domingo, 18 de novembro de 2018

A Psicologia em instituições médicas no Brasil - A Psicologia no Brasil.


Século XX, as preocupações psiquiátricas foram se delineando com maior clareza e delimitando suas fronteiras com a Psicologia, sobretudo na Medicina, mais especificamente na psiquiatria, particularmente em instituições asilares etc.
Surgem diversos laboratórios de psicologia em diferentes instituições psiquiátricas.  Com o tempo os conhecimentos entre ambas, psiquiatria e psicologia, foram se delimitando cada vez mais.

A saúde pública se encontrava em estado crítico no Brasil, inúmeras doenças infecto contagiosas assolavam o país., o que estava relacionada às questões de higiene, na qual médicos e psiquiatras encontraram amplo campo para aplicações de seus conhecimentos por meio da higiene mental, instância derivada da higiene em expressão geral.

OS HOSPÍCIOS E ALGUMAS INSTITUIÇÕES CORRELATAS

Teve como sustentação o ALIENISMO, que surgiu na Europa, estabelecendo como seu objeto de estudo a razão. Que não poderia ser de ordem anatômica ou fisiológica. Mais tarde soma-se ao organicismo, que trata a loucura como organicamente determinada.
O pensamento psiquiátrico conjugava com o pensamento do alienismo  e com o organicismo, através da teoria da degenerescência, calcada na concepção da determinação hereditária da loucura.
TEORIA DA DEGENERESCÊNCIA – propunha ações que extrapolavam os muros asilares, propondo a higiene e a disciplina da sociedade. Considerava um nível de hierarquia racial, estando no topo a raça ariana e na base a raça negra. A preocupação com a ordem urbana e como progresso baseavam-se nas ideias positivistas. A questão da ordem assume grande importância, devendo o asilo excluir do convívio social aqueles que não se adaptassem às normas estabelecidas, ou seja, os desordeiros.
HOSPÍCIO DO JUQUERY – Asilo provisório de alienados do estado de São Paulo, criado por Franco Rocha, empreendeu a reforma psiquiátrica ao denunciar a precariedade da assistência aos doentes mentais. Defendia uma nova instituição baseada em práticas científicas, um asilamento racional. Em 1898 já funcionavam as colônias agrícolas, foi anexado um pavilhão para crianças anormais, o laboratório histoquímico e manicômio judiciário. Defendiam a centralização da assistência psiquiátrica, para que pudessem estudar a loucura e demonstrar a penitência da teoria da degenerescência.
O hospício passa a ter preocupação de caráter social, sobretudo, no que diz respeito a força de trabalho, já que havia a preocupação de incluir essas pessoas socialmente. Técnicas “científicas” utilizadas nos hospícios: alternância de banhos frios e quentes, malarioterapia, traumaterapia, laborterapia e terapias medicamentosas, o que Juquery circuncreve sua atuação no âmbito da Psiquiatria. Pretendia demarcar nitidamente as fronteiras entre a Psicologia e a Psiquiatria.
É preciso reconhecer que ambas, Psicologia e Psiquiatria tratam enfoques e fundamentos diversos, bem como, fenômenos de uma mesma natureza.

HOSPITAL NACIONAL DOS ALIENADOS

Administrado pelo Estado, em 1902 após detectados inúmeros problemas na instituição, foi nomeado para sua direção JULIANO MOREIRA, cuja prática inaugura “ uma psiquiatria cujos fundamentos teóricos, práticos e institucionais constituíram um sistema psiquiátrico coerente. ” (COSTA, 1976, P.26). Primeiro hospício do Brasil que trato a loucura do ponto de vista médico. Em 1907 ele criou o segundo laboratório de Psicologia no Brasil (Laboratório de Psicologia Experimental da Clinica Psiquiátrica do Hospital Nacional de Alienados). Foi criado um setor que deveria abrigar os criminosos loucos. Nesse hospício fica explícito o vínculo com a Psicologia, passando a ser uma instância produtora de conhecimento psicológico.

