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segunda-feira, 1 de março de 2021

Psicologia Cognitiva - Aaron Beck

  

  • Filho de Judeus russos imigrantes.
  • Especializou-se em psiquiatria em 1953
  • Desiludido com a abordagem psicanalítica  da psicologia clínica, desenvolveu a terapia cognitiva.
  • Fundou o Beck Institute for Cognitive Therapy and Research na Filadélfia, hoje dirigido por sua filha Judith Beck

A TERAPIA COGNITIVA
  • Beck estava cético quanto a eficácia da psicanálise, chegando a achar que se tratava de fé, por se tratar de uma teoria baseada em relatos.
  • enfatiza a importância de examinar a percepção das pessoas sobre suas experiências, suas crenças, na maneira como a pessoa percebe seu mundo. A interpretação que cada um faz de si.
  • há provas empíricas contundentes sobre a eficácia da terapia cognitiva.
  • a chave para um tratamento eficaz não é o inconsciente, mas a observação de como um distúrbio se manifesta na percepção do paciente.
  • Há mais na superfície do que nosso olhar alcança.
  • Conduziu uma série de experimentos sobre a depressão.
    • Ao descrever a depressão, os pacientes de Beck quase sempre externavam ideias negativas sobre si mesmos, o futuro e a sociedade em geral, de forma involuntária, como pensamentos automáticos.
    • Beck Percebeu que a maneira pela qual seus pacientes percebiam suas experiências - a cognição que tinham delas - não era um mero sintoma da depressão, mas o caminho para se chegar a uma terapia eficiente. (Ideia de Beck, 1960)
  • Primeiro passo para vencer a depressão: auxiliar seus clientes a reconhecer e avaliar em que medida suas percepções era realistas e distorcidas.
  • A percepção do paciente deve ser considerada como verdadeira.
  • Manifestações imediatas da depressão-pensamentos automáticos negativos - forneciam toda a informação necessária para a terapia.
  • Reestruturação dos 3 níveis de cognição:
    • pensamentos automáticos - mais superficiais
    • crenças intermediárias - menos profundas
    • crenças nucleares - muito profundas.
  • Exemplo: Um paciente recebe uma promoção no trabalho e pode expressar pensamentos negativos a respeito: "muito difícil novo trabalho, falharei" - uma percepção que produz angústia e infelicidade quando deveria ser uma coisa boa. Não é a situação que causa sofrimento ao paciente, mas sim, a forma como ele percebe e interpreta a situação. A TCC tem a função de ajuda-lo reconhecer que sua percepção está distorcida e ajuda-lo a encontrar uma forma mais realista  ou abrangente de pensar sobre os fatos.
  • Percebeu p´[os resultados positivos com a depressão que a  TCC poderia auxiliar a superar outras condições, como distúrbios de personalidade e esquizofrenia.
  • Beck dizia aos seus pacientes: Não confie em mim, teste-me.
  • desenvolveu vários métodos para avaliar  a natureza e a severidade da depressão como:
    • Escala de Depressão de Beck (BDI)
    • Escala de Desesperança de Beck
    • Escala de Ideação Suicida de Beck (BSS)
    • Escala de Ansiedade de Beck (BAI)
  • a terapia cognitiva de Beck ajuda os pacientes a questionarem suas percepções, conduzindo-os para uma visão mais positiva.
REFERÊNCIAS
COLLIN, Catherine et al. O Livro da Psicologia. Editora Globo. São Paulo, 2016

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Os 12 trabalhos de Heracles - Parte II - Aula 13 - Mitologia Grega e Psicologia Analítica


  • Como o pântano, o lago reflete a estagnação. As aves que dele levantam voo simbolizam o impulso de desejos  múltiplos e perversos.
  • Saídos do inconsciente, onde se haviam estagnado, põem-se a esvoaçar e sua afetividade perversa acaba por ofuscar o espírito.
Esse trabalho de Alcides que vai se tornar Herácles temos um aspecto muito destrutivo. OS pássaros devoravam as pessoas que passavam na região, acabavam com a vida. O aspectos simbólico dos pássaros significa a estagnação de pântano, quando a pessoa fica pensando, pensando e nada realiza. Não tem atitudes para solucionar os problemas, se demoram nos pensamentos.

Quando a pessoa está pensando nos problemas do passado ou possíveis problemas que ainda irão acontecer, você deixa de estar de fato vivenciando o agora, que lhe possibilita mudar as coisas que te incomodam. Algo do passado ou futuro está te roubando e te jogando para o pâtano.

Alcides usou de estratégia para manter os pássaros, pois a força bruta não solucionaria o problema. Atená pediu pra Efesto construir castanholas de bronze, que foram úteis a Alcides. Ele criou recursos e enxergou uma forma diferente da força bruta para solucionar o problema, porque as aves voavam e fugiam. Alcides usou as castanholas para atrair os monstros e quando os pássaros ouviram o som das castanholas vieram ao encontro Alcides, que os matou com as flechas.

Se demorar em pensamentos remoendo os problemas sem criar condições para sair deles acaba drenando ou roubando a energia da pessoa, trazendo angústias, sofrimento, desconforto.

Exercício de reflexão:  
ETAPA 1:
  1. Pense numa situação problema.
  2. Anote os sentimentos que o problema lhe trazem. Ao registrar você tem a capacidade de visualizar como você se sente em relação ao problema. 
  3. Registre os pensamentos em relação a cada sentimento, em relação ao problema.O que você pensa quando está envolvida com esses sentimentos. Eles vêm do inconsciente. Os complexos surgem e tornam-se evidentes a partir dos pensamentos.
  • Os estábulos do rei Augias "configuram o inconsciente". A estrumeira representa a deformação banal. O herói faz passar as águas dos rios Alfeu e Peneu através dos estábulos imundos, o que simboliza a  purificação.
  • Sendo o rio a imagem da vida que se escoa, seus acidentes sinuosos refletem os acontecimentos da vida "corrente". Irrigar o estábulo com as águas de um rio significa purificar a alma, o inconsciente da estagnação banal, graças a uma atividade vivificante e sensata.
O rei Augias era o rei da cidade de Élis, filho do deus Helio e era negligente. Por 30 anos ele deixou de limpar os estábulos, a cidade começou a ficar estéril, pela falta de estrume, para adubar o plantio. Como essa sujeira, essa proliferação vai entrando no processo de procrastinação, de estagnação. 

Muitas vezes vamos procrastinando, protelando a vida, a saúde, a felicidade, adiando buscar aquilo que te faz feliz, vai chegando a um ponto em que a vida vai ficando estéril. Isso é responsabilidade de cada um. Cabe a cada um buscar aquilo, recursos para desenvolver a consciência e buscar aquilo que te faz feliz.

