"Um homem que gasta toda a vida preenchendo um pequeno
número de operações simples, cujos efeitos também são talvez sempre o mesmo ou
muito parecido, não precisa desenvolver sua inteligência ou exercer sua
imaginação buscar expedientes para remover dificuldades que nunca se apresentam
"; e assim se torna "tão estúpido e tão ignorante quanto possível
para uma criatura humana se tornar assim.” (pg.406)
"A fábrica naquele contexto fazia do homem um ser monstruoso sacrificando algo que talvez pudéssemos chamar de subjetividade, e que a chegada das máquinas como um marco que coloca o trabalho como um princípio regulatório no âmbito social, onde o trabalhador perde sua centralidade e o trabalho e trabalhador passam a ser definição, deixando de ser conceito, e como pensa Marx (1976)."
- A revolução industrial apresenta
a entrada nas máquinas nos processos de produção mas o homem continua sendo o
motor onde o trabalho simples e o adestramento do trabalhador eram esse motor,
e se transforma em questão.
Nesta análise, Marx combina a determinação abstrata do trabalho como uma capacidade para expressar a natureza humana através do processo de trabalho com as formas sociais existentes a produção de sua subsistência. Marx entende o trabalho como algo universal, com sentido de totalidade, tem uma característica de universalidade da raça humana.
Na década de 1840 na Europa
Ocidental – existiam camponeses ou artesãos, ele entendeu que uma nova maneira
de produzir estava se aproximando rapidamente. a base dessa nova forma de
produção foi a relação entre a propriedade privada, o proprietário dos meios de
produção, por um lado, e os trabalhadores "livres" que eram obrigados
a vender sua capacidade de trabalhar com o proprietário dos meios de produção
no outra mão. Por isso, esta é a base do que Marx chama de trabalho alienado, aquele que é feito de forma mecânica.
Através da sua capacidade de trabalho, os seres humanos não
só produzem individualmente, mas também produzem a sua própria história. (Marx,
1987, pg.18)
Para Émile Durkheim , na obra a Divisão do Trabalho na sociedade, a questão central não é trabalho, mas coesão social. Em vista da frase "divisão de trabalho ", Durkheim estava principalmente interessado no conceito de divisão - que as tarefas são divididas - em vez do conceito de trabalho.
Apesar do título do livro, ele não discute trabalho mas Durkheim vê a divisão do trabalho como um processo biológico geral, começando com a introdução da própria vida na Terra. A divisão social do trabalho é apenas um caso especial deste processo, que "governa o mundo inteiro" (1964: 41).
Devido à sua capacidade abstrata de trabalhar, os seres humanos se transformam de acordo com o desenvolvimento de seus métodos de trabalho e seus aspectos físicos, psicológicos, e necessidades sociais. A capacidade dos seres humanos para trabalhar é, portanto, a força básica através que eles mudam tanto o mundo à sua volta quanto a própria natureza.
No entanto, este conceito abstrato pressupõe uma realidade social onde os seres humanos desenvolvem livremente a sua capacidade de produzir tanto a sua subsistência como a si próprios. Trabalhar em um nível mais concreto é o que Marx elabora com a noção de trabalho alienado.
A razão pela qual ele analisa o A divisão do trabalho é que, segundo ele a sociedade, tem a função moral de criar a solidariedade social. Ele menciona várias formas de trabalho diferentes, como domésticos, econômicos, científicos e trabalho artístico, mas sem qualquer relação interna entre eles.
As distinções importantes são feitas entre tipos de solidariedade em tipos de sociedades e para entender a posição da divisão do trabalho na teoria de Durkheim nós precisamos olhar para essas distinções. A distinção mais importante é a de dois tipos de Solidariedade: mecânica e orgânica.
Max Weber, apresentou mais de um conceito de trabalho. O primeiro aparece na Ética Protestante e no Espírito do Capitalismo, o segundo e o terceiro em Economia e Sociedade e não são compatíveis para começar com o primeiro conceito de trabalho, Weber constrói um tipo ideal de espírito do capitalismo como um ethos deste sistema econômico ,Weber (...,,,,). O conceito de trabalho é essencial à sociedade.
Para SCHWARTZ (2011), O "trabalho" é ao mesmo tempo um termo onde o entendimento de conceito e de definição de aplica totalmente, pois não se dá por uma simples definição, pois a definição de trabalho não tem como pano de fundo uma perspectiva sócio-histórica, e dentro desse olhar, onde o trabalho deve ser conceito que traz sua aproximação com o Homem, e obviamente surge a categoria trabalhador, transformando o trabalhador no conceito e o trabalho como questão.
Quando apresentamos o trabalho como conceito, desejamos apresentar o ponto de vista ou a forma em que o objeto, no nosso caso o trabalho é reconhecido buscando contextualizar, já que entendemos conceito como algo pensando a partir de um contexto, de um meio social, ou teórico, de acordo com as singularidades e especificidades do objeto pesquisado.
