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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

O Reflexo Inato - Behaviorismo

Skinner explica os comportamentos à partir do modelo de seleção por consequência, que possui três níveis. Todo e qualquer comportamento precisa ser analisado pelo ótica dos três níveis.

  • Nível Filogenético - onde se encontram os COMPORTAMENTOS INATOS que dizem respeito à SOBREVIVÊNCIA e EVOLUÇÃO DA ESPÉCIE, na interação com o mundo. Os REFLEXOS INATOS são comportamentos necessários à sobrevivência da espécie, não são portanto, aprendidos. Dons inatos são COMPORTAMENTOS REFLEXOS.
  • Nível Ontogenético - Onde estão os COMPORTAMENTOS APRENDIDOS, ADQUIRIDOS durante a história de vida de cada indivíduo, na interação com o ambiente. Aí, o organismo se comporta, gerando consequências que irão controlar os comportamentos futuros ou posteriores, a depender dos reforçadores, que funcionam como instrumentos de seleção. O COMPORTAMENTO OPERANTE são os comportamentos aprendidos.
  • Nível Cultural - Possui um repertório comportamental instalado e mantido pela cultura do indivíduo, que para Skinner é um conjunto particular de condições em que grande número de pessoas se desenvolve e vive.
REFLEXOS INATOS:
  • São comportamentos importantes para a sobrevivência do organismo. sempre há uma alteração no ambiente que produz uma alteração no organismo. 
  • Não se trata de um comportamento aprendido, mas de um comportamento herdado da espécie.
  • COMPORTAMENTO REFLEXO é a relação entre o ESTÍMULO correspondente a uma alteração no ambiente e a RESPOSTA que vai provocar uma alteração no organismo., ou seja, uma mudança no ambiente produz uma mudança no organismo.
  • Exemplos de Reflexos: relação entre estímulo e resposta:
           ESTÍMULO  (S)           -     RESPOSTA  (R)
           Fogo próximo à mão     -    contração do braço
           Martelada no joelho      -    flexão de perna
           Alimento na boca           -    salivação
           Barulho estridente         -    sobressalto
                        !                                     !
           Mudança no Ambiente  -  Mudança no Organismo
           Obs.: Como se lê: O Estímulo PRODUZ ou ELICIA a Resposta.
  • CONCEITO de reflexo no senso comum é diferente do Behaviorismo.
  •  Quando todas as RESPOSTAS SÃO CONSTANTES,  sempre se repete, é um REFLEXO.
  • Quando as RESPOSTAS NÃO SÃO CONSTANTES, são aprendidas e não são reflexos.
Exemplos de Reflexos Inatos: ao bater o martelo no joelho, o músculo da coxa contrai.; quando a luz incide sobre a pupila, ela se contrai,barulho rápido e repentino faz o coração disparar. 
Esses exemplos trazem algo em comum: há sempre uma alteração no ambiente que produz uma alteração no organismo(corpo do indivíduo).
São necessários à sobrevivência: filogênese.
Fazem parte do repertório comportamental (comportamentos de um organismo)  desde a gestação até o fim de sua vida, por isso, são chamados Reflexos Inatos.

LEI DO LIMIAR:
  • Esta lei estabelece que, para todo reflexo, existe uma intensidade mínima do estímulo necessária para que a resposta seja eliciada.
        Exemplo: Um choque elétrico é um estímulo que elicia a resposta de contração muscular.
        Segundo a lei do limiar, existe uma intensidade mínima do choque (de 5 a 10 volts, apenas como exemplo - esses valores são fictícios, e o valor do limiar é individual) que é necessária para que a resposta de contração muscular ocorra. Essa faixa de valores, no exemplo, que varia de 5 a 10 volts, é chamada limiar. 
  • LIMIAR - É o limite que cada pessoa suporta ou alcança.
  • Todo reflexo tem uma intensidade mínima de estímulo necessário, para que, a RESPOSTA seja eliciada. 
  • Isso varia de pessoa para pessoa. Não é igual para todos e não tem valor definido. Depende do limiar de cada um.
  • Quando o ESTÍMULO está ABAIXO DO LIMIAR do sujeito, a intensidade do estímulo é muito pequena para eliciar uma resposta.
LEI DE INTENSIDADE E MAGNITUDE
  • Tanto intensidade como magnitude referem-se ao "quanto de estímulo (intensidade) e ao "quanto de resposa", ou a "força do estímulo" e a "força da resposta".
  • A intensidade e a magnitude são diretamente proporcionais.
  • INTENSIDADE diz respeito ao ESTÍMULO, e mede quanto de estímulo.
  • MAGNITUDE diz respeito à RESPOSTA, e mede quanto de resposta.
  • Exemplo de Intensidade e Magnitude: calor excessivo faz o sujeito suar muito.  Calor excessivo é a intensidade do estímulo e suar muito é a magnitude da resposta.
LEI DE LATÊNCIA
  • Latência é o intervalo entre dois eventos ou ainda, o tempo entre a ocorrência do estímulo e a ocorrência da resposta.
  • São inversamente proporcionais. MAIOR INTENSIDADE  do ESTÍMULO, produz MENOR MAGNITUDE DA RESPOSTA. MENOR INTENSIDADE DO ESTÍMULO, produz MAIOR MAGNITUDE DA RESPOSTA. Tudo acontece em frações de segundos.
  • O Estímulo elicia a resposta ou a resposta é eliciada pelo estímulo.
  • Usa-se  ELICIAR para COMPORTAMENTOS REFLEXOS.
  • Usa-se EVOCAR para COMPORTAMENTOS APRENDIDOS.
  • Reflexo não é nem o estímulo, nem a resposta, mas a relação entre ambos.
  • A Latência da resposta é o tempo que transcorre entre o estímulo e a resposta.
FORÇA FRACA                    FORÇA FORTE
Latência longa                        Latência curta
Magnitude  pequena               Magnitude grande
Duração curta                         Duração longa

  • LATÊNCIA varia inversamente à intensidade do estímulo.
  • MAGNITUDE é a duração da resposta  e varia diretamente à intensidade da resposta. Pode-se dizer que, a força do reflexo quando aumenta, aumenta a intensidade do estímulo.
 HABITUAÇÃO E POTENCIAÇÃO.
  • São efeitos de eliciações sucessivas da resposta.
  • Quando um mesmo estímulo é apresentado várias vezes em curtos intervalos de tempo, na mesma intensidade, podemos observar um decréscimo na magnitude da resposta. 
  • São termos opostos. 
  • HABITUAÇÃO - o organismo vais e adaptando ao estímulo e sua resposta vai diminuindo de magnitude. Nesse caso, os ESTÍMULOS REFORÇADORES estão mais associados.
  • POTENCIAÇÃO - exposta ao estímulo diversas vezes, a resposta ao invés de se acostumar, pode potencializar. Está mais associada aos ESTÍMULOS AVERSIVOS ou PUNITIVOS.
REFLEXOS E ESTUDO DAS EMOÇÕES
  • Um aspecto extremamente relevante do comportamento humano são as emoções (medo, alegria, raiva, tristeza, excitação sexual, etc.). 
  • Muitas dessas emoções que sentimos são respostas reflexas a estímulos ambientais. Por esse motivo, é difícil controlar uma emoção.
  • Controlar as emoções é difícil, as vezes, impossível. São respostas reflexas a estímulos ambientais, quando alguém se emociona espontaneamente.
  • A espécie humana nasceu para ter algumas respostas emocionais, quando determinados estímulos surgem em nosso ambiente.
  • Os reflexos são involuntários, não tem como evitar. As emoções não são apenas reflexos, ora podem ser provocadas, ora podem ser espontâneas.
  • Exemplo: chegar num lugar alto, provoca medo, um frio espontâneo na barriga. Instinto de preservação da vida. Filogênese. É reflexo. Já medo de um animal por exemplo, é aprendido e não um reflexo. Pois, se colocar um bebê que ainda não aprendeu o que é medo, junto a uma barata, ele vai pegar, podendo até colocar na boca.
Principais conceitos apresentados neste capítulo

