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sexta-feira, 15 de março de 2019

Entrevista com Yves de Taille - A Psicologia do desenvolvimento de Jean Piaget



Fala sobre a moral na Teoria de Paiget, como um conjunto de regras e princípios que regulam a convivência, a relação entre as pessoas.
Que vida viver e a moralidade caminham juntas.

Determinados aspectos psicológicos: linguagem, moral, aprendizagem  se adquire através de diversas etapas, como uma construção processual. Se passar por diversas fases ou etapa se houver uma evolução é desenvolvimento, nos aspectos psicomotor, cognitivo, da linguagem da escrita moral da afetividade, etc.

Piaget ver como a logica do desenvolvimento o equilíbrio, e equilíbrio implica  adaptação.
Sobre a equilibração, é um sistema de autorregulação, em que os erros são corrigidos.
Se as pessoas desenvolvem determinadas competências é porque o meio desencadeia essas necessidades, pra dar conta do meio e pra se adaptar.

Cada área tem a sua lógica própria mas a teoria da equilibração se enquadra nas diversas áreas da psicologia. Há desenvolvimentos em determinadas áreas que as pessoas acabam não desenvolvendo se não estiverem envolvidas.

O juízo é o que mais se articula com as diversas áreas. É o juízo que regula a afetividade. Ex: do sorvete entre a criança e o homem. Criança chora por um sorvete, você se compadece e dá o sorvete. Se um adulto chorar pelo mesmo sorvete, a pessoa não se compadece porque tem um juízo que diz que um adulto não precisa chorar pelo sorvete. Porém, se souber que o adulto tem algum tipo de doença mental, por exemplo, a pessoa tende a se compadecer, já que seu comportamento pode se assemelhar ao de uma criança.

Desenvolvimento psicomotor ideia de trabalhar o corpo e a sua relação com a psique.
Desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e psicomotor. Embora todos representem o holos do indivíduo mas é preciso fazer um estudo através das partes, considerando as etapas do desenvolvimento.

Desenvolvimento da capacidade de cooperação – em que fase a criança começa a trocar com as outras e não apenas de estar ao lado delas. Sociabilidade da criança.
Como se desenvolvem as faculdades de raciocínio de uma criança? Ex não cometer contradições. E se comete reconhece e volta  para corrigir. Nesse caso, Estuda-se os mecanismos da inteligência. Dedução, indução, contradição, generalização.

Que ideias tem a criança sobre o mundo? O que é vida? A pergunta se atem a um objeto sobre o qual pensar. Faz-se uma psicologia cognitiva voltada para o conhecimento.
Mecanismos e Raciocínios segundo Piaget( Ver os dois primeiro livros de Piaget)
A representação do mundo na criança.( terceiro  e quarto livro) Sobre o conhecimento.
A moral ( quinto livro de Piaget)
Diferencia a capacidade biológica em contrapartida da moral, desenvolvimento mental e lógica dependem da demanda do meio em que vive. Cita como exemplo que um adulto pode não ter desenvolvido o pensamento logico moral porque o meio em que vive não demandou essa estrutura.
Os estágios da moral de Piaget são 5
A intencionalidade e a não intencionalidade com que se pratica algo.
A moral é o que separa a barbárie da civilização, regras e os  princípios que regulam a convivência, colocando valores que devem inspirar as relação.

Psicologia Moral
Contribui para o desenvolvimento como um todo como qualquer área.
Fragmenta o objeto sem perder a noção do todo.
Piaget fragmentou em 3 recortes entre cognição, conhecimento e lógica, e moral, mostrando as relações entre desenvolvimento moral e cognitivo. Trabalho relações entre afetividade e cognição.
Saber fazer – pode ser simples e pode ser complexo
Exemplo: tem sede. É preciso saber que precisa pegar o copo, colocar no bebedouro e virar o copo a boca para beber a água. (cognição)
A moral propõe um conflito de interesses. Ex: Se isso, me dá aquilo então vou fazer.

