quinta-feira, 7 de maio de 2020

Teoria Psicanalítica - Sigmund Freud



OS TRÊS NÍVEIS DA VIDA MENTAL SEGUNDO FREUD

·       INCONSCIENTE
Contém todos os impulsos, desejos ou instintos que estão além da consciência, mas que no entanto, motivam a maioria  de nossos sentimentos, ações e palavras. Ainda que estejamos conscientes de nossos comportamentos explícitos , não estamos conscientes dos processos mentais que estão por traz dele. O inconsciente era a explicação para o significado subjacente de sonhos, lapsos de linguagem, certos tipos de esquecimento, chamados de repressão.
·       PRÉ-CONSCIENTE
Contém todos os elementos da mente que não são conscientes, mas que podem se tornar conscientes, prontamente ou com alguma dificuldade. (Freud, 1933/1964 apud Feist at all, 2015). Essas ideias são provenientes de duas fontes: da percepção consciente  e do Inconsciente, embora algumas dessas ideias possam não se tornar conscientes.
·       CONSCIENTE
Único nível mental que está disponível para nós. As ideias chegam a consciência por dois caminhos:
o   A partir do sistema consciente perceptivo – o que está voltado para o mundo exterior, estímulos externos, o que percebemos pelos nossos órgãos dos sentidos (Freud, 1933/1964).
o   A partir da estrutura mental, incluindo ideias não ameaçadoras do pré-consciente. Quando as imagens ou ideias são ameaçadoras, chegam distorcidas ou disfarçadas em nosso consciente assumindo comportamentos defensivos ou elementos oníricos (sonhos).

MODELO ESTRUTURAL DE PERSONALIDADE SEGUNDO FREUD:

“...personalidade é um padrão de traços relativamente permanente e características únicas, que dão consistência e individualidade ao comportamento de uma pessoa. (Roberts $Mroczec, 2008 apud Feist at all2015.)”

As contribuições de Freud para a teoria da personalidade são a exploração do inconsciente  e a insistência de que as pessoas são motivadas, primariamente, por impulsos dos quais elas têm pouca ou nenhuma consciência.


Estrutura da Personalidade segundo Freud:

ID – Parte mais primitiva da mente: Inconsciente.
·       Não tem contato com a realidade, embora se esforce para reduzir a atenção, satisfazendo desejos básicos.
·       Abriga impulsos básicos (processo primário)
·       Sua única função é buscar o prazer – Id serve ao princípio do prazer. Depende do EGO para ter contato com o mundo real, e o prazer tornar-se realidade (processo secundário).
EGO –o “eu”. Transita entre o consciente, pré-consciente e o inconsciente.
·       Única região da mente em contato com a realidade.
·       Governado pelo Princípio da realidade, que tenta substituir o princípio do prazer do Id.
·       Ramo executivo da personalidade, aquele que toma as decisões.
·       As decisões podem partir  dos três níveis: consciente, pré-consciente e inconsciente.
SUPEREGO – superego ou acima do eu.
·       Representa os aspectos morais e ideais da personalidade e é guiado por princípios moralistas ou idealistas.
·       Se desenvolve a partir do ego, não possui energia própria.
·       Não tem contato com o mundo externo, sendo irrealista em suas demandas por perfeição.
·       Possui dois subsistemas:
o   Consciência – o que não se deve fazer, comportamentos inadequados
o   Ideal de ego – o que devemos fazer, compensação por comportamento inadequado.
·       Superego bem desenvolvido atua para controlar os impulsos sexuais e agressivos por meio da repressão.
·       Vigia o ego julgando suas ações e intenções.
·       A culpa é o resultado da atuação ou pretensa atuação que contraria os padrões morais do superego.

DINÂMICA DA PERSONALIDADE SEGUNDO FREUD

Para Freud as pessoas são motivadas a buscar o prazer e a reduzir a tensão e a ansiedade. E essa motivação é derivada da energia física e psíquica, que brota de seus instintos básicos.

IMPULSOS
·       Segundo Freud (1933/1964), os impulsos podem ser agrupados em dois títulos:
o   Sexo ou Eros
o   Agressividade, destruição ou Tanatos.
·       Os impulsos se originam no Id, mas ficam sob controle do Ego.
·       Freud chamou de “libido” para o impulso sexual.

SEXO

·       Sua finalidade é o prazer, mas esse prazer não se limita ao ato sexual. Freud acreditava que todo o corpo é investido de libido, especialmente, além dos genitais, a boca e o ânus produzem prazer (zonas erógenas).
·       Para Freud toda atividade prazerosa é rastreável para o impulso sexual.
·       O sexo pode assumir muitas formas, incluindo o narcisismo, amor, sadismo e masoquismo(impulsos agressivos).
o   Amor -O primeiro interesse sexual da criança é pela pessoa que cuida delas.(mãe, etc.)
o   Sadismos – necessidade de prazer sexual por meio do ato de infligir dor ou humilhação a outra pessoa. Considerado uma Perversão Sexual quando em graus extremos. Quando em graus moderados, é comum e existe em quase todos os relacionamentos sexuais. Precisam de outra pessoa para lhes infligir dor.
o   Masoquismo – é uma necessidade comum, mas se transforma em Perversão Sexual quando Eros se torna subserviente ao impulso destrutivo. Os masoquistas experimentam prazer sexual ao sofrerem dor e humilhação infligida por eles mesmos ou por outros. Não precisam de outra pessoa para se infligir dor.