Alcides quando chega ao rei Augias, ele diz que vai limpar os estábulos sujos de merda há 30 anos, em apenas um dia, o  que fez ele duvidar. Tendo ele a força de um deus, ele desviou as águas de dois rios, tornando-o novamente, fecundo. A força do rio foi limpado tudo que estava acumulado, impedindo de que a vida fluisse, seguisse seu curso. 

Da mesma forma, os sentimentos e pensamentos  registrados na etapa 1, impedem que o processo do fluxo criativo da vida  se desenvolva. Esse estado de ruminação são etapas que nos trazem, bloqueio, estagnação.


Exercício de reflexão:  
ETAPA 2:

1. De 0 a 100 classifique o quanto a pessoa se sente, em relação aos sentimentos registrados na etapa anterior.
2. Classifique de 0 a 100 o quanto os pensamentos são intensos, e acabam nos perturbando e trazendo desconforto .
Essas classificações possibilita mensurar o quanto tudo isso atrapalha a vida. Do quanto a estrumeira (pensamentos e sentimentos) atrapalha a vida da gente. (simbolicamente)

ETAPA 3: Técnica de Alongamento

Jung dizia que corpo e psique é uma coisa só, estão interligados. Quando há pensamentos e sentimentos desse tipo, alguma coisa se reflete no corpo. Da mesma forma se modifica alguma coisa no corpo muda também a psique.

  • Alonga as mãos (10 segundos cada)
  • Ombros esquerdo e direito
  • Gira ombros pra frente.
  • Gira ombros pra traz.
  • Abre as pernas,alinha cotovelos na altura do ombro, une as pontas do dedo., gira lateralmente.
  • Gira quadril pra um lado. Depois o outro, em movimento circular.
ETAPA 4: Técnica de Respiração
  • Sentado, coluna mais ou menos hereta, cabeça pouco inclinada para traz, 
  • Inspira contando até 3, segura e expira contando até 3.
  • Exercício deve ser feito durante 3 minutos.
Irrigar o estábulo com as águas de um rio significa purificar a alma, o inconsciente da estagnação banal, graças a uma atividade vivificante e sensata. Isso se conquista pelas etapas 3 e 4.

  • Reclassifique os SENTIMENTOS e PENSAMENTOS.
  • As etapas 3 e 4 são atividades que colocam o sujeito para a consciência.
Alcides tinha pedido em troca apenas 1/10 das cabeças de gado, mas a ganância era tão grande que ele não cumpriu a promessa.Alcides juntou aliados e voltou a cidade para se vingar do rei Augias, matou ele, o rei foi deposto e tornou rei fileus. A cidade estava novamente fecunda e tinha um novo rei. Simbolicamente, trata da restauração da consciência, toda vez que se sentir o pior dos seres, faça esses exercícios, para renovação ou restauração da consciência.


  • O herói, segurando o monstro pelos chifres, conseguiu dominá-lo e sobre o dorso do mesmo, regressou à Hélade.
  • Euristeu o ofertou à deusa Hera, mas esta, nada querendo que proviesse de Héracles, o soltou.
 Tudo começa pelo Rei Minos, que pediu a Poseidon, deus dos mares,  que desse um sinal de confiança a respeito da legitimidade dele como rei e ele assim o fez. Abriu o mar e saiu um touro branco, mas disse a Minos que teria que sacrificá-lo a Poseidon.  Minos achou o touro lindo, e misturou a outros touros, sacrificando outro animal qualquer. Poseidon com seu tridente fez com que o animal ficasse enfurecido, passou a destruir o lugar e atacar os habitantes de creta.  

Simbolicamente, observa-se que muitas coisas fogem ao nosso controle porque não temos o desapego necessário para abrir mão em nosso dia a dia que são necessárias para seguir, tornando essa coisa um obstáculo ao nosso desenvolvimento.

O touro causou muita vergonha ao Rei Minos e desejava ter relação sexual com o touro. dessa relação nasceu o Minotauro, monstro com cabeça de touro e corpo de homem, porque Minos não sacrificou. 

Simbolicamente, isso mostra que toda vez que o Ego se apegas às coisas, ele vai ter algum tipo de problema com o inconsciente, uma compensação e as coisas se configuram de forma trágica, com vergonha, destruição, humilhação, por isso é importante prestar atenção Àquilo que demais muita atenção e aquilo que não damos a devida atenção, o que é importante e o que não é importante.
Quanl é o meu touro branco, essa deve ser a reflexão.

Alcides doma o bicho, usa a força, e monta no touro. 

Na segunda figura tem-se o rei Ganesha, cabela de elefante,  montado num rato.  O medo não deixa de existir, todos têm medo e coragem, são as polaridades. Quando entramos em contato com nosso medo, é preciso ter a humildade para reconhecer que tem as próprias limitações, abre-se a possibilidade de superação desse medo, porque a pessoa aí acolhe a sombra.

São arquétipos, camada mais profunda da psique constituído não de padrões individuais mas universais. trata-se de inconsciente coletivo, é universal. 
O rei Minos representa alguém que tem noção de seus aspectos sombrios mas não deseja modificar.


  • é a camada mais profunda da psique constituído de padrões não individuais, mas universais. São os arquétipos.
  • Formado de conteúdos coletivos das formas básicas de pensamento, sentimento e instinto, de tudo aquilo que consideramos universal.
O deus Mitra e o deus da rocha, que nasce no dia 25/12 e numa associação da Igreja Católica com o deus Mitra, Cristo passa a nascer no mesmo dia 25/12. Mitra é o sol invito, ou seja, para você ter consciência no aspecto solar é preciso sacrificar os aspectos lunares, instintivos, relativo aos opostos.

Emile Schwyzer foi um paciente de um hospital psiquiátrico em que Jung trabalho u em 1906. Ele fica da janela observando e quando Jung passou ele o chamou para ver algo. Jung dava muita importância para o que os loucos tinha a dizer.  Mandou Jung mexer a cabeça e disse que o falo do sol produzia o vento. Jung não achou que era bobagem. achou que a fala dele tinha algo interessante, que ele percebeu que a mitologia estava muito presente nas falas dos pacientes. Porém, Emile não tinha tido nenhum tipo de acesso à mitologia grega, mas isso só ocorreu alguns anos depois que ele havia falado com Emile.

 Jung viu relatado no material traduzido sobre a mitologia,  viu relatado no Mitrato do Sol falando do falo do sol , e que produzia produzia vento. Jung descobre aí a base da psique, que antecede aquilo que sabemos. É o arquétipo, o inconsciente coletivo.

Héra não aceita o sacrifício de Alcides no momento. Alcides representa a paciência, a perseverança, repetindo aquilo que se está fazendo, adquire paciência.  A questão a refletir é se Hera esta atrapalhando ou ajudaado Alcides a se tornar um herói.

