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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Do Artigo: O processo ciclo de contato em uma situação de luto

  • contempla o saber da Fenomenologia na intermediação entre a pessoa que passa pela situação de luto e o seu contato com o sentimento de perda.
  • amplia o olhar acerca da dor humana, suas formas de expressão e possíveis passos do contato em direção à cura.
  • apresenta na prática essa identificação do Ciclo do Contato e dos Fatores de Cura antes só estudados na teoria.
  • revela sob o olhar fenomenológico como o ser humano lida de forma única com um processo de luto, considerando o ciclo de contato proposto pela abordagem da Gestalt-Terapia e os mecanismos de defesa que podem ser relacionados a ele.

  • O Luto....

    Segundo Fukumitsu (2004)...
    • Sobre a vivência do aqui-agora, relata que a partir do momento que constatamos que estamos lidando com um momento de crise, existe uma necessidade de que toda a situação seja inteiramente experienciada no aqui-agora. 
    • a visão fenomenológica-existencial se faz importante, se considerada um embasamento teórico no lidar com perdas, pelo seu pensamento de que o “agora engloba tudo que existe” (PERLS apud FUKUMITSU,2004)
    •  “perdas são experiências do nosso viver, experiências como inúmeras outras, que nos ensinam, transformam, deformam e formam.
    • “As pessoas que confrontam perdas súbitas, traumáticas, inevitavelmente procuram um sentido de vida. Com o passar do tempo a maioria pode encontrar significado e encerrar o assunto. Encontrar significado significa ajustar-se”.
    • , a vida é uma constante reciclagem, a elaboração das perdas implica num processo de reorganização individual e relacional 
     Aramin (apud FUKUMITSU,2004), explora três temas principais que emergem quando acontece a situação de perda de um ente querido: 
    1. choque, 
    2. luto 
    3. e depressão. 
    Granader (apud FUKUMITSU, 2004), apresenta sete temas relacionados ao luto:
    1. raiva, 
    2. perda de fé, 
    3. perda da confiança no futuro, 
    4.  sonhos espirituais, 
    5. fazer da morte uma amiga, 
    6. convicção no destino, 
    7. nova perspectiva da vida.
    As Fases do Processo de Lidar Com as Perdas com o objetivo de organizar suas pesquisas sobre o luto, são:
     
    "2.2.1- O processo do luto: neste contexto, o respeito pela dor e pela situação é fundamental e vital para a sobrevivência. Faz-se pertinente compreender a dor como parte disso e, aceitar a nova condição, torna-se muito desafiante. É um processo de adaptação à perda. As reações podem ser: chorar, retirar-se dos lugares e evitar contato com os sentimentos culpando o corpo, criando doenças e sintomas."

    "2.2.2- O processo de cicatrização: Não existe um tipo de planejamento ou manual de saída para evitar a dor provocada pelo sofrimento do luto. Contudo, Saders (apud FUKUMITSU, 2004) propõe cinco características da fase curativa, a seguir: "

    "2.2.2.1 - Alcançando um momento decisivo: é a percepção de um novo mundo que se apresenta a partir da sua retirada de um buraco existencial, passando a conviver com pessoas novas e rotinas diferentes que podem fazer a diferença em como perceber este mundo. "

    "2.2.2.2 - Assumindo o controle: é necessário entender que cada pessoa é única na habilidade de controlar a sua vida. Assim, assumir a responsabilidade de decidir o que é melhor para si requer tempo, coragem e uma certeza de que é possível mudar." 

    "2.2.2.3 -Redimensionando os papéis: as situações de perda exigem mudanças nos papéis familiares, profissionais, parentais e renunciá-los, é a tarefa mais árdua. Faz-se imprescindível criar novas possibilidades para desempenhar um novo papel. "

    "2.2.2.4 - Formando uma nova identidade: é compreensível que o luto cause uma postura cética a respeito do poder interno, é uma sobrevivência apesar da dor. Os significados da vida advêm de ciclos do aprender e reaprender e da compreensão do quanto se quer mudar na vida." 

