WAGNER, Adriana; FLACKE, Denise; SILVEIRA, Luiza; MOSMANN, Clarisse. Scielo. A Comunicação em famílias com filhos adolescentes. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pe/v7n1/v7n1a08.pdf. São Paulo, 2002. Acessado em 29/02/2020 às 11:07 hs.
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O presente artigo trata da adolescência com ênfase e confrontos entre pais e filhos. As pesquisas tiveram como objetivo saber como os adolescentes avaliam a comunicação que estabelecem na família.
Chama atenção para a fase de intensas emoções, onde o adolescente busca a sua própria identidade, afastando-se da família nuclear e se envolvendo mais com grupos com os quais tem afinidades. Sendo assim, a relação entre os membros da família é essencial, para potencializar e auxiliar o estabelecimento de relações mais satisfatórias e saudáveis que os adolescentes estabelecem.
Enfatiza a necessidade dos pais tornarem-se mais flexíveis e manter um equilíbrio em sua autoridade a fim de harmonizar a família. Essa flexibilidade possibilita que o adolescente possa vivenciar experiências em diferentes territórios, buscando os pais quando se sentem inseguros e se afastando para experienciar a sua independência.
Constatou-se que apesar das mulheres terem entrado no mercado de trabalho,continuam sendo a principal cuidadora do lar e dos filhos, ratificando os papéis tradicionais baseados nos estereótipos de gênero ligados à mulher, ocasionando o acúmulo de funções desempenhadas pela mulher.
Contudo, cabe principalmente, à mãe, o papel de dialogar com seus filhos, e estar atenta às suas necessidades e interesses. Pick e Pakis (1995) constataram que, a mãe é quem melhor se comunica com os filhos, independentemente, de sexo.
Questionou-se o papel dos pais no núcleo familiar, que embora tenham ocorrido mudanças nessa relação entre o pai e filhos, mesmo assim, ainda predomina a atuação da mãe nas relações com os filhos, observando-se ainda em maior frequência, a mãe cuidando dos filhos e o pai como provedor da família.
Observou-se que, adolescentes que possuem irmãos mais velhos, acabam procurando-os para esclarecimentos e conselhos, ao invés de buscar essa relação com os pais. Destacou que dependendo do tipo de relação estabelecida entre o adolescente e seu
pai ou mãe, o irmão mais velho parece entrar na dinâmica familiar como quem supre a
baixa freqüência de diálogo com ambos, especialmente, a figura paterna.
As pesquisas possibilitaram conhecer a frequência das conversas, o grau de entendimento e o nível de coerência que os adolescentes observam entre o que se fala e o que se faz.
Observou-se que quase metade relatou ter conversas com o pai, e um pouco menos da metade relatou não conversar com o pai. A sua maioria consegue manter uma relação de compreensão no diálogo com o pai, e uma pequena minoria relatou nunca haver acordo com o pai.
Quanto às mães conseguem manter alta relação de diálogo com os filhos, e apenas uma minoria dizem nada conversar.
Quando os pais conseguem manter uma relação de coerência entre o que se fala e o que se faz, acabam fortalecendo uma relação de credibilidade com os filhos, sendo que a maioria destes, se sentem compreendidos pela mãe, e que geralmente conseguem chegar a um consenso. Qualquer que seja a relação com pai ou mãe, os filhos valorizam a coerência entre o discurso e as atitudes dos pais.
Chama atenção para o fato de que existe uma certa hierarquia que define qual a pessoa escolhida pelos
adolescentes para conversar. Os autores confirmara os dados da literatura (Pick &
Palos, 1995; Carmona, 2000), em que "a mãe é citada, pela maioria dos adolescentes,
como a pessoa da família com quem os adolescentes mais conversam, sendo
considerada uma pessoa muito coerente e com grande capacidade de entendimento".
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