1. CONCEITUAÇÃO E CARACTERÍSTICAS
O artigo é a apresentação sintética, em forma de relatório escrito, dos
resultados de investigações ou estudos realizados a respeito de uma questão.
O objetivo fundamental de um artigo é o de ser um meio rápido e sucinto de divulgar e
tornar conhecidos, através de sua publicação em periódicos especializados, a dúvida
investigada, o referencial teórico utilizado (as teorias que serviam de base para orientar a pesquisa), a metodologia empregada, os resultados alcançados e as principais
dificuldades encontradas no processo de investigação ou na análise de uma questão.
Assim, os problemas abordados nos artigos podem ser os mais diversos: podem fazer parte quer de questões que historicamente são polemizadas, quer de problemas
teóricos ou práticos novos.
2. ESTRUTURA DO ARTIGO
O artigo possui a seguinte estrutura:
1.Título
2. Autor (es)
3. Epígrafe (facultativa)
4. Resumo e Abstract
5. Palavras-chave;
6. Conteúdo (Introdução, desenvolvimento textual e conclusão),
7. Referências.
2.1- TÍTULO:
Deve compreender os conceitos-chave que o tema encerra, e ser numerado
para indicar, em nota de rodapé, a finalidade do mesmo.
2.2- AUTOR (ES):
O autor do artigo deve vir indicado do centro para a margem direita. Caso haja
mais de um autor, os mesmos deverão vir em ordem alfabética, ou se houver titulações diferentes deverão seguir a ordem da maior para a menor titulação. Os dados
da titulação de cada um serão indicados em nota de rodapé através de numeração
ordinal.
2. 3- EPÍGRAFE
É um elemento facultativo, que expressa um pensamento referente ao conteúdo central do artigo.
2.4- RESUMO
Texto, com uma quantidade predeterminada de palavras, onde se expõe o objetivo do artigo, a metodologia utilizada para solucionar o problema e os resultados
alcançados.
2.5- PALAVRAS-CHAVE:
São palavras características do tema que servem para indexar o artigo, até 6
palavras.
2. 6- CORPO DO ARTIGO:
1. INTRODUÇÃO:
O objetivo da Introdução é situar o leitor no contexto do tema pesquisado, oferecendo uma visão global do estudo realizado, esclarecendo as delimitações estabelecidas na abordagem do assunto, os objetivos e as justificativas que levaram o autor
a tal investigação para, em seguida, apontar as questões de pesquisa para as quais
buscará as respostas. Deve-se, ainda, destacar a Metodologia utilizada no trabalho.
Em suma: apresenta e delimita a dúvida investigada (problema de estudo - o quê), os
objetivos (para que serviu o estudo) e a metodologia utilizada no estudo (como).
2. DESENVOLVIMENTO E DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS:
Nesta parte do artigo, o autor deve fazer uma exposição e uma discussão das
teorias que foram utilizadas para entender e esclarecer o problema, apresentando-as e relacionando-as com a dúvida investigada.
Neste aspecto, ao constar uma Revisão de Literatura, o objetivo é de desenvolver a respeito das contribuições teóricas a respeito do assunto abordado.
O corpo do artigo pode ser dividido em itens necessários que possam desenvolver a pesquisa. É importante expor os argumentos de forma explicativa ou demonstrativa, através de proposições desenvolvidas na pesquisa, onde o autor demonstra,
assim, ter conhecimento da literatura básica, do assunto, onde é necessário analisar
as informações publicadas sobre o tema até o momento da redação final do trabalho,
demonstrando teoricamente o objeto de seu estudo e a necessidade ou oportunidade
da pesquisa que realizou.
Quando o artigo inclui a pesquisa descritiva apresentam-se os resultados desenvolvidos na coleta dos dados através das entrevistas, observações, questionários,
entre outras técnicas.