    "2.2.2.5 - Centrando-se: é a busca do equilíbrio e da harmonia que auxilia na reestruturação da pessoa. É o cuidar da vida social, da relação com a família e com os amigos. Neste momento, se existe fé, a perda é transformação, é ela que dirá o sentido da perda." 

    "2.2.3 - O processo de sobrevivência e recomeços: As lições de nossas perdas: é aceitar a vida na sua totalidade apesar das perdas, é acreditar nela com um começo, um meio e um fim, um aprender a desfrutar a vida novamente."

    O Ciclo de Contato

    "O contato é um movimento transformador de junção, de síntese, que permite a realidade se fazer e se refazer sobre si mesma num processo nunca acabado, porque o contato, como unidade de transformação, tende a ampliar-se ao infinito pelas possibilidades que tem de adquirir novas propriedades a cada instante (Ribeiro,1997, p.17)"

    Este ciclo possui as seguintes características: Nove formas de resistências; Nove formas polares a estes mecanismos como Fatores de Cura.

    O ciclo encerra um programa, uma “Gestalt”; A mudança é uma função de contato de interação entre pessoa mundo e bloqueio-fator de cura; e O Self está no centro do ciclo, é por onde os comportamentos se revelam. 

    Os fatores de cura, são chamados pelo autor de: 
    1. fluidez, 
    2. sensação, 
    3. consciência,
    4.  mobilização, 
    5. ação, 
    6. interação, 
    7.  contato final, 
    8. satisfação, 
    9. retirada.
    "Fluidez: é um novo movimento, é uma renovação a partir da localização própria no tempo e espaço, é onde há a criação e a recriação da própria vida."

    "Sensação: é o estar atento aos sinais do corpo onde a pessoa sente e procura novos estímulos. Consciência: é o estar atento ao que acontece em volta, dar-se conta de maneira clara e reflexiva e perceber-se recíproco com pessoas e coisas."

    "Mobilização: existe a necessidade de mudança, de exigência, de expressar o que sente sem ter medo de ser diferente dos outros." 

    "Ação: é a responsabilização pelos próprios atos, sem medo." 

    "Interação: Não se espera nada em retribuição. É sentimento de estar e relacionar com o outro como uma forma de perceber-se como pessoa. "

    "Contato final: é o reconhecimento de si mesmo como a própria fonte de prazer, faz-se o que gosta e o que quer sem intermediário. Os relacionamentos pessoais são diretos e claros."

    "Satisfação: é a percepção de um mundo saudável em que o prazer e a vida podem ser co-divididos como uma forma de crescimento. "

    "Retirada: é a percepção do que é meu e o que é do outro. É ser fiel a si mesmo e aceita o outro quando lhe convém."

    Mecanismos neuróticos...

    • é no ponto da interrupção do contato que será o local onde a energia se bloqueará e apontará a neurose. 
    • Os mecanismos neuróticos (de defesa) se opõem ao livre desenrolar do ciclo de contato e são numerosas as “Gestalts” inacabadas
    •  mecanismos de evitação do contato podem ser saudáveis ou patológicos, dependem da sua intensidade, maleabilidade e oportunidade.
    • Os principais mecanismos são: 
      •  Fixação: é o apego excessivo justificado pelo medo de ser surpreendido por uma nova realidade. Neste contexto, existe o sentimento de incapacidade que induz a pessoa a permanecer em coisas e emoções.
      •  Dessensibilização: é o entorpecimento diante de um contato, dificultando o estímulo da pessoa. É a diminuição sensorial do corpo que causa a perda do interesse por novas e intensas sensações. 
      • Deflexão: é o evitamento do contato sem qualquer direção, como os sentimentos de incompreensão, não valorização por parte dos outros e sempre desconhece os motivos pelas quais as coisas acontecem na vida.
      • Introjeção: é aceitação de normas e opiniões de outros por medo da mudança e por isso prefere-se a rotina e situações controláveis. Existe o desejo de mudança, mas delega a outros as decisões da sua vida. 
      •  Projeção: é a atribuição ao outro, de coisas que não gosta em si mesmo. Ao sentir-se ameaçado, pensa demais antes de agir e identifica nos outros dificuldades e defeitos semelhantes ao seus. 
      •  Proflexão: é a manipulação do outro para receber o que precisa. É o desconhecimento de si como uma forma de nutrição e por isso, necessita do outro para a satisfação de sua necessidade. 
      • Retroflexão: é o desejo de ser como as outras pessoas desejam. O sentimento de arrependimento é comum por se considerar inadequado às ações que pratica. É o inimigo de si mesmo. 
      • Egotismo: é o colocar-se como o centro de tudo e ter o total controle do mundo externo. É a imposição de vontades e desejos próprios e o desprezo dos desejos alheios. 
      •  Confluência: é a dependência do outro. Não sabe diferenciar o que é seu e o que é do outro com o objetivo de ser semelhante aos demais.
    Referências:
    O Processo Ciclo do Contato em uma Situação de Luto. OLIVEIRA, Leane Valente de; OLIVEIRA, Marília Zara Gentil de; LOBATO, Edilza de Aguiar – O Processo Ciclo do Contato em uma Situação de Luto