O conceito de condição humana, segundo Hanna Arendt
O
labor está relacionado aos processos biológicos, o trabalho é aquele que produz
a artificialidade da existência do homem, produzindo um mundo artificial que
modifica o ambiente natural. Para a autora, as ações são atividades exercidas
diretamente entre os homens sem interferência de coisas, sendo a condição
humana da pluralidade, e o requisito maior da vida social, a liberdade do homem
na sociedade.
Arendt
(1958) corrobora com Marx (2011) no que diz respeito a produção e da
modificação da sociedade através da idealização do trabalho, diferente nos
animais. Mas, no que tange ao processo social do trabalho, se afasta de Marx
afirmando que os processos de ação que compõe a Vita activa colocam o
trabalhador longe do mundo artificial construído pelo trabalho.
De
acordo com a autora, somente o discurso produzido pela ação é o fator de
diferenciação humana. Os homens como seres plurais que vivem e se movimentam na
sociedade é que dão significado ao trabalho, através da linguagem de narradores
capazes de captar, interpretar e entender os sentidos sociais através do
discurso.
Para a autora, na modernidade, a chegada da tecnologia no mundo do trabalho
não se relaciona apenas ao trabalho que traz a capacidade de ideação do
trabalho e de sua objetivação. Sabe-se
que a tecnologia é produzida pelo trabalhador, mas as máquinas e a tecnologia
produzidas também idealizam o trabalho. Assim, o trabalhador perde a
exclusividade no processo de produção, desprendendo-se da essência que Marx e
Hegel preconizaram.
O trabalhador, segundo Arendt, é o construtor de um grande trabalho
individual definido pela sua perenidade no mundo do trabalho. Para a autora,
labor cria o mundo comum e o trabalhador através do trabalho e mantém os
elementos criados pelo labor, que correspondem aos processos biológicos do
corpo do trabalhador, onde o crescimento, metabolismo e decadência estarão
relacionados às necessidades biológicas vitais. A condição humana do labor é a
mesma da vida. O trabalho, para a autora, é a atividade que corresponde a processos
que não são naturais para o trabalhador e que não estão contidos na repetição
do ciclo da vida e da preservação da espécie.
O trabalho cria um mundo de coisas artificiais diferentes de qualquer coisa
de natureza biológica e natural, sendo a sua condição humana ligada a
mundanidade que só se entende o sentido quando o trabalhador produz algo
importante que leva o mesmo a uma condição de obtenção de reconhecimento
social. A autora coloca os processos de produção longe de ser essência mas sim
de condição: O Animal Laborans, que vive como um coletivo, mas não é observado
pelo meio social e o Homo Faber que está pronto para sua participação no meio
social, embora possa não ter participação política, onde a troca do seu
trabalho possa trazer reconhecimento e posição social.
Pierre Bourdieu , consagrado cientista e pesquisador na segunda metade do Século XX
O autor nos apresenta o conceito de Habitus que é um sistema subjetivo “de
estruturas interiorizadas, esquemas de percepção, de concepção e de ação que
são comuns a todos os membros do mesmo grupo ou da mesma classe” (Bourdieu,
1994), ou seja, é a interiorização das normas e valores que existem para além
das próprias representações sócias.
Estas são introjetados de forma inconsciente e esse conceito pode ser
entendido de forma paralela a outra categoria introduzida pelo autor, o
conceito de Campo, que de certa forma faz uma conexão com a ideia de esfera de
Max Weber, sendo análogos aos conceitos de classe de Karl Mark. Para Bourdieu,
as classes formam o campo que para o autor é uma categoria que busca
caracterizar a autonomia de certos espaços de dominação e disputa interna.
O campo é o locus de análise das formas de dominação de um determinado
espaço social ou classe e é o espaço onde ocorre a introjeção do habitus, que é
construído dentro de um espaço ou campo específico: cultural, econômico,
educacional, científico, etc, onde as agentes que dominam esse campo são os que
possuem maior capital: cultural, econômico, educacional, científico, etc. Todas
as formas de capital são objetivadas e incorporadas na medida em que o
indivíduo vai atuando dentro da sua classe.
Para Figueiredo (2020) toda ação de produção de bens de consumo executadas de acordo com a
natureza de quem a executa, os trabalhadores. A natureza de quem executa é de
ser naturalmente invisível, estático e mudo, onde o papel do estado será de
defender, conceder voz, imagem e movimento e educação. O trabalhador Varguista é aquele que o Estado
diz que é, autenticando com benesses para sua manutenção política.
REFERÊNCIA
Tema da Tese de Mestrado do Prof. José
Nenhum comentário:
Postar um comentário