SABER FAZER
QUERER FAZER
DESADAPTAÇÃO

 Até 9 anos de idade a criança precisa de figuras de autoridade, a quem se dá crédito, que ela o ver como um protetor e não como um punidor. o que favorece a conquista da autonomia. Figuras que lhe inspirem confiança, em que podem contar, o que é necessário para que a criança adentre no mundo social, e a partir de determinada idade assumir a sua própria autonomia diante do mundo social, mundo humano.

sábado, 6 de outubro de 2018

A árvore do conhecimento - Revolução Cognitiva

Especialistas especularem que a ESTRUTURA INTERNA DO CÉREBRO desses sapiens provavelmente era diferente da nossa. Eles se pareciam conosco, mas suas capacidades cognitivasAPRENDIZADO, MEMÓRIA E COMUNICAÇÃO– eram muito mais limitadas. 

A  partir de 70 mil anos atrás, o Homo sapiens bandos de sapiens deixaram a África pela segunda vez, expulsaram os neandertais e todas as outras espécies humanas não só do Oriente Médio como também da face da Terra. 

Em um período incrivelmente curto, os sapiens chegaram à Europa e ao leste da Ásia. Há aproximadamente 45 mil anos, conseguiram atravessar o mar aberto e chegaram à Austrália – um continente até então intocado por humanos. 

O período de 70 mil anos atrás a 30 mil anos atrás testemunhou a invenção de barcos, lâmpadas a óleo, arcos e flechas e agulhas (essenciais para costurar roupas quentes). Os primeiros objetos que podem ser chamados de arte e joalheria datam dessa era, assim como os primeiros indícios incontestáveis de religião, comércio e estratificação social.

 Estatueta em marfim de um “homem-leão” (ou “mulher-leoa”) da caverna de Stadel, na Alemanha (c. 32 mil anos atrás).

 O corpo é humano, mas a cabeça é leonina. Este é um dos primeiros exemplos indiscutíveis de arte, e provavelmente de religião e da capacidade da mente humana de imaginar coisas que não existem de fato, produto de uma revolução nas habilidades cognitivas dos sapiens.

SURGEM NOVAS FORMAS DE PENSAR E SE COMUNICAR

O surgimento de novas formas de pensar e se comunicar, entre 70 mil anos atrás a 30 mil anos atrás, constitui a Revolução Cognitiva, a teoria mais aceita afirma que MUTAÇÕES GENÉTICAS acidentais MUDARAM AS CONECXÕES INTERNA DOS SAPIENS, possibilitando que PENSASSEM de uma maneira sem precedentes e se COMUNICASSEM usando um TIPO DE LINGUAGEM totalmente novo. Poderíamos chamá-las de mutações da árvore do conhecimento.

"Todos os animais têm alguma forma de linguagem." 

Mas a linguagem é incrivelmente versátil. Podemos conectar uma série limitada de sons e sinais para produzir um número infinito de frases, cada uma delas com um significado diferente. Podemos, assim, consumir, armazenar e comunicar uma quantidade extraordinária de informação sobre o mundo à nossa volta. 

NOSSA LINGUAGEM evoluiu como uma forma de FOFOCA. De acordo com essa teoria, o Homo sapiens é antes de mais nada um animal social. A cooperação social é essencial para a sobrevivência e a reprodução.

Para o sapiens é importante saber quem em seu bando odeia quem, quem está dormindo com quem, quem é honesto e quem é trapaceiro. A quantidade de informações que é preciso obter e armazenar a fim de rastrear as relações sempre cambiantes até mesmo de umas poucas dezenas de indivíduos é assombrosa. (Em um bando de cinquenta indivíduos, há 1.225 relações de um para um, e incontáveis combinações sociais mais complexas.)  Eles provavelmente também tiveram dificuldade para falar pelas costas uns dos outros – uma habilidade muito difamada que, na verdade, é essencial para a cooperação em grande número.

 As novas habilidades linguísticas que os sapiens modernos adquiriram há cerca de 70 milênios permitiram que fofocassem por horas a fio.

 Graças a informações precisas sobre quem era digno de confiança, pequenos grupos puderam se expandir para bandos maiores, e os sapiens puderam desenvolver tipos de cooperação mais sólidos e mais sofisticados.

