Mostrando postagens com marcador Behaviorismo Metodológico. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Behaviorismo Metodológico. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Behaviorismo Metodológico e Behaviorismo Radical - Aula de 03/09/2019 Psicologia Comportamental.

Ambos:

  • Estudam o comportamento por si mesmo.
  • Opõem-se ao Mentalismo
  • Admite o evolucionismo biológico.
  • Adota o determinismo materialístico
  • Usa procedentes objetivos na coleta de dados
  • Rejeita a Introspecção
  • Realiza a experimentação.
Behaviorismo Metodológico - Watson:
  • Realiza testes de hipóteses, com grupo de controle que aprove e compactue da mesma percepção do indivíduo que destoa do grupo.
  • Compara-se o indivíduo com o grupo do qual ele destoa.
  • Observação consensual. alguém precisa validar o que observo.
  • Considera COMPORTAMENTO somente o que todos podem observar igualmente, consensualmente.
  • É mecanicista - Explica o comportamento através do ESTÍMULO(S) - RESPOSTA (R)
  • Admite duas NATUREZAS DO COMPORTAMENTO:

    1. MENTAL - Não nega a existência, mas afirma que não pode estudá-la, pois a subjetividade não é observável.
    2. FÍSICA - Pode estudá-la, tudo que é físico pode ser observado.
  • Influenciado pelo Operacionismo, Positivismo, só vai admitir como comportamento, o que puder ser observado por outras pessoas também.
  • Admite somente a NATUREZA FÍSICA,  por isso, nega a existência da mente, não aceita estudar eventos internos.
Behaviorismo Radical- Skinner:
  • Para analisar o comportamento de "João", é preciso analisar a história de vida dele até o momento presente, em que se observa determinado comportamento.
  • O indivíduo é analisado na sua individualidade e não necessita de consenso entre os observadores. Não precisa que ninguém valide o que o analista observa.
  • Só posso comparar "João" com ele mesmo, a partir de sua história de vida. Não se pode compará-lo com ninguém.
  • É determinista - Explica o comportamento levando em consideração o contexto da história, se atendo á individualidade do sujeito, REFORÇO(R) - CONSEQUÊNCIA (C)
  • 98% do REPERTÓRIO COMPORTAMENTAL é aprendido - CONDICIONAMENTO OPERANTE.
  • Repertório Comportamental inclui pensamentos, sentimentos, o estado que a pessoa está, o que fala, como fala. - TUDO É COMPORTAMENTO.
  • Leva em conta as CONTINGÊNCIAS que levariam a pessoa a se comportar de tal forma.
  • Na condição de REFORÇO(R) - CONSEQUÊNCIA (C), dependendo das consequências que o comportamento tiver, ela vai retroagir sobre o comportamento reforçador, podendo este, se repetir ou não. Se a consequência for positiva, o comportamento tende a se repetir. Se a consequência for negativa, o comportamento tende a se extinguir.
  • Observa o comportamento na interação do indivíduo com o meio ambiente, sua história e sua cultura.
  • AEC - Análise Experimental do Comportamento
  • AAC - Análise Aplicada do Comportamento
  • Também usa  o Estímulo(E) - Resposta (R), porém, com diferentes conceitos:
          ESTÍMULOS ANTECEDENTES - as causas, o que motivou antes do comportamento.
          ESTÍMULOS RESPONDENTES - o que vem após o estímulo antecedente, como resposta.
          ESTÍMULOS CONSEQUENTES - derivado da resposta.
  • Analisa o comportamento à partir de três características, admite portanto, a multicausalidade:
  1. FILOGÊNESE - Aspectos Orgânicos. Comportamentos Inatos com valor de sobrevivência da espécie, trazendo vantagem evolutiva, e por isso, perpetuaram. Exemplo: luz nos olhos, retrai a pupila de qualquer um; comer; beber, etc. Olhar para o todo. História Evolucionária das Espécies.
  2. ONTOGÊNESE - Aspectos Individuais. Condicionamento Operante do Indivíduo. Está nas diferenças entre os sujeitos, no processo de individuação. Sujeito único. História de aprendizagem do indivíduo.
  3. CULTURA - Aspectos Culturais. Sua cultura. Comportamento Verbal, capaz de transmitir mensagem através da linguagem escrita, gestual. Tem como produto o SELF que é autoconhecimento. As pessoas se reconhecem a partir do outro que está inserido em sua própria cultura. 
  • Os aspectos culturais abrangem comportamentos que podem ou não ser reforçados e/ou punidos, por um grupo de pessoas em um ambiente.
  • Não se deve acreditar no comportamento verbal, é preciso buscar as "contingências" para explicar o comportamento que se apresenta hoje, e contextualizar para compreendê-lo.
  • Skinner estuda os eventos internos também, incluindo-os legitimamente dento do campo de estudo da Psicologia, de uma ciência do comportamento.
  • Não admite comportamento sem contexto.
  • O comportamento verbal é o principal meio para se entender o ser humano.
  • CONTINGÊNCIA é: S - R - C (ESTÍMULO ANTECEDENTE-ESTÍMULO RESPONDENTE-ESTÍMULO CONSEQUENTE). Na prática, esse comportamento não ocorre de forma linear assim. Esse modelo é uma análise única, que exclui o ambiente, a história de vida e a cultura do sujeito. 
  • A linha de base para a terapia no behaviorismo Radical é iniciar à partir da história de vida do cliente.
  • O organismo é o palco onde as interações do comportamento-ambiente acontecem.
  • É RADICAL em dois aspectos:
  1. NEGA ABSOLUTAMENTE, RADICALMENTE a existência de algo que escapa ao mundo físico, que não tenha uma existência identificável no espaço e no tempo.(Ex: mente, consciência, cognição), por isso, nega a existência da mente, mas aceita estudar eventos internos.
  2. ACEITA RADICALMENTE, INTEGRALMENTE todos os fenômenos comportamentais.
  • REFORÇO POSITIVO - Espera-se que o comportamento volte a se repetir.
  • REFORÇO NEGATIVO - Espera-se que o comportamento não volte a se repetir.

