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terça-feira, 2 de outubro de 2018

A Psicologia Científica e o senso comum.


Ciência e Senso comum

SENSO COMUM

·         Conhecimento intuitivo, espontâneo, de tentativas e erros, que vamos acumulando no nosso dia a dia, e que adquirimos desde os simples hábitos às tradições, que são transmitidas de geração em geração. Logo, o senso comum representa uma visão de mundo.
·         O senso comum se apropria de termos científicos sem que o homem tenha consciência disso.
         o   Ex.: Ficar neurótico é um termo usado na Psicologia científica, entretanto usamos tal expressão no senso comum para dizer que uma pessoa está descontrolada, nervosa.

ÁREAS DO CONHECIMENTO
·         Áreas do conheimento exigem um nível de especialização cada vez maior, o que fez surgir além do senso comum e da ciência, a filosofia, a religião, e a arte.

PSICOLOGIA CIENTÍFICA
Características que permite que denominemos um conjunto de conhecimentos como científico:
·         É a partir do senso comum que é possível demarcar o campo de atuação da ciência.
·         É um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade (Objeto de estudo), expresso por meio de uma linguagem sistemática, controla, programada, que se possa averiguar sua veracidade.
·         Toda produção científica ao produzir um novo conhecimento, toma como ponto de partida algo anteriormente já desenvolvido. Processo cumulativo de conhecimentos.
·         Aspira objetividade.
·         Suas conclusões devem ser passíveis de verificação e isentas de emoção para ter validade.
·         Objeto específico
·         Linguagem rigorosa.
·         Métodos e Técnicas específicas

OBJETO DE ESTUDO DA PSICOLOGIA
·         Objeto de estudo pode ser visto de modo:
       o   Mais amplo: estudo do homem e sua interação com o meio que vive.
       o   No sentido mais específico: diz respeito às teorias.
·         O conhecimento só é científico se houver um objeto de estudo específico.
·         Depende da abordagem da Psicologia:
       o   Psicólogo comportamentalista – objeto de estudo é o comportamento humano.
       o   Psicólogo psicanalista – objeto de estudo é o inconsciente.
·         A ciência se caracteriza pela sua construção teórica, daí que para definir o objeto específico de estudo é preciso saber o que cada teoria da psicologia estuda.
·         A Psicologia atual estuda os “diversos homens” concebidos num contexto social diverso, a partir de suas diferentes abordagens.
·         Psicologia é o ramo das Ciências Humanas e a sua identidade, ou seja, aquilo que a diferencia (objeto específico) pode ser obtida considerando-se que cada um desses ramos enfoca de maneira particular o objeto homem, contribuindo para a compreensão da totalidade da vida humana.

A SUBJETIVIDADE COMO OBJETO DA PSICOLOGIA
·         Há diferentes ciências humanas, que estuda o homem de maneira diferenciada, como a Economia, a política e história, por exemplo.
·         A identidade da Psicologia faz um enfoque do homem de forma diferenciada, trabalha o homem construindo conhecimentos distintos e específicos, a partir do estudo da subjetividade, contribuindo para a compreensão da totalidade da vida humana.
·         Matéria-prima da subjetividade: o homem em todas as suas:

o   Expressões visíveis (nosso comportamento) – homem-corpo
                  o   Expressões invisíveis (nossos sentimentos) – homem-pensamento
                  o   Expressões singulares (porque somos e o que somos) –homem-afeto
                  o   Expressões genéricas (porque somos todos assim) – homem-ação
·         Conceituando a subjetividade:
                  o   Ideias, significados e emoções construídos internamente pelo sujeito a partir de suas relações sociais, de suas vivências, e de sua constituição biológica, fonte de suas manifestações afetivas e comportamentais.
                  o   Maneira de sentir, pensar, fantasiar, sonhar, amar e fazer de cada um. O que constitui o modo de ser, o que gosto e não gosto, o que tenho vontade ou não, etc.
                  o   Cada qual é o que é: singularidade.
                  o   Não se trata de características inatas do indivíduo. O homem se constrói aos poucos, nas suas relações com o mundo social e cultural, é parte ativa de sua construção. O seu mundo subjetivo se apropria de novas matérias-primas, promovendo novas formas de subjetividade, nas quais o homem vai se apropriando.
                 o   Estudar a subjetividade na atualidade, é tentar compreender novos modos de ser que representam as subjetividades emergentes, nas relações cultural-político, econômico-histórico.
                  o   O movimento e a transformação são elementos básicos de toda essa história, já que as pessoas estão sempre em constante e permanente desenvolvimento, considerando que a vida do homem muda, e, portanto, muda suas vivências subjetivas, seu conteúdo psicológico, sua subjetividade.