Ainda hoje, a maior parte da comunicação humana – seja na forma de e-mails, telefonemas ou colunas nos jornais – é fofoca. É tão natural para nós que é como se nossa linguagem tivesse evoluído exatamente com esse propósito. 

A fofoca normalmente gira em torno de comportamentos inadequados. 

 Mas a característica verdadeiramente única da nossa linguagem não é sua capacidade de transmitir informações sobre homens e leões. É a capacidade de transmitir informações sobre coisas que não existem

 A FICÇÃO - HABILIDADE DO HOMO SAPIENS

Até onde sabemos, só os sapiens podem falar sobre tipos e mais tipos de entidades que nunca viram, tocaram ou cheiraram. Lendas, mitos, deuses e religiões apareceram pela primeira vez com a Revolução Cognitiva. 

Antes disso, muitas espécies animais e humanas foram capazes de dizer: “Cuidado! Um leão!”. Graças à Revolução Cognitiva, o Homo sapiens adquiriu a capacidade de dizer: “O leão é o espírito guardião da nossa tribo”. 

Essa capacidade de falar sobre ficções é a característica mais singular da linguagem dos sapiens. A ficção pode ser perigosamente enganosa ou confusa. A ficção nos permitiu não só imaginar coisas como também fazer isso coletivamente. Podemos tecer MITOS PARTILHADOS, tais como a história bíblica da criação, os mitos do Tempo do Sonho dos aborígenes australianos e os mitos nacionalistas dos Estados modernos. 

A LENDA DE PEUGEOT

Nossos primos chimpanzés normalmente vivem em pequenos bandos de várias dezenas de indivíduos. Eles formam fortes laços de amizade, caçam juntos e lutam lado a lado contra babuínos, guepardos e chimpanzés inimigos. Sua estrutura social tende a ser hierárquica. O membro dominante, que quase sempre é um macho, é denominado “macho alfa”. Outros machos e fêmeas demonstram sua submissão ao macho alfa curvando-se diante dele enquanto emitem grunhidos, de modo não muito diferente de súditos humanos se ajoelhando diante de um rei. O macho alfa se esforça para manter a harmonia social em seu bando. Quando dois indivíduos brigam, ele intervém e impede a
violência. Em uma atitude menos benevolente, ele pode monopolizar alimentos particularmente cobiçados e evitar que machos de postos inferiores na hierarquia acasalem com as fêmeas. Quando dois machos estão disputando a posição de alfa, eles normalmente fazem isso formando grandes coalizões de apoiadores, tanto machos quanto fêmeas, dentro do grupo. Os laços entre os membros da coalizão se baseiam em contato íntimo diário – abraçar, tocar, beijar, alisar e fazer favores mútuos. 

Assim como os políticos humanos em campanha eleitoral saem por aí distribuindo apertos de mão e beijando bebês, também os aspirantes à posição superior em um grupo de chimpanzés passam muito tempo abraçando, dando tapinhas nas costas e beijando filhotes. 

O macho alfa normalmente conquista essa posição não porque seja fisicamente mais forte, mas porque lidera uma coalizão grande e estável. Essas coalizões exercem um papel central não só durante as lutas pela posição de alfa como também em quase todas as atividades cotidianas. 

Membros de uma mesma coalizão passam mais tempo juntos, partilham alimentos e ajudam uns aos outros em momentos de dificuldade. Há limites claros ao tamanho dos grupos que podem ser formados e mantidos de tal forma. Para funcionar, todos os membros de um grupo devem conhecer uns aos outros intimamente. Dois chimpanzés que nunca se encontraram, nunca lutaram e nunca se alisaram mutuamente não saberão se podem confiar um no outro, se valerá a pena ajudar um ao outro nem qual deles é superior na hierarquia. Em condições normais, um típico bando de chimpanzés consiste de 20 a 50 indivíduos.

 À medida que o número em um bando de chimpanzés aumenta, a ordem social se desestabiliza, levando enfim à ruptura e à formação de um novo bando por alguns dos animais. Apenas em alguns casos os zoólogos observaram grupos maiores que cem. Grupos separados raramente cooperam e tendem a competir por território e por alimentos. Os pesquisadores documentaram guerras prolongadas entre grupos, e até mesmo um caso de atividade “genocida” em que um bando assassinou sistematicamente a maioria dos membros de um bando vizinho.