3. CONCLUSÃO
Após a análise e discussões dos resultados, são apresentadas as conclusões e as descobertas do texto, evidenciando com clareza e objetividade as deduções extraídas dos resultados obtidos ou apontadas ao longo da discussão do assunto. Neste momento são relacionadas às diversas idéias desenvolvidas ao longo do
trabalho, num processo de síntese dos principais resultados, com os comentários do
autor e as contribuições trazidas pela pesquisa.
Cabe, ainda, lembrar que a conclusão é um fechamento do trabalho estudado, respondendo às hipóteses enunciadas e aos objetivos do estudo, apresentados na Introdução, onde não se permite que nesta seção sejam incluídos dados novos,
que já não tenham sido apresentados anteriormente.
4. REFERÊNCIAS:
Referências são um conjunto de elementos que permitem a identificação, no todo ou em parte, de documentos impressos ou registrados em diferentes
tipos de materiais. As publicações devem ter sido mencionadas no texto do trabalho
e devem obedecer as Normas da ABNT 6023/2000. Trata-se de uma listagem dos livros, artigos e outros elementos de autores efetivamente utilizados e referenciados ao longo do artigo.
5. LINGUAGEM DO ARTIGO:
Tendo em vista que o artigo se caracteriza por ser um trabalho extremamente
sucinto, exige-se que tenha algumas qualidades: linguagem correta e precisa, coerência na argumentação, clareza na exposição das idéias, objetividade, concisão e
fidelidade às fontes citadas. Para que essas qualidades se manifestem é necessário,
principalmente, que o autor tenha um certo conhecimento a respeito do que está escrevendo.
Quanto à linguagem científica é importante que sejam analisados os seguintes
procedimentos no artigo científico:
- Objetividade: a linguagem objetiva deve afastar as expressões: “eu penso”, “eu
acho”, “parece-me” que dão margem a interpretações simplórias e sem valor
científico;
- Estilo científico: a linguagem científica é informativa, de ordem racional, firmada em dados concretos, onde pode-se apresentar argumentos de ordem subjetiva, porém dentro de um ponto de vista científico;
- Vocabulário técnico: a linguagem científica serve-se do vocabulário comum,
utilizado com clareza e precisão, mas cada ramo da ciência possui uma terminologia técnica própria que deve ser observada;
- A correção gramatical é indispensável, onde se deve procurar relatar a pesquisa com frases curtas, evitando muitas orações subordinadas, intercaladas com
parênteses, num único período. O uso de parágrafos deve ser dosado na medida
necessária para articular o raciocínio: toda vez que se dá um passo a mais no
desenvolvimento do raciocínio, muda-se o parágrafo.
- Os recursos ilustrativos como gráficos estatísticos, desenhos, tabelas são considerados como figuras e devem ser criteriosamente distribuídos no texto, tendo
suas fontes citadas em notas de rodapé. (PÁDUA, 1996, p. 82).
Para a redação ser bem concisa e clara, não se deve seguir o ritmo comum do nosso pensamento, que geralmente se baseia na associação livre de idéias
e imagens. Assim, ao explanar as idéias de modo coerente, se fazem necessários
cortes e adições de palavras ou frases. A estrutura da redação assemelha-se a um
esqueleto, constituído de vértebras interligadas entre si. O parágrafo é a unidade que
se desenvolve uma ideia central que se encontra ligada às idéias secundárias devido
ao mesmo sentido. Deste modo, quando se muda de assunto, muda-se de parágrafo.
4. NORMAS DE APRESENTAÇÃO GRÁFICA DO ARTIGO
4. 1 PAPEL, FORMATO E IMPRESSÃO
De acordo com a ABNT “o projeto gráfico é de responsabilidade do autor do
trabalho”. (ABNT, 2002, p. 5, grifo nosso).
Segundo a NBR 14724, o texto deve ser digitado no anverso da folha, utilizando-se papel de boa qualidade, formato A4, formato A4 (210 x 297 mm), e impresso na
cor preta, com exceção das ilustrações.