    terça-feira, 18 de maio de 2021

    Mecanismos de interrupção de contato - Gesltalt-Terapia

    A Gestalt-terapia o homem é visto como potencialmente saudável. Assim sendo, aquilo que se entende usualmente por mecanismos de defesa neuróticos, o gestalt-terapeuta  compreende como formas de evitação do contato. E isto não significa apenas uma mudança de nomenclatura. A evitação de contato pode ser saudável ou patológica, conforme ¨ sua intensidade, sua maleabilidade, o momento em que intervêm e, de uma maneira mais geral, sua oportunidade.¨ (GINGER, GINGER, 1995).

     A ação do gestalt-terapeuta não deve objetivar atacar, vencer ou superar as resistências quando o cliente está evitando o contato, mas, principalmente, torná-las mais conscientes ou figurais, favorecendo seu uso adaptado à situação do momento.

    Um mecanismo de defesa por si só não é bom nem ruim. O uso que o cliente faz dele, o seu funcionamento, é o que caracteriza sua "patologia".

    Os mecanismos mais citados pelos diferentes autores da Gestalt-terapia são:

    1. Confluência (Perls) - É um estado de não-contato, por fusão ou ausência de fronteira de contato. O self (si mesmo) não pode ser identificado, ausência de discriminação eu/meio.
    O individuo confluente tem uma necessidade muito grande de reduzir as diferenças. Algum tipo de singularidade pode gerar nesse individuo algum tipo de ansiedade. Tem fronteiras frouxas ou vive sem fronteiras. É difícil de saber o que é dele e do outro. Cria vínculos exagerados, apego excessivo, necessita estar em grupo e na relação com o outro. Nem sempre a cofluência é patológica, tem dificuldade em lidar com sua individualidade, singularidade, querendo sempre viver no social, evitando qualquer tipo de conflito, diferenciação. Não sabe lidar com novidades também. Na terapia ele precisa reencontrar a si mesmo e sua propria identidade. Tem dificuldade de fazer escolhas acaba decidindo o que o mundo decide.

    1. Introjeção (Perls) - Significa a incorporação de elementos do meio, de ideias a sentimentos, relações, valores etc. Não confundir com o conceito de introjeção da Psicanálise, pois no conceito de Perls há a implicação de um elemento que não foi assimilado. Outros autores de GT (Ginger) referem que a introjeção só é patológica quando não permite a assimilação.
    Comportamento inibido, obediente, engole as coisas sem dificuldade de discriminar o que é dela  e o que é do mundo. Falta uma certa mastigação para digerir o que vem do mundo. O mundo existe mas a pessoa não. Precisa discriminar o que é dele, reproduz muito o que é do outro para ter contato. Ex: Fulano falou, segundo sicrano, essa é a forma de contato que consegue ter.