A PSICOLOGIA E O MISTICISMO
·         A Psicologia como área da ciência, surge à partir de 1875, com a criação do primeiro laboratório de Psicofisiologia, em Leipzig, na Alemanha, por Wilhelm Wundt (1832-1926).

o   Marca o desligamento de ideias psicológicas de ideias abstratas ou espiritualistas, que defendiam a ideia de uma alma nos homens, a qual seria a sede da vida psíquica.
                  o   Fortalece seu vínculo com os princípios e métodos científicos.
                 o   Fortalece a ideia de um homem autônomo, capaz de se responsabilizar pela sua vida.
·         A Psicologia ainda não consegue explicar muitas coisas, pois a realidade está em permanente movimento e transformação, trazendo novos questionamentos à Psicologia.
·         Misticismo – São práticas não-psicológicas, outras formas de saber, que pressupõe uma força que está além do campo humano e do mundo material.
·         Psicologia diante do misticismo deve:

o    Enfrenta-los sem preconceito.
                  o   Demarcar os campos de atuação do psicólogo.
Não agir na prática do psicólogo em terapias alternativas, fere o código de ética da psicologia.
o   Evitar o desempenho inadequado da profissão.
·         O Psicólogo deve se manter com a mente aberta, se abrir aos novos conhecimentos desde que estes sejam adquiridos e estudados no âmbito da ciência, com métodos e princípios próprios.
                  o   Manter a mente aberta para o novo, para novos conhecimentos





REFERÊNCIAS
BOCK, A.M.B.; FURTADO, O.;TEIXEIRA, M.L.T. R. Psicologias, uma introdução ao estudo da psicologia: 13. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 1999. Capítulo 1-A Psicologia ou as Psicologias.


terça-feira, 21 de agosto de 2018

SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO - é através desses dois processos que percebemos o mundo.


"SENSAÇÃO - PERCEPÇÃO"

Saindo do que se chama "senso comum" e adentrando no campo da ciência da Psicologia, as sensações deixam de ter uma definição com base na experiência vivida, para ter um conceito definido enquanto ciência.

Exemplos de sensações obtidas pelo senso comum:
- Tenho a sensação de estar no lugar certo.
- Raissa está com a sensação boa hoje.

Dentro desse contexto a SENSAÇÃO está ligada a SENTIR, e portanto aos Órgãos dos Sentidos. A sensação é direcionada pelos  SENSORES, que nada mais são  do que, NEURÔNIOS ESPECIALIZADOS ou CÉLULAS NEURAIS.

Tudo o que experimentamos chega até nós através de nossos ÓRGÃOS SENSORIAIS. Estes são responsáveis por captar estímulos. 

Logo, pode-se dizer que sensação é o ato de CAPTAR, CONVERTER E TRANSMITIR ESTÍMULOS, através de nossos ÓRGÃOS SENSORIAIS, sendo portanto, a sensação um PROCESSO FISIOLÓGICO.

Durante toda a vida aprendemos que o ser humano é dotado de apenas 5 sentidos que são:
  • AUDIÇÃO  - órgão sensorial correspondente é a ORELHA.
  • OLFATO - órgão sensorial correspondente  é a NARINA.
  • PALADAR - órgão sensorial  correspondente á a BOCA.
  • TATO - órgão sensorial correspondente é a PELE (maior órgão)
  • VISÃO - órgão sensorial correspondente ao OLHO.
A partir desses 5 órgãos dos sentidos já conhecidos, nos processos psicológicos, observa-se cerca de 9 a 33 subsentidos, derivados dos 5 sentidos básicos.


SENSAÇÃO possui 3 ETAPAS até que ela  concretize seu ciclo nos órgãos sensoriais:

DETECÇÃO - Os NEURÔNIOS ESPECIALIZADOS detectam o estímulo através dos órgãos dos sentidos.

TRANSDUÇÃO -  O estímulo detectado é convertido em IMPULSO NERVOSO.

TRANSMISSÃO -Transmite o impulso nervoso até o CÉREBRO.

O CÉREBRO vai interpretar esse impulso nervoso, e enviar uma mensagem ao ÓRGÃO SENSORIAL, onde o ESTÍMULO VAI SER PERCEBIDO.(PERCEPÇÃO).

Longe dos  variados conceitos obtidos a partir do senso-comum, a PERCEPÇÃO depende do CÉREBRO, onde residem os CONHECIMENTOS e CAPACIDADES COGNITIVAS, que nos permite perceber através da MENTE, logo, trata-se de um PROCESSO MENTAL.

Portanto, a PERCEPÇÃO é o ATO DE INTERPRETAR um estímulo registrado através de nossos mecanismos sensoriais. Esta é consequência da SENSAÇÃO, pois se não houver a sensação, não haverá o que se perceber.