  • Herói, nascimento miraculoso, renascimento, dupla mãe, duplo nascimento (batismo), renascer tornar-se herói semidivino.
  • Madrasta  sogra, perigo do mundo das mães. Mostra a dificuldade que Alcides tem de se libertar do mundo das mães, o que pode ser a sua relação com o feminino. 
  • Trevas do inconsciente, tesouro, símbolos, ponte. Sacrifício não desejado = catástrofe, destruição. Tem relação com o Touro de Creta, quando não sacrifica para se chegar a um objetivo.
  • Sacrifício voluntário -= transformação, preservação. Tomar consciência da sombra e se dispor a se sacrificar para atingir seus objetivos.
Na concepção do cristo, tem-se a concepção do espírito Santo e da Ave Maria , um deus e uma mortal. E tem o José que seria o pai do cristo. Da mesma forma aconteceu com alcides que tem um anfitrião que é o marido de Alcmena, que seria geradora, e a Hera, mãe de leite. Dupla mãe.

  • O herói foi obrigado a lutar com Diomedes, que vencido, foi lançado às suas próprias bestas antropófagas.
  • Após devorarem o rei, as éguas estranhamente se acalmaram e forma, sem dificuldade alguma, conduzidas a Micenas. 
  • Euristeu deixou em liberdade e as mesmas acabaram sendo devoradas pelas feras do monte Olimpo.
As éguas de Diomedes têm aspectos importantes a se notar, eram éguas antropófagas ou seja, devoravam pessoas. Diomedes era filho de Ares, deus da guerra e Sirene. O herói Alcides foi obrigado a brigar com Diomedes que vencido foi lançado as suas éguas próprias.

A narrativa está falando mais uma vez, que a histporia nao esta ocorrendo por conta do agora,m mas que há algo que aconteceu lá atraz e que esta repercutindo ate hoje, 

Diomedes sendo filho do deus da guerra que gosta de sangue, de destruição, de violência pela simples violência. E quando se pensa em pessoas que tiveram pais violentos, que conviveram com ausencia ou negligencia ou abuso e agressividade materna e paterna, vai impactar na forma como essas pessoas irão se relacionar na vida.

No mito quando as éguas devoram o próprio pai ficaram tranquilas, simboliza que algo estava perturbando a psique, o comportamento e a consciência desses animais. A relação que os pais tem com seus filhos será determinante na maneira como essa criança irá se relacionar com o mundo, enxergar a vida e ter seus relacionamentos.

Há muitas coisas que precisamos passar mesmo que essas coisas não nos agradam, e tudo bem. Faz parte da vida vivenciar essas experiencias não agradáveis, mas é preciso prestar atenção no que esta acontecendo. Muitas das coisas que acontecem hoje, tem relação com algo do passado e ao tornar isso consciente você pode parar essa interferência.

  • Na disputa pelo corpo de Alceste, Héracles sai vitorioso contra Thánatos a própria morte.
  • Alceste tinha se sacrificado voluntariamente para morrer em lugar do seu marido o rei Admeto.
O rei Admeto foi sorteado para morrer, porém, o deus Apolo intercedeu por ele, e as moiras intercessoras dos destinhos, disseram que ele não iria para o mundo dos mortos, caso alguém morresse no lugar dele.  Algo importante precisa ser sacrificado para que ele vivesse. Nem os pais de Admeto queria abrir mão de suas próprias vidas em lugar do filho. A esposa Alceste concordou voluntariamente, em morrer no lugar do marido. Admeto viu todos sofrendo com a morte da rainha e ele começou a cavar, cavar, e encontrou a morte com o corpo de Alceste nos braços. Brigou com  a própria morte e tomou a deusa de volta, derrotando a própria morte.

Simbolicamente, traz a noção de superação, ser vitorioso quando há o sacrifício voluntario em abrir mão daquilo que já não precisa mais, que precisa ser renovado, transformado, encontrando a jornada de individuação o que não existe sem sacrifício pessoal e voluntário.


REFERÊNCIAS
Curso extracurricular de Mitologia e Psicologia Analítica
Instituto Freedom
Aula 13 OS 12 trabalhos de Heracles - Parte II
Prof. Rangel Fabrete

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Ártemes e Apolo - Aula 9 - Mitologia Grega e Psicologia Analítica


- Ártemis, do grego Ártemis, personifica a Grane Mãe; sanguinária/ Independência, autonomia, Virgem, deusa da lua e dos partos.
- Meta de acertar o alvo sem se desviar do caminho.

É a irmã gêmea de Apolo, filhos de Zeus e letu, que é uma mortal, amante de Zeus. A esposa de Zeus, Héra, persegue Letu quando está para dar a luz, e impede Lítia a deusa dos partos, de comparecer na hora do parto. com isso, Letu acaba sofrendo dores terr[iveis em vários dias, e somente, após uma estratégia de Zeus e Hermes em que ambos enganaram Hera, Lítia a deusa dos partos consegue chegar a té Letu, e assim, nasce Ártemes e Apolo.

Esse tipo de situação configura experinecias fortes, traumáticas ue pdoem impactar a vida dessas crianças que acabam tendo uma leitura de que o relacionamento deve ser evitado, já que traz dor, angustia e sofrimento. É o que acontece com Ártemes, que procura Zeus seu pai e pede que continue virgem, sem relacionamento amoroso.
 Na terapia observa-se esse tipo de comportamento em crianças e adolescentes que participam por exemplo,d e brigas entre os pais, que se configuram com esse sofrimento, conflitos.

As características de Àrtemes são muito importantes para a conquista da autonomia, o desenvolvimento profissional, sobretudo, em termos decisivos na igualdade da mulher.  Em termos de inspiração é excelente para que a mulher tenha a sua inspiração e a sua autonomia. 

Por outro lado, Ártemes tem esse distanciamento em relação ao envolvimento amoroso, para ela é complicado aproximar-se do outro, o que pode prejudicar quando ocorre a indetificação com esse padrão arquetípico. Como todo mito, todos têm um lado favorável e outro desfavorável.

Um dia, Apolo descobriu que sua irmã Ártemes estava um pouco diferente do que era habitual. Ártemes começou a se apaixonar por um mortal, chamado órion, um caçador provocando ciumes em seu irmão, pois eram muito próximos. Apolo propôs um desafio... duvidou que ela acertasse um alvo bem longe dela, com seu arco e flexo. Ele instigou a autonomia dela, e acabou acertando Órion,

Esse padrão arquetípico favorece o desenvolvimento intelectual, a autonomia, a independência. porém, quando se trata de desenvolvimento emocional, corre o risco de matar  a parceira, matar a relação, passar por cima, eliminar do caminho caso se torne um alvo. Isso ocorre quando ocorre a identificação, daí a necessidade de criar recursos para lidar de forma equilibrada com esse lado negativo de Ártemis.