Estimulo:
  •  Qualquer alteração ou parte do ambiente que produza uma mudança no organismo.
  • Comida elicia (produz) salivação.
Resposta:
  •  Qualquer alteração no organismo produzida por uma alteração no ambiente (estímulo).
  • Saliva produzida pela colocação de comida na boca.
Reflexo:
  •  é uma relação entre um estímulo específico e uma resposta específica.
  • Contida colocada na boca faz o organismo salivar.
Intensidade do Estímulo:
  •  É a força (ou quantidade) de um do estimulo determinado estimulo.
  • Quantidade de comida colocada na boca (3 gramas, 7 gramas...).
Magnitude da resposta:
  •  É a força de uma determinada da resposta resposta
  • Quantidade de saliva produzida (2 gotas, 3 gotas, 2 mililitros, 4 mililitros...).
REFERÊNCIA:
MOREIRA, Márcio Borges; MEDEIROS, Carlos Augusto de. Princípios Básicos de Análise e do Comportamento. Editora Artmed. 2007.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Aula 18/02- Anotações sobre Reflexos Inatos

Skinner explica os comportamentos à partir do modelo de seleção por consequência, que possui três níveis. Todo e qualquer comportamento precisa ser analisado pelo ótica dos três níveis.

  • Nível Filogenético - onde se encontram os COMPORTAMENTOS INATOS que dizem respeito à SOBREVIVÊNCIA e EVOLUÇÃO DA ESPÉCIE, na interação com o mundo. Os REFLEXOS INATOS são comportamentos necessários à sobrevivência da espécie, não são portanto, aprendidos. Dons inatos são COMPORTAMENTOS REFLEXOS.
  • Nível Ontogenético - Onde estão os COMPORTAMENTOS APRENDIDOS, ADQUIRIDOS durante a história de vida de cada indivíduo, na interação com o ambiente. Aí, o organismo se comporta, gerando consequências que irão controlar os comportamentos futuros ou posteriores, a depender dos reforçadores, que funcionam como instrumentos de seleção. O COMPORTAMENTO OPERANTE são os comportamentos aprendidos.
  • Nível Cultural - Possui um repertório comportamental instalado e mantido pela cultura do indivíduo, que para Skinner é um conjunto particular de condições em que grande número de pessoas se desenvolve e vive.
REFLEXOS INATOS:
  • São comportamentos importantes para a sobrevivência do organismo. sempre há uma alteração no ambiente que produz uma alteração no organismo. 
  • Não se trata de um comportamento aprendido, mas de um comportamento herdado da espécie.
  • COMPORTAMENTO REFLEXO é a relação entre o ESTÍMULO correspondente a uma alteração no ambiente e a RESPOSTA que vai provocar uma alteração no organismo., ou seja, uma mudança no ambiente produz uma mudança no organismo.
  • CONCEITO de reflexo no senso comum é diferente do Behaviorismo.
  •  Quando todas as RESPOSTAS SÃO CONSTANTES,  sempre se repete, é um REFLEXO.
  • Quando as RESPOSTAS NÃO SÃO CONSTANTES, são aprendidas e não são reflexos.
LEI DO LIMIAR:
  • LIMIAR - É o limite que cada pessoa suporta ou alcança.
  • Todo reflexo tem uma intensidade mínima de estímulo necessário, para que, a RESPOSTA seja eliciada. 
  • Isso varia de pessoa para pessoa. Não é igual para todos e não tem valor definido. Depende do limiar de cada um.
  • Quando o ESTÍMULO está ABAIXO DO LIMIAR do sujeito, a intensidade do estímulo é muito pequena para eliciar uma resposta.
LEI DE INTENSIDADE E MAGNITUDE
  • A intensidade e a magnitude são diretamente proporcionais.
  • INTENSIDADE diz respeito ao ESTÍMULO, e mede quanto de estímulo.
  • MAGNITUDE diz respeito à RESPOSTA, e mede quanto de resposta.
  • Exemplo de Intensidade e Magnitude: calor excessivo faz o sujeito suar´muito.  Calor excessivo é a intensidade do estímulo e suar muito é a magnitude da resposta.
LEI DE LATÊNCIA
  • Latência é o intervalo entre dois eventos ou ainda, o tempo entre a ocorrência do estímulo e a ocorrência da resposta.
  • São inversamente proporcionais. MAIOR INTENSIDADE  do ESTÍMULO, produz MENOR MAGNITUDE DA RESPOSTA. MENOR INTENSIDADE DO ESTÍMULO, produz MAIOR MAGNITUDE DA RESPOSTA. Tudo acontece em frações de segundos.
  • O Estímulo elicia a resposta ou a resposta é eliciada pelo estímulo.
  • Usa-se  ELICIAR para COMPORTAMENTOS REFLEXOS.
  • Usa-se EVOCAR para COMPORTAMENTOS APRENDIDOS.
  • Reflexo não é nem o estímulo, nem a resposta, mas a relação entre ambos.
  • A Latência da resposta é o tempo que transcorre entre o estímulo e a resposta.
FORÇA FRACA                    FORÇA FORTE
Latência longa                        Latência curta
Magnitude  pequena               Magnitude grande
Duração curta                         Duração longa

  • LATÊNCIA varia inversamente à intensidade do estímulo.
  • MAGNITUDE é a duração da resposta  e varia diretamente à intensidade da resposta. Pode-se dizer que, a força do reflexo quando aumenta, aumenta a intensidade do estímulo.
EFEITOS DE HABITUAÇÃO E POTENCIAÇÃO.
  • São termos opostos. 
  • HABITUAÇÃO - o organismo vais e adaptando ao estímulo e sua resposta vai diminuindo de magnitude. Nesse caso, os ESTÍMULOS REFORÇADORES estão mais associados.
  • POTENCIAÇÃO - exposta ao estímulo diversas vezes, a resposta ao invés de se acostumar, pode potencializar. Está mais associada aos ESTÍMULOS AVERSIVOS ou PUNITIVOS.
REFLEXOS E ESTUDO DAS EMOÇÕES
  • Controlar as emoções é difícil, as vezes, impossível. São respostas reflexas a estímulos ambientais, quando alguém se emociona espontaneamente.
  • A espécie humana nasceu para ter algumas respostas emocionais, quando determinados estímulos surgem em nosso ambiente.
  • Os reflexos são involuntários, não tem como evitar. As emoções não são apenas reflexos, ora podem ser provocadas, ora podem ser espontâneas.
  • Exemplo: chegar num lugar alto, provoca medo, um frio espontâneo na barriga. Instinto de preservação da vida. Filogênese. É reflexo. Já medo de um animal por exemplo, é aprendido e não um reflexo. Pois, se colocar um bebê que ainda não aprendeu o que é medo, junto a uma barata, ele vai pegar, podendo até colocar na boca.