    1. Projeção (Perls) - Significa atribuir ao meio elementos fantasiados pelo próprio indivíduo. Para Perls, há aqui um deslocamento da responsabilidade do indivíduo para o meio. A projeção não patológica é o que permite, por exemplo, a empatia entre os indivíduos.
    Ele é o contrário da Introjeção, onde o suejito acredita que pe invadido pelo mundo. Na Projeção o sujeito invade o mundo. Atribuindo ao meio o que é proprio de seu self. Percebe-se nele uma grande dificudlade de reconhecer e aceitar parte de sua personalidade. Projeta no mundo seu fracasso, desejos, carregando um traço paranóico e acaba achando que o mundo esta contra ele. Dificuldade de reconhecer-se e atribui ao mundo. Frases como: ninguem me intende, ninguém me escuta, como se o mundo não estivesse disponível para ele. Vida de ilusões e agressividade. O terapeuta precisa tentar reintegrar as partes alienadas e rejeitadas pelo sujeito, reassumindo a responsabilidade sobre seus atos de self. Pode trazer reclamação de terapeutas anterioriores. É preciso acolher e faze-lo entrar em contato consigo mesmo.

    1. 2. Retroflexão (Perls) - Consiste em voltar para si mesmo a energia mobilizada, fazer a si aquilo que gostaria de fazer aos outros ou que os outros lhe fizessem. São exemplos de retroflexão (tanto patológica como saudável): morder os dentes ou cerrar os punhos para não agredir; a masturbação; o sadismo e o masoquismo; a fala mental etc.
    O sujeito é alguem que de alguma maneira caba sendo inimigo de si mesmo. Como impulso que o sujeito que deveria colocar no mundo acaba dirigindo pra si mesmo, gerando casos de psicossomatizações. Exemplo: tem raiva, mas não consegue expressão, guarda para si. Não pderia sentir raiva de determinada pessoa, se sente culpado e dirige essa energia apra si somatizando. Tem dificuldade de dizer não. Ele deveria buscar uma forma de expressar mais as suas emoções. Um tratamento terapéutico é direcionado para coloca-la em contato com o mundo. Fazer exercicio de falar com o mundo de uma maneira mais direta e poder ter uma fonte de prazer consigo mesmo.

    1. Deflexão (Polster) - Permite evitar o contato direto, desviando a energia de seu objeto primitivo.São exemplos: desviar o olhar; "falar sobre"; usar termos técnicos etc.
    Há comportamentos especificos do sujeito deflexivo. Ele esta sempre criando muita dificuldade com o terapeuta, principalemtne quando o terapeuta é iniciante. Discurso político, filosífico vago. Tem dificuldade de entrar em contato com o mundo e nem se escuta. Precisa falar, falar e falar para não fazer contato.Pensa-se que é uma pessoa comunicativa e sociável, mas é o contrário. Tudo nela é apenas uma forma de não entrar em contato com o mundo. É preciso fazer uma boa intervenção. Precisa conduzir o cliente a entrar em contato com suas emoções, com o que sente naquele momento. Em casos extremos pode até trazer algum tipo de psicose.

    1. Proflexão (Sylvia Croker) - Uma combinação de projeção e retroflexão, consiste em fazer ao outro aquilo que gostaríamos que o outro nos fizesse.
    O sujeito que faz proflexão, faz ao mundo o que gostaria que fizesse com ele, Ele ama paraser amado, cria manobras para conseguir tocar a outra pessoa e de qlguma forma ser reconhecido por ela. Ele não consegue ser a sua propria fonte de prazer. Precisa projetar no outro e que esse reconheça quem ele é. Reclamações como sempre fiz tanto pelas pessoas, não sou reconhecido por essa pessoa. O terapeuta precisa buscar entender as suas reais necessidade e de maneira direta ele aprenda a buscar o que deseja sem buscar por intermedio de outras pessoas. Única forma de se relacionar com o mundo. Nem sempre consegue se reconhecer, precisa agradar o outro, e manipular o meio para que o outro faça como ele. Processo terapêutico deve ensinar a fazer por ele mesmo.

