Psicologia social é uma ciência situada na fronteira entre a psicologia e a sociologia e estuda cientificamente, como as pessoas pensam, influenciam e se relacionam umas com as outras. É o estudo científico da influência recíproca entre as pessoas (interação social) e do processo cognitivo gerado por esta interação (pensamento social).
Os seres humanos vivem em constante processo de dependência e interdependência, seja pelo aperto de mão, por uma reprimenda, elogio, sorriso, um simples olhar, etc., coisas que suscitam uma resposta social. Essas ações mútuas afetam pensamentos, emoções e comportamentos entre os envolvidos. Assim, a resposta emitida servirá de estímulo social, por onde se estabelece a interação social.
Psicologia social é uma ciência situada na fronteira entre a psicologia e a sociologia. É o estudo científico de como as pessoas pensam, influenciam e se relacionam umas com as outras. Estuda fenômenos sociais comportamentais e cognitivos decorrentes da interação entre pessoas, e que o faz através da utilização do método cientifico.
O Objeto material da Psicologia Social é a Interação Humana e suas consequências cognitivas e comportamentais, aquilo que a Psicologia Social estuda, por meio de um método científico.
A cognição social é um campo da psicologia social que investiga a forma como as pessoas compreendem as outras pessoas e elas mesmas (Fiske e Taylor, 2008). Surgiu do interesse de psicólogos sociais pela psicologia cognitiva, que começaram a utilizar os modelos cognitivos para entender os processos básicos subjacentes às interações sociais. Essa área de pesquisa tem como aspectos básicos:
- o mentalismo, que confere importância aos processos e representações mentais;
- a formação, operação e mudança dos processos cognitivos dentro dos contextos sociais;
- a utilização de métodos, teorias e modelos desenvolvidos em outras áreas pela psicologia social, como a psicologia cognitiva e a neurociência social cognitiva;
- a aplicação ao mundo real (aplicação à temas como comportamento de ajuda, preconceito, esteriótipos, relacionamentos íntimos e outros).
Como as pessoas percebem a dinâmica dos grupos?
A Percepção social ou simplesmente a Impressão que fazemos dos outros pode ser influenciada por vários motivos:
- a) condicionamentos e experiências anteriores envolvendo alguém ou um grupo.
- b) estados de humor da pessoa e afetividade ( depressão, raiva, felicidade, amor)
- c) seletividade da percepção ou escolha de figuras específicas
- d) atalhos perceptivos (heurística) que dizem respeito a forma como o sistema cognitivo se organizou para:
- representar e fazer comparações,
- a memorização e acesso de informação
- julgar probabilidades
- julgar a partir da auto-referência
e) por último o falso consenso ou ideia de partilha irrestrita de caracteres.
Torna-se importante o entendimento desse processo, uma vez que, somos seres sócio-culturais que agem no mundo e deflagram atitudes importantes. Seus comportamentos influenciam os outros ou você mesmo é influenciado pelo outro a nível de cognição e desejo. Frequentemente ouvimos: “Não gosto de fulano. Ele é x, pertence aos xxxx, defende xx ideia e age de forma xxxxx”(outro como ameaça). “Ciclano é y, sempre será y, odeio y.”(outro como fraqueza e imobilidade). “Beltranos não mudam, se é x certamente faz y.”( outro como previsível)
Essas falas podem descrever situações que realmente acontecem mas são antes formadas por processos sociocognitivos. Isso é tão real e vívido para o indivíduo que constitui o seu mundo de relações, positiva ou negativamente.Um vai se afastar começando a criar esteriótipos ou se aproximar criando esteriótipos. Descriminar ou violentar alguém por acreditar e pertencer a um grupo e ser moralmente melhor ou mais adaptado. Ambos sofrem em todas essas condições, porque o ser humano é fundamentalmente relacional e dependente de uma coerência interna. É evidência de realidade, mas também exigência de justiça, amor, beleza, verdade,etc.
O comportamento influencia a atitude e o a atitude influencia o comportamento. Mas além das determinações comportamentais há de ser lembrado a existência de regras sociais, hábitos e consequências.
O autor trás os seguintes questionamentos para reflexão:
"1 Alguém é preconceituoso porque quer? Sim e não. Liberdade implica escolha e o individuo opta por continuar uma impressão mesmo depois de esclarecida. Apesar disso nossos comportamentos são multiplamente influenciados, sendo quase impossível controlar todas as variáveis. Antes de ser preconceituoso com o preconceituoso, vale a pena refletir: qual o ambiente que se insere, qual sua história, qual sua situação cultural. Isso tudo não na intenção de desculpá-lo, mas compreender porque age dessa forma e propor mudanças. Se elas não ocorrerem volta a questão da liberdade."
"2 Ser preconceituoso é mal caratismo ou falta de inteligência? Sim e não. Pode ser que o individuo tenha uma cognição desadaptativa, dificuldades de aprendizagem e relacionamento, motivados por causas orgânicas comprovadas ou distúrbios de personalidade. No entanto, vale a mesma intenção do primeiro enunciado. É preciso colocar o preconceito em análise, senão a atitude se resumirá ao próprio problema que a originou, ou seja, combater o preconceito sendo preconceituoso."
"3 O preconceituoso que sofre procura terapia como a vítima do preconceito? Será que vítima é um termo adequado? Sim e não. Entendemos que as pessoas são multi determinadas e ainda apresentam liberdade de escolha. Um perverso confesso não sofre com sua investida, um antissocial pode investir sem sofrer a despeito da sua consciência não totalmente esclarecida. Vítima é termo adequado se a pessoa não tem condição psíquica ou moral de se defender. Talvez seria melhor dizer injustiçado ou falsamente atribuído pela atividade cognitiva."
"4 Nos livramos dos preconceitos? Não. Eles estão relacionados a nossa confrontação da realidade, o modo como compreendemos e sobrevivemos no mundo. Porém, todavia,contudo somos capazes de refletir sobre os esteriótipos e combater a descriminação, subprodutos da nossa percepção social."
Diferenças entre ESTERIÓTIPO, PRECONCEITO e DISCRIMINAÇÃO
ESTERIÓTIPO é atribuição de aspectos típicos por diferentes tipos de mecanismos (ex: semelhança, pregnância, conformidade, disparidade).
PRECONCEITO é atitude negativa diante de um estereótipo.
DISCRIMINAÇÃO é preconceito transformado em ato (Ex: racismo, agressão a homossexuais, violência contra a mulher.)
Formar estereótipos por termos de organização mental e categórica, tende a esquecer a singularidade, agrupamos por familiaridade de estímulos, mesmo que inconscientemente.
6 Como atenuar o preconceito, elaborar os estereótipos e expurgar as discriminações?
- Pela socialização, confrontação com a diferença, contato.
- Pela atividade terapêutica.
- Pela dessensibilização das camadas de caráter que se forma desde a infância.
- Pela observância e controle dos estados emocionais entre outras.
- Pela humildade e empatia, as pessoas sofrem por motivos que desconhecemos de ambos os lados.
REFERÊNCIAS:
- Psicologia Social de Aroldo Rodrigues, Evelin Assma e Bernardo jablonski - 27ª edição revista e ampliada.
- https://psicologiadoimaginario.wordpress.com/2016/04/01/percepcao-social-atitudes-e-esteriotipos/
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