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Capítulo V - O Behaviorismo não considera as intenções ou os propósitos? Nádia Prazeres Pinheiro

Ao nos indagarmos sobre “O que é intenção?” ou “O que é propósito?”, a probabilidade de ratificarmos a hipótese de que todos darão explicações pautadas numa crença internalista é alta. Intenção, propósito, expectativa, vontade, desejo, intuito, objetivo... Dificilmente alguém não entende estas palavras. 

No conhecimento do senso comum, são elas que desencadeiam nossos comportamentos - é por causa delas que agimos. Assim, se “vamos à praia” é porque desejamos ir até lá; se temos a intenção de sermos bons profissionais, buscaremos estudar para isso e o comportamento de estudar estaria sendo causado pela nossa vontade. Porém, como este capitulo é fundamentado na filosofia behaviorista radical, trataremos de enfocar a intenção a partir de um recorte externalista

Antes de tudo, precisamos retomar o paradigma da tríplice contingência. ( Sd- R - Sc), pois a ela estaremos sempre recorrendo. Neste modelo, são as conseqüências reforçadoras que alteram a probabilidade do comportamento ser emitido no futuro.

O alcance de tal conseqüência, dá-se no comportamento futuro e não no que já ocorreu. A alteração não é imediata no sentido de que ocorre sobre o comportamento presente, ela é na verdade, futura, sendo percebida na emissão ou não de comportamentos futuros (Skinner. 1998).

 Esta última afirmação necessita de um pouco mais de atenção, pois voltará a ser trabalhada adiante. Segundo Baum (1999). "É claro que um evento futuro não pode causar um comportamento. (...) As variáveis das quais meu comportamento depende devem estar no passado ou no presente” (Baum. 1999. p. 98). De acordo com Baum (1999), existem três significados para a palavra intenção:função, causa e sentimentos. 

O uso de intenção como função não é incompatível com o discurso científico. Ao afirmarmos que a intenção da borracha é apagar erros de grafia, estamos falando de sua função, o que ela faz, para que ela serve, o que ela é. Em suma. estamos nos referindo à sua definição, à sua classe funcional, ou seja, algo que a caracteriza como borracha, algo que a diferencia de todos os outros objetos, e que independente de sua topografia (forma, cor, tamanho) não a faz perder ou ser excluída de sua unidade funcional. 

A noção de unidade funcional é semelhante à de classe de estímulos, na qual um conjunto de estímulos apresenta alguma propriedade comum (AVhaley e Mallot, 1980a). Mas isso se aplica quando estamos falando de objetos. E quando falamos de comportamento, como podemos interpretar intenção vista como função? O uso de intenção, neste caso, designa efeitos ou objetivos. Assim, quando apresento o comportamento de usar uma borracha, a intenção do comportamento, isto é, o objetivo do comportamento é o próprio reforçador, qual seja, o de ter algo apagado. Logo, a intenção está presente no próprio comportamento operante, seja na funcionalidade do objeto (trabalho que desempenha), seja no reforçador (estimulo conseqüente a um comportamento) de um determinado comportamento. 

A segunda maneira de definirmos intenção é substituí-la como causa de um comportamento. Deste modo, o comportamento de usar uma borracha é causado por um desejo interno de ter algo apagado. Se agimos de alguma forma, já temos em mente um determinado objetivo, já sabemos o que almejamos, e por isso nos comportamos. Mas. esta assertiva vai de encontro à nossa filosofia que é anti-mentalista. não sendo possível aceitar tal hipótese. Nossa explicação deve, portanto, residir no próprio comportamento operante. 

Uma vez que ao agirmos temos nosso comportamento reforçado, o fato de termos conseguido o reforço faz com que emitamos comportamento semelhante ao outro  reforçado, ou, por outro lado, se formos punidos, teremos menor probabilidade de emitir comportamento semelhante. 

Tudo depende da história de reforçamento de um dado comportamento. “Nós nos lembramos do que fizemos antes e isso nos inclina a nos comportarmos de modo similar ou diferente, dependendo do que é reforçado*’ (Baum. 1999, p. 103). 

Ora, se o comportamento reforçado pelo fato do erro ter sido apagado, o comportamento de apagar teve sua probabilidade de ocorrência aumentada Logo. quando estivermos frente a um erro (S4), nos comportaremos de maneira semelhante (R). e obteremos (provavelmente) o reforço (SO- Assim, a causa do comportamento não é interna, ele (o comportamento) é de fato fruto de contingências ambientais: é determinado por elas.

Fica, ainda, uma questão: a de por que é comum concebermos intenção como causa. Porque ao dizermos que o comportamento é causado, acreditamos que a causa tem que ser anterior à emissão da resposta como no reflexo (Skinner. 2003). Então, a possibilidade mais imediata é que tenha em mente o objetivo, e que essa representação mental seria a causa.

Bom, e já que a causa tem que ser sempre anterior ao comportamento, como o Sr poderia causar qualquer comportamento? Esse esclarecimento, quem nos dá é Skinner, ao dizer que o efeito do Sr se faz sentir em outras respostas, e não na resposta que o acompanha.
Não é correto dizer que o reforçamento operante ‘reforça a resposta que o precede'. A resposta já ocorreu e não pode ser mudada. (...) No lugar de dizer que um homem se comporta por causa das conseqüências que seguem o seu comportamento, diremos simplesmente que ele se comporta por causa das conseqüências que seguiram um comportamento semelhante no passado (Skinner. 1998. p. 97).

Destarte, o estímulo reforçador pode sim, controlar a emissão de respostas. Um outro motivo que justifica a confusão é que ao nos comportarmos seguindo a nossa intenção, esta cessa (Baum. 1999). Por exemplo, se desejamos ter um erro apagado (intenção), o apagamos e, por conseguir êxito em nosso propósito, paramos de apagar. A intenção seria vista como a causa do comportamento, uma vez que a intenção não existe mais. ou seja. o comportamento cessou porque a causa não está mais operando. Faz-se uma relação entre o fim do comportamento com a obtenção do objetivo, conseguindo este. aquele é dado como não mais necessário. Deste modo, o parar de apagar é devido a já ter apagado o erro, portanto "rendo o propósito já realizado, não apagamos mais o erro'’; e tal fato é concebido como se a vontade interna é que estivesse determinando o nosso comportamento. 

Novamente podemos esclarecer essa situação, agora recorrendo ao encadeamento de respostas. Se uma resposta deixa de ser emitida, é devido à aparição do reforço, e este, por sua vez. produz uma mudança no meio e serve como estimulo discriminativo para outra resposta (Whaley e Mallot, 1980b). Da seguinte maneira: Erro -> Apagar o erro -> Erro apagado -> Escrever outra palavra S* R S e S* R.

terceira forma de entendermos a intenção é como sentimento. Ao expressar, por exemplo, que estamos com vontade de comprar uma nova peça de roupa e, então, concluirmos que temos a intenção de comprá-la estamos relatando uma vontade, um sentimento. "Se eu sei o que eu quero, isso significa que algum sentimento interno está se comunicando comigo" (Baum. 1999. p. 103). 

