Figura e Fundo

 Os termos figura-fundo tem origem na Psicologioa da Gestalt, sendo mais conhecido como perepção-figura-fundo.

"Edgar Rubin (1886-1951), fenomenólogo dinamarquês e ex-aluno de Husserl, foi o primeiro a afirmar que a percepção visual se organiza em figura e fundo, fato esse ilustrado pela conhecida imagem das duas faces que podem ser percebidas como um cálice" (FRAZÃO, 2020, pg. 100).

"A psicologia da Gestalt, tal como já anunciado por Rubin, afirma que nossa percepção se organiza pelo princípio de figura/fundo: percebemos totalidades e, dependendo das circunstâncias, algo se destaca, torna-se mais proeminente, fica em primeiro plano — a figura enquanto o restante permanece em segundo plano — o fundo" (FRAZÃO, 2020, pg. 102).

"Figura e fundo integram o que chamamos de Gestalt, configuração ou totalidade. Não se pode falar numa Gestalt sem considerar figura e fundo. Apenas a figura não constitui uma Gestalt, uma configuração." (FRAZÃO, 2020, pg. 102).

"Figura e fundo não são fixas nem estáticas: elas se modificam, são reversíveis e podem se alternar conforme as circunstâncias. Trata-se de um processo contínuo de formação e destruição de Gestalten"  (FRAZÃO, 2020, pg. 103).

Refere-se a tendencia de nosso sistema visual em simplificar um cena ou objeto que nos cahme atenção.

Focando no preto pode-se perceber um vaso, focando no branco, pode-se perceber dous rostos um de frente para o outro. Essas imagens se apresentam alternadamente, durante a observação.
Como tendemos a distinguir a figura do fundo, exercitando a percepção figura-fundo.

  • Ao olhar para uma cena, busca-se algumas maneiras de diferenciar figura do fundo. 
  • Busca-se os mais nítidos, na figura e os mais nebulosos, borrados, menos nítidos ficam  mais de fundo da figura.
  • O contraste  alto entre os objetos leva a essa percepção como no vaso de rubi, acima.
  • O tamanho com imagens maiores parecem parte a figura, imagens menores fazem parte do fundo.
  • a semparação, quando o objeto esta isolado é uma cena visual mais provael de ser visto como figura, contra todo o restante que está no fundo.
Na Gestalt-terapia a figura sempre é aquilo que naquele momento se mostra com maior significado e importância no campo perceptivo, psíquico do cliente, para onde o gestalt-terapeuta deve direcionar seu olhar, para a figura que sai do fundo. 

A vida é condicionada a essa dinâmica de alternância entre figura e fundo, o que está mudando constantemente. A figura pode deixar de ser figura e se tornar fundo. Toda vez que a sua necessidade se impõe em um contexto, essa necessidade se torna figura, todo o contexto é o fundo.

Exemplo: Nesse momento você assiste a aula (figura) onde sua atenção está voltada. O telefone toca, e você desvia sua atenção para atendê-lo. nesse momento o telelefone se torna figura e a aula deixa de ser figura e se torna fundo junto a todo o contexto.  Supondo que após a ligação, resolvida a ligação, você volta a assistir a aula, que volta a ser figura. A com o encerramento da ligação, e retorno a aula, restaurou o equilíbrio, necessidade de falar ao telefone foi sanada, você fechou a gestalt.

Existe um fluxo contínio de formação e de solução de figura, a necessidade de figura aparece, resolve a figura restaurando o equilíbrio, e a figura é desfeita com o fechamento da gestalt.

Quando ocorre a interrupção desse fluxo, um bloqueio, não acontece a dissolução da figura, mantendo a gestalt aberta, podendo levar a pessoa a ter comportamentos repetitivos que não soluciona a gestalt. Está em desequilíbrio.

Exemplo: Uma vivência que não tenha sido resolvida na sua vida, é algo do passado que continua no presente, mas que precisa ser trabalhada, elaborada no aqui agora.

Quando se há muitas necessidades é preciso identificar a necessidade dominante para ser figura em primeiro plano. As demais retornarão à medida que as figuras forem sendo fechadas. O cliente escolhe a necessidade e define a maneira como vai resolver essa necessidade, uma vez resolvida, fecha-se a gestalt.  

Geralmente, o cliente não chega no terapeuta com seu ciclo figura-fundo bem ajustado. Até tem a figura definida, que é a queixa, a primeira demanda que o leva ao terapia. Tem dificuldade de fechar a figura  e dar continuidade ao ciclo, deixando que possa emergir a próxima figura. 

O terapeuta deve investigar o fundo, o contexto, a história do cliente, para identificar a figura, a demanda que emerge e tomar a atenção do cliente naquele momento, para que surja a awareness e o cliente possa fechar a gestalt.
 












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