    1. Egotismo (Goodman) - Consiste em um reforço deliberado nas fronteiras de contato, devido a um reinvestimento de energia no ego, uma hipertrofia narcísica; geralmente é uma etapa do processo terapêutico, mas enquanto um estado crônico se torna uma patologia.
    O sujeito é alguém que possui um ego exagerado, artificial. Gosta de ter uma grande independecia, grande dificuldade de dar e receber, se sente o centro do universo, como se só ela existisse. Não é facil atender um egotista, há pessoas que podem apresentar esse tipo de comportamento no início, o que pode passar à medida que a pessoa pode comear a entrar em contato com ela. Comportamento narcisista, com excesso de controle sobre o futuro, sempre vigilante, a questão central é a pessoa queredo aniquilar o inesperado, não quer ter surpresa sobre o futuro, por isso quer controlar tudo. O terapeuta deve conduzir a pessoa a entrar em contato consigo mesmo e com o mundo começando a aprender a dvidir com o mundo.

    1. Dessensibilização 
    A pessoa que possui esse tipo de bloqueio de contato nao entra em contato nem com ela nem com o mundo, como se tivesse desintegrada. Como se parasse de existir, não tem awareness. Parece que falta alfabetização emocional, que o terapeuta é responsável pelo início dessa reeducação emocional. Não tem contato e tem dificuldade de responder às perguntas. Sugere que algo importante aconteceu na vida da pessoa, como trauma, depressão, etc. Há uma disfunção relacional, necessitando do trabalho de contato por parte do terapeuta, buscando sair dessa frieza emocional.

    1. Fixação
    Se apega de maneira excessiva a ideias, pessoas e coisas. Padrões cristalizados, ideias fixas e dificuldade de lidar com o novo, com o ajustamento criativo. Vida empobrecida e se sente incapaz de lidar com a impermanência da vida, sempre está procurando certezas. O trabalho terapeutico vai em aprender a lidar com as incertezas e riscos da vida.



    Disponível em: http://www.gestaltemfigura.com.br/gestalt-terapia/psicopatologia-mecanismos-defesa-resistencias#:~:text=Os%20mecanismos%20mais%20citados%20pelos,aus%C3%AAncia%20de%20discrimina%C3%A7%C3%A3o%20eu%2Fmeio.

    quinta-feira, 7 de maio de 2020

    Teoria Psicanalítica - Sigmund Freud



    OS TRÊS NÍVEIS DA VIDA MENTAL SEGUNDO FREUD

    ·       INCONSCIENTE
    Contém todos os impulsos, desejos ou instintos que estão além da consciência, mas que no entanto, motivam a maioria  de nossos sentimentos, ações e palavras. Ainda que estejamos conscientes de nossos comportamentos explícitos , não estamos conscientes dos processos mentais que estão por traz dele. O inconsciente era a explicação para o significado subjacente de sonhos, lapsos de linguagem, certos tipos de esquecimento, chamados de repressão.
    ·       PRÉ-CONSCIENTE
    Contém todos os elementos da mente que não são conscientes, mas que podem se tornar conscientes, prontamente ou com alguma dificuldade. (Freud, 1933/1964 apud Feist at all, 2015). Essas ideias são provenientes de duas fontes: da percepção consciente  e do Inconsciente, embora algumas dessas ideias possam não se tornar conscientes.
    ·       CONSCIENTE
    Único nível mental que está disponível para nós. As ideias chegam a consciência por dois caminhos:
    o   A partir do sistema consciente perceptivo – o que está voltado para o mundo exterior, estímulos externos, o que percebemos pelos nossos órgãos dos sentidos (Freud, 1933/1964).
    o   A partir da estrutura mental, incluindo ideias não ameaçadoras do pré-consciente. Quando as imagens ou ideias são ameaçadoras, chegam distorcidas ou disfarçadas em nosso consciente assumindo comportamentos defensivos ou elementos oníricos (sonhos).

    MODELO ESTRUTURAL DE PERSONALIDADE SEGUNDO FREUD:

    “...personalidade é um padrão de traços relativamente permanente e características únicas, que dão consistência e individualidade ao comportamento de uma pessoa. (Roberts $Mroczec, 2008 apud Feist at all2015.)”

    As contribuições de Freud para a teoria da personalidade são a exploração do inconsciente  e a insistência de que as pessoas são motivadas, primariamente, por impulsos dos quais elas têm pouca ou nenhuma consciência.