  • Apolo do grego Apóllon, personifica o deus do arco e da flecha. 
  • O indu europeu apelo, forte, portador de luz, lógica, razão, consciência.
Apolo assim com Ártemis tem um distanciamento maior em relação a ter contato com o outro, Assim como o sol que fica distante. esse padrão arquetípico está muito identificado com desenvolver o intelecto, estuda muito, marcado pelo distanciamento do relacionamento com o outro, distanciamento afetivo. Um pensador precisa estar mesmo distante de situações emocionais, já que tem mais facilidade para lidar com as coisas da inteligência e da razão. Porém, tem dificuldade de lidar com o emocional, porém, quando esta apaixonado, vai buscar essa relação com muita intensidade. Ele se apaixona por Darfini, uma mortal, que fica apavorada por conta dessa postura de Apolo, então começa a fugir pedindo uma intervenção, que vem em seu favor e ela é transformada num pé de loureiro.

Ao se relacionar com alguém que é muito pensamentos e a parte sentimental precária, acaba se transformando em um objeto que fica parado, estático. Tendo aí uma regressão em termos de desenvolvimento do indivíduo, vai renunciando de seu ponto de vista. Possui grande dificuldade de lidar com os sentimentos, questões mais subjetivas.

 Apolo traz dificuldade de manter relacionamentos, pois acaba tendo uma prepotência e arrogância despertando, e ao execê-las acabou provocando Eros o deu do amor, coisa que Apolo traz como dificuldade, sobre as questões afetivas e do relacionamento com o outro.

Apolo desafiou Eros: Disse que se garantia como arco e flecha, sendo melhor que Eros. Despreza o amor representado por Eros. Eros então disparou a flecha do amor e atingiu o coração de Apolo. E a ninfa Dáfini recebeu a flecha da rejeição. Com isso, Apolo foi com todo o seu amor e Dafini o rejeitou suplicando a seu pai Tenteu que a transformou num pé de loureiro.

Traz a ideia de ser mais pensamento, razão, objetividade, rejeitando a função sentimento, o que traz grandes prejuízos em termos de relacionamento. È preciso a fazer a relação entre esses opostos para que se mantenham em equilíbrio.

REFERÊNCIAS
Curso extracurricular de Mitologia e Psicologia Analítica
Instituto Freedom
Aula 9 - Ártemis e Apolo
Prof. Rangel Fabrete

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Primeira Conferência, Londres -1935 - Fundamentos da Psicologia Analítica- Carl G. Jung


Considerações feitas por Jung na Primeira Conferência de Tavistock, Londres, 1935: funções da psique humana - sentimento, pensamento, intuição e sensação.

Jung tinha o propósito de traçar um breve esboço de certos conceitos fundamentais da psicologia. Ele parte da ideia de que o processo em que se daria o trabalho, estava pautado em dois tópicos principais:

1. conceitos relativos à estrutura e conteúdo da vida inconsciente;
2. métodos usados na investigação dos elementos originários de processos psicológicos inconsciente. Este se divide em três partes:
  • método de associação de palavras.
  • método da análise de sonhos.
  • método da imaginação ativa.
Admite a impossibilidade de fazer um apanhado completo de tudo, porém ratifica  que as pesquisas históricas e mitológicas são fatores básicos importantes, para o equilíbrio, controle e distúrbios da condição mental do indivíduo.

Jung reconhece que a Psicologia ainda está começando e que as grandes teorias ainda estão por vir, pois para ele, cada novo caso quase que consiste em uma nova teoria. A psicologia ainda se encontra no berço, e que ainda há muito o que se compreender sobre o porque da psique. Há aí, uma grande preocupação com o grande número de fatos, e não das teorias em si, no que diz respeito as sutilezas de análise onírica, relacionadas aos sonhos e fantasias, e do método comparativa de investigação dos processos do inconsciente.

psicologia como ciência se relaciona inicialmente com a consciência, e a seguir com o inconsciente, já que este não pode ser diretamente explorado por ainda ser desconhecido. Tudo que se conhece sobre o inconsciente foi revelado pelo consciente. Nada se pode dizer sobre aquilo que ainda nada se sabe a respeito, portanto, inconsciente apenas sugere algo que existe, mas ainda desconhecemos a natureza desse inconsciente.

área do inconsciente é imensa e sempre contínua, entretanto, a da consciência é um campo restrito da visão momentânea, um produto da percepção e orientação do mundo externo, que provavelmente se localiza no cérebro, e sua origem é ectodérmica, ou seja, que trata das relações entre consciência e o meio externo.

Jung diverge de Freud no que diz respeito ao inconsciente e o consciente. Para Freud  o inconsciente deriva do consciente. Jung considera exatamente o contrário, que o inconsciente é o elemento natural, e que o consciente é que deriva do inconsciente.

Ao observar os primitivos, pode-se verificar que eles são atingidos apenas por pensamentos emocionais, mostrando que emoções e afetos são sempre acompanhados de enervações psíquicas.
Porém, Jung afirma que as atividades psíquicas nada representa, pois acredita que os SONHOS e as FANTASIAS estão num subnível, sobre o qual ainda desconhece.


CONSCIÊNCIA

Jung afirma não poder haver elemento consciente que não tenho EGO, para atingir a consciência é preciso se relacionar com o EGO. Portanto,a  consciência pe a relação dos fatos psíquicos com o ego.

O EGO é um dado complexo, uma percepção geral do nosso corpo e existência, e pelos registros de memória. É sempre o centro de nossas atenções e de nossos desejos. Todos de alguma maneira sabem que já vivemos em épocas passadas.  Esses dois fatores são os principais componentes do Ego, e é a força de atração do EGO que atai os conteúdos do inconsciente, daquela região obscura sobre a qual nada se conhece. Com isso, tudo o que emerge do inconsciente, torna-se consciente.


A CONSCIÊNCIA é dotada de um certo número de funções, que a orienta no campo dos fatos ectopsíquicos e endopsíquicos. 

  • A ECTOPSIQUE é um sistema de relacionamento dos conteúdos da consciência com os fatos e dados originários do meio-ambiente, um sistema de orientação que concerne à minha manipulação dos fatos exteriores, com os quais entro em contacto através das funções sensoriais. 
          As funções ectopsíquicas são quatro:
  1. SENSAÇÃO - função dos sentidos. A soma total de minhas percepções de fatos externos, percebidas pelos sentidos. A sensação diz que alguma coisa é, não exprime o que é, nem qualquer particularidade da coisa em questão. A sensa~]ao diz que alguma coisa é.
  2. PENSAMENTO - exprime o que uma coisa é. Dá nome a essa coisa e junta-lhe um conceito, pois pensar é perceber e julgar (apercepção). Jung considera o pensamento uma função racional. O pensamento exprime o que ela é. É inerente ao sujeito.
  3. SENTIMENTO - Informa através de percepções que lhe são inerentes acerca do valor das coisas. É ele que diz por exemplo, se uma coisa é boa ou não, etc. assim como o pensamento, Jung considera o sentimento uma função racional. Os valores desempenham aí um papel fundamental. O fato das pessoas racionalizarem e controlarem seus sentimentos, não quer dizer que os sentimentos deixam de existir, elas o controlam, porém, ele está ali perturbando a pessoa. O sentimento exprime o valor dessa coisa. É inerente ao individuo.
  4. TEMPO - Tudo tem passado e futuro; tudo procede de algum lugar. 
A ideia de que alo pode ou não ser bom, como um palpite, Jung chamou de INTUIÇÃO, uma espécie de faculdade mágica, coisa próxima da adivinhação. Sempre que tiver de lidar com condições para as quais nãoi haverá valores preestabelecidos ou conceitos já firmados, esta função será o único guia.