 Padrões similares provavelmente dominaram a vida social dos primeiros humanos, incluindo o Homo sapiens arcaico. Os humanos, como os chimpanzés, têm instintos sociais que possibilitaram aos nossos ancestrais construir amizades e hierarquias e caçar ou lutar juntos. No entanto, como os instintos sociais dos chimpanzés, os dos humanos só eram adaptados para pequenos grupos íntimos. Quando o grupo ficava grande demais, sua ordem social se desestabilizava, e o bando se dividia. Mesmo se um vale particularmente fértil pudesse alimentar 500 sapiens arcaicos, não havia jeito de tantos estranhos conseguirem viver juntos. Como poderiam concordar sobre quem deveria ser o líder, quem deveria caçar onde, ou quem deveria acasalar com quem? 

Após a Revolução Cognitiva, a fofoca ajudou o Homo sapiens a formar bandos maiores e mais estáveis. Mas até mesmo a fofoca tem seus limites. Pesquisas sociológicas demonstraram que o tamanho máximo “natural” de um grupo unido por fofoca é de cerca de 150 indivíduos. A maioria das pessoas não consegue nem conhecer intimamente, nem fofocar efetivamente sobre mais de 150 seres humanos.

 Mas, quando o limite de 150 indivíduos é ultrapassado, as coisas já não podem funcionar tão bem. Como o Homo sapiens conseguiu ultrapassar esse limite crítico, fundando cidades com dezenas de milhares de habitantes e impérios que governam centenas de milhões? O segredo foi provavelmente o surgimento da ficção. Um grande número de estranhos pode cooperar de maneira eficaz se acreditar nos mesmos mitos. Toda cooperação humana em grande escala – seja um Estado moderno, uma igreja medieval, uma cidade antiga ou uma tribo arcaica – se baseia em mitos partilhados que só existem na imaginação coletiva das pessoas. 

 O Homo sapiens viveu sem propriedades por milênios. Durante a maior parte da história de que se tem registro, a propriedade só poderia pertencer a seres humanos de carne e osso, do tipo que anda sobre duas pernas e tem cérebro grande. Não havia propriedade jurídica.


Os tipos de coisa que as pessoas criam por meio dessa rede de histórias são conhecidos nos meios acadêmicos como “ficções”, “construtos sociais” ou “realidades imaginadas”.

 Uma realidade imaginada não é uma mentira. Eu minto se digo que há um leão perto do rio quando sei perfeitamente que não há leão algum. Não há nada de especial nas mentiras. Macacos-verdes e chimpanzés podem mentir. Já se observou, por exemplo, um macaco-verde gritando “Cuidado! Um leão!” quando não havia leão algum por perto.

 Ao contrário da mentira, uma realidade imaginada é algo em que todo mundo acredita e, enquanto essa crença partilhada persiste, a realidade imaginada exerce influência no mundo. 

Desde a Revolução Cognitiva, os sapiens vivem, portanto, em uma realidade dual. Por um lado, a realidade objetiva dos rios, das árvores e dos leões; por outro, a realidade imaginada de deuses, nações e corporações. Com o passar do tempo, a realidade imaginada se tornou ainda mais poderosa, de modo que hoje a própria sobrevivência de rios, árvores e leões depende da graça de entidades imaginadas, tais como deuses, nações e corporações.

SUPERANDO O GENOMA

A capacidade de criar uma realidade imaginada com palavras possibilitou que um grande número de estranhos coopere de maneira eficaz. Mas também fez algo mais. Uma vez que a cooperação humana em grande escala é baseada em mitos, a maneira como as pessoas cooperam pode ser alterada modificando-se os mitos – contando-se histórias diferentes.  Nas circunstâncias adequadas, os mitos podem mudar muito depressa

Em consequência, desde a Revolução Cognitiva o Homo sapiens tem sido capaz de revisar seu comportamento rapidamente de acordo com necessidades em constante transformação. Isso
abriu uma via expressa de evolução cultural, contornando os engarrafamentos da evolução genética. 

