terça-feira, 6 de abril de 2021

Psicologia Educacional

  

Definições

  • O conceito de Psicologia Escolar/Educacional abrange a intersecção entre a Psicologia na Escola e a Psicologia da Educação. Embora haja variações sobre as definições e as reais atribuições entre Psicologia Escolar e Educacional, atribui-se à primeira o status de aplicada (visando a atuação prática) e à segunda, o de acadêmica (visando a pesquisa). Como ambas se complementam e se apóiam esta dicotomia parece ser apenas acadêmica.
  • A Psicologia Escolar tem como referência conhecimentos científicos sobre desenvolvimento emocional, cognitivo e social, utilizando-os para compreender os processos e estilos de aprendizagem e direcionar a equipe educativa na busca de um constante aperfeiçoamento do processo ensino/aprendizagem.

Objetivos 

  •  o objetivo da Psicologia Escolar/Educacional é ser um esteio para o desenvolvimento global do estudante. Através de ações com diretores, professores, orientadores, pais e os próprios alunos, o trabalho se dirige à prevenção.
  • Avaliação, diagnóstico, acompanhamento e orientação psicológica são aplicados dentro de um contexto institucional e não mais exclusivamente voltados ao aluno individualmente. Para casos que requeiram, realizam-se encaminhamentos clínicos.
O Psicólogo Escolar/ Educacional
  •  a ele cabe integrar a teia de relações e fazer parte da equipe multiprofissional, que envolve o processo ensino/aprendizagem levando em conta o desenvolvimento global do estudante e da comunidade educativa.
  • Sua participação na equipe multidisciplinar é fundamental para respaldá-la com conhecimentos e experiências científicas atualizadas na tomada de decisões de base, como a distribuição apropriada de conteúdos programáticos (de acordo com as fases de desenvolvimento humano), seleção de estratégias de manejo de turma, apoio ao professor no trabalho com a heterogeneidade presente na sala de aula, desenvolvimento de técnicas inclusivas para alunos com dificuldades de aprendizagem e/ou comportamentais, programas de desenvolvimento de habilidades sociais e outras questões relevantes no dia-a-dia da sala de aula, nas quais os fatores psicológicos tenham papel preponderante.
  • Desenvolve, apóia e promove a utilização de instrumental adequado para o melhor aproveitamento acadêmico do aluno a fim de que este se torne um cidadão que contribua produtivamente para a sociedade.
  • O Psi escolar desenvolve atividades direcionadas com alunos, professores e funcionários e atua em parceria com a coordenação da escola, familiares e profissionais que acompanham os alunos fora do ambiente escolar.

 Finalidades

 Incentivar os educadores (incluídos os próprios psicólogos) para tomada de posições políticas em relação aos problemas sociais que afligem a todos; 

Estimular a escolha deliberada e conscientemente assumida de uma atuação profissional sustentada por teorias psicológicas, cuja visão contemple o homem em suas múltiplas determinações e relações histórico-sociais; 

Assessorar a escola no desenvolvimento de uma concepção de educação, na compreensão e amplitude de seu papel, em seus limites e possibilidades, utilizando os conhecimentos da Psicologia; 

Desenvolver uma concepção de Psicologia voltada a um compromisso social; 

Propor uma concepção do fracasso escolar não como um processo individual; 

Mediar os processos de reflexão sobre as ações educativas a partir da atuação com os diversos profissionais da educação; 

Propor e apoiar a construção de novas alternativas sociais para auxiliar na administração de possíveis deficiências escolares; 

Compreender e elucidar os processos de desenvolvimento bio-psico-social dos envolvidos com a escola; 

Compreender e elucidar os processos diferenciados de desenvolvimento da aprendizagem (aprender a aprender) de cada aluno e de cada professor; 

Compreender e clarificar a construção da subjetividade (construção do Eu) em cada ambiente educacional; 

Assessorar a escola na busca da humanização do sujeito, através do encontro da cognição com a motricidade, os afetos e as emoções na educação; 

Cultivar o enfoque preventivo: trabalhar as relações interpessoais na escola, visando a reflexão e conscientização de funções, papéis e responsabilidades dos envolvidos; 

Buscar ser o mediador do processo reflexivo e não o solucionador de problemas; 

Conscientizar o indivíduo da importância de sua participação e responsabilidade nos grupos em que está inserido, como a família, a escola, o trabalho e a sociedade.

