Contribuições das Teorias do Desenvolvimento Humano para a concepção contemporânea da adolescência - Resumo do Artigo


O artigo trata do impacto no desenvolvimento do indivíduo, da família e da sociedade com ênfase nas inter-relações dos recursos individuais e contextuais que promovem as trajetórias de desenvolvimento positivo.
·       Século xv – primeiras tentativas de descrever a adolescência.
·       1980 – Fase reconhecida como crucial no desenvolvimento humano.
·       Século XX – Adolescência torna-se tema constante na Psicologia, como período com um conjunto de fatores interrelacionados, de ordem individual, histórico e cultural.
VISÃO RELACIONAL E CONTEXTUAL
·       estabelecer relações específicas entre os aspectos do indivíduo e de seus contextos de desenvolvimento.
·       Identifica desafios, potencialidades e possibilidade de desenvolvimento reais competências do adolescente.
·       Plasticidades
·       Diversidade social e cultural

NOVAS PREOCUPAÇÕES SOBRE A ADOLESCÊNCIA
·       compreender as influências mútuas entre os fatores individuais e as forças contextuais no curso do desenvolvimento individual
·       Como promover relações entre o indivíduo e seu contexto
·       as diversas possibilidades de trocas dinâmicas entre o adolescente e seus diferentes contextos
·       o  adolescente possa seguir caminhos marcados por oportunidades de saúde e desenvolvimento positivo
HISTPORIA DO ESTUDO CIENTÍFICO DA ADOLESCÊNCIA.
PRIMEIRA FASE – SÉCULOA XX até 1970
·       Realizou-se estudos descritivos e não-teóricos.
·       Hall define a adolescência como um período de transição universal e inevitável, considerando-a como um segundo nascimento. Característica da plasticidade (maleabilidade)
·       Foco na avaliação de modelos teóricos e hipóteses, tentando justificar os processos de desenvolvimento humano influenciados pelos contextos amplos e diversificados.
·       Teorias baseadas na Psicanálise de Freud (1856-1939) que não identificava a adolescência como uma fase distinta, apesar de considera-la crucial, preconizando-a como reservatório de impulsos biológicos básicos, ocorre a reativação, na forma madura e genital, de vários impulsos sexuais e agressivos experimentados pela criança nas fases iniciais do seu desenvolvimento.
·       Os conflitos da puberdade são considerados normais e tem papel adaptativo na busca de novo sentido de personalidade e papel social na adolescência.
·       Teoria Psicossocial de Erik Erikson ( 1968-1976), integra no contexto da adolescência a cultua, a interação entre as dimensões intelectuais, sociocultural, histórica e biológica. Cada estagio do desenvolvimento é marcado por uma crise, e na adolescência pela Crise de Identidade. Que essa crise tendo um desfecho positivo , trará consequências positivas para o desenvolvimento do adolescente.
·       priorizar aspectos socioculturais da adolescência e preconizar que o comportamento do adolescente é moldado, até certo ponto, pelo ambiente social imediato (pais e pares) e pelo ambiente social amplo (cultura).
·       Margaret Mead, relacionam a rebeldia da puberdade (fase universal) contra a autoridade dos pais ao idealismo do jovem, dependendo do estilo de vida e da cultura na qual ele está inserido (Mead, 1928/1979).
·       Alguns modelos reconheciam o caráter fundamental e integrador das influências dos diferentes níveis de organização da ecologia do desenvolvimento humano,

