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quinta-feira, 9 de julho de 2020

Cosmogonia - Aula 2 - Mitologia Grega e Psicologia Analítica -Curso Extracurricular

INTRODUÇÃO CONCLUSIVA DA AULA 2

A Cosmogonia enquanto formação e origem do Universo, surge a partir do caos e a desordem, trazendo a tona as suas potencialidades que se encontram ali latentes. Nesse percurso de desnudamento do caos, vivencia-se as trevas e a noite (inconsciente ou aquilo que não se consegue enxergar),  a luz e o dia (consciente, aquilo que se consegue enxergar), abrindo-se aí a possibilidade de transformação do ser. Com Gaia, a Terra, que simboliza o princípio passivo, feminino, traz o planejamento das ideias e das coisas, abrindo possibilidade de realização daquilo que idealiza. Urano, simboliza o princípio ativo, o masculino, trazendo a concretude daquilo que se idealizou, demandando ação do sujeito. Por fim, o cronos, criação do tempo cronológico, que possibilita situar o homem em sua trajetória. O jeito cronos de ser, faz com que o sujeito queria impor suas verdades aos outros, e por isso, é preciso discriminar aquilo que é apropriado e inapropriado para si e para o outro também.

COSMOGONIA  é a formação, a origem do Universo.

Na narrativa grega: tudo começa no CAOS, que significa "abismo, vazio, vasto, o que se abre largamente", é a divindade primordial para os gregos

Na narrativa cristã, texto bíblico: " A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas, informe e vazia." (Gênesis 1:2)

Tudo nasce do Caos, tudo nasce de algo que é disforme, já tendo aí as potencialidades para essa construção

Olhando do ponto de vista da ciência, a exemplo das células tronco, ao olharmos vemos que nada tem ali, mas as potencialidades para o desenvolvimento de todos os órgãos do corpo humano estão ali.

Do ponto de vista da psicoterapia, o cliente chega na terapia com esse sentimento de caos, de vazio,  nada claro nem definido, e essas situação trazem a sensação de angústia, de sofrimento, porque o caos é indefinido, sem forma, mas é a partir dele que estão todas as possibilidades de transformação do sujeito. Isso é arquetípico, faz parte da historia da vida, e tudo que faz parte da história da vida, apesar de estar no caos, traz a ideia de que as coisas estão realmente no seu devido lugar, e que é a partir do caos que tudo ressurge e se reergue.

TREVAS E NOITE

As etapas da busca pela psicoterapia:

Primeiro o cliente se encontra no caos, disforme, indiscriminado, porém com todas as possibilidades de se reerguer. Ele leva o caos em que está submerso, para a Psicoterapia.

Segundo, Nix (imagem) do grego Nýks, personifica a escuridão, as trevas superiores, de cima, como sendo algo que a gente tateia mas não consegue enxergar. O cliente conta seus conflitos, seus sofrimentos, mas não consigo identificar a mensagem subliminar que causa efetivamente a perturbação, desconforto ou desequilíbrio para a pessoa. A pessoa muitas vezes acha que são nas instituições, como no trabalho, na família, no casamento, mas não consegue enxergar e identificar exatamente o que nessas instituições lhe causam tanto desconforto, conflito.

Terceiro o Érebo em grego Érebos, personifica as trevas infernais subterrâneas inferiores, ocorre quando percebe-se de maneira simbólica essas noites, sendo as trevas infernais e inferiores como lado obscuro, que perturba, que pode infernizar a vida da pessoa, produzindo dor e sofrimento.

Do ponto de vista da Alquimia, a etapa da Nigredo ou Mortificácio é a etapa onde tudo é escuro, obscuro, tem cheiro de fim, de encerramento, de morte. algo que não é bonito, que não e desejável, que vai gerar um apego, uma dificuldade de nós nos livrarmos, de se despedir, de soltar e largar aquilo que apessoa precisa soltar, deixar para traz. 