Porém, uma vez mais, estamos nos referindo a mentalismos. Baum (1999) descreve “dicas” que iriam nortear nossos auto-relatos (fala para si mesmo). Isso quer dizer que sempre que emitimos um auto-relato, este comportamento está baseado tanto em eventos privados quanto em eventos públicos, além de situações passadas, na nossa história de vida. e não fundamentado no futuro

Auto-relatos. incluindo palavras como pretender, supor, acreditar, pensar, parecem estar ditando algo futuro, falando do futuro, esclarecendo o que o sujeito irá fazer, mas na verdade estão se referindo a conseqüências passadas que dizem da probabilidade de uma resposta ser emitida e, por conseguinte, ser reforçada (Skinner, 1984). 

Por exemplo, ao afirmarmos que “pretendemos comer uma isca de peixe”, estamos nos referindo não ao futuro, como pode parecer, mas sim ao passado, pois. em algum momento passado, em circunstâncias parecidas com as atuais, comemos a isca de peixe e foi reforçador. Logo. já que os contextos são semelhantes, agora, a isca aluaria como reforçador para o comportamento de comê-la. nossas chances de obter reforço ao emitirmos tal comportamento é maior do que com qualquer outro. Essa explicação é pertinente e cientifica. pois envolve apenas eventos naturais. Assim como escreve Baum. 

“A explicação cientifica para a ação aparentemente intencional e para os auto-relatos sobre intenções sentidas baseia-se nas circunstâncias presentes associadas ao reforço passado em circunstâncias similares, ambas naturais e passíveis de descobertas" (Baum. 1999, p. 104). 

Um sentimento pode agir como “dica" de um auto-relato como foi dito anteriormente - sentimento entendido como ato de sentir. Portanto, se sentimos fome, dizemos que temos a intenção de comer, se sentimos frio, temos o desejo de termos conosco um agasalho. E, se dizemos sentir vontade de fazer alguma coisa, se há realmente algum sentimento envolvido na nossa intenção, seja um sentimento de persistência, euforia, raiva, medo etc., ele não é o agente do nosso comportamento, estando apenas presente como subproduto de contingências. Em outras palavras, os sentimentos resultam de condicionamento clássico, por emparelhamento de uma resposta pública com um evento privado (Baum. 1999). Então, ao sentirmos vontade de fazer algo, não estaremos nos referindo a uma intenção interna, mas sim a nossa própria história de reforçamento. 

“Uma pessoa disposta a agir porque foi reforçada para tanto pode sentir a condição de seu corpo nesse momento e chamar-lhe “propósito sentido*, mas o que o Behaviorismo rejeita é a eficácia causai desse sentimento” (Skinner. 2003, p. 190-191). 

Podemos achar suficiente como explicação para uma jovem querer frequentar uma academia de ginástica o fato de ela poder encontrar lá rapazes bonitos . Pode ser, entretanto, que ela faça isso inconscientemente, ou seja. não percebendo que seu comportamento está sendo controlado por tal contingência de reforço. Assim, dizemos que sua intenção é essa, qual seja, o reforçador de estar observando rapazes bonitos. Portanto, "Uma pessoa pode afirmar seu propósito ou intenção... Ela não pode fazer isso, evidentemente, se ela não estivesse ‘consciente’ das ligações causais. Ainda assim as contingências são efetivas mesmo quando uma pessoa não consegue descrevê-las" (Skinner, 1984, p. 267). 

A facilidade em dar justificativas internas ao invés de fazer uma análise funcional (pois nem sempre sabemos das relações entre as contingências que controlam nosso comportamento) é um dos motivos pelos quais dizemos que nosso comportamento é movido por uma intenção interna. E este, por ser um comportamento reforçado e difundido na nossa sociedade, ganha cada vez mais importância e força. Após esta exposição fica claro que o Behaviorismo Radical não desconsidera a intenção; apenas a explica de maneira diferente, de acordo com o enfoque externalistaA intenção pode, desta forma, ser a função de um objeto, o reforçador de um determinado comportamento, explicada por reforçadores passados e ou história de vida; não sendo necessário recorrer-se a explicações internas, subjetivas, metafísicas ou fantasiosas.


Capítulo III - O Behaviorismo apresenta o comportamento simplesmente como um conjunto de respostas a estímulos, descrevendo a pessoa como um autômato, um robô, um fantoche ou uma máquina? Nádia Prazeres Pinheiro

É comum nós, analistas do comportamento, escutarmos que a nossa teoria “reduz o homem a uma máquina'’, que afirmamos que todo e qualquer comportamento obedece à lógica estimulo-resposta - o que seria uma afronta aos seres humanos, animais superiores e racionais, dotados de vontade própria e de livre arbítrio. 



“Descartes deu um passo importante ao sugerir que parte da espontaneidade das criaturas vivas era apenas aparente e, que, às vezes, o comportamento podia ser iniciado por uma ação externa” (Skinner, 1998, p.51).







E Skinner vai além... Para responder a esta critica, devemos primeiramente ter claro o que são comportamento reflexo e comportamento operante

No caso do reflexo, os estímulos seriam algum tipo de mudança externa que causaria estimulação orgânica que, por sua vez. provocaria uma resposta orgânica

Suas características são: ser inconsciente, ou seja. ocorre mesmo quando o sujeito não está percebendo; involuntário, ocorre independente da vontade do organismo, não há como controlá-lo ou evitar sua ocorrência por vontade própria e; pode ser previsto com grande precisão, considerando que, na presença do estímulo, a resposta sempre ocorrerá (Skinner, 1998)

São exemplos de comportamento reflexo, os casos da contração pupilar frente a um estimulo luminoso, da salivação frente a um prato de comida aparentemente apetitoso e do piscar quando algum objeto é passado na frente de nosso rosto ou olhos

"Os reflexos são produtos da seleção natural. Invariavelmente parecem estar envolvidos na manutenção da saúde e na promoção da sobrevivência e da reprodução” (Baum. 1999. p. 72). 

Os padrões de comportamentos reflexos são comuns a todos os membros de uma espécie e. por isso. podemos dizer que estão relacionados com a filogênese. Tais padrões começaram a se modificar e a evoluir na medida em que o organismo precisava se adaptar às mudanças do meio, já que. “só o processo evolutivo pode fornecer um mecanismo, pelo qual o indivíduo possa adquirir respostas a configurações particulares de um dado ambiente’' (Skinner, 1998. p. 60). 

Ora, se o ambiente no qual os organismos estavam inseridos sofreram modificações, eles, os organismos, também precisariam evoluir para permitir a sua sobrevivência e a manutenção de sua espécie. 

Os camaleões, por exemplo, quando em contato com um estimulo de perigo, mudam sua cor para se esconderem e serem confundidos com o seu esconderijo. Se isso não ocorresse, se esse reflexo não estivesse presente nesse animal, ele seria presa fácil e sua espécie poderia estar extinta. 

Da mesma maneira nós, os seres humanos, quando lacrimejamos para expulsar uma partícula de poeira é uma questão de sobrevivência para manutenção da espécie (Skinner, 1998). 