SEGUNDA FASE – a partir de 1970
·       Visão contextualista do adolescentes, com ênfase no indivíduo e o ambiente na sua dinâmica de relações.
·       Desvinculada dos modelos teóricos clássicos.
·       As interações pessoa-contexto passam a ser vistas como um fenômeno do desenvolvimento psicológico
·       Para compreender a adolescência passou a ser necessário investigar os contextos, as propriedades estruturais e funcionais da pessoa e do ambiente, e como eles interagem e produzem constâncias e mudanças no desenvolvimento do indivíduo.
·       cada indivíduo tem seu desenvolvimento delineado por inúmeros fatores reciprocamente interativos, que variam de acordo com o tempo, o contexto e o processo.
·       fatores biológicos e contextuais foram considerados reciprocamente interativos.
·       TEORIA DO CURSO DA VIDA (ELDER, 1996)
o   estágios de vida (infância, adolescência, fase adulta e velhice) nos seus aspectos temporais, contextuais e processuais, como uma das formas de compreender as mudanças que ocorrem no desenvolvimento humano.
o   as mudanças históricas, geográficas e ambientais nos padrões de vida modelam o conteúdo, a forma e o processo do desenvolvimento do indivíduo.
o   os indivíduos adquirem significados próprios do seu contexto histórico e das experiências de outros e, como agentes ativos de mudança, influenciam seu próprio desenvolvimento, fazendo escolhas baseadas nessas experiências.
o   estabelece, ainda, uma interdependência de trajetórias, onde cada trajetória não está restrita a histórias individuais, mas envolvida na dinâmica de caminhos múltiplos e inter-relacionados.
o   cada geração pode tomar decisões e promover eventos no curso de vida das outras, havendo uma interdependência entre vidas
o   postula a articulação de conceitos do desenvolvimento, ultrapassando modelos mais tradicionais e unifuncionais de crescimento e maturação biológica do indivíduo.
o   as trajetórias observadas na mudança intraindividual variam no tempo e no espaço, como consequência dessa plasticidade
·       O MODELO(BIO) ECOLÓGICO DE URIE BRONFENBRENNER (1979/1999)
o   postula que, para compreender o desenvolvimento humano, é preciso incorporar, nas análises, não somente o indivíduo e as suas capacidades perceptuais, motoras ou cognitivas, mas também, as interações e os padrões relacionais que se estabelecem em diferentes contextos, ao longo do tempo.
o   Identifica quatro elementos básicos no entendimento do desenvolvimento humano: o processo e interações recíprocas, a pessoa , o contexto composto pelas atividades, papéis e relações interpessoais e o tempo.
o   o adolescente, como qualquer pessoa, apresenta características próprias - individuais, psicológicas e biológicas - além de uma forma própria de lidar com suas experiências de vida.
o   a família é responsável por conduzir o adolescente à compreensão de conceitos e valores básicos.
o   auxilia a investigação da forma como os adolescentes estão situados em seus contextos específicos, como esses contextos influenciam o curso do seu desenvolvimento e, ao mesmo tempo, como os adolescentes influenciam esses contextos direta ou indiretamente
TENDÊNCIAS ATUAIS: A VISÃO DO DESENVOLVIMENTO POSITIVO
·       Há diversos problemas interrelacionados como: desenvolvimento econômico e tecnológico, ambiente, saúde, pobreza, crime, violência., drogas, abusos, sexo inseguro, fracasso escolar.,
·       Séc. XXI marcado por um contexto de rápidas mudanças ampliando o olhar para questões sociais e aplicação dos resultados na direção do progresso da sociedade.
·       Discurso coletivo passa a ter uma mentalidade mais positiva, mudando o foco da Psicologia, Sociologia, Educação, etc.
·       nova perspectiva tem origem não só dos modelos dinâmicos do comportamento e desenvolvimento humanos, da compreensão da plasticidade e da importância das relações entre indivíduos e contextos ecológicos do mundo real; mas também, das intervenções feitas nas comunidades.
·       a visão positiva preconiza que tanto os jovens são fontes de recursos e forças internas a serem desenvolvidos, como todas as famílias, escolas e comunidades têm ‘nutrientes’ que, alinhados, podem promover o ‘florescimento’ saudável desses jovens (Benson, 2003; Lerner et al., 2009).
A ideia segue na perspectiva de compreensão de que a adolescência tende a se caracterizar por um período de conflitos, alterações constantes de humor e comportamentos de risco, identificando aí o adolescente doente, que precisa de um olhar mais criterioso, e não uma visão de adolescentes saudável. A adolescência pode ser compreendida tendo como base a noção de que um mesmo resultado em desenvolvimento pode ser alcançado por diferentes meios e em contextos relativamente diferentes. Daí a necessidade de olhar os contextos sociais nos quais o jovem vive, para compreender e promover o desenvolvimento positivo desse jovem.
 Fonte: Contribuições das Teorias do Desenvolvimento Humano para a concepção contemporânea da adolescência. Silvia Senna, Maria Dessen


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