GRUPOS
- Grupo é o lugar aonde as instituições se realizam e se produzem.
- Para ser caracterizado um grupo é preciso que:
- Os integrantes estejam reunidos em torno de um interesse comum;
- No grupo, o "todo é maior do que as partes" se constituindo como uma nova identidade sendo mais do que apenas o somatório dos seus membros;
- É preciso que se mantenham discriminadas as identidades individuais, de forma que as pessoas mantenham a sua individualidade e não virem uma massa indiscriminada;
- É preciso que haja alguma forma de interação afetiva entre os membros do grupo, e seja estabelecido algum tipo de vínculo entre os integrantes;
Temos
2 maneiras de sermos inseridos no grupo
- SOLIDARIEDADE ORGÂNICA – quando escolhemos integrantes para nosso grupo. Ex. companheiro e amigos.
- SOLIDARIEDADE MECANICA – quando somos colocados para fazer parte de um grupo – ex. quando vamos a escola, ou entes familiares consanguíneos
Processos
grupais
As categorias
são subjetivas e dinâmicas em cada grupo:
- CATEGORIA DE PRODUÇÃO: produção da satisfação em relação as necessidades do grupo
- CATEGORIA DE DOMINAÇÃO: reprodução de hierarquias dominantes (ex. capitalismo)
- CATEGORIA GRUPO-SUJEITO: 2 tipos
- Grupo sujeitos são os que aceitam mudanças e evoluem rápido.
- Grupos sujeitados são os que não aceitam devido a crença nas normas institucionais.
Ignácio
Martin-Baró
- Nasceu em Valladolid-Espanha em 07-11-1942.
- Dedica sua vida à luta pela libertação em El Salvador, no trabalho desenvolvido com os trabalhadores do campo, e no meio acadêmico, com escritos sobre psicologia social e política.
- Ingressou na Cia de Jesus em 1959, estudou humanidades em Quito-Equador, licenciado em Filosofia e Letras; bacharelado em Teologia na Bélgica; mestrado em Ciências Sociais e doutorado em Psicologia Social em Chicago.
- Definido em função das circunstâncias concretas da população que irá atender.
- Psicologia contribui a partir de sua especificidade para buscar uma resposta.
- Conscientização: horizonte primordial do fazer psicológico.
- Ajudar a superar identidade alienada, pessoal e social.
- Transformar as condições opressivas do seu contexto.
- Conscientização exige mudar a perspectiva teórica e prática que se trabalha.
- Recolocar seus conhecimentos e práxis a serviço das maiorias populares.
- Acompanhá-las em seu caminho histórico em direção à libertação.
- Definição de nossa identidade profissional e papel em nossas sociedades: examinar a situação de nossos povos e suas necessidades.
- Compreensão genérica procedentes de outros lugares: compreensão míope diante das realidades.
- Inadequadas para captar sua especificidade social e cultural.
- Contexto centro-americano – momento atual: Situação estrutural de injustiça (estruturação injusta de seus sistemas sociais)
- Sociedades pobres, assentam-se em regimes que distribuem desigualmente seus bens disponíveis
- Submetendo a maioria dos povos a condições miseráveis
- Pequenas minorias desfrutam de todo o tipo de comodidade e luxo
- Maior parte do povo sem condições básicas de alimentação, moradia, saúde e educação
- Contraste entre situação miserável e a superabundância das minorias oligárquicas (governo de poucas pessoas)
- Constituinte da 1ª violação dos direitos humanos
- Manutenção secular, graças a aplicação de mecanismos violentos de controle e repressão social
- Impedindo ou frustrando esforço histórico para mudar/reformar estruturas sociais mais opressivas e injustas
- Economias débeis como essas, veem-se forçadas a dedicar a maior parte de suas reservas ao esforço bélico e a destruição do próprio povo
- Onde deveriam surgir fábricas – usado para bombas e helicópteros armados
- Estados nacionais – satélites dos EUA – satelitização nacional (América Central)
- Governantes norte-americanos repetem hoje (1978) o que há 20 anos se expressava no Brasil (General Castelo Branco) golpe de Estado que instalou o Regime militar mais repressivos da história do continente sul- americano
- Aceitar que a pobreza de nossos países contém uma certa dependência daqueles que podem nos ajudar.
