Emergência...
- constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem em risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, o tratamento médico imediato
- Combinação de fatores conhecidos e que atingem um “sucesso” não esperado que podem causar danos ou alterações nas pessoas, bens, serviços ou ao meio ambiente
- Ruptura da normalidade de um sistema, mas NÃO excede a capacidade da resposta da comunidade
- Necessita medidas de prevenção, proteção e controle
- Emergência não é desastre
Urgência
- a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata.
Acidente
- Ruptura que ocorre em um grupo específico de vítimas, sem atingir níveis maiores da comunidade ou sociedade
- Atores afetas são de um segmento da população, limitação
- A vida de uma forma geral não é afetada e os sistemas de suporte se mantem preservados
Catástrofe
- acontecimento desastroso de grandes proporções, ger. relacionado a fenômenos naturais.
- "as últimas tempestades no Rio causaram uma c. sem igual"
- qualquer acidente de grandes proporções. "c. aérea"
Desastre
- Maior número de vítimas afetadas (grande parte da população indiscriminadamente)
- Ruptura da maior parte das estruturas sociais/infraestrutura da comunidade/região
- Maior custo econômico, número de feridos (mortos), maiores danos materiais e para sociedade
Tipos de Desastres
- HIDROLÓGICOS - Desastres de origem aquática (tsunami, ressacas marítimas, inundações...)
- METEREOLÓGICOS- Variações relacionadas aos clima (furacões, tempestades, tufões, el ninõ...)
- GEOFÍSICOS - Formados a partir das entranhas profundas da superfície terra (deslizamento de terra, terremotos, avalanche, erupções vulcânicas...)
- BIOLÓGICOS - Circunstâncias especiais no reino animal (pestes, epidemias, pandemia...)
Emergência e Desastre
- Universal: impacto sobre indivíduos, comunidades e nações
- Fenômeno desgraçado e imprevisto que afeta a coletividade de forma global, destruindo inclusive os sistemas de respostas
- Pessoas afetadas NÃO poderão ter ajuda inicial das instituições (bombeiros, hospitais, médicos...): enfrentar com suas próprias estratégias.
- Desastres naturais: 24 milhões de pessoas em condição de miséria anualmente (ONU, 2017)
- Relatório do Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR), fenômenos extremos deslocam cerca de 14 milhões de pessoas por ano.
- Na Índia, 2,3 milhões de pessoas estão sob a ameaça de, no futuro, ter de se deslocar por causa da devastação provocada por catástrofes naturais. Na China, o número estimado pela agência da ONU é de 1,3 milhão. O gigante oriental é seguido por Bangladesh (1,2 milhão), Vietnã (1 milhão), Filipinas (720 mil), Mianmar (570 mil), Paquistão (460 mil), Indonésia (380 mil), Rússia (250 mil) e Estados Unidas (230 mil).
- Brasil está na lista dos 10 países (único país das Américas)com maior número de pessoas afetadas por desastres entre os anos de 1995 a 2015
- Desastres geram pobreza
Tecnologia!
Ação humana: desastre natural,
mas será?
Ciclo de respostas...
- Prevenção e preparação: planos com todos recursos possíveis para evitar ou diminuir a intensidade das consequências e educação da comunidade (Cultura da prevenção)
- Resposta: ações que visam reduzir os danos e garantir o funcionamento dos sistemas essenciais para comunidade afetada (ativas centros de emergência; evacuação da população; aberturas de abrigos, postos de informação; avaliar demanda e primeiros suporte – SM e psicossocial; monitoramento ( follow up)
- Recuperação: ações para comunidade retornar o mais rápido possível para próximo da sua condição antes do desastre; desenvolver, coordenar executar serviços e planos de restauração, identificar necessidades e definir recursos, encaminhar determinados casos, avaliar o aprendizado, mitigar efeitos futuros, desenvolver a comunidade: Resiliência
- Redução de riscos: Marco de Ação Hyago (2005-2015) – Japão 168 países do ONU: compromisso com a adoção de medidas para reduzir o risco de desastres; visa reduzir as perdas ocasionadas por desastres tanto em termos de vidas como perdas sociais, econômicas e ambientais; objetivos estratégicos centrados: na integração para redução de riscos de desastres em conjunto com políticas de planejamento de desenvolvimento sustentável; no desenvolvimento e fortalecimento de instituições, mecanismos e capacidades, em todos os níveis, para aumentar a resiliência frente as ameaças; e na incorporação sistemática de políticas para redução de riscos com a preparação, atenção e recuperação de comunidades afetadas (EIRD, 2012)
Todas as ações devem promover
SEMPRE a AUTONOMIA das
pessoas e comunidade atingidas.
