Principais acontecimentos e obras que marcaram a sua evolução.

  •   surgiram essencialmente como uma resposta ao problema assistencial colocado pela massa cada vez maior de população consultante
  • necessidade de implementar técnicas breves para atender a demandas específicas.
  • As terapias de curto prazo, individuais e grupais, permitiram ampliar a assistência psiquiátrica
  • Menor custo atribuído às psicoterapias breves
"Os objetivos terapêuticos deveríam, então, centrar-se na superação de sintomas e incidentes agudos ou situações perturbadoras atuais, que se apresentam como prioritárias por sua urgência e/ou importância."

A denominação "psicoterapia breve"...

  • breve para o terapeuta mas nem sempre é breve para o paciente.
  • possuem tempo limitado, denotando brevidade
  • Outras denominações:
    • psicoterapias de tempo limitado
    • psicoterapias de objetivos limitados, basicamente interpretativa ou de insight, que deve ser empregada em indivíduos com capacidade egóica suficiente para serem tratados por meio dela.
    • psicoterapia breve de orientação psicanalítica
Principais acontecimentos e obras que marcaram a evolução da terapêutica breve de orientação psicanlista:
  • os primeiros tratamentos efetuados pelo próprio Freud na etapa pré-analítica e no começo da analítica eram, de certo modo, terapias breves, pois duravam só alguns meses.
  • Freud se achava empenhado, inícialmente, em buscar curas rápidas, a princípio dirigidas para a solução de determinados conflitos e sintomas1
  • Casos clínicos tratados por freud com psicoterapia breve:
    • Freud atendeu a Gustav Mahler, com resultados satisfatórios, durante algo mais de... quatro horas, a maior parte das quais transcorreram enquanto ambos passeavam por Leyden
    •  o do Homem dos ratos, que conseguiu bons resultados, e cujo histórico clínico foi publicado em 1909 (5), durou tão-somente 11 meses, tornando longos o tratamento.
    • 1914: no histórico clinico do Homem dos lobos, redigido em 1914 e editado em 1918 (7j, Freud disse que fixou pela primeira vez uma data para o término da análise, numa tentativa de acelerar o desenvolvimento do processo terapêutico2. 
    • 1916: Ferenczi menciona, pela primeira vez, a necessidade de uma psicoterapia breve, sendo repreendido por Freud (13 )3. 
    • 1918: em uma conferência pronunciada em Budapeste e editada no ano seguinte (“Os caminhos da terapia psicanalítica” [8]), Freud propõe uma psicoterapia de base psicanalítica para responder à necessidade assistencial da população, e sugere que se combinem os recursos terapêuticos da análise com outros métodos. Tal proposta é de importância decisiva para fundamentar, posteriormente, a configuração de uma terapia breve de orientação psicanalítica. 
    • 1920-1925: S. Ferenczi e O. Rank realizam tentativas para abreviar a cura psicanalítica. Escrevem conjuntamente um livro, no qual abordam o tema (3), recebendo duras críticas de Freud. 
    • Ferenczi propõe o chamado “método ativo”, que logo abandonará. 
    • Rank, por sua vez, defende a possibilidade de um tratamento analítico breve baseado na tentativa de superar, em poucos meses de análise, o trauma do nascimento, que considera o nódulo da neurose. 
    • 1937: em “Análise terminável e interminável”, Freud assinala que as tentativas de abreviar a duração da análise que consome muito tempo não requerem justificação “e se baseiam em imperativas considerações de razão e de conveniência”
    • Em várias passagens desse artigo sublinhará que o encurtamento da duração da análise é um fato desejável. Mas também fustigará as tentativas que Rank efetuara nessa direção desde 1924, baseadas em sua concepção a respeito do trauma de nascimento. O mesmo fará em relação a Ferenczi.
    • 1941: o Instituto de Psicanálise de Chicago organiza um congresso nacional sobre psicoterapia breve. Aumenta o interesse pelo tema nos Estados Unidos.
    • "1946: aparece Psychoanalytic Therapy (Ronald Press, Nova York), de F. Alexander e T. French e colaboradores do Instituto de Psicanálise de Chicago, obra que inicia uma nova e decisiva etapa no campo das técnicas breves"
      • recolocam a necessidade de abreviar o tratamento analítico e de efetuar terapias breves com uma compreensão psicanalítica. 
      • Incluem conceitos sobre planejamento da psicoterapia, flexibilidade do terapeuta, manejo da relação transferenciai e do ambiente, utilidade de ressaltar a realidade externa e eficácia do contato breve
    • "1965: aparece Short-Term Psychotherapy, obra compilada por L. Wolberg (Grune and Stratton, Inc., Nova York), que contém trabalhos de Avnet, Masserman, Hoch, Rado, Alexander, L. Wolberg, Kalinowsky, Wolf, Harrower e A. Wolberg. Sobressai o de L. Wolberg, a respeito da técnica da psicoterapia breve"
    • "1971: em TheBriefer Psychotherapies (Brunner Mazel, Inc., Nova York), Small realiza uma extensa compilação das idéias de numerosos autores sobre o tema"
Alexander e French...
  • adicionaram certas variações à psicanálise clássica, como frequência variável das consultas, orientações para o dia-a-dia e utilização de experiências cotidianas.
  •  introduziram a 'Experiência Emocional Corretiva', ideia pela qual defendem a importância de uma experiência emocional nova que corrija a vivência traumática.
Malan...
  • trouxe  a terapia focal praticada na Tavistock Clinic, em Londres.
  • enfatiza a postura face a face, o cuidado com o término da sessão e a avaliação imediata do conflito principal além do número limitado de sessões
  • sua pesquisa demonstrou que são possíveis mudanças duradouras mesmo em pacientes com graves problemas de personalidade
Sinfneos...
  • com base na teoria psicanalítica, indica a ‘Psicoterapia Breve Provocadora de Ansiedade’ para pacientes com problemática edípica.
Gilliéron...
  • adiciona a teoria sistêmica, devido à relevância do fator interpessoal para a Psicoterapia Breve.
  • acreditava que a relação com o outro estaria fundamentada em uma imagem que o sujeito tem de si mesmo.
  • aponta passos como diagnóstico de personalidade relacionado com a problemática, intervenção precoce, elaboração da interpretação inicial nas outras sessões e decisão sobre a continuidade