Campos de atuação do Psicólogo Educacional.

  • escolas
  • Clínicas especializadas
  • Consultorias a órgçais que necessitem de compreensãi sobre os processos de aprendizagem (Sebrae, Sesi,etc)
  • Serviços Públicos de saúde e educação
  • Trabalhos de extensão universitária e projetos de pesquisa em empresas e ONGS.
Abordagens Teóricas
  • Psicodrama: Trabalha com a recuperação da espontaneidade e criatividade inatas, tornando as pessoas mais aptas a transformar condições insatisfatórias de vida e a viver em relações de compreensão mútua.
  • Behaviorismo: Analisa o comportamento
  • Neuropsicologia: Pode auxiliar o psicólogo escolar/educacional na compreensão do funcionamento do sistema nervoso e sua aplicação na educação
  • Sistêmica: leva em conta as relações e interações no ambiente escolar: professor-aluno, aluno-aluno, funcionário-aluno, pai-filho, pais-professores, comunidade-escola; sendo que cada um desses elementos ou partes é um “sub-sistema”
  • Psicanálise: e reconhece a individualidade de cada aluno e que não existe mo - delo único, nem um sistema fixo de representações
  • Gestalt-pedagogia: tem como premissa que  a natureza humana é organizada em partes ou todos, formando um todo significativo
Focos de Intervenção
  • A Escola - aspectos administrativos.
  • Corpo docente ( professores)
  • Corpo discente ( alunos)
  • Comunidade ( Pais e Vizinhos da Escola)
Políticas Públicas e Psicologia Escolar
  • Limitações internas
  • Limitações externas.

sábado, 3 de abril de 2021

Conceituação Cognitiva

 

  • Fornece a estrutura para o entendimento de um paciente pelo terapeuta. 
  • Perguntas feitas para iniciar o processo de formulação de um caso:
    • Qual é o diagnóstico do paciente?
    • Quais são seus problemas atuais, como esses problemas se desenvolveram e como eles são mantidos?
    • Que pensamentos e crenças disfuncionais estão associados aos problemas;
    • Quais reações (emocionais, fisiológicas e comportamentais) estão associadas ao seu pensamento?

  • o terapeuta levanta hipóteses sobre como o paciente desenvolveu essa desordem psicológica particular:
      • Que aprendizagens e experiências antigas (e talvez predispo sições genéticas) contribuem para seus problemas hoje?
      • Quais são suas crenças subjacentes (incluindo atitudes, ex pectativas e regras) e pensamentos?
      • Como ele enfrentou suas crenças disfuncionais? Que meca nismos cognitivos,  afetivos e comportamentais, positivos e ne gativos, ele desenvolveu para enfrentar suas crenças disfuncionais? Como ele via (e vê) ele mesmo, os outros, seu mundo pessoal, seu futuro?
      • Que estressores contribuíram para seus problemas psicológi cos ou interferiram em sua habilidade para resolver esses pro blemas?
    • O terapeuta começa a construir uma conceituação cognitiva durante seu primeiro contato com um paciente
    "A terapia cognitiva baseia-se no modelo cognitivo, que levanta a hipótese de
    que as emoções e comportamentos das pessoas são influenciados por sua percep ção
    dos eventos. Não é uma situação por si só que determina o que as pessoas sentem,
    mas, antes, o modo como elas interpretam uma situação." (Beck, 1964; Ellis, 1962).