Utiliza-se a fonte tamanho 12 para o texto (no caso do Seminário Local Conexões de Saberes - UFRGS, solicita-se o uso da fonte Times New Roman); e menor
para as citações longas, notas de rodapé, paginação e legendas das ilustrações e
tabelas. Não se deve usar, para efeito de alinhamento, barras ou outros sinais, na
margem lateral do texto.
4.2 MARGENS
As margens são formadas pela distribuição do próprio texto, no modo justificado, dentro dos limites padronizados, de modo que a margem direita fique reta no
sentido vertical, com as seguintes medidas:
Superior: 3,0 cm. da borda superior da folha
Esquerda: 3,0 cm da borda esquerda da folha.
Direita: 2,0 cm. da borda direita da folha;
Inferior: 2,0 cm. da borda inferior da folha.
4.3 PAGINAÇÃO
A numeração deve ser colocada no canto superior direito, a 2 cm. da borda do
papel com algarismos arábicos e tamanho da fonte menor, sendo que na primeira
página não leva número, mas é contada.
4.4 - ESPAÇAMENTO
O espaçamento entre as linhas é de 1,5 cm. As notas de rodapé, o resumo, as
referências, as legendas de ilustrações e tabelas, as citações textuais de mais de três
linhas devem ser digitadas em espaço simples de entrelinhas.
As referências listadas no final do trabalho devem ser separadas entre si por
um espaço duplo. Contudo, a nota explicativa apresentada na folha de rosto, na folha
de aprovação, sobre a natureza, o objetivo, nome da instituição a que é submetido
e a área de concentração do trabalho deve ser alinhada do meio da margem para a
direita.
4.5- DIVISÃO DO TEXTO
Na numeração das seções devem ser utilizados algarismos arábicos. O indicativo de uma seção secundária é constituído pelo indicativo da seção primária a que
pertence, seguido do número que lhe foi atribuído na seqüência do assunto, com um
ponto de separação: 1.1; 1.2...
Aos Títulos das seções primárias recomenda-se:
a) seus títulos sejam grafados em caixa alta, com fonte 12, precedido do indicativo numérico correspondente;
b) nas seções secundárias, os títulos sejam grafados em caixa alta e em negrito, com fonte 12, precedido do indicativo numérico correspondente;
c) nas seções terciárias e quaternárias, utilizar somente a inicial maiúscula do
título, com fonte 12, precedido do indicativo numérico correspondente.
Recomenda-se, pois que todos os títulos destas seções sejam destacados em
NEGRITO.
É importante lembrar que é necessário limitar-se o número de seção ou capítulo em, no máximo até cinco vezes; se houver necessidade de mais subdivisões,
estas devem ser feitas por meio de alíneas.
Os termos em outros idiomas devem constar em itálico, sem aspas. Exemplos:
a priori, on-line, savoir-faires, know-how, apud, et alii, idem, ibidem, op. cit. Para dar destaque a termos ou expressões deve ser utilizado o itálico. Evitar o uso excessivo
de aspas que “poluem” visualmente o texto;
4.6- ALÍNEAS
De acordo com Müller, Cornelsen (2003, p. 21), as alíneas são utilizadas no
texto quando necessário, obedecendo a seguinte disposição:
a) no trecho final da sessão correspondente, anterior às alíneas, termina por
dois pontos;
b) as alíneas são ordenadas por letras minúsculas seguidas de parênteses;
c) a matéria da alínea começa por letra minúscula e termina por ponto e vírgula; e na última alínea, termina por ponto;
d) a segunda linha e as seguintes da matéria da alínea começam sob a primeira linha do texto da própria alínea.
4.8- CITAÇÕES
4.8.1- Citação Direta
As citações podem ser feitas na forma direta ou na indireta. Na forma direta
devem ser transcritas entre aspas, quando ocuparem até três linhas impressas, onde
devem constar o autor, a data e a página, conforme o exemplo: “A ciência, enquanto
conteúdo de conhecimentos, só se processa como resultado da articulação do lógico
com o real, da teoria com a realidade”.(SEVERINO, 2002, p. 30).
