- Buscou compreender o desenvolvimento humano.
- Se destacou pela tentativa de integrar o materialismo mecanicista e o idealismo, marcados pelo antagonismo, o qual separa o físico e o psíquico.
- Seu modelo prima pelo rigor científico de produção, trazendo contribuições práticas importantes sobretudo no campo da educação.
- Busca compreender o sujeito cognitivo como elaborador de conhecimentos válidos.
- Teorias que antecedem a Visão Interacionista de Piaget:
o
Relação de interdependência entre o homem e o
objeto do conhecimento.
o
Visão teórica interacionista se contrapondo a
ideia de que duas ideias antagônicas e inconciliáveis como o
Objetivismo(mecanicismo) e o Subjetivismo (Idealismo).
§
A Psicologia Objetivista privilegia o externo,
no qual todo conhecimento vem da experiência.
§
A Psicologia Subjetivista, calcada no substrato
psíquico, entende que todo conhecimento é anterior à experiência, reconhecendo
a importância do sujeito sobre o objeto.
A partir dessas teorias Piaget elabora o conceito de
EPIGÊNESE argumentando que o “conhecimento
não procede nem da experiência única dos objetos, nem de uma programação inata
pré-formada no sujeito, mas de construções sucessivas com elaborações
constantes de estruturas novas.”(Piaget, 1976 apud Freitas 2000:64).
O processo evolutivo da filogenia humana tem uma origem biológica que
é ativada pela ação e interação do
organismo com o meio ambiente.
Os conceitos acima, demonstram
que há uma relação de interdependência
entre o sujeito conhecedor e o objeto a conhecer.
Processo de Equilibração: a marcha do organismo em busca do pensamento
lógico.
·
Preocupação
da teoria de Piaget: desvendar os mecanismos processuais do pensamento do
homem, desde o início de sua vida até a idade adulta.
·
Busca
compreender os mecanismos de constituição do pensamento lógico.
· Sustenta
que a gênese do conhecimento está no próprio sujeito e que o pensamento
lógico é constituído pela interação homem-objeto, logo, tanto a experiência
sensorial quanto o raciocínio são resultantes do processo de constituição da
inteligência ou do pensamento lógico do homem.
· Está
implícito no pensamento de Piaget, que o homem tem uma estrutura biológica que assegura desenvolver o
mental, mas esse fato por si só, não assegura o desencadeamento de fatores
necessários ao desenvolvimento, já que isso só acontece a partir da interação
do sujeito com o objeto e o meio.
Logo o processamento do pensamento lógico de
Piaget demanda um processo interno de reflexão.
· Parte do pressuposto de que existe uma
conjuntura de relações interdependentes entre o sujeito conhecedor e o objeto a
conhecer, que estão relacionados aos seguintes fatores:
o
Processo de maturação do organismo
o
Experiência com os objetos
o
Vivência social
o
Equilibração do organismo ao meio.
EQUILIBRAÇÃO para PIAGET é um fenômeno que tem em sua essência, um
caráter universal, já que é de igual
ocorrência para todos os indivíduos da espécie humana, mas que pode sofrer variações em função dos
conteúdos culturais do meio em que o indivíduo está inserido.
Para isso, Piaget leva em conta
dois elementos básicos:
·
Os fatores Invariantes :
o
ao nascer
o indivíduo recebe uma série de estruturas biológicas- sensórias e
neurológicas, que permanecem constantes
ao longo da vida, e que vão pré-dispor o surgimento de certas estruturas
mentais.
o
O indivíduo carrega duas marcas inatas:
§
Tendência a Organização
§
Tendência a Adaptação
·
Os fatores variantes:
o
São representados pelo conceito de ESQUEMA que
constitui a unidade básica de pensamento e ação estrutural, sendo um elemento
que se transforma no processo de interação com o meio.
o
Essa interação com o meio corresponde a
adaptação do indivíduo ao real que o circunda.
o
Essa teoria psicogenética mostra que a
inteligência não é herdade, mas sim que ela é construída no processo interativo
entre o homem e o meio ambiente (físico e social) em que ele estiver inserido.
O EQUILÍBRIO para Piaget (EQUILIBRAÇÃO)
§
É o norte que o organismo almeja, mas que nunca
alcança, em virtude dos desajustes que essa interação do sujeito com o meio
pode ocasionar, demandando esforços para restabelecer o estado de equilíbrio do
organismo.
§
Essa busca pelo equilíbrio envolve dois
mecanismos distintos, mas que se complementam:
·
ASSIMILAÇÃO : (É DESEQUILÍBRIO)
o
Tentativa
contínua do indivíduo em solucionar uma determinada situação a partir da
estrutura cognitiva que ele possui naquele momento específico de sua
existência.
o
Ao entrar em contato com o objeto do
conhecimento o indivíduo busca retirar dele as informações que lhe interessam,
deixando as que não são tão importantes, sempre visando restabelecer o
equilíbrio.
·
ACOMODAÇÃO : (É ADAPTAÇÃO)
o
capacidade de modificação da estrutura mental
antiga para dar conta de dominar um novo objeto do conhecimento.
o
Representa o momento da ação do objeto sobre o
sujeito, como elemento complementar na interação homem-objeto.
§
Toda experiência é ASSIMILADA a uma estrutura de
ideias já existentes (ESQUEMAS) podendo provocar uma transformação nesses esquemas,
ou seja, gErando um processo de ACOMODAÇÃO.
§
Os processos de ASSIMILAÇÃO e ACOMODAÇÃO são complementares, estão
presentes em toda a vida e permitem um estado de adaptação intelectual.