    • o modo como as pessoas se sentem está associado ao modo como elas interpretam e pensam sobre uma situação.
    •  A situação em si, não determina diretamente como eles sentem; sua resposta emocional é intermediada por sua percepção da situação.
    • O terapeuta cognitivo está particularmente interessado no nível de pensamento que opera simultaneamente com o nível mais óbvio e superficial de pensamento.
    PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS
    • enquanto você está lendo este texto, você pode perceber alguns níveis no seu pensamento. Parte da sua mente está focalizando as informa ções que estão no texto, ou seja, está tentando entender e integrar alguma infor mação factual. 
    • Em um outro nível, no entanto, você pode estar tendo alguns pen samentos avaliativos rápidos. Esses pensamentos são denominados pensamentos automáticos e não são decorrentes de deliberação ou raciocínio. 
    • Ao contrário, esses pensamentos parecem surgir automaticamente de repente; eles são, com fre qüência, bastante rápidos e breves.
    • Tendo identificado seus pensamentos automáticos, você pode, e provavelmente já o faz em alguma extensão, avaliar a validade dos seus pensamentos.
    •  Se você verifica que a sua interpretação é errônea e você a corrige, você provavel mente descobre que o seu humor melhora.
    AS CRENÇAS
    • Desde a infância, as pessoas desenvolvem determinadas crenças sobre si mesmas, outras pessoas e seus mundos. 
    • Suas crenças mais centrais ou crenças centrais são entendimentos que são tão fundamentais e profundos que as pessoas freqüentemente não os articulam, sequer para si mesmas. 
    • Essas idéias são consideradas pela pessoa como verdades absolutas, exatamente o modo como as coisas “são”.
    • Focar nas informações que confirmam as crenças negativas é manter a crença mesmo que ela  seja imprecisa e disfuncional para o sujeito. Leva a pessoa a interpretar a situação de forma autocrítica altamente negativa.
    "As crenças centrais são o nível mais fundamental de crença; elas são globais, rígidas e supergeneralizadas."

    "Os pensamentos automáticos, as palavras ou imagens reais que passam pela cabeça da pessoa, são específicos à situação e podem ser considerados o nível mais superficial de cognição." 

    ATITUDES, REGRAS E SUPOSIÇÕES
    • As crenças centrais influenciam o desenvolvimento de uma classe intermediária de crenças que consiste em atitudes, regras e suposições (freqüentemente nãoarticuladas).
    • Essas crenças influenciam sua visão de uma situação, o que, por sua vez, influencia como ele pensa, sente e se comporta. 
    • O relacionamento dessas crenças intermediárias com as crenças centrais e pensamentos automáticos está retratado a seguir:
    Crenças centrais-Crenças intermediárias (regras, atitudes, suposições)-Pensamentos automáticos

    Como as crenças centrais e intermediárias surgem? 

    • As pessoas tentam extrair sentido do seu ambiente desde os seus primeiros estágios desenvolvimentais. 
    • Elas precisam organizar a sua experiência de uma forma coerente para funcionar de forma adaptativa (Rosen, 1988).
    • Suas interações com o mundo e com outras pessoas conduzem a determinados entendimentos ou aprendizagens, suas crenças, as quais podem variar em precisão e funcionalidade. 
    • O mais importante para o terapeuta cognitivo refere-se às crenças disfuncionais, que podem não ser aprendidas, e às novas crenças mais embasadas na realidade e funcionais, que podem ser desenvolvidas e aprendidas através da terapia.

    A trajetória usual do tratamento, na terapia cognitiva, envolve...
    •  uma ênfase inicial sobre pensamentos automáticos, as cognições mais próximas à percepção consciente. 
    • O terapeuta ensina o paciente a identificar, avaliar e modificar seus pensamentos, a fim de produzir alívio de sintomas. Então, as crenças que estão por trás dos pensamentos disfuncionais e passam por muitas situações, tornam-se o foco de tratamento.
    • Crenças relevantes de nível intermediário e crenças centrais são avaliadas de vários modos e subseqüentemente modificadas para que as conclusões dos pacientes sobre eventos e percepções de eventos mudem. 
    • A modificação profunda de crenças mais fundamentais torna os pacientes menos propensos a apresentar recaída no futuro (Evans et al., 1992; Hollon, DeRubeis & Seligman, 1992).


    Referências:

     BECK, Judith S. Terapia Cognitiva Teoria e Prática. Artmed. Porto Alegre, 2007. Capítulo 2: Conceituação Cognitiva.




          O Método Científico

           • O método científico é empírico e exige observação sistemática e controlada. 

          • Os cientistas adquirem maior controle quando fazem um experimento; em um experimento, os pesquisadores manipulam variáveis independentes para determinar seu efeito sobre o comportamento.

          • As variáveis dependentes são medidas do comportamento usadas para avaliar os efeitos de variáveis independentes.

          • A publicação científica é imparcial e objetiva; a comunicação clara de construtos ocorre com o uso de definições operacionais. 

          • Instrumentos científicos acurados e precisos; mensurações físicas e psicológicas devem ser válidas e fidedignas.