Acelerando por essa via expressa, o Homo sapiens logo ultrapassou todas as outras espécies humanas em sua capacidade de cooperar. Tais mudanças drásticas de comportamento só ocorreriam se algo mudasse no DNA.  Até onde sabemos, as mudanças nos padrões sociais, a invenção de novas tecnologias e a consolidação de novos hábitos decorreram mais de mutações genéticas e pressões ambientais do que de iniciativas culturais. 

Há 2 milhões de anos, mutações genéticas resultaram no surgimento de uma nova espécie humana chamada Homo erectus.  Por sua vez, desde a Revolução Cognitiva, os sapiens têm sido capazes de mudar seu comportamento rapidamente, transmitindo novos comportamentos a gerações futuras sem necessidade de qualquer mudança genética ou ambiental


O que aconteceu na Revolução Cognitiva?
História e biologia

A imensa diversidade de realidades imaginadas que os sapiens inventaram e a diversidade resultante de padrões de comportamento são os principais componentes do que chamamos “culturas”. Desde que apareceram, as culturas nunca cessaram de se transformar e se desenvolver, e essas alterações irrefreáveis são o que denominamos “história”.

 A Revolução Cognitiva é, portanto, o ponto em que a história declarou independência da biologia. Até a Revolução Cognitiva, os feitos de todas as espécies humanas pertenciam ao reino da biologia, ou, se quisermos, da pré-história (eu tendo a evitar o termo “préhistória” pois sugere, erroneamente, que até mesmo antes da Revolução Cognitiva os humanos constituíam uma categoria própria). A partir da Revolução Cognitiva, as narrativas históricas substituem as narrativas biológicas como nosso principal meio de explicar o desenvolvimento do Homo sapiens. 

Para entender a ascensão do cristianismo ou a Revolução Francesa, não basta compreender a interação entre genes, hormônios e organismos. É necessário, também, levar em consideração a interação entre ideias, imagens e fantasias. Isso não significa que o Homo sapiens e a cultura humana tenham se tornado isentos de leis biológicas

Ainda somos animais, e nossas capacidades físicas, emocionais e cognitivas continuam sendo moldadas por nosso DNA

Para resumir as relações entre a biologia e a história após a Revolução Cognitiva: 

a. A biologia estabelece os parâmetros básicos para o comportamento e as capacidades do Homo sapiens. Toda a história acontece dentro dos limites dessa arena biológica.
b. No entanto, essa arena é extraordinariamente grande, possibilitando que os sapiens joguem uma incrível variedade de jogos. Graças à sua habilidade de criar ficções, os sapiens inventam jogos cada vez mais complexos, que cada geração desenvolve e elabora ainda mais. 
c. Em consequência, a fim de entender como os sapiens se comportam, devemos descrever a evolução histórica de suas ações.  

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

A Psicologia do Imperio Romano


A PSICOLOGIA NO IMPÉRIO ROMANO E NA IDADE MÉDIA

·       Império Romano dominou a Grécia, Europa e o oriente Médio.

·       Aparecimento e desenvolvimento do Cristianismo – força religiosa que passa a força política dominante.

·       Após Invasões Bárbaras (400 d.C.) o Cristianismo se fortalece como principal religião da Idade Média.

·       A Psicologia nesse período está relacionada ao conhecimento religioso, onde a Igreja Católica monopolizava o saber e o estudo do psiquismo.



SANTO AGOSTINHO ( 354-430 d.C.)

·       Inspirou-se em Platão

·       Também separava o corpo da alma.

·       A alma não era somente a sede da razão, mas a prova de uma manifestação divina no homem.

·       A alma é tida como imortal por ser o elemento que liga o homem a Deus.

·       A alma é sede do pensamento

·       A Igreja passa a se preocupar com a compreensão da alma.



SÃO TOMÁS DE AQUINO (1225-1274 d.C.)

·       Viveu no surgimento do Protestantismo (ruptura da Igreja Católica)

·       Revolução Francesa e Revolução Industrial na Inglaterra marcam a transição para o Capitalismo – crise econômica e social leva ao questionamento sobre a Igreja e os conhecimentos produzidos por ela.

