Nenhuma corrente filosófica possui originalidade plena, já que todo pensamento começa a partir dos que antecederam ao movimento ou assunto. Um filósofo se torna importante a partir da perspectiva nova que apresenta, envolvendo método, ideias, teorias, etc.
EDMUND HUSSERL
- Nascido em 08/04/1859, em Prosnitz, cidade da Morávia, atualmente República Tcheca.
- De família judia
- Estudou astronomia em Leipzig e matemática em Berlim e Viena.
- A obra de Husserl revolucionou todo o pensamentos das ciências humanas no século XX e da filosofia até a contemporaneidade.
- Encantado com as ideias de Brentano, buscou a fundamentação das ciências colocando em questão seus pressupostos, objetos de estudo e metodologias, mostrando que não se podia pensar em um único método já que haviam várias ciências e não, apenas uma. Ao variar o objeto de ciência para ciência, varia-se inevitavelmente, o método e a metodologia.
- Pretendia demonstrar que as ciências humanas não podiam ser medidas pelo rigor das ciências naturais, sendo ineficiente para explicar as ciências do espírito e ineficaz quando se trata de vivência humana.
- Baseado nisso, o Psicólogo não pode se basear pelas leis da lógica.
- Afirmou que
- à ciência caberiam a objetividades, a substancialidade e a exterioridade.
- à filosofia e à psicologia caberia a subjetividade e a interioridade.
A REDUÇÃO FENOMENOLÓGICA OU EPOCHÉ(é a maneira de se depurar o fenômeno a fim de se alcançar o objeto com total evidência; processo pelo qual pode-se chegara essa consciência consiste em imaginar a propósito de um objeto tomado como modelo, todas as variações que ele é suscetível de sofre).
Realizar EPOCHÉ é suspender os apriores, ou seja, se despir de seus valores para compreender o outro no lugar dele.
Fenomenologicamente a ideia é DESCREVER COMO É e não INTERPRETAR os fatos.
FENOMENOLOGIA
- Consiste no estudo dos fenômenos, isto é, daquilo que é dado à consciência, onde se prende tudo que é conhecido.
- Husserl vê a consciência como uma síntese em fluxo que não tem nenhuma substancialidade, sendo mais uma dinâmica entre o sujeito e objeto, onde todo ser recebe seu sentido e valor.
- Nada tem valor se não tiver sentido para o sujeito, relação conhecedor e objeto que abrange variadas formas de apreensão do mundo, como: razão, pensamento, intuição, sensibilidade ,etc.
- Pretende explorar esses dados intuitivos - relação pré-reflexiva - evitando estabelecer qualquer hipótese a seu respeito.
- Tem a noção de recomeço, como retorno à coisas mesmas.
- A perspectiva fenomenológica constata o caráter intencional da consciência.
- Ocorre a superação da dicotomia sujeito-objeto - a velha questão da teoria do conhecimento - já que fora da correlação consciência-objeto não existiria nem um nem outro, cujos polos dessa correlação são:
- NOESIS - ato da consciência visando o objeto
- NOEMA - objeto visado pela consciência.
- Outros meios da consciência se dirigir aos objetos, além da intuição e percepção são: imaginação, memória, sentimentos, sonho.
- Concebe o homem como o ser do mundo, sendo a consciência também do mundo.
- Toda consciência é absoluta, havendo somente exterioridades. Considera o Introspeccionismo uma especulação impossível. Para ele todo objeto é imanente à consciência, inclusive a transcendência.
- para que se faça fenomenologia é preciso suspender todo e qualquer posicionamento ontológico e toda "realidade empírica", onde tudo que for aparente, óbvio e preconcebido é colocado em questão.
REFERÊNCIAS:
Gestalt-terapia - fundamentos epistemológicos e influências filosóficas.
Lilian Meyer Frazão e Karina Okajima Fukumitsu (orgs.) CAP.2 ARI REHFELD
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