          • Refere-se às maneiras como os cientistas fazem perguntas e à lógica e métodos usados para obter respostas. O método científico pode ser distinguido das outras abordagens, mas todas compartilham do mesmo objetivo – buscar a verdade.

          • Intuição...
            • pode ser valiosa quando não se tem muitas informações.
            • Distorce a percepção a respeito do fato.
            • Abre para julgamentos prévios, achismos e senso comum.
            • Vai na contra mão da ciência.
            • abordagem científica ao conhecimento é empírica, em vez de intuitiva.
            • abordagem empírica enfatiza a observação direta e a experimentação como um modo de responder questões.
          • Observação...
            • deve ser feita de forma cuidosa e sistemática
            • Não se deve fazer inferências a respeito de aspectos cognitivos- inteligência, sentimentos...
            • A comunicação científica deve ser imparcial, ou seja, se é possível de ser verificada, e objetiva.
          • Conceitos...
            • termo usado em referência a coisas (vi9vas e inanimadas), acontecimentos (coisas em ação) e relações entre coisas e acontecimentos.
            • O estudo dos “conceitos” é tão importante para a ciência psicológica que os pesquisadores
            • se referem a conceitos por um nome especial: construtos.
          • Construtos...
            • Um construto é um conceito ou ideia;
            •  exemplos de construtos psicológicos são:
              •  a inteligência,
              •  a depressão,
              • a agressividade 
              • a memória. 
            • Um modo de um cientista conferir significado a um construto é definindo-o operacionalmente.
          • Definição operacional...
            • explica um conceito unicamente em termos dos procedimentos observáveis usados para produzi-lo e mensurá-lo.
            • Alguns podem não gostar dessa definição operacional de inteligência, mas, uma vez que um determinado teste foi identificado, não pode haver discussão sobre o que a inteligência significa segundo essa definição. 
            • Para determinar se um procedimento ou teste diferente gera uma nova definição de inteligência, teríamos que buscar mais evidências.
            • as definições nem sempre são significativas. É significativo quando se pode fazer uso de outros tipos de evidência que corroborem par um mesmo resultado.
          • Instrumentos...
            • Indispenável para medir os fatos.
            • A acurácia de um instrumento...
              •  refere-se à diferença entre o que um instrumento diz ser verdade e o que se sabe ser verdade.
              • é determinada com calibração, ou confirmando a medida com outro instrumento que sabemos estar correto.
          • Medição...
            • Os cientistas usam dois tipos de medições para registrar as observações cuidadosas e controladas que caracterizam o método científico. 
            • Um tipo de medição científica, a medição física, envolve dimensões para as quais existe um padrão aceito e um instrumento para fazer a medição.
            • Na maior parte da pesquisa psicológica, as medições não envolvem dimensões físicas. 
            • Não existem réguas para medir construtos psicológicos como beleza, agressividade ou inteligência. Essas dimensões exigem um segundo tipo de medição – a medição psicológica.
            • De certo modo, o observador humano é o instrumento para a medição psicológica. Mais especificamente, a concordância entre diversos observadores proporciona a base para a medição psicológica.
          • As medições devem ser válidas e fidedignas...
            • validade...
              •  refere-se à “veracidade” de uma medida. Uma medida válida de um construto é aquelaque mede o que alega medir.
            • fidedignidade ou confiabilidade de uma medida...
              • é indicada por sua consistência. Podemos distinguir vários tipos de fidedignidade. Quando falamos de fidedignidade de um instrumento, estamos discutindose o instrumento funciona de maneira consistente.
              • Falar em fidedignidade é falar ..
                • se o instrumento funciona de maneira consistente
                • se as observações forem consistentes de um observador para outro
            • A validade e a fidedignidade de medidas são questões centrais na pesquisa psicológica.
          • Uma hipótese...
            • é uma explicação tentativa para algo. As hipóteses costumam tentar responder às questões “como?” e “por quê?” ou simplesmente sugerir como determinadas variáveis se relacionam.
            • é uma tentativa de explicar um fenômeno; as hipóteses testáveis têm conceitos (definições operacionais) definidos de forma clara, não são circulares e referem-se a conceitos que possam ser observados.
            • As hipóteses não serão testáveis...
              • se os conceitos a que se referem não forem definidos ou medidos adequadamente.
              • As hipóteses também não são testáveis se forem circulares. 
                • Uma hipótese circular ocorre quando um fato é usado como explicação para si mesmo (Kimble, 1989, p. 495)
              • Uma hipótese também pode não ser testável se interessar a ideias ou forças que a ciência não reconhece.
          • Objetivos do método científico...
            • visa cumprir quatro objetivos: 
            1. DESCRIÇÃO
              1. os psicólogos buscam descrever fatos e relações entre variáveis; com frequência, os pesquisadores usam a abordagem nomotética e análise quantitativa.
              2. refere-se aos procedimentos que os pesquisadores usam para definir, classificar, catalogar ou categorizar os fatos e suas relações.
            2. PREVISÃO
              • As relações correlacionais permitem que os psicólogos prevejam o comportamento ou os acontecimentos, mas não permitem que os psicólogos infiram o que causa essas relações
              • A descrição de fatos e suas relações proporciona a base para a previsão, o segundo objetivo do método científico.
          3. EXPLICAÇÃO
              • Os psicólogos entendem a causa de um fenômeno quando são satisfeitas as três condições necessárias para a inferência causal: 
                • covariação,
                •  uma relação de ordem temporal 
                • exclusão de causas alternativas plausíveis.
          4. APLICAÇÃO
            • Na pesquisa aplicada, os psicólogos aplicam seu conhecimento e métodos de pesquisa para melhorar as vidas das pessoas.
            • Os psicólogos fazem pesquisa básica para adquirir conhecimento sobre o comportamento e os processos mentais e para testar teorias.
            • Na pesquisa aplicada, os psicólogos fazem pesquisas para mudar as vidas das
            • pessoas para melhor.
              •  
          • geral, o método científico se caracteriza por ...
            • uma abordagem empírica, observação sistemática e controlada,divulgação imparcial e objetiva, definições operacionais claras de construtos, instrumentos acurados e precisos, medidas válidas e fidedignas e hipóteses testáveis.