·       Inspirado em Aristóteles, buscou a distinção entre essência e existência.

·       Considera o homem na sua essência – busca da perfeição através de sua existência.

·       Somente Deus poderia reunir a essência e existência em termos de igualdade. Buscar a perfeição implica busca a Deus.

·       Encontra argumentos racionais para justificar os dogmas da igreja, o que garante a ela o monopólio do estudo do psiquismo.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO - é através desses dois processos que percebemos o mundo.


"SENSAÇÃO - PERCEPÇÃO"

Saindo do que se chama "senso comum" e adentrando no campo da ciência da Psicologia, as sensações deixam de ter uma definição com base na experiência vivida, para ter um conceito definido enquanto ciência.

Exemplos de sensações obtidas pelo senso comum:
- Tenho a sensação de estar no lugar certo.
- Raissa está com a sensação boa hoje.

Dentro desse contexto a SENSAÇÃO está ligada a SENTIR, e portanto aos Órgãos dos Sentidos. A sensação é direcionada pelos  SENSORES, que nada mais são  do que, NEURÔNIOS ESPECIALIZADOS ou CÉLULAS NEURAIS.

Tudo o que experimentamos chega até nós através de nossos ÓRGÃOS SENSORIAIS. Estes são responsáveis por captar estímulos. 

Logo, pode-se dizer que sensação é o ato de CAPTAR, CONVERTER E TRANSMITIR ESTÍMULOS, através de nossos ÓRGÃOS SENSORIAIS, sendo portanto, a sensação um PROCESSO FISIOLÓGICO.

Durante toda a vida aprendemos que o ser humano é dotado de apenas 5 sentidos que são:
  • AUDIÇÃO  - órgão sensorial correspondente é a ORELHA.
  • OLFATO - órgão sensorial correspondente  é a NARINA.
  • PALADAR - órgão sensorial  correspondente á a BOCA.
  • TATO - órgão sensorial correspondente é a PELE (maior órgão)
  • VISÃO - órgão sensorial correspondente ao OLHO.
A partir desses 5 órgãos dos sentidos já conhecidos, nos processos psicológicos, observa-se cerca de 9 a 33 subsentidos, derivados dos 5 sentidos básicos.


SENSAÇÃO possui 3 ETAPAS até que ela  concretize seu ciclo nos órgãos sensoriais:

DETECÇÃO - Os NEURÔNIOS ESPECIALIZADOS detectam o estímulo através dos órgãos dos sentidos.

TRANSDUÇÃO -  O estímulo detectado é convertido em IMPULSO NERVOSO.

TRANSMISSÃO -Transmite o impulso nervoso até o CÉREBRO.

O CÉREBRO vai interpretar esse impulso nervoso, e enviar uma mensagem ao ÓRGÃO SENSORIAL, onde o ESTÍMULO VAI SER PERCEBIDO.(PERCEPÇÃO).

Longe dos  variados conceitos obtidos a partir do senso-comum, a PERCEPÇÃO depende do CÉREBRO, onde residem os CONHECIMENTOS e CAPACIDADES COGNITIVAS, que nos permite perceber através da MENTE, logo, trata-se de um PROCESSO MENTAL.

Portanto, a PERCEPÇÃO é o ATO DE INTERPRETAR um estímulo registrado através de nossos mecanismos sensoriais. Esta é consequência da SENSAÇÃO, pois se não houver a sensação, não haverá o que se perceber.

Pode-se dizer ainda que PERCEPÇÃO é o ato de prestar atenção, organizar, selecionar e interpretar a SENSAÇÃO.  A partir daí, a SENSAÇÃO transforma-se em PERCEPÇÃO, a partir do CONHECIMENTO e  APRENDIZADO que o indivíduo tiver.


As Etapas da PERCEPÇÃO, através de seu PROCESSO MENTAL:

1ª Etapa - Captar no cérebro, o estímulo que foi transmitida pelos órgãos sensoriais.

2ª Etapa - Interpretar essa informação para dar sentido ao que se percebeu.


