Psicologia na comunidade, psicologia da comunidade e psicologia (social) comunitária

  •    Falar da Psicologia Comunitária é falar da história política recente do Brasil e da América Latina.
  • O nome “trabalhos em comunidade” é uma expressão antiga, tendo surgida na década de 40 e 50.
  • Nesse período, o Brasil passava por mudanças no seu modelo produtivo, saindo de um modelo agropecuário e ingressando no agroindustrial.
  • Nesse contexto, são criados e desenvolvidos projeto assistenciais e educacionais que atendiam aos interessas das elites econômicas.
  • Dentro deste clima do chamado desenvolvimentismo, o Brasil atravessava a década de 50, assistindo a realização de trabalhos com os setores mais desfavorecidos da população.
  • Fortes elementos assistencialistas e paternalistas.
  • Nos anos 60, o Brasil e vários países da América Latina entram em vários confrontos entre o Estado e as forças capitalistas com as necessidades básicas da população e a participação na sociedade civil.
  • Acontecem tentativas significativas de transformações, especialmente, na área educacional.
  • Exemplos disso foram os trabalhos de educação popular e de adultos, executados no Nordeste por Paulo Freire.
  • Entretanto, o tempo de vida de tais trabalhos foi muito curto devido ao recrudescimento dos mecanismos repressivos empregado pelo Estado.
  • Em março de 1964, instaura-se o regime militar que instala um clima de terror político e cultural na realidade brasileira.
  • Ao lado dos pólos industriais e dos centros de riqueza iam crescendo imensos cinturões de pobreza.
  • 27 de agosto de 1962: reconhecimento da psicologia como profissão (Lei 4119/62).
  • É nesse contexto que se vê o início do emprego do termo psicologia na comunidade.
  • O país ainda era governado por militares, mas a população foi aprendendo a lutar por canais de reinvindicação.
  • Os profissionais de psicologia saindo dos consultórios, das empresas e das escolas e indo para os bairros populares, para as favelas, para as associações de bairro.
  • Promovendo reuniões e discussões em torno das necessidades vividas pela população.
  • Passando por levantamento das condições de vida, educacionais, culturais e de saúde.
  • Realizando passeatas, mobilizações e abaixo-assinados contra as precárias condições de existência
  • Com o início do processo de abertura democrática, evidenciou-se uma preocupação sobre o caráter de clandestinidade do trabalho do psicólogo.
  • A denominação psicologia comunitária passa a ser adotada por vários profissionais inclusive em debates e reflexões.
  • Anunciando seu compromisso político e permitindo críticas às teorias universalizantes e a-históricas.
  • Criação da ABRAPSO, em 1979.
  • No contexto da psicologia no Brasil, a ABRAPSO se constituiu em um marco importante para a construção de uma psicologia social crítica, histórica e comprometida com a realidade concreta da população.
  • No início dos anos 90, a nível nacional, presencia-se a expansão do trabalho dos psicólogos junto aos diversos setores e segmentos da população.
  • Passa-se a ouvir, mais frequentemente, a denominação de psicologia da comunidade.
  • São práticas desenvolvidas quando o psicólogo está no posto de saúde, na secretaria de bem-estar social, em algum órgão ligado à família.
  • Psicologia (social) comunitária: a denominação empregada no Brasil e na América Latina, busca romper com o viés assistencialista da psicologia estadunidense.
  • Utiliza-se do enquadre teórico da psicologia social, privilegiando o trabalho com os grupos, colaborando para a formação da consciência crítica e para a construção de uma ética individual e coletiva

REFERÊNCIAS

GÓIS, Cezar Wagner de Lima. Noções de Psicologia Comunitária. 2ª Edição. Fortaleza,Ceará, 1994. 
Anotações de aula

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