          Construção e testagem de teorias científicas...

          • As teorias são explicações propostas para as causas de fenômenos, e variam em seu escopo e nível de explicação. 
          • Uma teoria científica é um conjunto de proposições organizadas de forma lógica, que define fatos, descreve relações entre os fatos e explica a sua ocorrência.
          • As variáveis intervenientes são conceitos usados em teorias para explicar por que as variáveis independentes e dependentes estão relacionadas.
          • As teorias científicas bem-sucedidas organizam o conhecimento empírico, orientam a pesquisa oferecendo hipóteses testáveis e sobrevivem a testes rigorosos.
          • Os pesquisadores avaliam teorias julgando a sua consistência interna, observando se os resultados postulados ocorrem quando a teoria é testada e observando se a teoria faz previsões precisas com base em explicações parcimoniosas.

          As teorias são “ideias” sobre como a natureza funciona. 
          Os psicólogos propõem teorias sobre a natureza do comportamento e dos processos mentais, bem como sobre as razões pelas quais as pessoas e animais agem e pensam de um determinado modo.



          Referências

           SHAUGHNESSY, J.J.; ZECHMESISTER, E.B.; ZECHMEISTER, J.S. Metodologia de Pesquisa em Psicologia. Métodos de Pesquisa, 9ª edição. Pensa. Porto Alegre, 2012. capítulo 2.

          Psicologia Educacional

           Definições

          • O conceito de Psicologia Escolar/Educacional abrange a intersecção entre a Psicologia na Escola e a Psicologia da Educação. Embora haja variações sobre as definições e as reais atribuições entre Psicologia Escolar e Educacional, atribui-se à primeira o status de aplicada (visando a atuação prática) e à segunda, o de acadêmica (visando a pesquisa). Como ambas se complementam e se apóiam esta dicotomia parece ser apenas acadêmica.
          • A Psicologia Escolar tem como referência conhecimentos científicos sobre desenvolvimento emocional, cognitivo e social, utilizando-os para compreender os processos e estilos de aprendizagem e direcionar a equipe educativa na busca de um constante aperfeiçoamento do processo ensino/aprendizagem.

