São amplas e ricas as possibilidades de grupo que fica difícil listar e definir exatamente cada modalidade, mesmo porque muitas delas se entrelaçam ou se complementam.
Classificação de Grupo segundo proposta por Zimerman (2000, p.90) referente ao critério da
finalidade:
Grupos Operativos
- Ensino-aprendizagem
- Institucionais (empresas, escolas, igreja, exército, associações, etc.)
- Comunitários (programas de saúde mental).
- Grupos Terapêuticos de Autoajuda
- Na área médica em geral (diabéticos, reumáticos, idosos, etc)
- Na área psiquiátrica (alcoólicos anônimos, pacientes, borderline, etc)
- Grupos Terapêuticos Psicoterápicos Propriamente Ditos
- Base Psicanalítica
- Psicodrama
- Teoria sistêmica
- Cognitivo-comportamental
- Abordagem múltipla
Grupos Operativos segundo Pichon-Rivière (1991)...
- o grupo operativo assemelha-se ao funcionamento do grupo familiar (como também propõe Zimerman, 2000) e pode ser definido como um “conjunto de pessoas reunidas por constantes de tempo e espaço, articuladas por sua mútua representação interna, que se propõe, implícita ou explicitamente, uma tarefa que constitui sua finalidade” (p. 157).
- Um dos objetivos da técnica dos grupos operativos, como sinaliza Pichon-Rivière (1991) é o de auxiliar na minimização dos medos básicos e o de favorecer o rompimento dos estereótipos que funcionam como barreira à mudança.
- se envolver em uma comunicação significativa com os outros membros do grupo, revelar-se, dar feedback válido e examinar os aspectos ocultos e inconscientes dos próprios sentimentos, comportamentos e motivação” YALOM (2006, p. 197)
1. Grupos operativos voltados ao ensino-aprendizagem:
- Zimerman (2000) resume essa modalidade em “aprender a aprender” (p. 91). Parte-se do pressuposto de que a finalidade é a de treinar o grupo para desenvolver uma tarefa comum.
· 2. Grupos institucionais:
- Referem-se a grupos realizados em instituições em geral. Nas empresas, o psicólogo organizacional desenvolve trabalhos com colaboradores; nas escolas podem ser realizados grupos de pais, de alunos e/ou de professores (ZIMERMAN, 2000). 3
3 Grupos comunitários:
- Um exemplo clássico são os grupos na área de saúde mental, como ilustra Zimerman (2000). Podem ser com adolescentes, gestantes, líderes comunitários, etc.; de caráter preventivo, de tratamento ou reabilitação
É importante ressaltar que os grupos operativos também resultam em benefícios terapêuticos.
Grupos Terapêuticos...
1. Grupos de autoajuda: Assim como os demais, essa modalidade grupal apresenta benefícios terapêuticos. Segundo Zimerman (2000) possui esse nome porque consiste de pessoas que apresentam o mesmo tipo de necessidades, isto é, são considerados grupos homogêneos. Como exemplos há: alcoólicos anônimos (A. A.), narcóticos anônimos (N.A.) e neuróticos anônimos (N.A.).
São grupos formados espontaneamente e que preservam o
anonimato. A característica fundamental, como ressalta Zimerman (2000) está na
liderança do grupo: “costumam operar sob a liderança de pessoas pertencentes a
mesma categoria diagnóstica dos demais integrantes e que passaram, ou estão
passando, pelas mesmas dificuldades e experiências afetivas destes” (p. 212).
·
2
2. Grupos psicoterápicos propriamente ditos: Este item refere-se basicamente ao enfoque teórico-técnico ao qual cada abordagem teórica está fundamentada: psicanalítica, cognitivo-comportamental, psicodrama e sistêmica.
Tipos de Grupos...
- Homogêneo
- segundo Zimerman (2000) destina-se àquele grupo de pessoas que possuem características comuns. São exemplos: grupos de obesos, deprimidos, psicossomatizadores, etc.
- Refere-se a pessoas que tenham características diferentes entre si. Por exemplo: um grupo formado por uma pessoa obsessiva-compulsiva, outra histérica, e assim por diante.
- Aberto
- Caracteriza-se por não ter um prazo para o término, além do que permite que entrem e saiam pessoas do grupo.
- Fechado
- Entende-se que as mesmas pessoas iniciam e terminam juntas, com prazo definido, não podendo entrar novos membros.
- Na nossa vida, costumamos desempenhar vários tipos de papéis: de mãe, de filha, de profissional, etc. Essa natureza flexível, de mudança de papéis é um indicativo saudável.
- Em cada grupo que se forma, espontâneo ou terapêutico, percebe-se que cada membro desempenha um papel ou uma posição diferente. Na maioria das vezes é uma “escolha” inconsciente e que faz parte da configuração do campo grupal.