Segundo Jung a INTUIÇÃO é um tipo de percepção que não passa exatamente pelos sentidos; registra-se ao nível do inconsciente, e é onde abandono toda tentativa de explicação dizendo-lhes: 

"Não sei como isso se processa”. Não sei o que se .passa quando um homem se inteira de fatos como ele, em absoluto, não tem meios de conhecer. Não consigo dizer como coisas acontecem, entretanto a realidade aí está, e tais fenômenos são comprovados.Sonhos premonitórios, comunicações telepáticas, são propriedades da intuição... Eventualmente seu afloramento adquire características de revelação." 

Para Jung pensamento e sentimento não podem coexistir, Quando o pensamento é uma função superior, o sentimento é uma função inferior, e vice-versa. Ao pensar, o sujeito exclui o sentimento. Quando o pensamento é altamente diferenciado, o sentimento é altamente indiferenciado, e vice-versa. 





Jung afirma que:
  • pessoas do tipo pensamento - afirmam ter sentimentos fortes, e que são muito emocionais ou temperamentais.
  • pessoas do tipo sentimental - se agir com naturalidade não se aborrece com pensamentos e sentimentos ou raciocínios.  O pensamento surge de maneira compulsório não consegue se livrar dele.
  • pessoas do tipo intelectual, afirma que sente assim, e pronto. Não raciocina sobre seus sentimentos.
  • pessoas do tipo intuitiva , sempre se irrita quando colocado frente a realidade concreta.
Essa definição  em tipos de pessoas, só serve para a psicologia prática. Jung deixa claro que não se pode colocar pessoas em padrões, até porque somos dotados dessa ambiguidade, ora somos de um jeito, ora somos de outro.
  • A ENDOPSIQUE, por outro lado, é o sistema de relação entre os conteúdos da consciência e os processos desenrolados no inconsciente. 

Os pontos relacionados a função ectopsiquica, regem ou auxiliam nossa orientação consciente no relacionamento com o ambiente, mas não se aplicam às coisas situadas, por assim dizer, abaixo do ego, que é apenas um segmento de consciência flutuando num oceano de coisas obscuras, as coisas interiores sobre as quais nada sabemos.

Para Jung a personalidade que irá surgir, dentro de um ano, já existe em nós, porém no lado obscuro e que desconhecemos.

As funções endopsiquicas são quatro:

  1. MEMÓRIA OU REPRODUÇÃO -  nos liga aos fatos enfraquecidos na consciência. ou que se tornaram subliminares ou que foram reprimidos. A memória é a faculdade de reproduzir conteúdos inconscientes e que distingue as relações entre a nossa consciência e os conteúdos que naos e encontram visíveis.
  2. COMPONENTES SUBJETIVOS DAS FUNÇÕES CONSCIENTES -  são águas profundas, onde se começa a entrar na escuridão. Ninguém gosta de entrar num mundo sombrio e admitir seu próprio lado de sombras. O tipo de pessoa que vive entrando em tudo com o pé esquerdo, sempre em complicações, é porque vivem a sua própria sombra, sua negação.
  3. MEMÓRIA - Cheia de componentes subjetivos, é controlável ou voluntária, e ainda se recusa a funcionar. Quando tomada de EMOÇÕES E AFETOS, nos empurra a ação, onde o ego decente se anula, e somos arremessados. Faz aflorar o primitivo no indivíduo. Quando se diz, Ele esta possuído, muitas vezes tornando-o irreconhecíveis e sem autocontrole.
  4. INVASÃO - Quando o lado obscuro, o inconsciente tem domínio completo e irrompe na consciência. Nessa situação, o indivíduo é tomado pelo inconsciente, podendo-se esperar dele qualquer coisa inabitual. Os primitivos, atribuem esse estado ao demônio, pois em certos dias, se perdem, ficando sob influência estranho.



Referências:

FUNDAMENTOS DE PSICOLOGIA ANALÍTICA AS CONFERÊNCIAS DE TAVISTOCK, LONDRES-1935.
 PRIMEIRA CONFERÊNCIA
(JUNG, C.G. Fundamentos de Psicologia Analítica. Petrópolis: Vozes, 2001, volume XVIII/1).
Apresentação feita pelo Dr. H. Crichton-Miller, presidente da mesa
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quarta-feira, 28 de agosto de 2019

O "social" da Psicologia Social.

Psicologia Social estuda ...
  •  A interação entre as pessoas.
  • as dependências e interdependências entre as pessoas e como se formam as atrações interpessoais.
  •  como o convívio social se processa, quais as leis gerais que o regem, quais as consequências do processo de interação social.
  • cientificamente o processo de interação entre as pessoas, permitindo uma melhor compreensão do comportamento social humano.
  • nossas percepções dos outros
  • nossas motivações resultantes da interação com os outros
  • nossas atitudes, comportamentos pró-sociais, antissociais, 
  • os esteriótipos e preconceitos
  • o comportamento grupal
  • a formação de amizades
  • as formas de influenciar as pessoas
Psicologia Social...
  • Contribui para o melhor entendimento de vários problemas sociais e fornece subsídios para a solução de alguns desses problemas sociais.
  • Seu objeto principal é o indivíduo em sociedade e não a sociedade propriamente dita.
  • Seu principal objetivo é estudar o poder da situação social e como ele influencia e como ele influencia o comportamento individual ou grupal. O poder da situação social constitui importante fator motivador de nosso comportamento, e portanto, o principal objeto de estudo da Psi Social.
  • Aplica os conhecimentos sobre tudo o que estuda acima citado, na solução de possíveis problemas sociais.
  • Verifica as características de determinadas situações sociais que são capazes de induzir as pessoas a se comportarem de forma distinta daquela que se comportariam caso a situação fosse diferente.
  • Fundamenta seu conhecimento no método científico e não em meras impressões ou intuições.
  • Se utiliza de palavras como "esquemas" e "categorizações", onde a categorização é um processo de subsunção (inclusão) em uma categoria, presente na formação de esteriótipos.
  • Relaciona os papéis sociais e as atitudes, afirmando que apesar de a atitude ser uma predisposição de cada sujeito, esta se forma através das interações deste sujeito nos diversos papeis sociais.