    Estrutura da Personalidade segundo Freud:

    ID – Parte mais primitiva da mente: Inconsciente.
    ·       Não tem contato com a realidade, embora se esforce para reduzir a atenção, satisfazendo desejos básicos.
    ·       Abriga impulsos básicos (processo primário)
    ·       Sua única função é buscar o prazer – Id serve ao princípio do prazer. Depende do EGO para ter contato com o mundo real, e o prazer tornar-se realidade (processo secundário).
    EGO –o “eu”. Transita entre o consciente, pré-consciente e o inconsciente.
    ·       Única região da mente em contato com a realidade.
    ·       Governado pelo Princípio da realidade, que tenta substituir o princípio do prazer do Id.
    ·       Ramo executivo da personalidade, aquele que toma as decisões.
    ·       As decisões podem partir  dos três níveis: consciente, pré-consciente e inconsciente.
    SUPEREGO – superego ou acima do eu.
    ·       Representa os aspectos morais e ideais da personalidade e é guiado por princípios moralistas ou idealistas.
    ·       Se desenvolve a partir do ego, não possui energia própria.
    ·       Não tem contato com o mundo externo, sendo irrealista em suas demandas por perfeição.
    ·       Possui dois subsistemas:
    o   Consciência – o que não se deve fazer, comportamentos inadequados
    o   Ideal de ego – o que devemos fazer, compensação por comportamento inadequado.
    ·       Superego bem desenvolvido atua para controlar os impulsos sexuais e agressivos por meio da repressão.
    ·       Vigia o ego julgando suas ações e intenções.
    ·       A culpa é o resultado da atuação ou pretensa atuação que contraria os padrões morais do superego.

    DINÂMICA DA PERSONALIDADE SEGUNDO FREUD

    Para Freud as pessoas são motivadas a buscar o prazer e a reduzir a tensão e a ansiedade. E essa motivação é derivada da energia física e psíquica, que brota de seus instintos básicos.

    IMPULSOS
    ·       Segundo Freud (1933/1964), os impulsos podem ser agrupados em dois títulos:
    o   Sexo ou Eros
    o   Agressividade, destruição ou Tanatos.
    ·       Os impulsos se originam no Id, mas ficam sob controle do Ego.
    ·       Freud chamou de “libido” para o impulso sexual.

    SEXO

    ·       Sua finalidade é o prazer, mas esse prazer não se limita ao ato sexual. Freud acreditava que todo o corpo é investido de libido, especialmente, além dos genitais, a boca e o ânus produzem prazer (zonas erógenas).
    ·       Para Freud toda atividade prazerosa é rastreável para o impulso sexual.
    ·       O sexo pode assumir muitas formas, incluindo o narcisismo, amor, sadismo e masoquismo(impulsos agressivos).
    o   Amor -O primeiro interesse sexual da criança é pela pessoa que cuida delas.(mãe, etc.)
    o   Sadismos – necessidade de prazer sexual por meio do ato de infligir dor ou humilhação a outra pessoa. Considerado uma Perversão Sexual quando em graus extremos. Quando em graus moderados, é comum e existe em quase todos os relacionamentos sexuais. Precisam de outra pessoa para lhes infligir dor.
    o   Masoquismo – é uma necessidade comum, mas se transforma em Perversão Sexual quando Eros se torna subserviente ao impulso destrutivo. Os masoquistas experimentam prazer sexual ao sofrerem dor e humilhação infligida por eles mesmos ou por outros. Não precisam de outra pessoa para se infligir dor.

    AGRESSIVIDADE

    ·       Agressividade - Freud escreveu o livro Além do princípio do prazer, livro que elevou a AGRESSIVIDADE ao nível do impulso sexual.

    ANSIEDADE

    ·       Ansiedade – está relacionada ao sexo e à agressividade. Freud (1933/1964) enfatizou que a ansiedade é um estado afetivo desagradável acompanhado por uma sensação física que alerta a pessoa contra um perigo iminente. Há três tipos de ansiedade para Freud:
    o   Ansiedade neurótica – apreensão ante um perigo desconhecido.
    o   Ansiedade moral – provém do conflito entre o ego (realidade) e o superego (moralidade e ideais)
    o   Ansiedade realista – está relacionada ao medo, como sentimento desagradável não específico que envolve um perigo.
    A ansiedade serve como mecanismo de preservação do ego porque sinaliza que algum perigo está rondando (Freud, 1933/1964).
      