sábado, 17 de agosto de 2019

O Behaviorismo Metodológico e suas relações com o mentalismo e o Behaviorismo Radical 1 - Maria Amélia Matos

INÍCIO E OBJETO DE ESTUDO DO BEHAVIORISMO:
  • Século XX - Surge o behaviorismo na Psicologia.
  • Proposta do Behaviorismo para a Psicologia; Tornar o COMPORTAMENTO seu objetivo de estudo, em contraposição, às ideias de que a Psicologia deveria estudar a mente ou consciência dos homens.
MENTALISMO 
  • É o cessar as ideias ou imagens mentais, por meio da introspecção, sendo revelada através de uma ação, gesto, ou palavra.
  • Idade Média: segundo a Igreja,  o comportamento do homem se dava pela posse de uma alma., e eram essas ideias ou impressões mentais nas mentes dos homens que controlariam seus comportamentos. O homem é concebido por duas naturezas: uma divina(mental) e uma material (física), e em determinadas épocas, é a mental que determina a material. Entretanto, só era possível evidenciar o comportamento em si, e não o que se passa na mente do indivíduo.
  • Modelo causal e mecanicista do comportamento humano, ou seja, a mente causando o comportamento.
Maria Amélia trás importantes considerações sobre o Behaviorismo, da Palestra apresentada no II Encontro Brasileiro de Psicoterapia e Medicina Comportamental, Campinas,out/93:


  • que “linguagem” é produto de comportamento verbal; que “solução de problemas” é produto de contingências alternativas, e que “lembrar” é produto de manipulações de estímulos discriminativos (Skinner, 1953 e 1974).  
  • O comportamento verbal (linguagem) do outro é decodificado e reorganizado por mim, que sou ouvinte, modificando minha maneira de ver um fenômeno ou avaliar uma pessoa. Esses estados disposicionais modificados, acabam modificando meu comportamento em relação a esses eventos. E o outro, através de meu relato verbal pode ter acesso as decodificações e reestruturações, ou seja, minhas cognições.
  • Fatos, sugestões, crenças, lembranças e disposições são vistos como importantes formas de se comportar.
  • O behaviorismo rejeita a consciência como self, como agente decisor, causados ou mediador do comportamento; rejeita mente e consciente como expectadoras e representações do mundo.

O BEHAVIORISMO CLÁSSICO (WATSON E GUTHRIE) EM OPOSIÇÃO AO MENTALISMO E AO INTROSPECCIONISMO

  • Final do Século XXI - ciência enfatiza nos dados objetivos, medidas, definições claras, demonstração e experimentação, o que levou Watson a propor o Behaviorismo., fazendo daquilo que se pode observar, o corpo de estudo da Psicologia (comportamento).
  • O Manifesto Behaviorista corresponde a várias publicações com destaque ao artigo de 1913 e o livro de 1924;

BEHAVIORISMO METODOLÓGICO PROPOSTO POR WATSON INCLUÍA: 


