Esquizofrenia: Análise crítica sobre as principais características do transtorno e formas de cuidados


A esquizofrenia é um tipo de psicose, onde ocorre a desagregação psíquica da mente do indivíduo. A pessoa com o transtorno da esquizofrenia deve ser olhada e cuidada na perspectiva de sua interação com meio em que vive, a fim de manter a sua autonomia, funcionalidade social, que lhe permita interagir e se comunicar, garantindo-lhe uma vivência laborativa, acadêmica, familiar e afetiva. Entretanto, esse funcionamento social pode ser afetado  não só por um conjunto de sintomas oriundos da própria doença, mas também, a partir dos estigmas e preconceitos que a sociedade desinformada, ainda sustenta em relação a essas pessoas. As pessoas esquizofrênicas são ainda, muito estigmatizadas, marcadas por uma séria de preconceitos, que acabam isolando-as, socialmente.

A fase de apresentação de sintomas iniciais, chama-se PRÓDROMO ou SINAIS PRÉ-MÓRBIDOS. O início do transtorno pode ser confundido com depressão, pânico, Transtorno obsessivo Compulsivo, Ansiedade generalizada, etc., e por não serem sintomas específicos da doença, não permite diagnóstico precoce, pois o diagnóstico é clínico como uma investigação, pode durar  meses. 

Contudo, após o primeiro surto psicótico, pode surgir outros sintomas como: dificuldades de manter atividades cotidianas, dificuldade de manter relações sociais e familiares,afetando assim a sua autonomia. Os surtos psicóticos tem Sintomas Positivos e Sintomas Negativos.

SURTO PSICÓTICO (DELÍRIO/ALUCINAÇÃO) é um estado mental agudo, caracterizado por grave desorganização psíquica e fenômenos delirantes e/ou alucinatórios com perda do juízo crítico da realidade.

SINTOMAS POSITIVOS, são chamados positivos por que produz uma grande atividade cerebral com elevada produção de dopamina. Esses sintomas estão relacionados aos surtos psicóticos, aos delírios e as alucinações. No DELÍRIO pode criar uma realidade fantasiosa, na qual acredita plenamente,  que é real, ao ponto de duvidar da realidade do mundo; ideias de perseguição, de ser observado, etc. Provoca a sensação de fragmento a personalidade e causa sofrimento. Na ALUCINAÇÃO a pessoa ver e ouve coisas que não existem; ou que pessoas têm poderes paranormais. Nem sempre ocorrem em todos os esquizofrênicos, e quando presentes, variam de intensidade e qualidade dos sintomas.

A ocorrência de sintomas positivos, como delírio e alucinação causam forte impressão nas pessoas, sendo gatilho para a estigmatização, rotulando determinados comportamentos como se todos ocorressem com todas os esquizofrênicos, e preconceito por parte das pessoas desinformadas, ignorantes sobre a esquizofrenia.

SINTOMAS NEGATIVOS são negativos por produzirem baixa produção de dopamina no cérebro. Estão relacionados a fase mais crônica da esquizofrenia, se estendem por mais tempo,  são sintomas deficitários afetando a vontade e as atividades da pessoa, seja por falta de vontade, de inciativa ou persistência. Tendem a escolher atividades mais passivas,sem esforço físico nem cognitivo. Alguns possuem dificuldades de demonstrar afeto, mas continua tendo a capacidade de sentir emoções. A fala, pensamentos e ideias ficam mais lentos e desconectados, sem encadeamento logico, impactam em dificuldades sociais e laborativas.

Do ponto de vista DOS SINTOMAS DA COGNITIVO, ocorre falta de atenção, que interfere na capacidade de leitura escrita, afeta a concentração, prejuízo de memória, dificuldade de manter a atenção por um longo tempo, ficando distraído e disperso, comprometimento do aprendizado, impulsividade, disfunções executivos, como dificuldade de planejar tarefas, não consegue priorizar tarefas simples frente a tarefas complexas. Os sintomas da cognição acabam prejudicando os estudos, trabalho, relacionamento social e familiar.

Já os SINTOMAS NEUROLÓGICOS pode ocasionar tiques faciais, prejuízo dos movimentos mais finos, trejeitos, movimentos bruscos, desordenados, piscar de olhos com mais frequência, desorientação direita-esquerda. É importante observar que todos esses sintomas neurológicos por si só, não diagnosticam a esquizofrenia, por fazerem parte de outros transtornos.

O espectro da Esquizofrenia deve ser tratado com psiquiatra, com uso de medicamentos apropriados para a doença, como os antipsicóticos, que atuam no cérebro  sobre os neurotransmissores, na produção de dopamina,   a fim de mantê-lo fora das crises e surtos psicóticos, com autonomia, funcional em relação as suas atividades de rotina e se relacionando socialmente e com a família.
Para isso, a família é fundamental, devendo ser acolhida para informação e conhecimento da doença, para saber lidar com o problema.


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REFERÊNCIAS:
PALMEIRA/ GERALDES/BEZERRA. Entendendo a Esquizofrenia. Editora Inter ciência. Rio de Janeiro, 2009.
Entrevista sobre Esquizofrenia. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=3iIGnQ5gf3g&t=41s. Acesso em 24/03/2020 às 20:27 hs.
Google Imagens.

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