O Reflexo Inato - Capítulo 1

Skinner explica os comportamentos à partir do modelo de seleção por consequência, que possui três níveis. Todo e qualquer comportamento precisa ser analisado pelo ótica dos três níveis.

  • Nível Filogenético - onde se encontram os COMPORTAMENTOS INATOS que dizem respeito à SOBREVIVÊNCIA e EVOLUÇÃO DA ESPÉCIE, na interação com o mundo. Os REFLEXOS INATOS são comportamentos necessários à sobrevivência da espécie, não são portanto, aprendidos. Dons inatos são COMPORTAMENTOS REFLEXOS.
  • Nível Ontogenético - Onde estão os COMPORTAMENTOS APRENDIDOS, ADQUIRIDOS durante a história de vida de cada indivíduo, na interação com o ambiente. Aí, o organismo se comporta, gerando consequências que irão controlar os comportamentos futuros ou posteriores, a depender dos reforçadores, que funcionam como instrumentos de seleção. O COMPORTAMENTO OPERANTE são os comportamentos aprendidos.
  • Nível Cultural - Possui um repertório comportamental instalado e mantido pela cultura do indivíduo, que para Skinner é um conjunto particular de condições em que grande número de pessoas se desenvolve e vive.
REFLEXOS INATOS:
  • São comportamentos importantes para a sobrevivência do organismo. sempre há uma alteração no ambiente que produz uma alteração no organismo. 
  • Não se trata de um comportamento aprendido, mas de um comportamento herdado da espécie.
  • COMPORTAMENTO REFLEXO é a relação entre o ESTÍMULO correspondente a uma alteração no ambiente e a RESPOSTA que vai provocar uma alteração no organismo., ou seja, uma mudança no ambiente produz uma mudança no organismo.
  • Exemplos de Reflexos: relação entre estímulo e resposta:
           ESTÍMULO  (S)           -     RESPOSTA  (R)
           Fogo próximo à mão     -    contração do braço
           Martelada no joelho      -    flexão de perna
           Alimento na boca           -    salivação
           Barulho estridente         -    sobressalto
                        !                                     !
           Mudança no Ambiente  -  Mudança no Organismo
           Obs.: Como se lê: O Estímulo PRODUZ ou ELICIA a Resposta.
  • CONCEITO de reflexo no senso comum é diferente do Behaviorismo.
  •  Quando todas as RESPOSTAS SÃO CONSTANTES,  sempre se repete, é um REFLEXO.
  • Quando as RESPOSTAS NÃO SÃO CONSTANTES, são aprendidas e não são reflexos.
Exemplos de Reflexos Inatos: ao bater o martelo no joelho, o músculo da coxa contrai.; quando a luz incide sobre a pupila, ela se contrai,barulho rápido e repentino faz o coração disparar. 
Esses exemplos trazem algo em comum: há sempre uma alteração no ambiente que produz uma alteração no organismo(corpo do indivíduo).
São necessários à sobrevivência: filogênese.
Fazem parte do repertório comportamental (comportamentos de um organismo)  desde a gestação até o fim de sua vida, por isso, são chamados Reflexos Inatos.

LEI DO LIMIAR:
  • Esta lei estabelece que, para todo reflexo, existe uma intensidade mínima do estímulo necessária para que a resposta seja eliciada.
        Exemplo: Um choque elétrico é um estímulo que elicia a resposta de contração muscular.
        Segundo a lei do limiar, existe uma intensidade mínima do choque (de 5 a 10 volts, apenas como exemplo - esses valores são fictícios, e o valor do limiar é individual) que é necessária para que a resposta de contração muscular ocorra. Essa faixa de valores, no exemplo, que varia de 5 a 10 volts, é chamada limiar. 
  • LIMIAR - É o limite que cada pessoa suporta ou alcança.
  • Todo reflexo tem uma intensidade mínima de estímulo necessário, para que, a RESPOSTA seja eliciada. 
  • Isso varia de pessoa para pessoa. Não é igual para todos e não tem valor definido. Depende do limiar de cada um.
  • Quando o ESTÍMULO está ABAIXO DO LIMIAR do sujeito, a intensidade do estímulo é muito pequena para eliciar uma resposta.
LEI DE INTENSIDADE E MAGNITUDE
  • Tanto intensidade como magnitude referem-se ao "quanto de estímulo (intensidade) e ao "quanto de resposa", ou a "força do estímulo" e a "força da resposta".
  • A intensidade e a magnitude são diretamente proporcionais.
  • INTENSIDADE diz respeito ao ESTÍMULO, e mede quanto de estímulo.
  • MAGNITUDE diz respeito à RESPOSTA, e mede quanto de resposta.
  • Exemplo de Intensidade e Magnitude: calor excessivo faz o sujeito suar muito.  Calor excessivo é a intensidade do estímulo e suar muito é a magnitude da resposta.
LEI DE LATÊNCIA
  • Latência é o intervalo entre dois eventos ou ainda, o tempo entre a ocorrência do estímulo e a ocorrência da resposta.
  • São inversamente proporcionais. MAIOR INTENSIDADE  do ESTÍMULO, produz MENOR MAGNITUDE DA RESPOSTA. MENOR INTENSIDADE DO ESTÍMULO, produz MAIOR MAGNITUDE DA RESPOSTA. Tudo acontece em frações de segundos.
  • O Estímulo elicia a resposta ou a resposta é eliciada pelo estímulo.
  • Usa-se  ELICIAR para COMPORTAMENTOS REFLEXOS.
  • Usa-se EVOCAR para COMPORTAMENTOS APRENDIDOS.
  • Reflexo não é nem o estímulo, nem a resposta, mas a relação entre ambos.
  • A Latência da resposta é o tempo que transcorre entre o estímulo e a resposta.
FORÇA FRACA                    FORÇA FORTE
Latência longa                        Latência curta
Magnitude  pequena               Magnitude grande
Duração curta                         Duração longa