Psicoterapia breve na Argentina
  • 1967: tem lugar o Colóquio Acta 1967: Investigações sobre psicoterapia breve
  • Empregam-se tratamentos de duração limitada com base psicanalítica, mas a atividade é desorganizada e confusa 
  • 1970: aparece o primeiro livro de autor argentino, exclusivamente consagrado ao tema: Psicoterapia breve, de H. Kesselman, com prólogo de J. Bleger
    • utilizando o esquema referencial de Pichon-Rivière aborda, entre outros aspectos, o planejamento e as técnicas de mobilização, e assinala algumas características essenciais das interpretações a serem utilizadas no trabalho terapêutico
  • 1973: publica-se Teoria y técnica de psicoterapias, de H. J. Fiorini
    • amplo e valioso estudo sobre o tema, no qual se destacam especialmente o capítulo referente à primeira entrevista em psicoterapia breve e o que oferece um modelo teórico do foco terapêutico
    • trabalha com a 'Psicoterapia do Esclarecimento', com base na teoria psicanalítica, mas diferindo dela primordialmente pela postura docente do terapeuta.
    • Ressalta uma intervenção de rápida duração com um trabalho cognitivo que fortalece outras áreas fora das problemáticas
  • 1975: Psicoanálisisypsicoterapia breve en la adolescência*, de J. C. Kusnetzoff
    • aborda, em sua segunda parte, o tema da psicoterapia individual e grupai breve do adolescente
  • 1980: em nosso meio atualmente é indiscutível a necessidade de se recorrer a psicoterapias menos custosas que a análise, tanto em tempo como em dinheiro, a fim de responder à demanda de um número cada vez maior de indivíduos. 
Referências:
BRAIER, Eduardo Alberto. Psicoterapia Breve de Orientação Psicanalítica. Martins Fontes. São Paulo, 2000.












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