É nessa etapa da noite que vamos perceber que há coisas na vida da gente que precisam ser deixados para traz, de lado, morrer na vida da gente,  para que essa nova vida possa surgir, Não é um processo fácil de ser realizado, o cliente está no sofrimento, na angústia, na necessidade de fazer os rompimentos para seguir adiante, e não consegue ter esse desprendimento para fazer esse desligamento, e tudo bem, faz parte da vida, e por isso mesmo, é arquetípico., pois vivenciamos essas etapas da vida, e toda a humanidade já vivenciou.

LUZ E DIA

Após a noite, vem sempre o dia.

Éter do grego Aithér, significa brilhar, iluminar e personificar o céu superior, onde a luz é mais pura.
As coisas que eram obscuro, indefinido, traziam dúvidas e interrogações, passam a ficar claro, porque aquilo que eu não conseguia enxergar, sobre o qual estava inconsciente, passa a ser visto, tornando-se consciente.  

Hemera do grego Heméra, é a personificação do dia.

Na medida em que, tornamos consciente conteúdos inconscientes, passamos a ter responsabilidades sobre esses conteúdos, e isso, acontece na psicoterapia analítica.  Ao tornar consciente aspectos antes obscuros,  a pessoa vai ganhando mais autonomia sobre si.

Na Alquimia, tem-se a etapa da Albedo é a segunda etapa da fabricação da pedra filosofal, onde as coisas vão ficando mais clara, passando a enxergá-las sob outra perspectiva, tornando-a consciente.

PRINCÍPIO ARQUETÍPICO DE LUZ E TREVAS

  • Algo que está escuro, é algo que você não enxerga, é inconsciente.
  • Algo que está claro, é algo que você enxerga, é consciente.
TEXTO BÍBLICO

- Deus disse: "faça-se a luz!" E a luz foi feita.
- Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas.
- Deus chamou à luz DIA, e às trevas NOITE. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o primeiro dia. (Gênesis 1:3:5)


Na concepção judaico-cristão e na concepção grega, há uma concepção arquetípica, de caos com possibilidade de transformação, depois as trevas naquilo que você não consegue enxergar, pois ainda estão no seu inconsciente e por fim, vem a luz, quando você torna consciente aquilo que estava inconsciente e você começa a enxergar aquilo que não via.

A vida oscila constantemente, entre os opostos, e aí a gente pode ver luz e dia, trevas e noites. As pessoas ao longo da vida, vão oscilando ficando em dúvida, em conflito, e isso é consequência dos opostos. Aí estão muitos outros opostos, que nos colocam em conflitos, e que a vida ocorre entre os opostos. Daí a necessidade de aceitar ambos opostos em si, porque todos os seres humanos possuem os opostos em si. 

A visão binária de que é isso ou aquilo não cabe nas relações entre as pessoas, pois assim, estamos negando algo que esta em si. Entender que há um lado inconsciente em si, que você não controla é importante no processo de autoaceitação. A autoaceitação possibilita que a pessoa possa compreender que esses opostos estão em todos os seres humanos e todos tem seu lado de luz (consciente) e trevas (inconsciente), isso é olhar para a realidade da psique.

MÃE TERRA - GAIA


- Gaia, em grego Gaia é a Terra, concebida como elemento primordial e deusa cósmica.
- Matriz, concebe todos os seres, simbolizando a função materna, princípio passivo e feminino.
- "O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente." (Gênesis 2:7)

Após o caos, as trevas e a noite, a luz e o dia, tem-se agora a Terra. Na Psicoterapia as coisas podem acabar ficando no âmbito do intelecto, dos pensamentos e da razão e não terem concretude das coisas, sem solução, sem atitude de transformação, realizar aquilo que você planeja pra sua vida.

Gaia, a terra, vai trazer a realidade das coisas, a concretude das coisas. É preciso concretizar, planejar, traçar metas, e agir para que ocorra a transformação.