Método Experimental...
  • é o método científico de investigação social mais usado, embora não seja o único.
  • Visa estabelecer a relação de causa e efeito entre fatores situacionais e o comportamento por eles suscitado.
  • busca compreender o indivíduo e sua interação com outros indivíduos
  • busca também compreender como os comportamentos e pensamentos suscitados pela situação de interação social.
  • o investigador cria situações sociais e observa seus efeitos no comportamento individual.

As circunstâncias de sermos animais sociais, que não podem prescindir do relacionamento com o outro, faz com que nosso pensamento e nosso comportamento sejam afetados por essa realidade.

O "social" da Psicologia Social é um estudo microscópico sobre a interação de dois ou mais indivíduos, suas reações recíprocas, o pensamento que a expectativa e o contato com o outro provocam. O "Social" da Psicologia Social não é a sociedade em geral, mas sim a interação entre as pessoas.

Psicologia Social no estudo de seu objetivo específico...

Objeto de estudo: o comportamento de obediência à autoridade.

Stanley Milgram, na Universidade de Harvard, realizou uma série de experimentos destinados a estudar o comportamento de obediência à autoridade. A questão de saber se deve alguém obedecer ou não às ordens quando elas conflitam  com a consciência foi discutida desde Platão. Milgram foi o autor fundante da psicologia social nos estudos sobre conformismo.

O experimento:
O participante do estudo deveria aplicar choque em um estudante que estava sendo treinado, todas as vezes que o estudante cometesse um erro.Haviam 15 botões com intensidades diferentes de choques a serem aplicados no estudante, de 15 a 450 volts. A partir de 300 volts havia uma advertência de Perigo-choque intenso.

Resultados:
63% dos participantes obedeceram a ordem de ministrar choques de 450 volts, sem se questionar sobre o perigo do choque naquela intensidade. 
Estes alegaram que obedeceram a uma autoridade, e que a autoridade tem poder legítimo de exigir tal comportamento. Que estariam apenas cumprindo ordens, sem nenhuma responsabilidade sobre o ato.

Experimentos conduzidos por psicólogos sociais, para que se atribua responsabilidade a um ato é preciso  que se perceba a causa desse ato como sendo interna, localizada em sua pessoa, na sua vontade de agir

Philip Zimbardo, fez um novo experimento, que pretendia estudar as reações de indivíduos normais expostos a uma situação de encarceramento, para verificar o poder da situação no comportamento individual. O experimento de Zimbardo refere ao que em psicologia social se chama de influência social e persuasão e demonstra a função estruturante do desempenho de papéis sociais.

O Objeto de estudo: o poder da situação social

O Experimento:
Criou uma réplica de uma prisão no subsolo do departamento de psicologia da Universidade de Stanford. Designou 12 pessoas para serem carcereiros e 12 para seres prisioneiros. Era previsto que o experimento durasse 15 dias mas não passou nem uma semana, pois, o que era pra ser uma simulação  funcional, transformou-se num verdadeiro drama. ambos assumiram literalmente, comportamentos de prisioneiros e carcereiros, agindo violentamente, alguns depressivos, ameaças,  distorções, abuso de poder., etc. Deixaram aflorar o lado pior de suas personalidades.

Os resultados:

Se colocarmos pessoas boas numa situação infernal, a situação infernal vencerá sempre, levando o individuo a agir  a partir de traços e valores profundamente enraizados, e não socializados.

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Pensamento Sistêmico: o novo paradigma da ciência.


Esteves de Vasconcellos 1995 a cita "o pensamento sistêmico como o novo paradigma da ciência."
Pensar sistematicamente é pensar dentro dos seguintes princípios:
  • COMPLEXIDADE
  • INSTABILIDADE
  • INSTERSUBJETIVIDADE
Wilden (1972) trás a ideia de que: "o conceito de sistema se refere aos modos em que acontecem as relações ou conexões entre os elementos e as relações entre as relações" (p.204).

O autor considera que um profissional para ser sistêmico vive-ver o mundo e atua nele - assume para si esses pressupostos.

Cecchim (1991) afirma que: " o que vemos como sistema é simplesmente o encaixe de seus membros uns com os outros" (p.13).  Esse terapeuta sistêmico enfatizou a necessidade de exercitarmos sempre a maneira sistêmica de pensar e sugeriu o seguinte exercício:
  • observar as interações entre os membros da família,
  • observar as interações dos terapeutas com o cliente.
  • O verbo "ser" é proibido. Deve ser substituído sempre pelo verbo "estar". Não falar no verbo ser, e usar somente o verbo estar, implica dizer que tudo pode ser circunstancial e não definitivo.
  • As situações observadas devem ser ditas e descritas como se vê a situação, sem contradizer o que já disseram.
  • O foco da observação deve ser ampliado até que o terapeuta, faça ele mesmo parte do cenário de observação.
  • Observar se há relação de causalidade entre os membros da família, isto é, observar responsabilidades.
MENTE SISTÊMICA
  • AMPLIA O FOCO DA OBSERVAÇÃO - COMPLEXIDADE
         Permite que o observador perceba em que circunstâncias o fenômeno acontece. as relações intrassistêmicas e intersistêmicas, uma teia de sistemas.
  • DESCREVE O VERBO ESTAR - INSTABILIDADE
         Distingue o dinamismo das relações presentes, algo em constante mudança e evolução, assumindo a instabilidade, a imprevisibilidade e incontrolabilidade do sistema.
  • ACATA OUTRAS DESCRIÇÕES - INTERSUBJETIVIDADE
         Reconhecer sua própria participação na formação da realidade com que está trabalhando, ´passa a atuar no espaço de intersubjetividade, atuando na co-construção das soluções.

PENSAMENTO RELACIONAL
  • Admitir a complexidade e a incerteza das coisas, faz o terapeuta sistêmico utilizar o pensamento relacional, sobre o qual, se este não é verdadeiro em si, deve estar relacionado com o que ou com quem?
  • construção intrassubjetiva do conhecimento também introduz instabilidade, deixando de ter a expectativa da previsibilidade e controlabilidade.
  • As três dimensões - complexidade, subjetividade e intersubjetividade - exercem  relações recursivas e articuladoras entre as três dimensões, já que distinguir as conexões e articulações é uma característica da forma sistêmica de pensar.
NOVOS PARADIGMAS DA CIÊNCIA SISTÊMICA
  • COMPLEXIDADE - sistemas amplos, redes, ecossistemas, causalidade circular, recursividade, contradições, pensamento complexo.
  • INSTABILIDADE - desordem, evolução, imprevisibilidade. saltos qualitativos, auto-organização, incontrolabilidade.
  • INTERSUBJETIVIDADE - inclusão do observador, autorreferência, significação da experiência na conversação, co-construção.
Nem tudo que é apresentado hoje, como pensamento sistêmico, é novo-paradigmático. Isso ocorre porque algumas propostas apresentadas como sistêmica, não contemplam a inclusão do observador. Não se admite na constituição da "realidade", já que esta inclusão, requer a disposição para enfrentar as dificuldades naturais de mudar paradigmas. Acreditam que tem um conhecimento especial desse mundo, quando se abstrai de mudar paradigmas. É preciso rever nossas crenças sobre como conhecemos o mundo.

