sábado, 23 de maio de 2020

Estigma e constituição de Identidade Social

Os estigmas existem desde que o mundo é mundo, desde os gregos, a era cristã até a vida contemporânea, porém, se apresentam de formas diferenciadas e adaptadas a cada época. Os estigmas correspondem aos rótulos e formas de categorização de uma pessoa ou sociedade, naturalizando conceitos considerados “normais” a respeito do indivíduo, comunidade ou sociedade, que revelam a sua “identidade social” ou ainda, “status social”, conforme explica Erving Goffaman, em seu livro Estigma. Ao estigmatizar o sujeito, projetamos nossas expectativas sobre o mesmo, categorizando-o ou estereotipando-o a partir de nossos valores, entretanto nem sempre corresponde à realidade do mesmo, o que o autor chamou de “identidade social real”. Goffaman menciona três tipos de estigmas diferentes:
  • Abominações do corpo-deformidades físicas.
  •  Culpas de caráter individual-vontades fracas, paixões tirânicas ou não naturais, crenças falsa se rígidas, desonestidade, inferidas a partir de distúrbio mental, prisão, vício, suicídio e comportamento político radical.
  •  Estigmas tribais de raça, nação e religião.


Partindo desse contexto, percebe-se na charge que,o Brasil pode ser visto como um país supostamente, de “duas classes sociais”: a classe política e a classe social marginalizada, pelos diversos rótulos e categorizações que lhes são impostas, identificando-a socialmente, de forma pejorativa e depreciativa, o que ratifica o processo de exclusão vitalício proposto pelos julgamentos dos vários governantes desse país. Entretanto, importante salientar que há aí, uma postura reativa aos governantes, de não aceitação de categorização depreciativa quando é dado o recado aos governantes de que “não cabe mais embaixo do tapete”, e que essas pessoas estigmatizadas buscam seu lugar de direito em meio a sociedade, embora ainda enfrentem inúmeras dificuldades de preconceitos, estereótipos e discriminação, na sociedade contemporânea, entendendo que podem e devem estar no lugar e na posição que desejar. Contudo, ainda há muito o que conquistar para desfazer esses estigmas socialmente aceitos, naturalizados pela sociedade. E é em meio a esse enfrentamento, que muitos estigmas sociais que afetam o sujeito podem leva-lo a buscar o auxílio psicológico, pois os estigmas sociais estão tão naturalizados, que muitas dessas pessoas se sentem identificadas pessoalmente, com essas categorias depreciativas, internalizando-a como se fizesse parte de sua identidade pessoal, quando na verdade, precisam descobrir o seu potencial real e individual de realização e conquistas, para conseguir lidar com essa cultura de exclusão que o Brasil traz.




REFERÊNCIA:
Livro Estigma, Ervinf Goffman
Googel imagens

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