O termo “autismo” foi utilizado pela primeira vez, em 1906 pelo psiquiatra Plouller, para descrever o isolamento frequente em alguns de seus pacientes.
Em 1944, o pediatra alemão Hans Asperger desenvolveu uma tese, na qual expõe um conjunto de sinais semelhantes aos descritos por Kanner em crianças na idade de três anos. “Parece que para o sucesso da ciência e da arte, um traço de autismo é essencial. (ARPERGER,1944)
O Dia Mundial da Conscientização do Autismo foi criado com a finalidade de chamar atenção para a inclusão social das pessoas portadoras do espectro.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) mais de 70 milhões de pessoas no mundo, possuem TEA – Transtorno do Espectro Autista.
No Brasil, também é comemorado o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo, instituído pela Lei 13.652, de 2018, aprovada pelo Congresso Nacional Brasileiro. (ALVES; ASSUNÇÃO, 2020)
Há três níveis de intensidade no Autismo:
Trata-se do nível mais suave, no qual a criança apresenta sintomas leves ou sutis e que não afetam tanto o desenvolvimento escolar, o trabalho na vida adulta e as relações interpessoais. Não necessita de tanto apoio, mas apenas de auxílio. (GAIATO, 2016)
Nesse grupo, o autista necessita de maior apoio, com psicoterapia para trabalhar habilidades psicossociais e redução do estereótipo, além da fonoaudiologia para trabalhar a linguagem da criança. (GAIATO, 2016)
Esse nível representa a condição mais crítica do autismo, no qual a pessoa depende muito do auxílio para realizar suas tarefas, necessitando alguém em tempo integral para auxiliá-lo. Vale ressaltar que as estereotipias e o prejuízo da linguagem são muito grandes. (GAIATO, 2016)
A fisiopatologia do Autismo se ocupa das funções anormais ou patológicas do organismo do indivíduo, sendo necessário compreender como essas alterações influenciam o funcionamento normal do mesmo, bem como, determinam as características clínicas que compõe o TEA. Entretanto é importante ressaltar que o autista não apresenta anomalias físicas não sendo possível identifica-lo pela sua aparência. (AUTISMO..., 2019, pg. 9).
Atualmente o Autismo é descrito por dois principais esquemas, o Manual de Diagnóstico Estatístico (DSM-IV) da Associação Americana de Psiquiatria, e a Classificação Internacional de Doenças (CID-10) da Organização Mundial de Saúde. Ambos classificam o Autismo como um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento (TID). (SIQUEIRA et al, 2016).
A neurocientista Dra. Patrícia Braga (2019) explica que dentre a diversidade de características que torna cada autista singular, há algumas características que todo autista apresenta: |
Dificuldade de comunicação, em que a criança pode não conseguir falar ou apresentar um atraso na aquisição da fala; dificuldade de sustentar uma conversa.
Pode ainda ter dificuldade em reconhecer emoções, alegria e tristeza através da face; Dificuldade de comunicação não verbal; reciprocidade afetiva prejudicada.
Dificuldade de interação social e interesses, em que a criança apresenta dificuldade de ter e manter um relacionamento de amizade; isolamento.
Comportamentos restritos ou estereotipados ou repetitivos, que estabelecem um padrão restrito e repetitivo de interesses e de atividades, podendo passar horas em apenas uma atividade. Podem usar sempre uma mesma roupa, abanar as mãos ou verbalizar algo e repetir por diversas vezes. (AUTISMO..., 2019, pg. 9). Essas características e outras variam de acordo com o nível do autismo.
Moraes (2014) apud Siqueira at al (2016), descreve as principais alterações no cérebro autista. Siqueira et al (2016), relacionou os sintomas clínicos observados no Transtorno Autista com as áreas cerebrais afetas. Segundo ela, o cérebro autista apresenta falha de comunicação entre os neurônios, dificultando o processamento de informações, apresentando como principais alterações:
Gadia et al, 2014 apud Siqueira et al, 2016, apresenta três critérios diagnósticos para o TEA, em conformidade com o DSM:
1) Déficits qualitativos na interação social, manifestados por: Dificuldades marcadas no uso de comunicação não-verbal; Falhas do desenvolvimento de 229 relações interpessoais apropriadas no nível de desenvolvimento; Falha em procurar, espontaneamente, compartir interesses ou atividades prazerosas com outros; Falta de reciprocidade social ou emocional.
2) Déficits qualitativos de comunicação, manifestados por: Falta ou atraso do desenvolvimento da linguagem, não compensada por outros meios (apontar, usar mímica); Déficit marcado na habilidade de iniciar ou manter conversação em indivíduos com linguagem adequada; Uso estereotipado, repetitivo ou idiossincrático de linguagem; Inabilidade de participar de brincadeiras de faz-de-conta ou imaginativas de forma variada e espontânea para o seu nível de desenvolvimento.
3) Padrões de comportamento, atividades e interesses restritos e estereotipados: Preocupação excessiva, em termos de intensidade ou de foco, com interesses restritos e estereotipados; Aderência inflexível a rotinas ou rituais; Maneirismos motores repetitivos e estereotipados; Preocupação persistente com partes de objetos
Tratamento
Segundo Bosa (2006) apud Siqueira et al (2016), para tratar crianças pequenas com autismo deve-se priorizar a terapia da fala, o estímulo na interação social e linguagem e a educação espacial. Já adolescentes autistas, “os alvos seriam os grupos de habilidades sociais, terapia ocupacional e sexualidade.” (Bosa, 2006). Na fase adulta do autista, o foco ´deve ser as questões de opções de moradia e a tutela.
Barlotti (2007);Wernicke (2000) apud Siqueira et al (2016), afirmam que a estimulação precoce pode ser entendida como um conjunto de ações que visam proporcionar experiências sensoriais, motoras, cognitivas, sociais e afetivas, em crianças com algum atraso ou fatores de risco que poderão prejudicar o percurso normal do desenvolvimento, nos seus primeiros anos de vida. Dessa forma o terapeuta desenvolve de forma lúdica variados significados.
O tratamento medicamentoso tem a finalidade de reduzir sintomas de agitação, agressividade e irritabilidade muito presentes no autista. Sintomas estes que impedem que o indivíduo esteja inserido em programas de estimulação e educacionais
Nenhum comentário:
Postar um comentário