Capra 1996, p.50, em sua Teoria dos sistemas vivos, assume duas grandes dimensões do pensamento sistêmico:
  1. O pensamento sistêmico é CONTEXTUAL
  2. O pensamento sistêmico é PROCESSUAL
Além disso, apresenta a Teoria da Cognição de Santiago, de Maturama e Varela:
  • Faz afirmações sobre suas contribuições que preservam a existência da realidade objetiva, admitindo a possibilidade de um universo. 
  • Trás a ideia de "conhecimento aproximado da realidade"
A PALAVRA ARTICULAÇÃO
  • Associada a uma forma de articular, que é a própria ciência tradicional, a dialética.
  • Permite o resgate e a integração da ciência tradicional pelo cientista novo-paradigmático.
  • Corresponde a ultrapassagem da Ciência tradicional (teorias e técnicas) para o cientista novo-paradigmático ( complexidade, instabilidade e intersubjetividade)
O MUNDO QUE CRIAMOS DEPENDE DE NOSSA ESTRUTURA PESSOAL (DETERMINISMO ESTRUTURAL).
  • O mundo que ele cria depende de seus valores, epistemologia e crenças(subjetividade);
  • É no cientista que se produz a quebra de paradigmas.
  • O cientista que aceita a pergunta sobre a observação de um fenômeno natural, e se permite refletir é que aparecem os caminhos da objetividade.
  • É fundamental para mudarmos uma visão de mundo, nos permitir a reflexão.
  • Ao mudar sua visão de mundo o cientista já não é mais o mesmo.
  • cientista novo-paradigmático, sente-se livre para usar recursos e conhecimentos desenvolvidos quando convier. Pensamento complexo.
  • Muita coisa muda com a mudança de paradigma.
  • O cientista admite que tanto a  complexidade quanto a auto-organização são aspectos dele próprio.
Falar de pensamento sistêmico novo-paradigmático, é falar em uma epistemologia que distingue o observador nas três dimensões: complexidade, instabilidade e intersubjetividade.

CONSTRUTIVISMO E CONSTRUCIONISMO SOCIAL

Marilene Grandesso (2000) estuda diferentes tipos de construtivismo (construção do indivíduo) e o construcionismo social (construção coletiva), sob a ótica das CONVERGÊNCIAS e das DIVERGÊNCIAS entre eles. Essas duas correntes, construtivista e construcionista social, representa uma transição que possa favorecer a convivência e o diálogo entre as diferenças. Qualquer teoria psicológica construtivista ou construcionista - sobre como as pessoas constroem seu conhecimento do mundo tem relação com a intersubjetividade ou a objetividade entre parênteses; ambas caminham para a objetividade ao contrário da teoria sistêmica novo-paradigmática. Logo, observa-se uma transição entre uma epistemologia filosófica e uma epistemologia científica:

CIÊNCIA TRADICIONAL          -           CIENTISTA NOVO-PARADIGMÁTICO
Epistemologia filosófica                              Epistemologia científica.
(Filosofia da Ciência)                                 (Ciência da ciência)
Epistemologia para a ciência                       Epistemologia par ao viver
(para conhecer e atuar cientificamente)      (para estar e agir no mundo, inclusive para fazer ciência)

Na perspectiva do novo paradigma, a postura ética do cientista é uma implicação necessária e inevitável dos seus novos pressupostos epistemológico, especialmente o pressuposto da co-construção da realidade, que trás o sujeito do conhecimento para o âmbito da ciência. Vasconcellos elucida que seremos sempre éticos se efetivamente aceitarmos o outro " como legítimo outro na convivência"(Vasconcellos apud Maturana 1990, p.25).

 Já Forest (1973) afirma que para ser ético, o especialista precisa estar sempre se interrogando

- Com essas minhas ações estou abrindo alternativas para que sistema ?-família, grupo de trabalho, comunidade,etc. 
- Posso escolher autonomia para um caminho melhor para si mesmo?
- Minha ação está condizente com minhas crenças em que o sistema é auto-organizador?
- estou levando em consideração as conexões inter sistêmicas e as possíveis repercussões de minha ação em outros pontos da rede ou do sistema de sistemas?

Obs.: Essas respostas só virão a partir da constante interação com o sistema.

O olhar do profissional deve ser atento às motivações, sabendo que o que cada um diz fala mais de si do que da coisa observada. Isso fará com o profissional amais tente impor ao sistema as soluções que ele mesmo considera as melhores. O profissional não será portanto um especialista em solução, mas sim, um especialista na criação de contextos de autonomia. 

Vasconcellos pensa que uma forma de trabalhar pelo desenvolvimento dessa postura ética e a realização de exercícios e vivências várias que permitam experimentar as características sistêmicas de nossa inserção no universo, em todas as suas dimensões.(p.178)

Nas questões da interdisciplinaridade, que é a relação das disciplinas que têm uma correlação entre si, Vasconcellos, entende que sendo o pensamento complexo uma condição básica para essa prática, a partir do pensamento novo paradigmático, não se pode pensar em complexidade sem incluir o sujeito, assumindo a objetividade entre parênteses, já que o sujeito é a subjetividade em si. Admitir a construção da intersubjetividade do conhecimento da natureza, é se colocar na posição privilegiada do cientista, de estar em diálogo com outros cientistas.

pensamento sistêmico novo-paradigmático, sendo admitido como novo paradigma da ciência,  se contradiz à ideia de "certo" ou "certeza". A partir desse paradigma não se admite mais a ideia de certeza. Todo o trabalho é desenvolvido num espaço consensual.


Referências: 

VASCONCELLOS, Maria Jospe Esteves de. Pensamento Sistêmico: o novo paradigma da ciência. Campinas, SP. papirus.2002;`

Psicologia Social - Interação Humana

Conceituando

Psicologia social é uma ciência situada na fronteira entre a psicologia e a sociologia e estuda cientificamente, como as pessoas pensam, influenciam e se relacionam umas com as outras. É o estudo científico da influência recíproca entre as pessoas (interação social) e do processo cognitivo gerado por esta interação (pensamento social).

Os seres humanos vivem em constante processo de dependência e interdependência, seja pelo aperto de mão, por uma reprimenda, elogio, sorriso, um simples olhar, etc., coisas que suscitam uma resposta social. Essas ações mútuas afetam pensamentos, emoções e comportamentos entre os envolvidos. Assim, a resposta emitida servirá de estímulo social, por onde se estabelece a interação social.

