Comunicação é transferência de informação e se dá pelo EMISSOR(codificador), CANAL (mensagem) e RECEPTOR (Decodificador).
A Teoria da Comunicação Humana é vista como um recurso teórico para compreender o sistema familiar. Portanto, a comunicação é um tema central na Teoria Sistêmica, cujo foco deixa de ser o indivíduo em si, para focar nas relações que se estabelecem entre os organismos no sistema.
Para a TEORIA SISTÊMICA:
- Relacionar-se é comunicar-se.
- Foco nas relações e no modo como se comunicam no sistema.
- Olhar em um dos elementos individuais do sistema, em detrimento do contexto e das relações.
- Considera o contexto para entender as regras das relações entre os organismos.
- Observar as interações dentro do sistema evidencia: se existe redundâncias; identificar se os padrões se repetem; identificar padrões que podem ser reconhecidos na sequência de eventos comunicacionais; ajuda a identificar as regras das relações.
- Abordagem Sistêmica exige mudança de conceitos e mudança na visão de mundo.
- Usa-se o verbo ESTAR , nunca o verbo ser.
- A autonomia é concebida num contexto em que a pessoa diz o que é real para si própria no sistema, assumindo a responsabilidade de suas ações, através de acordos consensuais.
Para que CONHECER AS REGRAS DE UM SISTEMA?
- Para prever comportamentos de nossos parceiros.
- Ter tranquilidade para saber que, estamos nos comunicando adequadamente naquele sistema.
METACOMUNICAR ou METACOMUNICAÇÃO
- Exige mudar de posição para observar a comunicação e conversar sobre o que se observa.
- É a solução dos axiomas da Teoria da Comunicação. A pessoa muda e pode gostar da mudança, parecendo que eliminou o conflito.
- Como se espera que ocorra a comunicação.
- É a forma como você se comunica. É falar sobre a maneira como você fala. Cada um interpreta o conteúdo à partir da sua relação com o outro.
Exemplo: Um menino entra em casa, passa direto ao quarto, como se não tivesse visto o pai e a mãe na sala. O pai fala: esse menino é mal educado. A mãe fala: deve ter acontecido alguma coisa na escola, para ele chegar assim.. Ambos pai e mãe estão falando sobre a maneira como o filho se comunicou, porém, cada um interpreta a comunicação à partir da relação que tem com o sujeit.
PRAGMÁTICA DA COMUNICAÇÃO
- Como a comunicação afeta a própria comunicação.
COMUNICAÇÃO FUNCIONAL E DISFUNCIONAL:
- FUNCIONAL - quando a comunicação é feita e é compreendida pelo decodificador. Portanto, não há axioma para comunicação funcional. Mensagem emitida, recebida e compreendida.
- DISFUNCIONAL - quando a comunicação é feita mas não é compreendida pelo decodificador. Essa comunicação sempre tem axioma, ou seja, uma disfunção da comunicação. mensagem emitida, recebida, mas não compreendida.
Em toda comunicação, pode-se distinguir:
- O CONTEÚDO, onde deve-se concentrar maior atenção.
- A RELAÇÃO entre os participantes do sistema. É a relação entre os participantes que define a comunicação ou o que fazer com o conteúdo da comunicação.
- Rejeição da comunicação (reconhece o outro mas não concorda e não quer falar a respeito)
- Aceitação da comunicação ( reconhece e concorda e não quer falar a respeito)
- Desqualificação da convivência ( não atribui importância ao outro)
- O sintoma como comunicação.
As dificuldades da comunicação são:
- ambiguidade (significados diversos)
- má-interpretação (não compreensão)
É preciso que haja na relação dos elementos, pistas metalinguísticas, para haver um entendimento.
OS 5 PRINCÍPIOS OU AXIOMAS DA TEORIA DA COMUNICAÇÃO
- "Só existe axioma numa comunicação disfuncional"
- A pontuação de sequências é entre os comunicantes no sistema. Se procura ajuda de terceiros, o axioma já não existe mais.
- O axioma é sempre entre as pessoas envolvidas no sistema, sobretudo, quando uma aponta a outra como responsável.
1º Axioma: Todo comportamento é comunicação. A impossibilidade de não-comunicar.
- É impossível não se comunicar.
- É impossível não influenciar.
- É impossível não responder à comunicação.
- Qualquer comunicação implica um compromisso.
- O comportamento possui valor de mensagem. Como não existe não se comportar, não existe não se comunicar.