EQUILIBRAÇÃO para PIAGET
corresponde a um mecanismo de organização de estruturas cognitivas em um
sistema coerente que visa a levar o indivíduo a construção de uma forma de
adaptação à realidade, no sentido de resolver os conflitos cognitivos.
O mundo da cognição é um mundo
inferencial, ou seja, para avançar no desenvolvimento é preciso que o ambiente
promova condições para transformações cognitivas, é necessário que se
estabeleça um esforço cognitivo que demande um esforço do indivíduo para
superá-lo a fim de que o equilíbrio do organismo seja restabelecido.
Para Piaget, os modos de
relacionamento com a realidade são divididos em 4 períodos, chamados de
estágios, que se caracterizam por formas diferentes de organização mental que
possibilita diferentes maneiras do indivíduo se relacionar com a realidade que
o rodeia:
·
1º período – sensório-motor ( 0 a 2 anos)
o
A criança nasce em um universo caótico, habitado
por objetos que desapareceriam quando não estão no campo de sua percepção.
o
Suas funções mentais se resumem aos reflexos
inatos.
o
Percebe o mundo a partir dos órgãos sensórias,
mediante a percepção e os movimentos. (Ex: Sucção, movimento dos olhos, etc)
o
A criança vai aperfeiçoando os movimentos
reflexos e adquirindo habilidades chegando a final do período sensório-motor já
se concebendo dentro de um cosmo com objetos, tempo espaço, causalidade
objetivados e solidários, na qual se situa a mesma, como um objeto específico.
o
A inteligência antecede à linguagem.
·
2º período – pré-operatório (2 a 7 anos)
o
Marca a passagem do período sensório-motor para
o pré-operatório
o
Aparecimento da função simbólica ou semiótica –
linguagem.
o
A linguagem surge após a inteligência, portanto,
não se pode atribuir à linguagem a origem lógica, que constitui o núcleo do
pensamento racional.
o
A linguagem é necessária, mas não é suficiente
par o desenvolvimento humano.
o
Para desenvolver a linguagem, depende do
desenvolvimento da inteligência.
o
A linguagem acarreta importantes modificações
nos aspectos cognitivos, afetivos e sociais da criança.
o
A linguagem oferece a capacidade de trabalhar
com representações para atribuir significados à realidade. Quanto mais houver
interação maior será o desenvolvimento.
o
Criança se caracteriza pelo EGOCENTRISMO, pois
só concebe a realidade da qual faz parte, porém, apresentar a capacidade de
atuar de forma lógica e coerente em função dos esquemas sensórios-motores
adquiridos na fase anterior.
·
3º período – operatório-concreto ( 7 a 11 ou 12
anos)
o
Aparece a capacidade de interiorização das
ações, ou seja, começa a realizar operações mentalmente, e não mais através de
ações físicas da inteligência sensório-motor.
o
Seus esquemas conceituais e as ações executadas
mentalmente se referem, a objetos ou situações passíveis de serem manipuladas
ou imaginadas de forma concreta.
·
4º
período – Operações formais ( 12 anos em diante)
o
Consegue raciocinar sobre hipóteses na medida em
que já é capaz de elaborar esquemas conceituais abstratos e através deles
realizar operações mentais, dentro dos princípios da lógica formal.
o
Adquire a capacidade de criticar sistemas socias
e propor novos códigos de conduta.
o
Discute valores morais de seus pais e constrói
os seus próprios valores-autonomia.
o
O indivíduo atinge sua forma final de
equilíbrio, ele alcançará o padrão intelectual que seguirá por toda a vida.
Será sua forma predominante de raciocinar. O desenvolvimento posterior será a
ampliação de conhecimentos. Não adquire mais, novos modos de funcionamento
mental, o que é questionável por atuais pesquisadores.
Para Piaget o desenvolvimento
moral também acontece em etapas, de acordo com os estágios do desenvolvimento
humano.” A moral consiste num sistema de regras e a essência de toda moralidade
deve ser procurada no respeito que o individuo adquire por estas regras.”
Para Piaget o desenvolvimento da
moral abrange 3 fases:
·
ANOMIA (crianças até 5 anos) – a moral não se
coloca, ou seja, as regras são seguidas, porém, o indivíduo ainda não está
mobilizado para a relação bem-mal, mas pelo hábito, de dever.
·
HETERONOMIA (crianças de 9 e 10 anos de idade) –
a moral é tida como autoridade, ou seja, regras não correspondem a um acordo
mútuo firmado entre as partes, mas algo imposto pela tradição, e portanto,
imutável.
·
AUTONOMIA (de 11 anos em diante) – último
estágio em que há a legitimidade das regras e a criança pensa a moral pela reciprocidade.
Respeita as regras em função de acordos mútuos.
Para Piaget, a moral implica
pensar o raciocínio em 3 dimensões:
- REGRAS - formulações verbais concretas, explícitas.
- PRINCÍPIOS – representam o espírito das regras
- VALORES – dão respostas aos deveres e aos sentidos da vida.
As relações interindividuais,
envolvem relações de coação, que corresponde à noção de dever, e noções de
cooperação que pressupõe a noção de articulação ocorridas na relação.
Contribuições da Teoria
psicogenética do Desenvolvimento de Piaget para a Educação:
- Possibilidade de estabelecer objetivos educacionais, a partir dos parâmetros dos estágios definidos.
- Os erros passar a ser vistos como estratégias de aprendizagem.
- Lança a luz à questão dos diferentes estilos individuais de aprendizagem.
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