O Brasil é considera por muitos estudiosos como um país mestiço, construído por várias culturas, raças e etnias que se complementam, suplementam e transmitem a imagem de um todo heterogêneo e bricolar.
Não se pode esquecer que está nação foi uma Colônia de exploração dos portugueses, que tinha por objetivo fornecer o máximo de riqueza possível para a Metrópole, dando início o processo de formação de uma nova nação.
A idéia da mestiçagem ou da democracia racial é extremamente perigosa e ingrime, pois configurasse no centro de disputa política de significado, pois essas idéias são alvo de diferentes interpretações.
O mito da mestiçagem está presente em diversas obras, inclusive no indianista José de Alencar que com seu personagem Peri trazia a tona uma sociedade harmônica e apaixonada que nunca existiu.
Muitos romancistas tentam criar uma miscigenação forçada e mitificada. Não discutindo que a mestiçagem é, na verdade, o reflexo da vergonha causada pelas relações inter-raciais via esturpos e subrondinações impostas pelos portugueses.
A discussão sobre a mestiçagem indígena deve se levar em conta a situação atual desta população, pois reforçar a idéia de descobrimento é apagar o processo histórico que criou a nação. Ignorando via amores romaticos com indígenas o preço pago que foi: genocídio, escravidão, opressão.
Como escreveu Buci-Glucksmann(1980) vende-se a mestiçagem arqueológica defendendo uma democracia racial, mas nunca tivemos um projeto político para os não portugueses, apenas um processo de dominação ideológica.
Segundo Sansone (1996) não discutir o indianismo e a mestiçagem é perpetuar o racismo, descaso e exploração, por conta disso o caminho proposto é discutir a identidade nacional para a elaboração de um tipo de imagem sobre a identidade.
Referências
SANSONE, Livio. As Relações Raciais em Casa-Grande & Senzala Revisitadas à Luz do Processo de Internacionalização e Globalização. In M. C. Maio & R. V. Santos (org.), Raça, Ciência e Sociedade. Rio de Janeiro, Fiocruz/CCBB, 1996. BUCI-GLUCKSMANN, Christinne. Gramsci e o Estado. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1980
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