CÉU - URANO

- Urano em grego Uranós, da raiz indo-européia "uer" - cobrir.
Princípio masculino, é a personificação do céu, enquanto elemento fecundados de Gaia.
- Urano caracteriza, a fase inicial de qualquer ação, com alternância de exaltação e depressão, de impulso e queda, de vida e morte dos projetos.
- Proliferação criadora desmedida e indiferenciada, cuja abundância acaba por destruir o que foi gerado. 

Isso ocorre a partir de uma idealização que nunca se concretiza, não sai, não ganha forma, não se realiza, não consegue dar concretude. A pessoa se identifica com um monte de ideias e não sai para concretizar as coisas. Daí a necessidade de pensar nos processos, observar as atitudes se estão nos levando a realizar aquilo que idealizamos. Com isso, conseguimos saber para onde estamos indo, o que precisamos romper, quem somos, essa é a totalidade da psique.

CRONOS - CRIAÇÃO DO TEMPO

- Cronos em grego Krónos é o tempo personificado. É o tempo de cronologia, tem começo, meio e fim, e serve para que possamos nos organizar melhor. Tempo definido e estruturado.

- É o podador, corta e separa. Com um golpe de foice ceifa os órgãos de seu pai, pondo fim a secreções indefinidas; Tempo de paralisação. regulador que bloqueia qualquer criação do universo; tempo simétrico; Tempo de Identidade. Ocorre quando a pessoa fica só pensando, idealizando e nada realiza de fato.

O aspecto de cronos é importante a discriminação daquilo que é apropriado e inapropriado para gente e para o outro. As vezes queremos muito passar a ideia daquilo que pensamos, que achamos maravilhoso, mas a pessoa não tem interesse em escutar, ou pode ainda, ser nocivo para o outro. É o jeito cronos de ser, de querer impor uma verdade.

- cronos devora, ao mesmo tempo que gera; mutilando a Urano, estanca as fontes da vida, mas torna-se ele próprio uma fonte, fecundando Réia. Algo que limita e cria organização, mas ao mesmo tempo devora a criatividade, a continuidade das transformações, não traz a possibilidade do novo.Daí a ideia de castração, impedimento do fluxo da vida.

REFERÊNCIAS
Curso extracurricular de Mitologia e Psicologia Analítica
Instituto Fredom
Aula 2 - Cosmogonia (Mitologia Grega)
Prof. Rangel Fabrete

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Sexualidade

A forma como cada um vive a sua sexualidade e sua identidade de gênero faz parte da subjetividade do sujeito, a qual merece um olhar ampliado, na sua integralidade.

O Princípio Fundamental I do Código de Ética da Psicologia ordena que, no exercício profissional, nos balizemos pelos valores contidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Assim, promover reflexões e ações no âmbito dos direitos sexuais e direitos reprodutivos é promover, na atuação cotidiana de cada psicólogo (a), a luta contra homofobia e preconceitos relacionados à autonomia do corpo, vivência da sexualidade e à construção das identidades de gênero de modo geral.

Há aí, nesse contexto, três coisas que precisam ser muito bem compreendidas:

  1. Sexo (órgãos genitais)
  2. Identidade de gênero (como me percebo)
  3. Orientação sexual ( por quem me sinto atraído sexualmente)

1. SEXO

Sexo está relacionado às distinções anatômicas e biológicas entre homens e mulheres. O que define o sexo de uma pessoa, são os órgãos sexuais e de reprodução da mesma. Portanto, sexo pode ser:

  • Feminino - quando se tem vagina.
  • Masculino - quando se tem pênis.
  • Intersexuais - quando acontece da pessoa nascer com ambos os sexos, ou ainda, sem nenhum sexo. 
2. IDENTIDADE DE GÊNERO

Identidade de Gênero: Independe do sexo da pessoa. É a experiência subjetiva da pessoa a respeito de si mesma. Uma construção social do sexo biológico, o que está associado à cultura (Gênero), que se refere à forma como o sujeito se organiza socialmente entre os sexos. Portanto, o gênero não tem a ver com o sexo, mas sim, como a pessoa se percebe.