Se todos os nossos comportamentos se restringissem aos reflexos, poderíamos ser comparados às máquinas, pois nossos comportamentos sempre corresponderiam à relação causa e efeito. Entretanto, como afirma Skinner (1998). “A maior parte do comportamento do organismo intacto não está sob esse tipo de controle primário” (p. 54); a maioria dos nossos comportamentos são operantes. 

O comportamento denominado operante é aquele que opera sobre o meio, produzindo modificações no ambiente físico (natural) e no ambiente social (homens) (Skinner, 1998). Este comportamento é explicado pelo paradigma da tríplice contingência:

 S* - R - Sr. 
  • Onde Sd é o estimulo discriminativo.
  • R é a resposta 
  • Sr é o estímulo reforçador. 

Explicando cada um: Sd é um estimulo que sinaliza a possibilidade de reforçamento. Distinguindo-se do estimulo antecedente do reflexo, ele “não elicia a resposta, simplesmente altera sua probabilidade de ocorrência” (Skinner, 1998. p. 122). Com isso, pode-se concluir o porquê de não falarmos de certezas, e sim de probabilidades em comportamentos operantes, e que, portanto, não somos seres autômatos pois as respostas automáticas não são maioria em nosso repertório comportamental

Assim, podemos alterar a probabilidade de emissão de uma resposta modificando o estimulo discriminativo com o qual o organismo entrará em contato (Skinner, 1998). R é a resposta, a ação em si mesma. E S' é um estimulo conseqüente à resposta que determina a futura freqüência de emissão da mesma (Skinner, 1998). 

Quando a conseqüência é um Sr. a resposta tem uma maior probabilidade de voltar a acontecer, se não for reforçadora, ela (a resposta) terá sua probabilidade de ocorrência diminuída. Deste modo. o reforço cumpre a função de fortalecer uma determinada resposta e aumentar a eficiência da mesma: e é por isso que dizemos que o comportamento é selecionado pelas suas conseqüências, elas "podem retroagir sobre o organismo” (Skinner. 1998, p. 65).

 Ilustrando o paradigma operante. podemos recorrer ao comportamento de lavar as mãos quando estas estão sujas. Neste caso o Sc é "as mãos sujas”, R é “lavar as mãos” e Sr é “ter as mãos limpas”. 

Assim, toda vez que estiver frente ao estímulo mãos sujas, a probabilidade de lavar as mãos é maior do que a de qualquer outra resposta, visto que tal resposta foi anteriormente reforçada. 

“A história de reforçamento é que determina os efeitos de um evento atual, as conseqüências recebidas no passado alteraram o organismo de forma a ele agir de uma dada maneira frente a um evento” (Micbeletto, 1997, p. 127).

A esta história que é construída ao longo da vida dos indivíduos e que consiste, na verdade, na aquisição de repertórios comportamentais por meio [principalmente] do condicionamento operante chamamos ontogênese.

Desta forma, a ontogênese diz respeito à história particular de cada indivíduo, na medida em que todo homem interage com o ambiente de maneira singular. Sendo o comportamento operante uma parte da ontogênese, talvez a maior parte dela (Costa, 1996, p. 7-8).

Desde esse nível de determinação podemos perceber o quão único é o ser humano (tema que será abordado no capitulo XIV), ninguém vai ter os mesmos comportamentos (mesmo que sejam topograficamente semelhantes, não o serão funcionalmente) de outra pessoa. 

Haverá sempre algo de novo,o que dará a dimensão de que não podemos ser máquinas - estas são pré-programadas: nós não. estamos em constantes mudanças (cf. Micheletto. 1997). 

Partindo da própria definição de operante como o comportamento que é selecionado por suas conseqüências, já é possível refutar a crítica de que a concepção de comportamento adotada por Skinner obedece a uma lógica mecanicista. Afinal, não se trata de uma análise causal, na qual se busca uma causa para um efeito. 

Nas palavras de Skinner (1998), os "termos 'causa' e 'efeito': já não são usados em larga escala na ciência. Uma “causa" vem a ser “uma mudança em uma variável independente" e um “efeito" uma “mudança em uma variável dependente''. A antiga “relação de causa c efeito" transforma-se em uma "relação funcional". Os novos termos não sugerem como uma causa produz o seu efeito, meramente afirmam que eventos diferentes tendem a ocorrer ao mesmo tempo, em uma certa ordem (p. 24).

Uma análise funcional avalia contingências e estas são definidas como “relações de dependência entre eventos. Elas prescrevem a probabilidade de ocorrência de um dado evento em função da ocorrência de um outro evento” (Barros, 19%. p. 8). Retomando o modelo de seleção por conseqüência, como foi visto no capitulo anterior, o comportamento humano também é controlado pela cultura, como enfatiza Skinner (2002),

Podemos atribuir uma pequena parte do comportamento humano (...) à seleção natural e à evolução das espécies, uma parte do comportamento humano deve ser atribuída a contingências de reforçamento, especialmente às contingências sociais verdadeiramente complexas a que chamamos cultura (p. 41).

E complementa: o homem “se encontra controlado por seu ambiente, porém não devemos esquecer que é um ambiente, construido em grande parte pelo próprio homem” (Skinner, 1983a. p. 160). Isso quer dizer que o homem é controlado pelo próprio homem: é a sociedade, a nossa própria comunidade, que seleciona os comportamentos que devem ser emitidos

E mais. como disse Micheletto (1997). tenho meu comportamento reforçado pelo sucesso do meu próprio comportamento, somos “agentes controlados pelo efeito de nossa própria ação” (p. 118). Logo, sou fantoche de mim mesmo? 

Com certeza não! Nem fantoche do ambiente, nem fantoche de si mesmo, pois a noção de comportamento implica relação. Todos os comportamentos têm uma história. A história de reforçamento de cada um de nós. as nossas historias de vida, inseridos em uma determinada sociedade. E é dependendo de como e quando os indivíduos desta sociedade nos oferecem reforçadores ou punidores que poderemos nos comportar em um determinado contexto. Dizer que o comportamento humano é controlado por eventos externos não significa dizer que o homem é um autômato, um robô. um fantoche ou uma máquina.


domingo, 15 de setembro de 2019

CAPÍTULO VII - Mas o que é sustentado por nossa sociedade é que um único organismo é controlado por vários agentes psíquicos e que seu comportamento é resultante de suas múltiplas tendências.

E é dessa maneira que a grande “descoberta invenção” de Freud é usada e se faz presente: id. ego e superego. Tais conceitos são freqüentemente usados como criaturas que vivem eternamente em conflitos violentos, cujas derrotas e vitórias produzem comportamentos ajustados ou não no indivíduo no qual residem e no qual o mesmo tem que se haver, uma vez que se tratam de forças sobre as quais não se tem controle algum (Skinner. 2003). 

Não seria o id - ''velho Adão da teologia judaico-cristão” - caracterizado por Freud como egoísta, agressivo, preocupado com as privações básicas e que constantemente se encontra em conflito com os interesses de outrem resultante da filogênese responsável por nossos comportamentos de procura de alimento, água. contato sexual e outros reforçadores primários ? 

