O foco na Gestalt-terapia de curta duração

 O foco na psicoterapia...

  • são os pontos nos quais se concentram os esforços do terapeuta e do cliente visando ao trabalho terapêutico.
  • são áreas que serão trabalhadas de tal forma que, todo o ser do cliente se modifique, dando fluidez aos seus ajustamentos criativos, e passe a caminhar mais livremente para se tornar ele mesmo.
  • são eixos do processo terapêutico.
Rank destaca...
  • a importância da vontade do paciente no processo de cura;
  • essa motivação é importante para a escolha do foco.

A escolha do foco...

  • é a eleição de um tema central para a psicoterapia;
  • deve ser flexível e dinâmico
  • deve ser identificado nas primeiras entrevistas
  • ajustes devem ser realizados pelo terapeuta e cliente durante o processo terapêutico
  • é preciso observar o que está por traz do sintoma (não é a coisa em si, mas o que o leva a essa coisa na relação).

A proposta de foco segundo Fiorini... 

  • Modelo de foco centralizado na situação
  • pretende responder à necessidade de trabalhar com enfoques psicológicos-psicopatológicos-diagnósticos e terapêuticos coerente, integrados, em uma concepção totalizadora da experiência humana
  • foi elaborada em consonância com  a importância que se dá, em GT , ao campo existencial total do cliente.
Segundo Perls (1977, p.39)...

"a abordagem gestáltica, que considera o indivíduo uma função do campo organismo/meio e que considera seu comportamento como um reflexo de sua ligação dentro deste campo, dá coerência à concepção do homem tanto como individuo quanto ser social. As psicologias mais antigas descreviam a vida humana como um conflito constante entre indivíduo e seu meio. Por outro lado, nós o vemos como uma interação entre os dois, dentro da estrutura de um campo constantemente mutável. E uma vez que o campo está mudando constantemente, devido a sua própria natureza e ao que lhe fazemos, suas formas e técnicas de interação devem ser, elas mesmas, necessariamente fluidas e mutáveis.""

 O foco e o sintoma...

  • Sintoma...
    •  surge de um conflito presente, mas que está apoiado em uma história conflitual passada e cristalizada.
    • Aponta alguma falta, algum potencial  que não pôde se desenvolver, mas que pode se desenvolver nesse momento.
    • se há sofrimento emocional, há algum potencial a ser desenvolvido.
    • um potencial que emerge e necessita desenvolvimento exige novos ajustamentos criativos, a partir da dor provocada pelo sintoma.
    • O sintoma que dói, geralmente, é o primeiro alvo da escolha do foco na psicoterapia de curta duração, embora, não possa ser o único referencial.
    • Não se pode perder de vista  o todo do cliente, especialmente suas repetições (padrões que se repetem)
    • Trabalhar somente o sintoma, é olhar apenas para uma parte do cliente.
  • Foco...
    • deve-se buscar a compreensão do significado e do sentido desse sintoma.
    • deve ter uma clara ideia de quem é aquela pessoa que está à sua frente.
    • deve individualizar  o cliente o que pode ocorrer por dois caminhos:
      • o que o cliente tem de único e especial, só dele em todo o universo humano.
      • o que ele tem de comum com outras pessoas, o que deve ser objeto de diagnóstico, seja de estilo ou de transtorno de personalidade.
    • Tem dois fundamentos na Gt de curta-duração:
      • compreensão diagnóstica da figura - a queixa apresentada.
      • compreensão diagnóstica do fundo - estilo de personalidade de quem apresenta a queixa, seu campo existencial no qual a queixa se insere.
O gestalt-terapêuta deve levar em conta:
  • o campo fenomenológico do cliente
  • o campo existencial do cliente
  • o sofrimento do cliente
  • o fundo pessoal de onde esse sofrimento emerge

Apresentando o foco ao cliente...

  • diagnóstico/foco do cliente
    • sofrimento pessoal
    • deseja eliminar esse sofrimento
    • percebeu que não está dando conta sozinho
    • na sua fantasia, acredita que o profissional vai resolver seu problema e aliviará sua angústia.
  • O terapeuta
    • não vai resolver o problema do cliente diretamente, mas auxiliá-lo.
    • compreende a dor do cliente de uma forma diferente do que ele é capaz de compreender.
    • ver o foco do cliente por outra perspectiva
    • elabora um modo de enxergar e lidar com o sintoma de outra forma.
    • deve dialogar com o cliente essa forma de ver o problema- linguagem compatível com o cliente
    • deve se questionar sobre sua capacidade de fazer sua parte no processo
  • O processo psicoterápico de curta duração começa a tomar corpo quando se estabelece...
    • o foco de trabalho
    • o foco de figura
    • o foco de fundo
  • A aliança terapêutica ...
    • ocorre quando o terapeuta consegue explicar seu ponto de vista de um modo que o cliente compreenda e possa verificar a pertinência da observação do terapeuta.
    • é determinante na motivação e determinação do cliente se envolver e se mobilizar na sução terapêutica.
    • está fundamentada na possibilidade do cliente cooperar
    • saber que requer o enfrentamento dos problemas e que nem sempre  será agradável ou prazeroso

O trabalho com o foco: a tarefa do terapeuta

  • saber como o terapeuta e cliente devem lidar com esse foco de trabalho.
  • Fiorini (1993, p.98) e os quatro passos básicos de cada sessão para trabalho com o foco:
  1. Primeiro passo é dado pelo cliente, ao trazer material para sessão.
  2. Segundo passo cabe ao terapeuta fazer perguntas, sugestões, associações, clarificações sobre o que o cliente traz para a situação terapêutica.
  3. terceiro passo cabe ao cliente reagir às intervenções do terapeuta
  4. Quarto passo cabe ao terapeuta aprofundar-se e fazer conexões.


Referências: PINTO, Ênio Brito. Psicoterapia de Curta Duração na Abordagem gestáltica elementos para a prática clínica. 3 edição  Summus editorial. São Paulo, 2016.

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