Nascida da espuma do mar, Afrodite é a deusa
do desejo amoroso. Nas teias do amor enreda
homens, animais e até mesmo os deuses. Ela
mesma sentiu na pele a que ponto a paixão poderia
incendiar alguém de amor.
Casada com Hesfesto, Afrodite mantinha uma
relação com Ares, o deus da guerra.O Sol viu os
amantes e denunciou o caso ao marido traído.
Hefesto decidiu se vingar dos dois: com sua arte
hábil e divina, criou uma rede finíssima, de fios
invisíveis a olho nu e a colocou ao redor do leito em
que os dois amantes costumavam deitar. Fingiu partir
em viagem.
Afrodite e Ares dormiram juntos mais uma vez.
Mas de repente a rede os envolveu, e todos os seus
esforços para escapar da armadilha foram inúteis.
Então chegou Hefesto, furioso, e gritou para os
outros deuses do Olimpo:
— Ó Pai Zeus, e vós, deuses bem-aventurados!
Vinde ver de que forma ridícula Afrodite, filha de
Zeus, tem me enganado. Troca a mim, que sou coxo,
por Ares, que é belo, mas só pensa em guerras
terríveis.
Os deuses se divertiram com aquela cena...
Afeição especial teve Afrodite por Adônis, uma
bela criança. Quando se tornou adolescente, a deusa Ártemis fez com que um
javali furioso o matasse.
Inconsolada, Afrodite pediu
ajuda ao pai Zeus, que
transformou o corpo do
rapaz numa flor — a
anêmona.
Assim, durante
quatro meses por ano, na
primavera, Adônis renasce
para viver ao lado de
Afrodite; passada a estação,
a flor murcha e morre para
só reaparecer na primavera seguinte. Mas houve
quem dissesse que de cada gota de sangue derramada
por Adônis nasceu uma anêmona; de cada lágrima de
Afrodite, uma rosa...
Eros, ou Cupido, era filho da deusa. De traços
delicados e angelicais, sorriso encantador, na
verdade Eros era uma criança travessa e muitas
vezes terrível para com os seres humanos. De seu
arco saíam setas que feriam de amor; e esse menino ainda lançava tochas que consumiam de paixão os
atingidos. Com suas asas, estava sempre indo pra cá
e pra lá, fazendo travessuras, distribuindo sem dó
feridas de amor que ardiam no peito dos mortais.
Mas até os deuses eram suas vítimas, e a própria mãe
mais de uma vez foi ferida.
Diz-se que quando
Afrodite se apaixonou por Adônis, a ferida de amor
aconteceu no momento em que Cupido lhe dava um
beijo: por descuido, a ponta de uma das setas que o
menino sempre carregava atingiu o peito da mãe. E a
ferida era mais profunda do que pareceu à primeira
vista.
Pardais e pombas eram aves consagradas a Afrodite; as rosas e o mirto, suas plantas prediletas.
Ártemis era irmã de Apolo, e levava sempre um
arco, como o irmão. Permaneceu sempre virgem,
recusando os dons de Afrodite.
Deusa das florestas,
gostava de caçar. Sua vingança era terrível. Um dia
Ártemis se banhava nua numa fonte quando foi
surpreendida pelo jovem Actéon, que caçava por ali
com uma matilha de cinqüenta cães. A deusa, furiosa,
jogou água em seu rosto. Apavorado, o jovem saiu
correndo em fuga precipitada. Seu corpo parecia
ligeiro, suas pernas velozes como nunca. Espantado
com a rapidez de sua corrida, parou para mirar-se no
espelho das águas de um lago... e qual não foi seu
choque ao perceber que a deusa o transformara num
cervo! Quis falar, nenhuma voz saiu. Lágrimas
escorreram por um rosto que já não era o seu. E eis
que de repente seus cães, não reconhecendo o dono,
precipitaram-se sobre Actéon, contentes com aquela
presa. Ele desejava gritar:
“— Eu sou Actéon!
Reconheçam seu dono!” , mas as palavras traíam a
intenção.
A cólera de Ártemis só se satisfez quando o rapaz
morreu devorado pelos cinqüenta cães que lhe eram
tão afeiçoados.
A corça e o javali eram animais consagrados à
deusa.
Uma das sete maravilhas do mundo era o templo
de Ártemis na cidade de Éfeso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário