Sempre existiram contingências diversas que
não permitem que exista esse laço entre terapeuta e paciente, mas que além
disso, existem outras subjetividades que também são menos voltadas para
produzir transferências, que não são resolvidas por uma identificação com o
outro ou com uma prática. Elas envolvem a associação livre e o saber.
Essas
subjetividades são chamadas de pós-traumáticas, como por exemplo, uma
capacidade crônica que algumas pessoas tem de conseguir narrar suas vidas ou
suas experiências ou fatos, conseguindo fazer apenas uma descrição deles. E
narrar é diferente de descrever, é se apropriar do que aconteceu ou acontece na
sua vida, é partilhar e se transformar com a experiência. Isso acontece pois,
segundo Freud, falar de si pode ser angustiante naquele momento do sujeito.
Quem não consegue estabelecer transferência
tem dificuldade em embarcar numa viagem com o outro. Falta empatia no sujeito
que não consegue fazer estabelecer uma transferência.
Na
psicanalise essa dificuldade pode ser passageira, como na adolescência por
exemplo, onde falar de sim é angustiante e nesse momento o terapeuta faz uso dee
filmes, literatura... para ajudar no processo.
Mesmo
quando o paciente percebe que não está conseguindo atender ao que é esperado
dele pelo terapeuta, já acontece ai algum tipo de transferência
Christian
Dunker indica no vídeo dois livros que ajudam a entender melhor o assunto: As
novas doenças da alma - Julia Kristevae
Diante da dor dos outros- Susan Sontag
Antes do paciente
chegar até nós, ele trás alguns sintomas
manifestos, mas que podem não ser os sintoma
principal, a partir de análise das causas desses sintomas podemos chegar ao
SINTOMA TRANSFERENCIADO, que é o
sintoma que vai estabelecer o elo, o vínculo terapêutico, que o levará a se
interessar pela terapia. Ex: o sistema manifesto do paciente é a depressão, mas
o sintoma analítico real seria a dor do divórcio, e essa dor vai leva-lo a terapia
para conseguir falar sobre ela.
É importante fazer a
diferenciação entre os sintomas somáticos e os psicossomáticos, e as pessoas
que conseguem fazer uma narrativa, conseguem fazer também a conexão e a
diferenciação entre eles. E para isso e preciso um certo desenvolvimento
cognitivo.
A transferência pode
ser negativa, quando não permite que o processo terapêutico aconteça, como por
exemplo, o paciente achar que o analista se parece com alguém que ele não
gosta.
Em pacientes com
deficiência mental, podem existir a transferência negativa ou a não transferência
entre o analista e as pessoas que cuidam ou são responsáveis por eles.
Em resumo, como diria
Lacan: Há um significante qualquer, que não sabemos qual é e que fazpessoa querer fazer analise conosco e só
depois isso pode ser revelado
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