As citações de mais de um autor serão feitas com a indicação do sobrenome
dos dois autores separados pelo símbolo &, conforme o exemplo: Siqueland & Delucia (1990, p. 30) afirmam que “o método da solução dos problemas na avaliação ensino- aprendizagem apontam para um desenvolvimento cognitivo na criança”.
Quando a citação ultrapassar três linhas, deve ser separada com um recuo de
parágrafo de 4,0 cm, em espaço simples no texto, com fonte menor:
Severino (2002, p. 185) entende que:
A argumentação, ou seja, a operação com argumentos, apresentados com objetivo de comprovar uma tese, funda-se na evidência racional e na evidência dos fatos. A evidência racional, por sua vez, justifica-se pelos princípios da lógica. Não se podem buscar fundamentos
mais primitivos. A evidência é a certeza manifesta imposta pela força dos modos de atuação
da própria razão.
No caso da citação direta, deve-se comentar o texto do autor citado, e nunca
concluir uma parte do texto com uma citação.
No momento da citação, transcreve-se fielmente o texto tal como ele se apresenta, e quando for usado o negrito para uma palavra ou frase para chamar atenção
na parte citada usar a expressão em entre parênteses (grifo nosso). Caso o destaque já faça parte do texto citado usar a expressão entre parênteses: (grifo do autor).
4.8.2- Citação Indireta
A citação indireta, denominada de conceitual, reproduz idéias da fonte consultada, sem, no entanto, transcrever o texto. É “uma transcrição livre do texto do autor
consultado” (ABNT, 2001, p. 2). Esse tipo de citação pode ser apresentado por meio de
paráfrase quando alguém expressa a ideia de um dado autor ou de uma determinada
fonte
A paráfrase, quando fiel à fonte, é geralmente preferível a uma longa citação
textual, mas deve, porém, ser feita de forma que fique bem clara a autoria.
4.8.3- Citação de citação
A citação de citação deve ser indicada pelo sobrenome do autor seguido da
expressão latina apud (junto a) e do sobrenome da obra consultada, em minúsculas,
conforme o exemplo Freire apud Saviani (1998, p. 30).
4.9- Notas de Rodapé
As notas de rodapé destinam-se a prestar esclarecimentos, tecer considerações, que não devem ser incluídas no texto, para não interromper a seqüência lógica
da leitura. Referem-se aos comentários e/ou observações pessoais do autor e são
utilizadas para indicar dados relativos à comunicação pessoal.
As notas são reduzidas ao mínimo e situar em local tão próximo quanto possível ao texto.
Para fazer a chamada das notas de rodapé, usam-se os algarismos
arábicos, na entrelinha superior sem parênteses, com numeração progressiva nas
folhas. São digitadas em espaço simples em tamanho 10. Exemplo de uma nota explicativa: A hipótese, também, não deve se basear em valores morais. Algumas hipóteses lançam adjetivos duvidosos, como bom, mau, prejudicial, maior, menor, os quais
não sustentam sua base científica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pretendeu-se neste trabalho proporcionar, de forma muito sintética, mas objetiva e estruturante, uma familiarização com os principais cuidados a ter na escrita de um artigo científico. Para satisfazer este objetivo, optou-se por uma descrição
sequencial dos componentes típicos de um documento desta natureza. O resultado
obtido satisfaz os requisitos de objetividade e pequena dimensão que pretendia atingir. Ele também constituirá um auxiliar útil, de referência freqüente para que o leitor
pretenda construir a sua competência na escrita de artigos científicos. Faz-se notar,
todavia, que ninguém se pode considerar perfeito neste tipo de tarefa, pois a arte de
escrever artigos científicos constrói-se no dia-a-dia, através da experiência e da cultura.
Fonte: Seminário conexões de saberes- UFRGS. DEDS- Departamento de Educação e Desenvolvimento Social. Memória e Futuro. Disponível em: http://www.ufrgs.br/deds/copy_of_imagens/Manual%20Artigo%20Cientifico.pdf. Acesso em 22/01/2019.
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