          Objetivos 

          •  o objetivo da Psicologia Escolar/Educacional é ser um esteio para o desenvolvimento global do estudante. Através de ações com diretores, professores, orientadores, pais e os próprios alunos, o trabalho se dirige à prevenção.
          • Avaliação, diagnóstico, acompanhamento e orientação psicológica são aplicados dentro de um contexto institucional e não mais exclusivamente voltados ao aluno individualmente. Para casos que requeiram, realizam-se encaminhamentos clínicos.
          O Psicólogo Escolar/ Educacional
          •  a ele cabe integrar a teia de relações e fazer parte da equipe multiprofissional, que envolve o processo ensino/aprendizagem levando em conta o desenvolvimento global do estudante e da comunidade educativa.
          • Sua participação na equipe multidisciplinar é fundamental para respaldá-la com conhecimentos e experiências científicas atualizadas na tomada de decisões de base, como a distribuição apropriada de conteúdos programáticos (de acordo com as fases de desenvolvimento humano), seleção de estratégias de manejo de turma, apoio ao professor no trabalho com a heterogeneidade presente na sala de aula, desenvolvimento de técnicas inclusivas para alunos com dificuldades de aprendizagem e/ou comportamentais, programas de desenvolvimento de habilidades sociais e outras questões relevantes no dia-a-dia da sala de aula, nas quais os fatores psicológicos tenham papel preponderante.
          • Desenvolve, apóia e promove a utilização de instrumental adequado para o melhor aproveitamento acadêmico do aluno a fim de que este se torne um cidadão que contribua produtivamente para a sociedade.
          • O Psi escolar desenvolve atividades direcionadas com alunos, professores e funcionários e atua em parceria com a coordenação da escola, familiares e profissionais que acompanham os alunos fora do ambiente escolar 

           Finalidades

           Incentivar os educadores (incluídos os próprios psicólogos) para tomada de posições políticas em relação aos problemas sociais que afligem a todos; 

          Estimular a escolha deliberada e conscientemente assumida de uma atuação profissional sustentada por teorias psicológicas, cuja visão contemple o homem em suas múltiplas determinações e relações histórico-sociais; 

          Assessorar a escola no desenvolvimento de uma concepção de educação, na compreensão e amplitude de seu papel, em seus limites e possibilidades, utilizando os conhecimentos da Psicologia; 

          Desenvolver uma concepção de Psicologia voltada a um compromisso social; 

          Propor uma concepção do fracasso escolar não como um processo individual; 

          Mediar os processos de reflexão sobre as ações educativas a partir da atuação com os diversos profissionais da educação; 

          Propor e apoiar a construção de novas alternativas sociais para auxiliar na administração de possíveis deficiências escolares; 

          Compreender e elucidar os processos de desenvolvimento bio-psico-social dos envolvidos com a escola; 

          Compreender e elucidar os processos diferenciados de desenvolvimento da aprendizagem (aprender a aprender) de cada aluno e de cada professor; 

          Compreender e clarificar a construção da subjetividade (construção do Eu) em cada ambiente educacional; 

          Assessorar a escola na busca da humanização do sujeito, através do encontro da cognição com a motricidade, os afetos e as emoções na educação; 

          Cultivar o enfoque preventivo: trabalhar as relações interpessoais na escola, visando a reflexão e conscientização de funções, papéis e responsabilidades dos envolvidos; 

          Buscar ser o mediador do processo reflexivo e não o solucionador de problemas; 

          Conscientizar o indivíduo da importância de sua participação e responsabilidade nos grupos em que está inserido, como a família, a escola, o trabalho e a sociedade.

          Campos de atuação do Psicólogo Educacional.

          • escolas
          • Clínicas especializadas
          • Consultorias a órgçais que necessitem de compreensãi sobre os processos de aprendizagem (Sebrae, Sesi,etc)
          • Serviços Públicos de saúde e educação
          • Trabalhos de extensão universitária e projetos de pesquisa em empresas e ONGS.
          Abordagens Teóricas
          • Psicodrama: Trabalha com a recuperação da espontaneidade e criatividade inatas, tornando as pessoas mais aptas a transformar condições insatisfatórias de vida e a viver em relações de compreensão mútua.
          • Behaviorismo: Analisa o comportamento
          • Neuropsicologia: Pode auxiliar o psicólogo escolar/educacional na compreensão do funcionamento do sistema nervoso e sua aplicação na educação
          • Sistêmica: leva em conta as relações e interações no ambiente escolar: professor-aluno, aluno-aluno, funcionário-aluno, pai-filho, pais-professores, comunidade-escola; sendo que cada um desses elementos ou partes é um “sub-sistema”
          • Psicanálise: e reconhece a individualidade de cada aluno e que não existe mo - delo único, nem um sistema fixo de representações
          • Gestalt-pedagogia: tem como premissa que  a natureza humana é organizada em partes ou todos, formando um todo significativo
          Focos de Intervenção
          • A Escola - aspectos administrativos.
          • Corpo docente ( professores)
          • Corpo discente ( alunos)
          • Comunidade ( Pais e Vizinhos da Escola)
          Políticas Públicas e Psicologia Escolar
          • Limitações internas
          • Limitações externas.