  • LATÊNCIA varia inversamente à intensidade do estímulo.
  • MAGNITUDE é a duração da resposta  e varia diretamente à intensidade da resposta. Pode-se dizer que, a força do reflexo quando aumenta, aumenta a intensidade do estímulo.
 HABITUAÇÃO E POTENCIAÇÃO.
  • São efeitos de eliciações sucessivas da resposta.
  • Quando um mesmo estímulo é apresentado várias vezes em curtos intervalos de tempo, na mesma intensidade, podemos observar um decréscimo na magnitude da resposta. 
  • São termos opostos. 
  • HABITUAÇÃO - o organismo vais e adaptando ao estímulo e sua resposta vai diminuindo de magnitude. Nesse caso, os ESTÍMULOS REFORÇADORES estão mais associados.
  • POTENCIAÇÃO - exposta ao estímulo diversas vezes, a resposta ao invés de se acostumar, pode potencializar. Está mais associada aos ESTÍMULOS AVERSIVOS ou PUNITIVOS.
REFLEXOS E ESTUDO DAS EMOÇÕES
  • Um aspecto extremamente relevante do comportamento humano são as emoções (medo, alegria, raiva, tristeza, excitação sexual, etc.). 
  • Muitas dessas emoções que sentimos são respostas reflexas a estímulos ambientais. Por esse motivo, é difícil controlar uma emoção.
  • Controlar as emoções é difícil, as vezes, impossível. São respostas reflexas a estímulos ambientais, quando alguém se emociona espontaneamente.
  • A espécie humana nasceu para ter algumas respostas emocionais, quando determinados estímulos surgem em nosso ambiente.
  • Os reflexos são involuntários, não tem como evitar. As emoções não são apenas reflexos, ora podem ser provocadas, ora podem ser espontâneas.
  • Exemplo: chegar num lugar alto, provoca medo, um frio espontâneo na barriga. Instinto de preservação da vida. Filogênese. É reflexo. Já medo de um animal por exemplo, é aprendido e não um reflexo. Pois, se colocar um bebê que ainda não aprendeu o que é medo, junto a uma barata, ele vai pegar, podendo até colocar na boca.
Principais conceitos apresentados neste capítulo

Estimulo:
  •  Qualquer alteração ou parte do ambiente que produza uma mudança no organismo.
  • Comida elicia (produz) salivação.
Resposta:
  •  Qualquer alteração no organismo produzida por uma alteração no ambiente (estímulo).
  • Saliva produzida pela colocação de comida na boca.
Reflexo:
  •  é uma relação entre um estímulo específico e uma resposta específica.
  • Contida colocada na boca faz o organismo salivar.
Intensidade do Estímulo:
  •  É a força (ou quantidade) de um do estimulo determinado estimulo.
  • Quantidade de comida colocada na boca (3 gramas, 7 gramas...).
Magnitude da resposta:
  •  É a força de uma determinada da resposta resposta
  • Quantidade de saliva produzida (2 gotas, 3 gotas, 2 mililitros, 4 mililitros...).
REFERÊNCIA:
MOREIRA, Márcio Borges; MEDEIROS, Carlos Augusto de. Princípios Básicos de Análise e do Comportamento. Editora Artmed. 2007.

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