- Diz Zimerman (2000) que “em cada papel se condensam as expectativas, necessidades e crenças irracionais de cada um e que compõem a fantasia básica inconsciente comum ao grupo todo” (p. 137).
- O papel que o indivíduo desempenha no grupo geralmente é o mesmo evidenciado na sua vida de forma geral: seja na escola, no trabalho, na família, numa festa, etc.
- Nesse sentido, Zimerman (2000) e Pichon-Rivière (1991) apontam que, muitas vezes, esses papéis são rígidos e estereotipados, funcionando, portanto, de forma patológica.
- No processo terapêutico esses papéis devem ser identificados e modificados, de forma que se tornem mais flexíveis, deixando sua natureza patológica. Os papéis mais comuns, encontrados na literatura, são os seguintes:
Passo 1: Bode
expiatório
- É aquela pessoa que representa tudo o que é “ruim”, os aspectos negativos de todo o grupo.
- É comum essa pessoa sair do grupo. Mas Zimerman (2000) alerta para o fato de que tão logo o próprio grupo se encarregará de encontrar outro.
- Por outro lado, pode ser que esse indivíduo permaneça no grupo, servindo como o “bobo da corte”. Portanto, é uma situação que deverá ser trabalhada pelo terapeuta
Passo2: Porta-Voz
- Refere-se àquela pessoa do grupo que denuncia, que comunica os sentimentos, necessidades, pensamentos e ansiedades inconscientes do grupo. Essa comunicação, segundo Zimerman (2000) pode ocorrer de várias formas.
- Pode ser feita verbalmente, por meio de manifestos, reivindicações, contestações.
- Mas pode ser também de forma não verbal, por meio de atuações, dramatizações, silêncios, etc.
- Para Pichon-Rivière (1991) o doente costuma ser o porta-voz das angústias e conflitos do grupo. Inconscientemente, o grupo “elege” essa pessoa porque é insegura, característica essa que tende a deixar o indivíduo paralisado e doente (quando a natureza do papel for patológica).
Passo 3: Radar
- Esse papel costuma ser assumido por aquela pessoa do grupo que capta, antes dos demais, os primeiros sinais de angústias e ansiedades do grupo.
- Geralmente, esses conflitos são expressos por intermédio de abandono do tratamento, somatizações e outras atuações; ou seja, de forma não verbal (ZIMERMAN, 2000).
Passo4: Instigador
- Executa o papel de instigador, conforme Zimerman (2000), aquele membro do grupo que costuma fazer intrigas e que acaba perturbando o campo grupal.
Passo5 : Sabotador
- Geralmente é um papel, segundo Zimerman (2000), que é executado por pessoas invejosas e narcísicas, que procuram criar obstáculos e prejudicam o bom andamento do grupo.
- Para Pichon-Rivière (1991) o sabotador representa a resistência à mudança, característica esta que faz parte de qualquer processo psicoterápico, seja ele individual ou grupal
Passo 6: Apaziguador
- É aquele papel conhecido como “colocar pano quente”. Como afirma Zimerman (2000) é desempenhado por pessoas que apresentam dificuldades de lidar com situações tensas, ou de agressividade.
Passo7: Lider
- Finalmente, o papel de líder, que é, geralmente, o mais fácil de identificar e é observável em todos os grupos. Pichon-Rivière (1991) descreve quatro tipos de lideranças: autocrática, democrática, demagógica e laissez-faire.
- A liderança autocrática é, costumeiramente, executada por pessoas narcísicas, rígidas, cujos seguidores são pessoas inseguras e dependentes.
- A democrática é aquele tipo de liderança considerada mais saudável, uma vez que os papéis, funções e limites estão organizados.
- Já a do tipo laissez-faire caracteriza-se pela ausência de agente continente para as angústias e ansiedades.
- E por fim, a liderança demagógica, que consiste na figura de um líder que prega falsas ideologias, permanecendo num discurso distante da prática.
- o fato de que o terapeuta também desempenha um papel e posição no grupo, que pode ser diferente em cada grupo que se forma. Por exemplo: um paciente emocionalmente fragilizado pode atribuir ao terapeuta o papel maternal, isto é, de uma pessoa que provê a segurança de uma mãe.
- Esse papel orienta Pichon-Rivière (2000), pode ser de natureza boa (maternal, paternal, etc.) ou má, nas situações em que predominam fantasias paranoides, persecutórias, etc.
- A tarefa do grupoterapeuta, como aponta Pichon-Rivière (2000) e Zimerman (2000), é a de identificar e trabalhar esses papéis no grupo.
REFERÊNCIAS:
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