrir e fechar a boca, assoar o nariz.
·       Quando tem a coordenação motora prejudicada.
·       Condições Genéticas como Síndrome de Down, por exemplo.
·       Variações normais da fala em virtude de regiões, cultura etnia.
·       Se há deficiência auditiva ou outra deficiência sensorial associada.
·       Déficits estruturais com a fenda palatina.
·       Problemas neurológicos, motores
·       Mutismo seletivo, transtorno de ansiedade caracterizado por ausência de fala.
O tratamento da Apraxia da Fala
A Fonoaudiologia possui diferentes especialidades para diferentes tipos de terapia a depender da formação do profissional. A maior parte das crianças com transtorno da fala responde bem ao tratamento, e as dificuldades de fala melhoram com o tempo. Deve-se observar os seguintes princípios para decidir o tipo de intervenção: seleção dos fonemas e palavras-alvo; prática repetitiva; uso de pistas multissensoriais (visuais, auditivas, cognitivas, proprioceptivas-cinésticas)
Métodos de Tratamentos:
PROMPT (“Prompts for Reestructuring Oral Muscular Phonetic Targets”)
Abordagem multidimensional indicada para os transtornos motores de fala, que abrange, não apenas os aspectos físico-sensoriais do controle motor, mas também os aspectos cognitivo-linguísticos e socioemocionais. Eficaz nas desordens motoras da fala.
DTTC (“Dynamical Temporal and Tactile Cueing”)
Intervenção de tratamento da Apraxia da Fala na infância, no qual o fonoaudiólogo utiliza pistas táteis e visuais, além de outros recursos, ajustando dinamicamente o tempo de execução para obter a correta produção de uma criança. O atendimento e resultados de uma criança com Apraxia é a longo-prazo dependendo da gravidade da Apraxia. Portanto, quanto mais cedo o diagnóstico, melhor. A participação dos pais é essencial, pois esse trabalho deve ser continuado pelos genitores no cotidiano e não apenas nos encontros com a fonoaudióloga, ajudando no tratamento e resultados obtidos.
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