AGRESSIVIDADE

·       Agressividade - Freud escreveu o livro Além do princípio do prazer, livro que elevou a AGRESSIVIDADE ao nível do impulso sexual.

ANSIEDADE

·       Ansiedade – está relacionada ao sexo e à agressividade. Freud (1933/1964) enfatizou que a ansiedade é um estado afetivo desagradável acompanhado por uma sensação física que alerta a pessoa contra um perigo iminente. Há três tipos de ansiedade para Freud:
o   Ansiedade neurótica – apreensão ante um perigo desconhecido.
o   Ansiedade moral – provém do conflito entre o ego (realidade) e o superego (moralidade e ideais)
o   Ansiedade realista – está relacionada ao medo, como sentimento desagradável não específico que envolve um perigo.
A ansiedade serve como mecanismo de preservação do ego porque sinaliza que algum perigo está rondando (Freud, 1933/1964).
  
PRINCIPAIS MECANISMOS DE DEFESA SEGUNDO SIGMUND FREUD

Todos os mecanismos de defesa protegem o Ego da Ansiedade, são universais já que todos os indivíduos se engajam em comportamento defensivo. Cada um se engaja na repressão e cada um pode ser desenvolvido até o ponto da psicopatologia. Em geral todos são benéficos para o indivíduo e inofensivos para a sociedade, exceto a sublimação que tende a beneficiar tanto o indivíduo quanto a sociedade.

·       REPRESSÃO
Mecanismos de defesa mais básico, porque está envolvido com cada um dos outros mecanismos. Sempre que o EGO é ameaçado pelos impulsos indesejáveis do Id, ele se protege reprimindo esses impulsos.
·       FORMAÇÃO REATIVA
Comportamento reativo pode ser identificado por seu caráter exagerado e sua forma obsessiva e compulsiva (Freud,1926/1959ª). Ocorre quando o impulso é reprimido por se tornar consciente e a pessoa adota um disfarce que contraria se jeito de ser.
Exemplo: uma pessoa odeia a mãe, sabe que a sociedade repugna esse comportamento, e ela excessivamente, demonstra que ama a mãe, contrariando o que realmente sente.
·       DESLOCAMENTO
Quando a pessoa redireciona seus impulsos inaceitáveis para vários indivíduos ou objetos, disfarçando o impulso original ou ocultando-o.
Exemplo: uma pessoa se irrita com o marido, e redireciona sua raiva para os filhos.
·       FIXAÇÃO
O crescimento físico e psicológico muitas vezes ocorre com momentos ansiosos e estressantes. Para fugir desse estresse e da ansiedade, o ego pode recorrer à estratégia de se manter no estágio psicológico anterior, por ser mais confortável (mudanças de fases no desenvolvimento humano), o que se constitui uma defesa, chamada fixação.
·       REGRESSÃO
Quando a libido passa por algumas fases do desenvolvimento, ela pode regredir a uma fase anterior, em momentos de estresse e ansiedade.
Exemplo: quando se tem um segundo bebê e o irmão mais velho pede mamadeira, chupeta, quando este já não usava mais.
·       PROJEÇÃO
Diante de um impulso interno de ansiedade excessiva, o ego pode reduzir essa ansiedade, atribuindo o impulso indesejado a um objeto externo. Enxerga nos outros sentimentos ou tendências inaceitáveis que estão em seu próprio inconsciente.
Exemplo: um homem interpreta consistentemente as ações de mulheres mais velhas como tentativa de sedução. Conscientemente, acredita que relações sexuais com mulheres mais velhas é repugnante, porém, em seu inconsciente, encontra forte atração sexual por elas.
A paranoia é um tipo extremo de projeção, transtorno mental caracterizado por fortes delírios de ciúmes e perseguição. Segundo Freud a diferença entre projeção e paranoia é que, esta última, vem sempre acompanhada de sentimentos homossexuais reprimidos em relação ao perseguidor.
·       INTROJEÇÃO
Mecanismos de defesa em que as pessoas incorporam qualidades positivas de outra pessoa em seu próprio ego. As pessoas introjetam características que as fazem se sentir valiosas e melhores consigo mesma.
Exemplo: adolescente que adota valores e estilos de vida de ídolos. Com isso, minimizam seu sentimento de inferioridade e sentem que sua autoestima se expandiu.
·       SUBLIMAÇÃO
Segundo Freud (1917/1963), a sublimação ajuda tanto o indivíduo quanto o grupo social. É a repressão do alvo genital de Eros, que é substituído por um propósito cultural ou social. A maioria das pessoas sublimam uma parte da libido em favor de valores culturais. Esse mecanismo tende a beneficiar tanto o indivíduo como a sociedade.

REFERÊNCIAS: 
FEIST;FEIST; ROBERTS. Teorias da Personalidade. 8ª edição. 2015.

Nenhum comentário:

Postar um comentário