  • dar o comportamento por si mesmo;
  •  opor-se ao Mentalismo, e ignorar fenômenos como consciência, sentimentos e estados mentais; 
  •   aderir ao evolucionismo biológico e estudar tanto o comportamento humano quanto o animal, considerando este último mais fundamental;
  •   adotar o determinismo materialístico;
  •   usar procedimentos objetivos na coleta de dados, rejeitando a introspecção;
  •  realizar experimentação controlada;
  •  realizar testes de hipótese de preferência com grupo controle; - observar consensualmente.
  •  evitar a tentação de recorrer ao sistema nervoso para explicar o comportamento, mas estudar atentamente a ação dos órgãos periféricos, dos órgãos sensoriais, dos músculos e das glândulas. 
  • Via o COMPORTAMENTO DE INTERESSE como COMPORTAMENTO APRENDIDO, portanto, as causas desse comportamento, devem ser buscada em seus ANTECEDENTES IMEDIATOS.
  • Modelo do Arco Reflexo de Lashley e Pavlov - a partir desse modelo que tentava explicar a relação observada entre estímulo-resposta, que Watson propôs uma Psicologia Estímulo - resposta, mediada pelo SNC (Sistema Nervoso Central).
  • O behaviorismo Metodológico, Clássico ou Mediacionista, ao tomar estados ou processos e/ou neurais, hipotéticos ou inferidos, como supostas causas do comportamento, ironicamente, se posicionava como um legítimo defensor do Mentalismo, o que Skinner vai desfazer mais tarde usando a expressão Behaviorista Radical, para o qual, toda consequência necessita de uma causa ou agente causal.
  • Rejeita a Introspecção pelo obscurecimento que produz na distinção entre objeto e método da Psicologia.
Tendências que mais influenciaram o pensamento de Watson:


 1. O Positivismo Social de Auguste Comte
Considerando que a ciência é uma atividade do homem, e o homem um ser social, postula a natureza social do conhecimento científico, rejeita a introspecção e estabelece como critério de verdade o observável consensual, isto é, o observável partilhado e sancionado pelo outro.

2.     O Positivismo Lógico do Círculo de Viena


Considerando que eu só tenho acesso à informação que meus sentidos me trazem, não posso ter informações sobre minha consciência, cuja natureza difere da de meu corpo. É verdade que não posso negá-la, mas também não posso estudá-la. (É interessante que esta influência também levou ao idealismo e ao subjetivismo: já que não tenho acesso a nada senão minhas sensações, o mundo não existe, somente minhas impressões dele, só minhas ideias são reais).

3. O Operacionismo
É um resultado direto da influência do Positivismo Lógico sobre a Física. Afirma que, se somente tenho acesso às informações que meus sentidos trazem, então a linguagem pela qual expresso e estruturo essas informações é o mais importante em ciência. 


  A OBSERVAÇÃO
  • torna-se fundamental para o Behaviorismo
  • define a categoria comportamento como objeto de estudo, já que, o comportamento observável, aquele que afeta os sentidos do outro, que se pode ver, ouvir, tocar, etc.
  • há a necessidade de treitar rigorosamente os registros e análises, já que torna-se importante a concordância entre observadores.

O COMPORTAMENTO  
  • As causas do comportamento deveriam ser algo externo ao organismo,, a saber, o ambiente.
  • Watson via o corpo como produto da investigação do "estímulo", palavra criada por Pavlov, que se referia à ação de uma fonte de energia sobre o organismo.
  • O estímulo causava no organismo uma mudança observável que o behaviorista chamava de comportamento.
  • Outros behavioristas clássicos consideravam que o ambiente desencadeia uma ação ou causa no comportamento (alguns behavioristas clássicos rejeitaram essa ideia, pois os estímulos e respostas nem sempre ocorriam de maneira tão mecânica e preditiva). Com isso, Toman formalizou o uso de variáveis intervenientes usando expressões como "mapa cognitivo"; construíram fatores de oscilações interações neurais, aferentes, ansiedades, predição, etc.
SKINNER