    PRINCIPAIS MECANISMOS DE DEFESA SEGUNDO SIGMUND FREUD

    Todos os mecanismos de defesa protegem o Ego da Ansiedade, são universais já que todos os indivíduos se engajam em comportamento defensivo. Cada um se engaja na repressão e cada um pode ser desenvolvido até o ponto da psicopatologia. Em geral todos são benéficos para o indivíduo e inofensivos para a sociedade, exceto a sublimação que tende a beneficiar tanto o indivíduo quanto a sociedade.

    ·       REPRESSÃO
    Mecanismos de defesa mais básico, porque está envolvido com cada um dos outros mecanismos. Sempre que o EGO é ameaçado pelos impulsos indesejáveis do Id, ele se protege reprimindo esses impulsos.
    ·       FORMAÇÃO REATIVA
    Comportamento reativo pode ser identificado por seu caráter exagerado e sua forma obsessiva e compulsiva (Freud,1926/1959ª). Ocorre quando o impulso é reprimido por se tornar consciente e a pessoa adota um disfarce que contraria se jeito de ser.
    Exemplo: uma pessoa odeia a mãe, sabe que a sociedade repugna esse comportamento, e ela excessivamente, demonstra que ama a mãe, contrariando o que realmente sente.
    ·       DESLOCAMENTO
    Quando a pessoa redireciona seus impulsos inaceitáveis para vários indivíduos ou objetos, disfarçando o impulso original ou ocultando-o.
    Exemplo: uma pessoa se irrita com o marido, e redireciona sua raiva para os filhos.
    ·       FIXAÇÃO
    O crescimento físico e psicológico muitas vezes ocorre com momentos ansiosos e estressantes. Para fugir desse estresse e da ansiedade, o ego pode recorrer à estratégia de se manter no estágio psicológico anterior, por ser mais confortável (mudanças de fases no desenvolvimento humano), o que se constitui uma defesa, chamada fixação.
    ·       REGRESSÃO
    Quando a libido passa por algumas fases do desenvolvimento, ela pode regredir a uma fase anterior, em momentos de estresse e ansiedade.
    Exemplo: quando se tem um segundo bebê e o irmão mais velho pede mamadeira, chupeta, quando este já não usava mais.
    ·       PROJEÇÃO
    Diante de um impulso interno de ansiedade excessiva, o ego pode reduzir essa ansiedade, atribuindo o impulso indesejado a um objeto externo. Enxerga nos outros sentimentos ou tendências inaceitáveis que estão em seu próprio inconsciente.
    Exemplo: um homem interpreta consistentemente as ações de mulheres mais velhas como tentativa de sedução. Conscientemente, acredita que relações sexuais com mulheres mais velhas é repugnante, porém, em seu inconsciente, encontra forte atração sexual por elas.
    A paranoia é um tipo extremo de projeção, transtorno mental caracterizado por fortes delírios de ciúmes e perseguição. Segundo Freud a diferença entre projeção e paranoia é que, esta última, vem sempre acompanhada de sentimentos homossexuais reprimidos em relação ao perseguidor.
    ·       INTROJEÇÃO
    Mecanismos de defesa em que as pessoas incorporam qualidades positivas de outra pessoa em seu próprio ego. As pessoas introjetam características que as fazem se sentir valiosas e melhores consigo mesma.
    Exemplo: adolescente que adota valores e estilos de vida de ídolos. Com isso, minimizam seu sentimento de inferioridade e sentem que sua autoestima se expandiu.
    ·       SUBLIMAÇÃO
    Segundo Freud (1917/1963), a sublimação ajuda tanto o indivíduo quanto o grupo social. É a repressão do alvo genital de Eros, que é substituído por um propósito cultural ou social. A maioria das pessoas sublimam uma parte da libido em favor de valores culturais. Esse mecanismo tende a beneficiar tanto o indivíduo como a sociedade.

    REFERÊNCIAS: 
    FEIST;FEIST; ROBERTS. Teorias da Personalidade. 8ª edição. 2015.