- Problema é hipotecar nossa própria identidade e autonomia sem resolver nossos problemas e eliminando a possibilidade de um futuro para nossos povos
- Grandes decisões de nossos países são tomadas em função da segurança nacional dos EUA
- Injustiça estrutural, guerras revolucionárias e a satelitização nacional – situação atual da América Central
Contexto
histórico: Qual o papel do psicólogo?
- 1968 – por que psicólogos têm repentina e inquietante preocupação?
- Proliferação da Psicologia: função assumida na sociedade contemplada
- Psicologia: solução alternativa para conflitos sociais – mudar indivíduos preservando a ordem social ou gerando a ilusão ao mudar indivíduo, também mudaria a ordem social, como se a sociedade fosse a soma dos indivíduos
- Psicologia na América Central – dedicam-se aos setores mais rico – atividade enfatizando raízes pessoais do problema e se esquecem dos problemas sociais.
- Contexto social converte-se numa espécie de natureza inquestionável
- Exigências “objetivas” indivíduos devem buscar solução para seus problemas de modo individual e “subjetivo”
- Esse enfoque e clientela: Psicologia servindo aos interesses da ordem social estabelecida.
- Raízes históricas da própria Psicologia
- Psicologia analisa a conduta/comportamento observável;
- Dirigir o olhar à caixa preta da consciência humana;
- Consciência não é simplesmente o âmbito privado do saber e sentir subjetivo dos indivíduos, mas,
- Sobretudo, aquele âmbito onde cada pessoa encontra o impacto refletido de seu ser e de seu fazer na sociedade;
- Onde assume e elabora um saber sobre si mesmo e sobre a realidade que lhe permite ser alguém, ter uma identidade pessoal e social;
- Consciência é o saber ou não saber sobre si mesmo, sobre o mundo e sobre os demais;
- Saber prático mais do que mental, adequado às realidades objetivas,
- Só condicionadas parcialmente se torna saber reflexivo.
- Consciência da realidade psicossocial: imagem que as pessoas têm de si que é produto da história de cada uma e que inclui também as Representações Sociais.
- Saber social e cotidiano “senso comum” âmbito da ideologia
- Psicologia: objetivo específico os processos da consciência humana – atender ao saber das pessoas sobre si mesmas, enquanto indivíduos e membros de uma coletividade.
- Saber mais importante: inserido na práxis cotidiana, onde está implícito, estruturalmente inconsciente, e ideologicamente naturalizado, enquanto adequado ou não às realidades objetivas, enquanto humaniza ou não às pessoas, e enquanto permite ou impede os grupos e povos de manter o controle de sua própria existência
- Comportamento: visto à luz de seu significado pessoal e social, do saber manifesto, do sentido que adquire a partir de uma perspectiva histórica.
- Exemplo: Aprender, não é somente elaborar e reforçar uma sequência de estímulos e respostas, mas estruturar uma forma de relação da pessoa com seu meio,
- Configurar um mundo onde o indivíduo ocupa um lugar e materializa seus interesses.
- Trabalhar não é apenas aplicar uma série de conhecimentos e habilidades para satisfação das próprias necessidades;
- Trabalhar é fazer-se a si mesmo, transformando a realidade, encontrando-se ou alienando-se nesse quefazer sobre a rede das relações interpessoais e intergrupais
- Conscientização: processo de transformação pessoal e social que experimentam os oprimidos latino-americanos quando se alfabetizam em dialética com o seu mundo.
- Alfabetizar-se: aprender a ler a realidade circundante e a escrever a própria história.
- Aprender a dizer a palavra da própria existência que é pessoal e coletiva
- Pronunciar a palavra pessoal e comunitária exige que as pessoas assumam seu destino, tomem as rédeas de sua vida
- Exige superar sua falsa consciência e atingir um saber crítico sobre si mesmas, sobre seu mundo e sobre sua inserção nesse mundo.
- Processo de conscientização: três aspectos
- Humano transforma-se ao modificar a realidade (processo dialético através do diálogo)
- Gradual decodificação de seu mundo, pessoa capta os mecanismos que a oprimem e desumanizam (consciência desmistifica essa situação como natural) abrindo horizontes para novas possibilidades de ação.
- Novo saber sobre sua realidade leva ao novo saber sobre si mesma e sobre sua identidade social.
- Descobre o seu domínio sobre a natureza, em sua ação transformadora das coisas, em seu papel ativo nas relações com os demais.
- Ignácio Martin-Baró Foi brutalmente assassinado pelo esquadrão da morte da repressão salvadorenha em 16-11-1969.
Referência: Aula do Prof. Dr. Antônio Figueiredo
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