Deméter é a deusa da terra cultivada: foi a
primeira a usar o arado e fazer a terra
produzir o alimento dos homens. Tinha com
Zeus uma filha chamada Perséfone, que haveria de se
unir ao soberano do rei dos mortos.
Desejando que também o deus dos Infernos, Hades,
se submetesse ao poder do amor, Afrodite pediu ao
filho Cupido que o transpassasse com uma de suas
setas, provocando nele o desejo. Cupido assim o fez.
Perséfone, em companhia de amigas, colhia
violetas e lírios brancos em meio a um bosque. Eis
que Hades a viu, depois de ter sido ferido de amor, e,
tomado de desejo por aquela moça, resolveu raptá-la
e levá-la para seu reino sob a terra. Precipitou-se
sobre a moça. Aterrorizada, Perséfone gritou em vão
pela mãe e pelas companheiras. Mas o deus a
colocou em seu carro puxado por cavalos e partiu em
disparada.
Quando soube do que acontecera com sua filha,
Deméter sentiu terrível dor. Correu o mundo à sua
procura sem conseguir encontrá-la. Enquanto
peregrinava, abandonando o cultivo da terra, o solo
foi ficando estéril e seco, impossibilitando aos
homens tirar do chão o alimento. A queixa, através
do mundo, era geral. Mas, finalmente, com seu carro,
Ceres partiu em direção às regiões celestiais. Foi
queixar-se a Zeus:
— Venho pedir por uma filha que tem meu
sangue e o teu, ó Zeus. Ela não merece ter por marido
um bandido.
— Mas Hades, a quem coube o reinado sobre os
mortos, é meu irmão. Contudo, concederei que
Perséfone volte dos Infernos, desde que ela não tenha
tocado em nenhum alimento lá embaixo, porque tal
lei estabeleceu o Destino.
Perséfone, porém, já havia provado de uma romã.
Mas a justiça de Zeus decidiu contentar a mãe aflita
na medida do possível. Assim, decidiu que Perséfone
passaria uma parte do ano com Deméter e outra parte
do ano com Hades, nas profundezas do reino
subterrâneo. Quando tem a filha consigo, Deméter se
alegra, é primavera, e a terra renasce exuberante, as
árvores voltam a produzir folhas e frutos; quando a
moça se retira para junto do marido, é inverno, e a
natureza parece morrer, sem poder oferecer aos
homens os dons
do cultivo.
Se Zeus reina sobre o céu e a
terra, Hades sobre as profundezas da terra, Possêidon é o senhor
dos mares e oceanos. Com seu
tridente corta as
águas do mar em
seu carro de rodas ligeiras. Uma farta barba cobre-lhe o rosto, e a
expressão do deus é séria e calma; mas quando ele se
irrita, tempestades terríveis tomam conta do mar, a
terra treme, ventos furiosos se precipitam sobre as
águas e erguem aos céus altas ondas. Se, porém, um
outro deus, intrometendo-se em seu reino, provoca
uma tempestade sem a sua permissão, Possêidon se
ergue colérico das profundezas do mar e dá ordens
severas para que os ventos se retirem imediatamente.
Durante a guerra de Tróia, o soberano do mar
favoreceu os gregos, pois tinha um bom motivo para
ter poucas simpatias para com os troianos. De fato,
quando se construíram as muralhas da cidade, os
troianos contaram com a ajuda de Possêidon e Apolo,
que o fizeram em troca de um pagamento combinado
com o rei Laomedonte. Terminados os trabalhos,
porém, Laomedonte recusou-se
a pagar o que devia, provocando
a ira do deus.
REFERÊNCIAS
VASCONCELOS, Paulo Sérgio. Mitos Gregos.
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