Cultura redução de riscos...
• Identificar aspectos culturais, étnicos e religiosos
• Reconhecer espaços territoriais, econômico e conjunturas políticas
• Grau de desigualdade social, maior vulnerabilidade, conflitos
• Conhecer a percepção da comunidade sobre os riscos gerais e quais são os
fatores que lhe são atribuídos
• Nitidez sobre a prioridade da intervenção
• Construção coletiva
Engajamento social é efetivo quando as ações vão de encontro com as
necessidades das pessoas envolvidas.
Luto e Desastres...
- Desastres são períodos de perdas massivas para as quais estamos quase sempre despreparados. Eles conjugam muitas das circunstâncias que aumentam o risco de luto: é o inesperado, o terror, a violência, a multiplicidade das perdas e a ruptura das famílias e dos outros sistemas sociais nos quais nos apoiamos. (Parkes e Prigerson, 2010)
- Preparo técnico atendimento pós desastre
- Rompimento do mundo presumido (sustentação para decisões, identidade, pertencimento): luto complicado
- Questionar crenças básicas: segurança?; estabilidade do mundo e regularidade de respostas (Casellato, Franco, Torlai et al, 2015)
- Parkes (2008): dificuldade de localizar e identificar os corpos, para realização dos rituais culturais.
- Desastres no foco da mídia
- Luto coletivo x luto público x luto não reconhecido
- Perdas súbitas, violentas, geralmente coletiva, múltiplas, falta corpo para ser velado, fatores que dificultam a concretização da perda e autorização do luto. Rompimento de vínculo: pessoa, lugar, família ou abstração que construía a identidade.
- Medo, impotência, incerteza...
- Luto coletivo: impacto amplo, perde o significado (ídolos, mortes em massa...), não precisa de um vínculo especificadamente com a pessoa que morreu
- Luto público: exposto, mobilização das pessoas, enclausurar comunidades no passado, resistente à mudanças futuras
- Luto não reconhecido: não tem seus direitos, papel ou capacidade de pesar reconhecido socialmente (perdeu casa, fotos, objetos...), pouca oportunidade de enlutar-se em público (Gregio, Casellato, Franco et al, 2015)
- Culpa, raiva, inconformismo, ansiedade, vergonha, tristeza e choque. Manifestação intensa, sobreposta e não linear, ruptura com a fé: sensação de insegurança interna e generalização do sentimento de desconfiança.
- Inquietações: por que aconteceu comigo? Por que eu sobrevivi? Por que me sinto assim? O que vai acontecer? Quando me sentirei seguro?
- Trauma: “o trauma é a antítese da ordem, da proteção e da segurança.” ( Everly, 1993 apud Every e Lating, 2004, p.44)
- Kristensen e Franco (2011): necessidade de suporte psicossocial médio a longo prazo. Ações terapêuticas: visitar com segurança o local afetado, receber informações, participar de celebrações; novo setting; atendimento individuais e em grupo (Gregio, Casellato, Franco et al, 2015)
O Luto infantil segundo Gregio, Casellato, Franco et al, 2015
- Luto não resolvido e validado
- Medo do adulto de dizer algo de errado (Monroe 2001 apud Gregio el al, 2015)
- Dificuldade do adulto de lidar com o tema morte (Torres, 2020 apud Gregio el al, 2015)
- Mundo presumido abalado (perde confiança no mundo, insegurança, medo, ansiedade) – mundo familiar não é mais familiar
- Considerar o papel do responsável pela criança
- Fornecer informações: imediatas e seguras
- Perda ambígua: desaparecimento temporária ou definitivamente
- Ausência temporária ou definitiva do corpo: comprovar a irreversibilidade
- Fator circunstancial: incerteza quanto à causa e ou irreversibilidade, múltiplas perdas
- Enlutados convivem com a incerteza do destino do pessoa, sentimentos ambivalentes (ausência física x esperança do reencontro)
- Declaração por meio de documentos judiciais: resposta objetiva a uma dúvida subjetiva
- Alto nível de ansiedade ou depressão.
Referências
- Slide Prof. Tita Matos
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