Nâo seria o superego - a “consciência judaico-cristã” - definido por Freud como o agente punitivo que é. em grande parte, inconsciente e que está geralmente representando os interesses de outras pessoas e que se opõe inevitavelmente ao id - produto das práticas culturais punitivas de uma sociedade que tenta eliminar o comportamento egoísta gerado pelos reforçadores primários

Nào seria boa parte do superego inconsciente simplesmente porque a comunidade verbal não instruí as pessoas observá-lo ou descrevê-lo? E o ego - visto por Freud como o agente que. além de tentar alcançar um acordo entre o id e o superego. também lida com as exigências do ambiente - não seria o produto da ontogênesedo reforço e das contingências punitivas da vida diária organizadas por outras pessoas? 

Portanto, não é muito mais fácil e óbvio observar que o ator de todo esse impasse é o organismo, que se tornou uma pessoa com repertórios diferentes e possivelmente divergentes, como resultado de contingências diversas e talvez conflitantes? (Skinner, 1998: Skinner, 2003). 

Skinner (1998) aponta ainda que. sob diferentes situações, diferentes “personalidades" podem se manifestar, chamando, mais uma vez. a atenção para a recusa de explicações em termos da personalidade como agente causador e a importância da busca pelas verdadeiras causas do comportamento. Assim, em um mesmo organismo podemos encontrar um homem de negócio, agressivo e irritado e um pai. amoroso e calmo. A personalidade de alguém pode ser muito diferente antes e depois do almoço. "O herói pode lutar para esconder o covarde que habita a mesma pele” (Skinner. 1998. p. 312). 

Existe ainda o fato de que a personalidade pode se restringir a uma ocasião especifica estimulo discriminativo - em que os comportamentos que são eficientes ao conseguir reforço em uma dada situação não os são em outra (Skinner, 1998). Desse modo. a personalidade de um garoto no seio de sua família pode ser muito diferente da personalidade na presença de sua namorada. Padrões variados de respostas podem ocorrer junto dos amigos ou de pessoas desconhecidas, diante de reforçadores ou não, estando na condição de aluno ou de professor, sob o efeito do álcool ou não, estando na universidade ou na igreja, numa roda de amigos ou numa reunião importante de trabalho (Marçal. 2001). Aqui, o que ocorre é que os organismos possuem sistemas de respostas que são adequadas para diferentes conjuntos de circunstâncias, de acordo com a sua história de vida. No entanto, podem ocorrer situações conflitantes nas quais a pessoa se depara com dois desses conjunto, ao mesmo tempo, como por exemplo, quando um rapaz recebe a visita da namorada no trabalho, ou quando se encontra simultaneamente na presença do chefe e do subordinado (Marçai, 2001 ). É hora de começarmos a olhar para fora. 

Há anos as pessoas, incluindo os cientistas, têm se preocupado com a vida mental, mas está mais do que na hora de começarmos a revelar algum interesse por uma análise mais precisa do papel do meio sobre os nossos comportamentos. “À medida que a pertinência da história ambiental se tomou mais clara, questões práticas começaram a ser propostas, não sobre sentimentos e estados mentais, mas acerca do meio ambiente, e as repostas se vêm revelando cada vez mais úteis” (Skinner, 2003, p. 148). 

Vimos que, de um modo geral, a Psicologia e outras áreas do saber concebem comumente a personalidade como o conjunto total das características próprias do indivíduo que, integradas, estabelecem a forma pela qual ele reage costumeiramente ao meio. Não seria justamente o contrário? 

A Análise Comportamental concebe o ser humano a partir das diversas relações existentes entre o indivíduo e o seu ambiente, levando em consideração a história da espécie, a história do indivíduo e a cultura na qual ele se insere. Assim, aquilo que costumeiramente chamamos de personalidade refere-se aos padrões de comportamentos adquiridos e mantidos por contingências. Não admitir essa ideia é. ao meu ver, recusar a própria natureza humana. 

A pergunta que ficou é a seguinte, seremos superficiais, então, somente por não atribuirmos causa aos eventos privados? 

Skinner nos fala que “se excluirmos o significado pejorativo de ‘superficial' como carente de penetração e o sentido honorífico de profundo’ como perspicaz e entranhado, então há uma ponta de verdade na alegarão de que a análise behaviorista é superficial e não atinge as profundezas da mente ou da personalidade” (Skinner, 2003, p. 191). 

Aqueles que dizem ser a ciência do comportamento simplista, limitada e superficial por não lidar com as profundezas da mente ou da personalidade, usualmente revelam-se ultra-simplistas, uma vez que as explicações imemalistas são atraentes justamente porque parecem ser muito mais simples do que os fatos que se dizem explicarem. Assim, os behavioristas (e nós futuros) somos facilmente acusados de superficiais porque é muito difícil acreditar que um principio tão simples possa ter amplas conseqüências em nossas vidas (Skinner, 2003). 

Portanto, os behavioristas não varrem o problema dos eventos mentais e da personalidade, especificamente falando, para debaixo do tapete, abandonando o papel causal da mente sem nada colocar-lhe no lugar. Se isso acontecesse, poderiam sim. ser superficiais no sentido criticável do termo. Skinner (2003) nos fala que ninguém é capaz de dar uma explicação completamente adequada do que é a personalidade, por ser um dos mais complexos assuntos do campo psicológico. No entanto, por mais deficiente que possa ser a explicação dos comportamentalistas. devemos lembrar-nos de que, sob um enfoque comportamental. “as explicações mentalistas nada explicam.” (Skinner. 2003, p. 190). 

Capitulo II - O Behaviorismo negligencia dons inatos e argumenta que todo comportamento é adquirido durante a vida do indivíduo? Lívia Fernanda Ferreira Ferraz

A critica parece estar enfocando duas questões: 

1) todo comportamento, para um behaviorista radical, é um fenômeno aprendido durante a ontogênese 
2 ) o behaviorista, então, não acredita na possibilidade de alguns indivíduos nascerem com aptidões, por exemplo, para dança, música. literatura etc. 

Em relação à primeira questão, pode-se argumentar que não é verdadeira na medida em que Skinner explica os comportamentos a partir do modelo de seleção por conseqüências, que é constituído por três níveis de determinação (Andery, 1993). 

No primeiro nívelinfluenciado pela teoria darwinista. Skinner postula que existem respostas que são selecionadas pelas contingências de seleção natural, ou melhor, selecionadas filogenicamente. Deste processo surgiram os comportamentos ou dons inatos. eventos que foram selecionados a partir da evolução das espécies (Andery. 1993). 

“A corte, o acasalamento, a construção de ninhos e os cuidados com as crias são coisas que os organismos fazem e. mais uma vez. presume-se que fazem por causa da maneira porque evoluíram’’ (Skinner, 2003, p. 34). 

É importante ressaltar que os comportamentos selecionados por contingências de seleção filogenética permitem a interação da espécie humana com o mundo, garantindo sua sobrevivência (Andery, 1993). Sobre isto afirma Skinner (1998), Estas vantagens biológicas explicam certos reflexos em um sentido evolutivo: os indivíduos que provavelmente mais se comportarem de maneira semelhante. presumivelmente tiveram maiores probabilidades de sobreviver e transmitir a característica adaptativa ã prole (p.60). Mas a explicação Skinneriana para a aquisição dos comportamentos não se restringe ao primeiro nível de seleção. 

segundo nível opera sobre o conjunto de respostas no decorrer do período de vida de um indivíduo e o terceiro ocorre à medida que o comportamento é transmitido entre indivíduos (Andery, 1993). 

explicação de comportamentos adquiridos durante a história particular do indivíduo vem do segundo nível de seleção por conseqüência, postulado por Skinner - a ontogénese. Neste processo, a seleção opera sobre o comportamento (ação) do indivíduoO organismo se comporta gerando conseqüências, que por sua vez. controlarão a emissão do comportamento no futuro.

Skinner (1998) em seu livro Ciência e Comportamento Humano afirma: “As conseqüências do comportamento podem retroagir sobre o organismo. Quando isso acontece, podem alterar a probabilidade de o comportamento ocorrer novamente” (p. 65). Segundo Skinner (1998). o aumento na probabilidade de ocorrência do comportamento está relacionado cora a atuação de reforçadores, que por sua vez. funcionam como instrumento de seleção. 

Quando temos de considerar o comportamento do organismo em toda sua complexidade da vida diária, necessitamos estar constantemente alertas para os reforços que prevalecem e que mantém o comportamento” (Skinner, 1998, p. 109). Isto quer dizer que, durante a vida do indivíduo, existem comportamentos que são fortalecidos por suas conseqüências, ou seja. são instalados e mantidos no repertório comportamental do indivíduo mediante a ação de reforços (Skinner, 2003). 

Além dos comportamentos inatos e dos comportamentos adquiridos pela ação do reforço sobre o comportamento do indivíduo, existem também repertórios comportamentais instalados e mantidos pelas práticas culturais (Andery, 1993; Skinner. 1998). Trata-se do terceiro nível de seleção por conseqüência, a cultura, que segundo Skinner (1998) vem a ser “um conjunto particular de condições no qual um grande número de pessoas se desenvolve e vive” (p. 468). Este grupo ou este conjunto de contingências sociais dispõe de costumes e relações que nunca foram experimentadas ou vistas pelo indivíduo, porém são eventos que o afetam, permitindo a aquisição de comportamentos, seja em nível privado (pensamentos e sentimentos) como também públicos, como, por exemplo, o manuseio de objetos e aprendizagem de habilidades sociais (Andery, 1993; Skinner, 1998). 

Vimos, portanto, que Skinner, respaldado pelo modelo de seleção por conseqüências. não explica a aquisição dos comportamentos partindo somente da história de vida particular do indivíduo, incluindo em sua análise tanto conseqüências filogenéticas quanto culturais. 

E no que se refere à negligência aos dons inatos? Skinner, na verdade, não negligencia aspectos inatos. Ele nega a existência de “dons”, equivalendo a comportamentos que independem da relação que cada pessoa estabelece com seu ambiente.

Para Skinner, como visto no primeiro nível de seleção, existem comportamentos os quais a espécie já traz em função de sua história filogenética. Deste modo, dons inatos são os que dizem respeito a aspectos genéticos, se referindo apenas a características anatômicas e atividades fisiológicas (respiração e digestão) presentes na espécie humana, como também comportamentos reflexos (Skinner, 2003).

Isso significa que. embora Skinner não desconsidere comportamentos inatos, ele não aceita a existência de dons inatos no sentido de aptidões que explicariam comportamentos como os de cantar, escrever, jogar futebol - a noção de que “a pessoa nasceu para isto”. É correto, então, afirmar que, para Skinner, não existem dons inatos que determinam comportamentos operantes, supondo que tais dons explicariam completamente o surgimento de alguns comportamentos. Concluindo, talvez em função de Skinner dar mais ênfase à história pessoal, e principalmente ao papel da cultura na instalação e manutenção dos comportamentos, é que se pense que Skinner negligencia o que é inato. No entanto, espera-se que os argumentos apresentados sejam suficientes para que a critica possa ser revista. 

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Aprendizagem


A adaptabilidade do ser humano, implica na capacidade de aprender novos comportamentos, que nos ajudem a lidar com nosso mundo em constante mutação.

A aprendizagem cria esperança na medida em que, o que aprendeu pode ser potencialmente ensinado. E, aquilo que foi prendido, podemos mudar com uma nova aprendizagem. 

A aprendizagem está muito mais próxima da Psicologia do que podemos imaginar: aprendizagem dos bebês, de percepções visuais, etc. Portanto, é importante perceber como a aprendizagem molda nosso pensamentos e a nossa linguagem, nossas motivações e emoções, nossa personalidade e atitudes.

APRENDIZAGEM POR ASSOCIAÇÃO

 É o aprendizado de que certos eventos ocorrem muito próximos,podendo ser dois estímulos como no condicionamento clássico, ou uma resposta e suas consequências, como no condicionamento operante.

As associações aprendidas também alimentam nossos comportamentos habituais.

APRENDIZAGEM é o processo de adquirir informações e comportamentos novos e relativamente duradouros. E é a partir da aprendizagem que desenvolvemos a capacidade de se adaptar ao ambiente. Essa adaptação, cria os chamados CONDICIONAMENTOS CLÁSSICOS. Por outro lado,   normalmente, repetimos os atos que trazem recompensas e evitamos atos que trazem resultados indesejados, o que chamamos de CONDICIONAMENTO OPERANTE, comportamento este, que opera sobre o ambiente, produzindo consequências.

O processo de associação de aprendizagem é o CONDICIONAMENTO, que pode assumir duas formas:
  • No CONDICIONAMENTO CLÁSSICO - associa-se dois estímulos para se antecipar eventos.  Exemplo: aprendemos que um relâmpago sinaliza uma trovoada iminente. Nesse caso, um ESTÍMULO É NEUTRO quando não desperta resposta antes do condicionamento.
  • no CONDICIONAMENTO OPERANTE - associamos uma resposta (nosso comportamento) com sua consequência, por isso, repetimos atos de bons resultados e nos afastamos de atos de maus resultados.

Aprendemos novos comportamentos observando eventos e assistindo outras pessoas, e através da linguagem é possível aprender coisas que não vivenciamos nem observamos.
Aristóteles, há 2000 anos atrás, chegara a conclusão de que aprendemos por associação.

ESTÍMULO é qualquer evento ou situação que evoca uma resposta.

COMPORTAMENTO RESPONDENTE ocorre como uma resposta automática a algum estímulo.

APRENDIZAGEM COGNITIVA  corresponde a aquisição de informações mentais, seja observando eventos , observando outras pessoas, ou através da linguagem.

REFERÊNCIAS
MYERS, D.G., DEWALL, C.N. Psicologia. 11ª edição. Editora LTC. Rio de Janeiro. 2017.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO - é através desses dois processos que percebemos o mundo.


"SENSAÇÃO - PERCEPÇÃO"

Saindo do que se chama "senso comum" e adentrando no campo da ciência da Psicologia, as sensações deixam de ter uma definição com base na experiência vivida, para ter um conceito definido enquanto ciência.

Exemplos de sensações obtidas pelo senso comum:
- Tenho a sensação de estar no lugar certo.
- Raissa está com a sensação boa hoje.

Dentro desse contexto a SENSAÇÃO está ligada a SENTIR, e portanto aos Órgãos dos Sentidos. A sensação é direcionada pelos  SENSORES, que nada mais são  do que, NEURÔNIOS ESPECIALIZADOS ou CÉLULAS NEURAIS.

Tudo o que experimentamos chega até nós através de nossos ÓRGÃOS SENSORIAIS. Estes são responsáveis por captar estímulos. 

Logo, pode-se dizer que sensação é o ato de CAPTAR, CONVERTER E TRANSMITIR ESTÍMULOS, através de nossos ÓRGÃOS SENSORIAIS, sendo portanto, a sensação um PROCESSO FISIOLÓGICO.

Durante toda a vida aprendemos que o ser humano é dotado de apenas 5 sentidos que são:
  • AUDIÇÃO  - órgão sensorial correspondente é a ORELHA.
  • OLFATO - órgão sensorial correspondente  é a NARINA.
  • PALADAR - órgão sensorial  correspondente á a BOCA.
  • TATO - órgão sensorial correspondente é a PELE (maior órgão)
  • VISÃO - órgão sensorial correspondente ao OLHO.
A partir desses 5 órgãos dos sentidos já conhecidos, nos processos psicológicos, observa-se cerca de 9 a 33 subsentidos, derivados dos 5 sentidos básicos.


SENSAÇÃO possui 3 ETAPAS até que ela  concretize seu ciclo nos órgãos sensoriais:

DETECÇÃO - Os NEURÔNIOS ESPECIALIZADOS detectam o estímulo através dos órgãos dos sentidos.

TRANSDUÇÃO -  O estímulo detectado é convertido em IMPULSO NERVOSO.

TRANSMISSÃO -Transmite o impulso nervoso até o CÉREBRO.

O CÉREBRO vai interpretar esse impulso nervoso, e enviar uma mensagem ao ÓRGÃO SENSORIAL, onde o ESTÍMULO VAI SER PERCEBIDO.(PERCEPÇÃO).

Longe dos  variados conceitos obtidos a partir do senso-comum, a PERCEPÇÃO depende do CÉREBRO, onde residem os CONHECIMENTOS e CAPACIDADES COGNITIVAS, que nos permite perceber através da MENTE, logo, trata-se de um PROCESSO MENTAL.

Portanto, a PERCEPÇÃO é o ATO DE INTERPRETAR um estímulo registrado através de nossos mecanismos sensoriais. Esta é consequência da SENSAÇÃO, pois se não houver a sensação, não haverá o que se perceber.

Pode-se dizer ainda que PERCEPÇÃO é o ato de prestar atenção, organizar, selecionar e interpretar a SENSAÇÃO.  A partir daí, a SENSAÇÃO transforma-se em PERCEPÇÃO, a partir do CONHECIMENTO e  APRENDIZADO que o indivíduo tiver.


As Etapas da PERCEPÇÃO, através de seu PROCESSO MENTAL:

1ª Etapa - Captar no cérebro, o estímulo que foi transmitida pelos órgãos sensoriais.

2ª Etapa - Interpretar essa informação para dar sentido ao que se percebeu.


TEORIAS CONSTRUTIVAS DA PERCEPÇÃO



A percepção é tida como um processo cognitivo. É o ponto em que a cognição e a realidade se encontram. Precisamos levar informações para a mente, antes de fazer qualquer coisa com ela. A percepção é um processo complexo que depende do meio ambiente, e do significado que a pessoa que recebe, atribui.

A percepção é ainda, a organização e interpretação das emoções, e esta é influenciada por diversos fatores como: reconhecimento o objeto por parte do indivíduo, localização do mesmo, atenção, consciência, etc.

A percepção não é produzida diretamente pela sensação do estímulo, mas ocorre como produto final da interação entre os estímulos e as hipóteses internas, expectativas e conhecimento.

A sensação envolve a estimulação dos órgãos sensoriais.
A percepção envolve interpretação dos estímulos sensoriais.

Habituação ocorre quando acostuma-se com o estímulo, e passa-se a prestar menos atenção a ele.

Adaptação sensorial ocorre quando as células receptoras se adaptam à estimulação constante, e deixam de disparar até que haja uma mudança na estimulação. Quando isso ocorre a pessoa pode deixar de perceber o estímulo.

Ilusões perceptivas acontecem quando aquilo que se sente através dos órgãos sensoriais, não é o que necessariamente é percebido na mente. A mente pode estar se utilizando de informações sensoriais disponíveis, para criar representações mentais de objetos, propriedades e relacionamentos especiais no ambiente.

LIMIAR é a quantidade de energia necessária para se perceber um estímulo. Pode ser:

  • LIMIAR ABSOLUTO é a estimulação mínima para detectar um estímulo.  Este jamais será igual entre as pessoas.
  • LIMIAR RELATIVO  é a diferença mínima entre dois estímulos para percepção. 


É importante saber que a fadiga, o cansaço, pouco sono ou uso de substâncias psicoativas, afetam a nossa atenção, fazendo com que haja um aumento do nosso limiar, pois a pessoa sujeita a essas condições, precisa de um estímulo maior para ser percebido.

ATENÇÃO CONSCIENTE - Quando se está focando diretamente na coisa.
ATENÇÃO INCONSCIENTE - Como uma visão periférica. Você sabe o que tem ao redor mas não olha diretamente para o objeto.

QUANDO ESTAMOS DISTRAÍDO  ocorre um AUMENTO DO LIMIAR, pois PRECSA DE UM ESTÍMULO MAIOR para ser detectado. 

QUANDO ESTAMOS NO ESFORÇO DE ATENÇÃO, CONCENTRADOS, ocorre a BAIXA O LIMIAR, pois PRECISA DE UM ESTIMULO MENOR para ser detectado.



A percepção de um objeto depende não só de seu destaque no mundo fenomenológico (características próprias), apesar deste possuir uma estrutura interna maior do que a dos demais objetos. Os seres humanos possuem as melhores percepções do reino animal, devido aos seus mais aperfeiçoados aparelhos sensoriais.

COMO PERCEBEMOS O MUNDO AO NOSSO REDOR?

A visão do mundo ao nosso redor, inicia-se pelos estímulos captados dos ambientes externos e internos, que recebemos e detectamos através dos órgãos dos sentidos, dando origem às sensações. Esses estímulos são convertidos em sinais eletroquímicos pelo processo de transdução, para serem transmitidos ao cérebro. No cérebro esses sinais são interpretados e o indivíduo passa ter a percepção do estímulo através de seu órgão sensorial.  Tudo ocorre numa sequência lógica onde a sensação ( ambiente externo/interno) se dá em três fases: detecção do estímulo pelos neurônios especializados, transdução que é a conversão desse estímulo em impulsos neurais, que serão transmitidos ao cérebro para serem interpretados e percebidos através dos órgãos sensoriais. Esse é o modo pelo qual o homem ver e significa o mundo a sua volta, logo, o mundo que vemos é o mundo que foi significado por nossa mente. 

Elementos que interferem no processo de sensação/percepção:

  • Deficiências ou lesões nos órgãos dos sentidos.
  • Lesões degenerativas do sistema nervoso,
  • Estados alterados de consciência (uso de álcool, drogas, etc)
  • Nível de atenção
  • Meio ambiente, etc.