  • Seu modelo de seleção pelas consequência sempre deve ter uma causa ou agente causal, podendo a seleção natural se dar de três formas:
           A NÍVEL FILOGENÉTICO - responde pelos reflexos e padrões típicos de espécies, bem 
                                                            como pela sensibilidade e contingências.
           A NÍVEL ONTOGENÉTICO - a seleção natural.
          A NÍVEL DE PRÁTICAS SOCIAIS - cultura respondendo por operantes e respondentes 
                                                                        modificados.
  • Substitui a cadeia causal unidirecional e mecanicista pelas relações de caráter interacionista e histórica.
  • O corpo passa a ser considerado como um agente onde suas funções ocorrem, portanto, funções motoras ou sensoriais, o eu é o agente.
  • Há comportamentos meus que não pode ser observável por outras pessoas que não estejam diante dos acontecimentos. Ex: Eu sinto dor de dente e quem está do outro lado não pode me ver sentindo dor de dente, nem por isso, as sensações se tornam menos reais para mim que sinto a dor de dente.  Para Skinner o EU e não o outro, é quem constrói o conhecimento, ao contrário do que se pensava os behavioristas metodológicos.
  • Sofreu influência pelo Positivismo Lógico, onde o que existe para o indivíduo, existe. Porém, para não cair no subjetivismo ou idealismo, é preciso analisar a experiência do indivíduo, que para Skinner é um evento comportamental privado. Para Skinner o estudos de eventos encobertos inclui legitimamente dentro do campo de estudos da Psicologia como uma ciência do comportamento (Skinner, 1945 e 1963). Assim, Skinner se torna RADICAL em dois sentidos:    
  1. por negar radicalmente (absolutamente) a existência de algo que escapa ao mundo físico, que não possa ser identificado no espaço e tempo, como mente, consciência e cognição.
  2. por aceitar radicalmente (integralmente) todos os fenômenos comportamentais.
  • Mesmo reconhecendo a dificuldade de se ter acesso ao mundo interno, admite estudar os fenômenos internos e não separa mundo interno do mundo externo, pois considera o comportamento como interações Organismo-Ambiente, e não como movimentos do corpo.
  • Conceito de Ambiente - tudo aquilo que é externo ao Comportamento, não importando se é um piscar de luz, um desequilíbrio hídrico, um derrame de adrenalina, ou um objeto ausente associado a um evento presente; não importando se sua relação com o comportamento é de contiguidade espaço/temporal (o que, não obstante, é exigido pelo mecanicismo do behaviorismo metodológico para explicar a troca de energias), ou não.
  • Para Skinner não podemos entender o comportamento, mas as circunstâncias em que este ocorre. Da mesma forma, não faz sentido, falar das circunstâncias sem a especificação do comportamento envolvido no processo.
  • Skinner aceita a introspecção como objeto de estudo, mas rejeita a consciência. 
  • A introspecção  seria um comportamento verbal emitido sob controle de eventos internos, porem instalado pela comunidade verbal sob controle de eventos externos. 
  • Para o behaviorista radical a evidência de que vejo vocês é meu comportamento diante da circunstância “vocês”. Do mesmo modo, a evidência de que vocês existem também é meu comportamento. E nem é preciso que vocês estejam presentes para que eu reaja ou “veja” vocês, na verdade nem é preciso que vocês existam (Skinner, 1945)

  • Dizer que estou observando eventos internos não equivale a dizer que estou observando minha mente ou minha consciência. Equivale a dizer que estou observando meu próprio corpo e seu funcionamento. Ao observar meus comportamentos encobertos utilizo os mesmos recursos que utilizo ao observar meus comportamentos manifestos, ou os comportamentos manifestos de outrem, ou a tela de vídeo do meu computador 
  • Dizer que tem ou sente algo NÃO É EVIDÊNCIA da existência daquilo que se diz ter ou sentir. É um COMPORTAMENTO VERBAL que precisa ser analisado e interpretado nas circunstâncias em que ocorre, para identificar as evidências.
  • Considera essencial estudar EVENTOS PRIVADOS para entender o COMPORTAMENTO HUMANO.
  • Foca na interpretação de dados obtidos através da investigação sistemática do comportamento (o corpo desta investigação propriamente dita é a Análise Experimental do Comportamento).
  • Verifica as relações funcionais entre Comportamento e Ambiente.
  • Não busca relações realistas de causa e efeito, mas sim, relações funcionais que expressam sequência de eventos regulares.
  • Comportamento é visto como uma função biológica inerente ao organismo vivo, não necessitando de justificativas ulteriores.
  • Propõe dois tipos de transações ou contingências entre o COMPORTAMENTO  e o AMBIENTE, que constituem as duas classes conceituais fundamentais para o trabalho de descrição e análise do comportamento para Behaviorista Radical:
     a)   consequências seletivas, que ocorrem após um comportamento e que modificam a probabilidade futura de ocorrerem comportamentos equivalentes, isto é, da mesma classe; 
    b) 
contextos que estabelecem a ocasião para o comportamento ser afetado por essas conseqüências (e que, portanto ocorreriam antes do comportamento) e que igualmente afetariam a probabilidade futura de ocorrência de comportamentos equivalentes.

  • Relações funcionais - são estabelecidas quando identificamos mudanças na probabilidade de ocorrer um determinado comportamento. O objetivo dessas relações é compreender quais relações funcionais ocorreram alterando um comportamento esperado. Skinner não lida com explicações causais e sim funcionais.
  • O objeto de estudo é o sujeito consigo mesmo e sua história passada é sua linha de base, portanto, este só pode ser comparado com ele mesmo, embora se possa em certas variáveis ou contextos, descrever funções semelhantes, por exemplo de uma mesma comunidade.
  • A mente, as emoções, e o sistema nervoso não seriam os organizadores ou iniciadores do comportar-se, havendo a preocupação em explicar como esse organismo existe em seu ambiente.