Psicologia social é uma ciência situada na fronteira entre a psicologia e a sociologia. É o estudo científico de como as pessoas pensam, influenciam e se relacionam umas com as outras. Estuda fenômenos sociais comportamentais e cognitivos decorrentes da interação entre pessoas, e que o faz através da utilização do método cientifico. 

O Objeto material da Psicologia Social é a Interação Humana e  suas consequências cognitivas e comportamentais, aquilo que a Psicologia Social estuda, por meio de um método científico.

A cognição social é um campo da psicologia social que investiga a forma como as pessoas compreendem as outras pessoas e elas mesmas (Fiske e Taylor, 2008). Surgiu do interesse de psicólogos sociais pela psicologia cognitiva, que começaram a utilizar os modelos cognitivos para entender os processos básicos subjacentes às interações sociais. Essa área de pesquisa tem como aspectos básicos:
  • o mentalismo, que confere importância aos processos e representações mentais;
  • a formação, operação e mudança dos processos cognitivos dentro dos contextos sociais;
  • a utilização de métodos, teorias e modelos desenvolvidos em outras áreas pela psicologia social, como a psicologia cognitiva e a neurociência social cognitiva;
  • a aplicação ao mundo real (aplicação à temas como comportamento de ajuda, preconceito, esteriótipos, relacionamentos íntimos e outros).

Como as pessoas percebem a dinâmica dos grupos?

 A Percepção social ou simplesmente a Impressão que fazemos dos outros pode ser influenciada por vários motivos:
  • a) condicionamentos e experiências anteriores envolvendo alguém ou um grupo.
  • b) estados de humor da pessoa e afetividade ( depressão, raiva, felicidade, amor)
  • c) seletividade da percepção ou escolha de figuras específicas
  • d) atalhos perceptivos (heurística) que dizem respeito a forma como o sistema cognitivo se organizou para:

  1. representar e fazer comparações,
  2. a memorização e acesso de informação
  3. julgar probabilidades
  4. julgar a partir da auto-referência
e) por último o falso consenso ou ideia de partilha irrestrita de caracteres.
Por que é importante entender esse processo?
Porque somos seres sócio-culturais que agem no mundo e deflagram atitudes importantes. Seus comportamentos influenciam os outros ou você mesmo é influenciado pelo outro a nível de cognição e desejo. Frequentemente ouvimos:
“Não gosto de fulano. Ele é x, pertence aos xxxx, defende xx ideia e age de forma xxxxx”(outro como ameaça). “Ciclano é y, sempre será y, odeio y.”(outro como fraqueza e imobilidade). “Beltranos não mudam, se é x certamente faz y.”( outro como previsível)
Essas falas podem descrever situações que realmente acontecem mas são antes formadas por processos sociocognitivos. Isso é tão real e vívido para o indivíduo que constitui o seu mundo de relações, positiva ou negativamente.Um vai se afastar começando a criar esteriótipos ou se aproximar criando esteriótipos. Descriminar ou violentar alguém por acreditar e pertencer a um grupo e ser moralmente melhor ou mais adaptado. Ambos sofrem em todas essas condições, porque o ser humano é fundamentalmente relacional e dependente de uma coerência interna. É evidência de realidade, mas também exigência de justiça, amor, beleza, verdade,etc. 
O comportamento influencia a atitude e o a atitude influencia o comportamento. Mas além das determinações comportamentais há de ser lembrado a existência de regras sociais, hábitos e consequências.
O autor trás os seguintes questionamentos para reflexão:
"1 Alguém é preconceituoso porque quer? Sim e não. Liberdade implica escolha e o individuo opta por continuar uma impressão mesmo depois de esclarecida. Apesar disso nossos comportamentos são multiplamente influenciados, sendo quase impossível controlar todas as variáveis. Antes de ser preconceituoso com o preconceituoso, vale a pena refletir: qual o ambiente que se insere, qual sua história, qual sua situação cultural. Isso tudo não na intenção de desculpá-lo, mas compreender porque age dessa forma e propor mudanças. Se elas não ocorrerem volta a questão da liberdade."
"2 Ser preconceituoso é mal caratismo ou falta de inteligência? Sim e não. Pode ser que o individuo tenha uma cognição desadaptativa, dificuldades de aprendizagem e relacionamento, motivados por causas orgânicas comprovadas ou distúrbios de personalidade. No entanto, vale a mesma intenção do primeiro enunciado. É preciso colocar o preconceito em análise, senão a atitude se resumirá ao próprio problema que a originou, ou seja, combater o preconceito sendo preconceituoso."
"3 O preconceituoso que sofre procura terapia como a vítima do preconceito? Será que vítima é um termo adequado? Sim e não. Entendemos que as pessoas são multi determinadas e ainda apresentam liberdade de escolha. Um perverso confesso não sofre com sua investida, um antissocial pode investir sem sofrer a despeito da sua consciência não totalmente esclarecida. Vítima é termo adequado se a pessoa não tem condição psíquica ou moral de se defender. Talvez seria melhor dizer injustiçado ou falsamente atribuído pela atividade cognitiva."
"4 Nos livramos dos preconceitos? Não. Eles estão relacionados a nossa confrontação da realidade, o modo como compreendemos e sobrevivemos no mundo. Porém, todavia,contudo somos capazes de refletir sobre os esteriótipos e combater a descriminação, subprodutos da nossa percepção social."
Diferenças entre ESTERIÓTIPO, PRECONCEITO e DISCRIMINAÇÃO
ESTERIÓTIPO é atribuição de aspectos típicos por diferentes tipos de mecanismos (ex: semelhança, pregnância, conformidade, disparidade).
PRECONCEITO é atitude negativa diante de um estereótipo.
DISCRIMINAÇÃO é preconceito transformado em ato (Ex: racismo, agressão a homossexuais, violência contra a mulher.)
Formar estereótipos por termos de organização mental e categórica, tende a esquecer a singularidade, agrupamos por familiaridade de estímulos, mesmo que inconscientemente.
6 Como atenuar o preconceito, elaborar os estereótipos e expurgar as discriminações?
  1. Pela socialização, confrontação com a diferença, contato.
  2. Pela atividade terapêutica.
  3. Pela dessensibilização das camadas de caráter que se forma desde a infância.
  4. Pela observância e controle dos estados emocionais entre outras.
  5. Pela humildade e empatia, as pessoas sofrem por motivos que desconhecemos de ambos os lados.
REFERÊNCIAS:
  • Psicologia Social de Aroldo Rodrigues,  Evelin Assma e Bernardo jablonski - 27ª edição revista e ampliada.
  • https://psicologiadoimaginario.wordpress.com/2016/04/01/percepcao-social-atitudes-e-esteriotipos/