TEORIAS CONSTRUTIVAS DA PERCEPÇÃO



A percepção é tida como um processo cognitivo. É o ponto em que a cognição e a realidade se encontram. Precisamos levar informações para a mente, antes de fazer qualquer coisa com ela. A percepção é um processo complexo que depende do meio ambiente, e do significado que a pessoa que recebe, atribui.

A percepção é ainda, a organização e interpretação das emoções, e esta é influenciada por diversos fatores como: reconhecimento o objeto por parte do indivíduo, localização do mesmo, atenção, consciência, etc.

A percepção não é produzida diretamente pela sensação do estímulo, mas ocorre como produto final da interação entre os estímulos e as hipóteses internas, expectativas e conhecimento.

A sensação envolve a estimulação dos órgãos sensoriais.
A percepção envolve interpretação dos estímulos sensoriais.

Habituação ocorre quando acostuma-se com o estímulo, e passa-se a prestar menos atenção a ele.

Adaptação sensorial ocorre quando as células receptoras se adaptam à estimulação constante, e deixam de disparar até que haja uma mudança na estimulação. Quando isso ocorre a pessoa pode deixar de perceber o estímulo.

Ilusões perceptivas acontecem quando aquilo que se sente através dos órgãos sensoriais, não é o que necessariamente é percebido na mente. A mente pode estar se utilizando de informações sensoriais disponíveis, para criar representações mentais de objetos, propriedades e relacionamentos especiais no ambiente.

LIMIAR é a quantidade de energia necessária para se perceber um estímulo. Pode ser:

  • LIMIAR ABSOLUTO é a estimulação mínima para detectar um estímulo.  Este jamais será igual entre as pessoas.
  • LIMIAR RELATIVO  é a diferença mínima entre dois estímulos para percepção. 


É importante saber que a fadiga, o cansaço, pouco sono ou uso de substâncias psicoativas, afetam a nossa atenção, fazendo com que haja um aumento do nosso limiar, pois a pessoa sujeita a essas condições, precisa de um estímulo maior para ser percebido.

ATENÇÃO CONSCIENTE - Quando se está focando diretamente na coisa.
ATENÇÃO INCONSCIENTE - Como uma visão periférica. Você sabe o que tem ao redor mas não olha diretamente para o objeto.

QUANDO ESTAMOS DISTRAÍDO  ocorre um AUMENTO DO LIMIAR, pois PRECSA DE UM ESTÍMULO MAIOR para ser detectado. 

QUANDO ESTAMOS NO ESFORÇO DE ATENÇÃO, CONCENTRADOS, ocorre a BAIXA O LIMIAR, pois PRECISA DE UM ESTIMULO MENOR para ser detectado.



A percepção de um objeto depende não só de seu destaque no mundo fenomenológico (características próprias), apesar deste possuir uma estrutura interna maior do que a dos demais objetos. Os seres humanos possuem as melhores percepções do reino animal, devido aos seus mais aperfeiçoados aparelhos sensoriais.

COMO PERCEBEMOS O MUNDO AO NOSSO REDOR?

A visão do mundo ao nosso redor, inicia-se pelos estímulos captados dos ambientes externos e internos, que recebemos e detectamos através dos órgãos dos sentidos, dando origem às sensações. Esses estímulos são convertidos em sinais eletroquímicos pelo processo de transdução, para serem transmitidos ao cérebro. No cérebro esses sinais são interpretados e o indivíduo passa ter a percepção do estímulo através de seu órgão sensorial.  Tudo ocorre numa sequência lógica onde a sensação ( ambiente externo/interno) se dá em três fases: detecção do estímulo pelos neurônios especializados, transdução que é a conversão desse estímulo em impulsos neurais, que serão transmitidos ao cérebro para serem interpretados e percebidos através dos órgãos sensoriais. Esse é o modo pelo qual o homem ver e significa o mundo a sua volta, logo, o mundo que vemos é o mundo que foi significado por nossa mente. 

Elementos que interferem no processo de sensação/percepção:

  • Deficiências ou lesões nos órgãos dos sentidos.
  • Lesões degenerativas do sistema nervoso,
  • Estados alterados de consciência (uso de álcool, drogas, etc)
  • Nível de atenção
  • Meio ambiente, etc.