Pode-se dizer ainda que PERCEPÇÃO é o ato de prestar atenção, organizar, selecionar e interpretar a SENSAÇÃO.  A partir daí, a SENSAÇÃO transforma-se em PERCEPÇÃO, a partir do CONHECIMENTO e  APRENDIZADO que o indivíduo tiver.


As Etapas da PERCEPÇÃO, através de seu PROCESSO MENTAL:

1ª Etapa - Captar no cérebro, o estímulo que foi transmitida pelos órgãos sensoriais.

2ª Etapa - Interpretar essa informação para dar sentido ao que se percebeu.


TEORIAS CONSTRUTIVAS DA PERCEPÇÃO



A percepção é tida como um processo cognitivo. É o ponto em que a cognição e a realidade se encontram. Precisamos levar informações para a mente, antes de fazer qualquer coisa com ela. A percepção é um processo complexo que depende do meio ambiente, e do significado que a pessoa que recebe, atribui.

A percepção é ainda, a organização e interpretação das emoções, e esta é influenciada por diversos fatores como: reconhecimento o objeto por parte do indivíduo, localização do mesmo, atenção, consciência, etc.

A percepção não é produzida diretamente pela sensação do estímulo, mas ocorre como produto final da interação entre os estímulos e as hipóteses internas, expectativas e conhecimento.

A sensação envolve a estimulação dos órgãos sensoriais.
A percepção envolve interpretação dos estímulos sensoriais.

Habituação ocorre quando acostuma-se com o estímulo, e passa-se a prestar menos atenção a ele.

Adaptação sensorial ocorre quando as células receptoras se adaptam à estimulação constante, e deixam de disparar até que haja uma mudança na estimulação. Quando isso ocorre a pessoa pode deixar de perceber o estímulo.

Ilusões perceptivas acontecem quando aquilo que se sente através dos órgãos sensoriais, não é o que necessariamente é percebido na mente. A mente pode estar se utilizando de informações sensoriais disponíveis, para criar representações mentais de objetos, propriedades e relacionamentos especiais no ambiente.

LIMIAR é a quantidade de energia necessária para se perceber um estímulo. Pode ser:

  • LIMIAR ABSOLUTO é a estimulação mínima para detectar um estímulo.  Este jamais será igual entre as pessoas.
  • LIMIAR RELATIVO  é a diferença mínima entre dois estímulos para percepção. 


É importante saber que a fadiga, o cansaço, pouco sono ou uso de substâncias psicoativas, afetam a nossa atenção, fazendo com que haja um aumento do nosso limiar, pois a pessoa sujeita a essas condições, precisa de um estímulo maior para ser percebido.

ATENÇÃO CONSCIENTE - Quando se está focando diretamente na coisa.
ATENÇÃO INCONSCIENTE - Como uma visão periférica. Você sabe o que tem ao redor mas não olha diretamente para o objeto.

QUANDO ESTAMOS DISTRAÍDO  ocorre um AUMENTO DO LIMIAR, pois PRECSA DE UM ESTÍMULO MAIOR para ser detectado. 

QUANDO ESTAMOS NO ESFORÇO DE ATENÇÃO, CONCENTRADOS, ocorre a BAIXA O LIMIAR, pois PRECISA DE UM ESTIMULO MENOR para ser detectado.



A percepção de um objeto depende não só de seu destaque no mundo fenomenológico (características próprias), apesar deste possuir uma estrutura interna maior do que a dos demais objetos. Os seres humanos possuem as melhores percepções do reino animal, devido aos seus mais aperfeiçoados aparelhos sensoriais.

COMO PERCEBEMOS O MUNDO AO NOSSO REDOR?

A visão do mundo ao nosso redor, inicia-se pelos estímulos captados dos ambientes externos e internos, que recebemos e detectamos através dos órgãos dos sentidos, dando origem às sensações. Esses estímulos são convertidos em sinais eletroquímicos pelo processo de transdução, para serem transmitidos ao cérebro. No cérebro esses sinais são interpretados e o indivíduo passa ter a percepção do estímulo através de seu órgão sensorial.  Tudo ocorre numa sequência lógica onde a sensação ( ambiente externo/interno) se dá em três fases: detecção do estímulo pelos neurônios especializados, transdução que é a conversão desse estímulo em impulsos neurais, que serão transmitidos ao cérebro para serem interpretados e percebidos através dos órgãos sensoriais. Esse é o modo pelo qual o homem ver e significa o mundo a sua volta, logo, o mundo que vemos é o mundo que foi significado por nossa mente. 

Elementos que interferem no processo de sensação/percepção:

  • Deficiências ou lesões nos órgãos dos sentidos.
  • Lesões degenerativas do sistema nervoso,
  • Estados alterados de consciência (uso de álcool, drogas, etc)
  • Nível de atenção
  • Meio ambiente, etc.