Há pessoas que se identificam com o gênero imposto pelo sexo de seu nascimento (chamadas CISGÊNERO), por outro lado, há aquelas pessoas que não se identificam com o gênero imposto pelo seu sexo de nascimento (chamadas TRANSGÊNERO).

Dentro dos Cisgênero estão: 
  • Heterossexuais  que se identificam com o gênero imposto pelo seu sexo, mas sente atração sexual pelo sexo oposto.
  • Homossexuais que se identificam com o  gênero imposto pelo seu sexo, ou seja, homens que se identificam como homens, mas tem interesse sexual por pessoas do sexo masculino, e mulheres que se identificam como mulheres, mas tem interesse sexual por pessoas do sexo feminino.

Dentro dos Transgêneros estão:
  • Homossexuais que não se identificam com o gênero imposto pelo seu sexo, ou seja, homens que  se identificam como mulher, mas que tem atração sexual por homens, e mulheres que se identificam como homens, mas que tem atração sexual por mulheres.
  • Transexuais - homens ou mulheres que se identificam com o gênero oposto. Sentem como se tivessem nascido no corpo errado, e buscam tratamentos hormonais para alcançar a aparência desejada, modificar a voz, realizar cirurgia de redesignação sexual e outras intervenções cirúrgicas, mediante acompanhamento psiquiátrico. Uma mulher que faz redesignação para o sexo masculino, pode se relacionar com mulheres e serem consideradas heterossexual. É o caso de Thammy Miranda, filho da cantora Gretchen, que é um transexual com características masculinas e mantém um relacionamento com uma mulher, portanto é heterossexual. Por outro lado, um homem que faz redesignação para os sexo feminino, assume postura feminina e pode se relacionar com homens, sexo oposto, portanto, pode ser heterossexual. Entretanto, nada impede que em algum momento de suas vidas, possam se comportar como homossexuais, podendo vir a ter interesse por pessoas do mesmo sexo.
  • Travesti - Nasce no corpo masculino mas se identifica e se reconhece na figura feminina. Costumam adotar o visual feminino em seu cotidiano, e nem sempre fazem cirurgia de redesignação sexual. 
Travestis se diferem dos transexuais pela forma como encaram seu sexo biológico durante a vida. Transexuais sentem psicologicamente insatisfeitos com a genitália  com a qual nasceram e com os padrões impostos pela sociedade. Travesti, não se sentem necessariamente, incomodados com o seu sexo, tanto que muitos optam por permanecer com o mesmo sexo.


3. ORIENTAÇÃO SEXUAL

Orientação Sexual refere-se à direção ou à inclinação do desejo afetivo e erótico de cada pessoa nas suas relações com outros gêneros. Podem ser:

  • Heterossexual - sente atração sexual por pessoas do sexo oposto.
  • Homossexual ou Homoafetivosente atração sexual por pessoas do mesmo sexo.  
A maneira como se comportam no meio social em que vive, os distingue entre Homossexual feminino (Gays,Bicha) termos estigmatizados e preconceituoso para designar o perfil do sujeito, inclusive no que diz respeito a atividades de trabalho também estigmatizadas como femininas, como: cozinheiro, garçom, cabeleireiro, etc. Do ponto de vista do sexo feminino, as mulheres masculinizadas, com posturas e comportamentos masculinos, inclusive de aparência masculinizada. Por outro lado, há os Homossexuais masculinos, procuram romper com a cultura do homossexual feminino, estabelecendo relações igualitárias, sem relação de subordinação em relação ao outro, cujos signos da masculinidade estão presentes: corpo musculoso, bigode, barba, etc. Do ponto de vista do sexo feminino, vê-se as mulheres lindas, femininas na sua essência, com posturas e comportamentos essencialmente femininos.
  • Bissexual ou biafetivo  - Sentem atração sexual por pessoas de ambos os sexos: feminino e masculino.
  • Assexual - não sentem atração por nenhum gênero sexual.




REFERÊNCIAS: