Fichamento do Artigo: Os Conflitos na Fronteira de Contato entre Pais e Filhos Adolescentes

SILVA, R. Pepsico. Os Conflitos na Fronteira de Contato entre Pais e Filhos Adolescentes. Disponível em:  http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-25262015000100004.  IGT rede vol.12 no.22 Rio de janeiro, 2015. Acesso em 29/02/2020 às 12:02 hs.
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O Artigo propõe uma discussão sobre conflitos na relação entre os pais e filhos adolescentes, identificando aspectos que dificultam essa relação, quando os conflitos se instalam e como essa relação se ajusta. 

Trata ainda das concepções da adolescência, os principais conceitos, a relação saúde e doença em Gestalt-terapia, e a relação entre pais e filhos na perspectiva da Gestalt-terapia. 

Leva em consideração preliminar, o fato da família tem sofrido várias transformações, novas configurações em que os pais acabam assumindo diferentes papéis.

Afirma que a relação dos pais com os filhos na adolescência ainda é uma questão não resolvida e com a qual os pais encontram dificuldade.

 A adolescência, é apresentada como momento de transformação física e emocional, diversos lutos como: luto do corpo, do luto dos pais da infância, onde espaços ficam restritos e a sensação de lugar sem saída, leva os adolescentes a um embate com seus pais, que compromete a relação.

O artigo tem como objetivo em como objetivo auxiliá-los na condução de uma reflexão, l entre pais e filhos, e é endereçado aos adolescentes que estão passando por esta fase, aos pais, assim como aos terapeutas.

Propõe uma discussão sobre alguns aspectos da relação dos pais com os filhos na adolescência, além de concepções de adolescência, o adolescente em si, seu corpo, sua mente, e a relação adolescente e família, bem como, identificar os aspectos que dificultam essa relação, quando os conflitos se instalam e quais os ajustes utilizados na relação.

Conceitua a adolescência entre os 9 e 14 anos de idade, marcada por mudanças corporais e hormonais, compreendendo seu processo de desenvolvimento biológico. Além disso, adolescência como uma fenômeno psicológico e social (psicossocial), com ênfase na influência do ambiente vivido pelo adolescente, do ponto de vista social, econômico e cultural.

"Outeiral (1994) define a palavra adolescência como sendo "olescer" (crescer), significando o processo de crescimento vivido pelo indivíduo, e "adolescer", que se origina da palavra adoecer. Esses dois significados levam à reflexão sobre o momento da vida do adolescente. Assim, entendemos adolescência, por um lado, como uma aptidão para crescer no sentido físico e psíquico e, por outro, uma condição de adoecer - em termos de sofrimento emocional- com base nas transformações biológicas e mentais que perpassam essa etapa."

Divide a adolescência em duas fases: de 9-14 anos, onde acontecem as traNAformaçõies corporais e as alterações psíquicas. entre 14 e 16 anos ocorrem as questões da sexualidade. Adolescência final vai de 17 a 20 anos, fase na qual se estabelecem vínculos com os pais, definição e aceitação do novo corpo e mudanças psíquicas para o mundo Adulto (OUTEIRAL.1994)

Menciona o autor Aberastury & Knobel (1988),  afirmando  que "além do luto pelo corpo, o adolescente vivencia o luto pela identidade infantil e o luto pelos pais da infância. De acordo com estes autores, pode-se compreender essa identidade infantil como a fase onde a criança vivencia um vínculo de dependência dos seus pais, e a adolescência ao contrário,  partem para os grupos e seus pares, em direção a uma maior independência.

Alguns adolescentes aceitam sua inclusão , seu corpo novo, sua nova imagem, mudança de sua identidade, porém, ainda vivenciam a adaptação a essas transformações.

Eles oscilam entre dependência e independência, ora age como criança , ora como adulto. momentos de dependência dos pais, e momentos de independência, capazes de tomar decisões, mantendo as contradições confusões, dolorosa marcada por conflitos tanto com a família como 

A relação dos pais com seus filhos adolescentes vai adoecer, quando ambos, por não conseguirem, diante do novo, se compreenderem, buscando maneiras de lidar com suas dificuldades de forma não saudável, interrompem o contato pleno,  e deixam comprometido o fluir da relação.

A autora relata que como psicoterapeuta no atendimento de adolescentes, o conflito vivido por eles na relação com os pais acontece quando falta uma relação dialógica, quando em um dado momento, um deixa de olhar para o outro.  O diálogo é que garante o contrato pleno com o filho, e para isso, os pais precisam estar abertos um para o outro, sem reservas, vencendo o medo de não estar mais no controle.

Os pais estabelecem as prioridades, determinam o que devem fazer, mensuram o quão deve ser alto seu desempenho intelectual e são incompreensíveis com as falhas e com o insucesso dentro do esperado por eles. 

"Já os adolescentes, por falta de repertório e de maturidade, entram num embate com seus pais, numa postura de autoafirmação que resulta na interrupção de contato na relação."

A relação dialógica demanda estar com outro plenamente, escutar, perceber e procurar entender as necessidades do outro, o que possibilita que o adolescente possa lidar com tantas mudanças de forma menos conflituosa.

A conquista da independência do adolescente é vista como um processo doloroso para ambos.

Algumas implicações que trazem conflitos para a relação pais e filhos: projeção do pais  sobre seus filhos crianças, e estes se assustam com os adolescentes que buscam a independização e seguem novos caminhos, antes não escolhidos por seus pais. A situação de oposição aos pais é um dos momentos de construção da sua identidade. Ao opor-se, o adolescente afirma a si próprio enquanto sujeito único e singular.

Chama atenção para a perda da capacidade de manter uma relação plena, livre de conflitos, empobrecendo a relação quanto à qualidade  que pode proporcionar a interação indivíduo/ambiente positiva e que possibilite mudanças no seu campo relacional.

A autora abordou as mudanças vividas pelos adolescentes e pais, os lutos, e mostrou sobretudo que não só os adolescentes mas também os pais não estão capacitados, preparados para esse enfrentamento., sendo nesse momento confuso em que se instalação os conflitos da relação pais e filhos. Isso pode ser minimizado a partir da relação dialógica plena,  entre ambos. 

A autora ainda afirma que "os fatores que levam pais e filhos a não conseguirem estabelecer um contato pleno e dialógico entre eles estão relacionados à interrupção da expressão aberta de sentimentos e ideias, projetando um no outro as dificuldades e necessidades particulares de cada um, exigindo que o outro (pai e filho) seja ou faça exatamente como é esperado ou desejado."

Os objetivos de pais e filhos se distanciam quando há uma disputa de poder entre ambos; os pais querem impor suas ideias e valores, os filhos querem o direito de ser eles mesmos, diferentes de seus pais, ou descobrir suas verdadeiras identidades por meio da oposição a eles.















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