          Referências:Manual de Psicologia Escolar; Educacional - Coletânea Conexão psi - Série Técnica

          Identificando Pensamentos Automáticos

          •  a interpretação de uma situação (em vez da situação em si), freqüentemente expressa em pensamentos automáti cos, influencia as respostas emocional, comportamental e fisiológica subseqüentes.

        • Pessoas com transtornos psicoló gicos, no entanto, com freqüência interpretam erroneamente situações neutras ou até mesmo positivas e, desse modo, seus pensamentos automáticos são tendenciosos.

        • CARACTERÍSTICAS DE PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS
          "Pensamentos automáticos são um fluxo de pensamento que coexiste com um
          fluxo de pensamento mais manifesto." (Beck, 1964).
          • Esses pensamentos não são peculiares a pessoas com angústia; eles são uma experiência comum a todos nós. 
          • A maior parte do tempo, nós mal estamos cientes desses pensamentos, embora com apenas um pouquinho de treinamento possamos facilmente trazer esses pensa mentos à consciência.
          • Quando nos tornamos cientes dos nossos pensamentos, podemos automaticamente fazer uma checagem de realidade quando não estamos sofrendo de disfunção psicológica.
          • A terapia cognitiva lhes ensina ferra mentas para avaliar seus pensamentos de uma forma consciente estruturada, especialmente quando eles estão aflitos.
          • Embora os pensamentos automáticos pareçam surgir espontaneamente, eles se tornam bastante previsíveis, uma vez que as crenças subjacentes do paciente sejam identificadas. 
          O terapeuta cognitivo está preocupado em identificar os pensamentos que são disfuncionais, ou seja, os que distorcem a realidade, que são emocionalmente aflitivos e/ou interferem com a habilidade do paciente de atingir suas metas.
          • Pensamentos automáticos disfuncionais são quase sempre negativos, a menos que o paciente seja maníaco ou hipomaníaco, tenha um transtorno de per sonalidade narcisístico ou seja um viciado em drogas.
          • Os pensamentos automáticos são usualmente bastante breves, e o paciente com freqüência está mais ciente da emoção que sente em decorrência do pensamento do que do pensamento em si. 
          • A emoção que o paciente sente é logicamente conectada ao conteúdo do pensamento automático. 
          • Os pensamentos automáticos estão comumente em uma forma “abreviada”, mas podem, com facilidade, ser soletrados quando o terapeuta pergunta pelo sentido do pensamento. 
          • Os pensamentos automáticos podem estar em uma forma verbal, vi sual (imagens) ou em ambas as formas.
          Os pensamentos automáticos coexistem com um fluxo mais manifesto de pensamentos, surgem espontaneamente e não são embasados em reflexão ou deliberação. 
          • As pessoas estão usualmente mais cientes da emoção associada, porém, com um pouco de treinamento, podem tornar-se cientes do seu pensamento. 
          • Os pensamentos relevantes a problemas pessoais estão associados a emoções específicas, dependendo de seu conteúdo e significado. 
          • Elas são freqüentemente breves e fugazes, em forma abreviada e podem ocorrer em uma forma verbal e/ou imaginária. 
          • As pessoas com freqüência aceitam seus pensamentos automáticos como verdadeiros, sem reflexão ou avaliação.
          •  Identificar, avaliar e responder a pensamentos automáticos (de uma for ma mais adaptativa) usualmente produz uma mudança positiva em afeto.
          • Ensinar ao paciente a habilidade de aprender a identificar pensamentos automáticos.
          • É vitale star alerta a indícios verbais e não-verbais do paciente.


          Referências:

           BECK, Judith S. Terapia Cognitiva Teoria e Prática. Artmed. Porto Alegre, 2007. Capítulo 6: Identificando os Pensamentos Automáticos.