- Não se comunicar é uma disfunção.
- A comunicação verbal pode ou não ser congruente com a comunicação não-verbal.
Mesmo as pessoas que fingem estar com sono, com cansaço, embriaguez, conversa de forma desconexa, estão comunicando algo através desses comportamentos não-verbais. Comunicam que "não quer" ou "não pode" se comunicar no sistema.
2º Axioma: Na comunicação distinguimos os aspectos de conteúdo e relação.
- Na comunicação distinguimos os aspectos do CONTEÚDO e da RELAÇÃO.
- Uma comunicação entre duas pessoas, implica na definição da relação entre ambas.
- Conteúdo é O que se fala?
- Relação é Como se fala?
Isso indica a posição que o interlocutor se encontra na comunicação. Ex: "Fecha a porta" é o conteúdo. A forma como se fala indica a sua posição no sistema. Falar essa frase de forma mais agressiva, o coloca na posição de autoridade sobre o outro.
- Atenção na ENTONAÇÃO dada à comunicação, pois dependendo da entonação dada na hora em que se fala, traz implícita uma "relação diferente entre as pessoas". Exemplo: pela entonação pode mudar o sentido da forma como se relacionam as partes.
3º Axioma: Toda comunicação se baseia numa pontuação de sequência de interações.
- O ouvinte também responde ao enunciado do emissor,posicionando-se.
- Se um compreende o que o outro diz sem revide não há axioma.
- Não é a entonação que o coloca em determinada posição. É a sua resposta ao emissor.
- Na resposta ele pode ou não concordar ou aceitar com o que o emissor fala.
- O emissor espera que o outro obedeça ao que ele fala, mas ele pode ou não obedecer
- Padrões de comunicação: um manda e outro obedece ou um manda e o outro quer mandar mais ainda.
4º Axioma: Os seres humanos se comunicam digital e analogicamente
Toda comunicação é digital e analógica.
- Digital - a comunicação é verbal.
- Analógica - a comunicação é não-verbal.
- Ter as duas formas de comunicação, verbal e não-verbal, é uma comunicação funcional.
- Ter apenas uma das formas de comunicação, é uma comunicação disfuncional.
5º Axioma: Toda comunicação define interações, que podem ser simétricas ou complementares.
Quando ambas, simétricas e complementares, acontecem na relação, tem-se uma comunicação funcional. Quando somente uma das duas acontece, tem-se uma comunicação disfuncional.
- SIMÉTRICAS - possui uma interação simétrica tanto pela passividade quanto pela atividade. São baseadas na igualdade de posições. Tendem a ser sofridas, pois caracterizam disputa de posição. Ditado popular: Dois bicudos nãos e beijam.
Exemplo de Atividade: Quero ir comer marisco. Só vou se for comer carne.
Disputam a posição tanto pela passividade quanto pela atividade.
- COMPLEMENTARES - quando valorizam as diferenças. Relação de mando ou autoridade e obediência ou submissão. Quando se compreende a mensagem e se acostuma com ela. Baseada na diferença de posições. Se um é autoritário o outro é passivo, se complementam, podendo chegar a co-dependência entre ambos. Nesse caso não tem disputas, as pessoas se encaixam nesse padrão de que um manda e outro obedece, o que não quer dizer que sejam relações satisfatórias.
META COMPLEMENTARIEDADE - quando se desenvolve uma situação de complementariedade para resolver apenas aquele conflito. Tende a reduzir o conflito.
PSEUDO SIMETRIA - Quando se desenvolve uma situação de simetria para resolver um conflito específico. Tende a reduzir o conflito.
Exemplo: O filho ainda não reconhece regras, quer mandar na mãe. A mãe, não se sente confortável em se posicionar diante do filho com autoridade, mas ver que é necessário para que ele a respeite, até aprender as regras. Ela busca posição de igualdade e manda no filho, para que ele perceba que quem manda ali é a mãe, e não o filho. Passado o conflito, ela volta a se comportar e se comunicar como antes.
Exemplo: O filho ainda não reconhece regras, quer mandar na mãe. A mãe, não se sente confortável em se posicionar diante do filho com autoridade, mas ver que é necessário para que ele a respeite, até aprender as regras. Ela busca posição de igualdade e manda no filho, para que ele perceba que quem manda ali é a mãe, e não o filho. Passado o conflito, ela volta a se comportar e se comunicar como antes.
Referências:
Apostila: Atendimento_sistemico tomo2.indd519
Google Imagens
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