COLÔNIA DE PSICOPATAS DO ENGENHO DE DENTRO

Fundada no Rio de Janeiro na década de 10, contribuiu para Psicologia através de seu laboratório, que mais tarde se tornou Instituto de Psicologia subordinado ao Ministério da Educação e Saúde Pública, em 1932. Em 1937 foi incorporado à Universidade do Brasil para contribuir com as Faculdades de Filosofia, Ciências, letras, educação e política e economia.
A extensa produção do laboratório demonstra em relação aos asilos anteriormente citados, um grande avanço no reconhecimento da autonomia científica e prática da Psicologia do Brasil. A Psicologia é vista como campo do saber próprio de conhecimento e ação.
Haviam três elementos particularmente significativos: preocupação com a formação de psicólogos e a difusão do conhecimento psicológico; o trabalho clínico e a aplicação da Psicologia nas questões do trabalho.
O laboratório das colônias deram as primeiras contribuições nas psicoterapias, vindo mais tarde a se tornas um importante campo da Psicologia. Também contribuiu com a organização do trabalho, através da utilização de testes para fins de seleção e orientação profissional.
Radecki foi autor de grande parte dos trabalhos produzidos no laboratório, quando não colaborador e orientador. Ministrou inúmeros cursos e conferências, com grande influência na difusão da Psicologia no Brasil, além de outros colaboradores, inclusive na psicanálise.
Foi umas das mais importantes colônias de Psicopatas do Engenho de Dentro, consolidando a Psicologia na área do saber como ciência.
LIGA BRASILEIRA DE HIGIENE MENTAL E INSTITUIÇÕES CORRELATAS

Fundada em 1923 por Gustavo Riedel, com grandes psiquiatras e intelectuais da época. Tinha como objetivo a melhoria da assistência ao doente mental. Em 1926 esse objetivo foi cedendo lugar para a profilaxia e à educação dos indivíduos. A preocupação transferiu-se do doente para o norma, da cura para a prevenção, ampliando seu raio de ação na sociedade, o que intensificou o racismo no Brasil, responsabilizando os negros pelo atraso do país. A ignorância era vista como uma das mais graves doenças sociais, além da problemática das relações de trabalho.
 Em 1932  Liga propôs ao Ministério da Educação e Saúde Pública, a presença obrigatória de gabinetes de Psicologia, junto às clínicas psiquiátricas. Em 1926 a Liga Paulista fundada por Pacheco e Silva, articulava questões ligadas a organização do trabalho como obtenção de conhecimentos a respeito das funções psicológicas presentes no exército profissional: funções psicomotoras, memória atenção, julgamento. Essas práticas estavam voltadas para o indivíduo considerado normal.
O Instituto de Higiene de São Paulo , dirigido por Geraldo Paula Sousa em 1926l organizou grupos de estudos de Psicologia Aplicada, com médicos, educadores e engenheiros. Em 1938 criaram a escola especial para crianças portadoras de deficiência mental, uma clínica de orientação infantil.
A concepção das Ligas de Higiene Mental não tinham conteúdos unânimes. Havia a concepção autoritária da Psiquiatria, e a Psicologia se encontra nesse contexto como detentora do saber e do corpo de técnicas, especialmente  psicométrica, numa versão bastante próxima das atuais.

MOVIMENTO PSIQUIÁTRICO DE RECIFE
Tem como alicerce as ideias de Ulysses Pernambucano, caminhando contra o pensamento psiquiátrico e contribuindo para a educação Ulysses foi discípulo de Juliano Moreira, mas sua prática se distanciou das práticas psiquiátricas.
Em 1924 foi nomeado diretor do Hospital de Doenças Nervosas e Mentais de Recife, onde aboliu os calabouços e as camisas de força. Implantou a praxiterapia e criou o Pavilhão de Observações, o Laboratório de Análises e  pavilhão de Hidroterapia, com sistema de internato acadêmico para jovens médicos estagiarem.
Ulysses desenvolveu estudos sobre os negros africanos no Brasil, contrariando a teoria da degenerescência, criando a Liga de Higiene Mental de Pernambuco, buscando a melhoria da assistência aos doentes mentais. Criou então a Escola para anormais em 1936.
Para ele, a doença mental era concebida como situação existencial, resultante do processo psicológico, considerando o sujeito como agente desse processo e admitindo os fatores sociais como co-determinantes, o que justifica a concepção da Psiquiatria Humanista, conferida por Jamesson Freire Lima ao trabalho de Pernambucano. Contribuiu com o Instituto de Psicologia mais tarde Instituto de Seleção e Orientação Profissional.

 MEDICINA LEGAL, PSIQUIATRIA FORENSE E CRIMINOLOGIA

A concepção psiquiátrica pretendia abarcar as questões sociais e controla-las para eliminar a desordem dos conflitos. Pretendia obter meios de controle efetivos sobre os desordeiros, combatendo o alcoolismo, jogo, prostituição, crime, de onde se começou a articular a psiquiatria a criminalidade.
Criou-se em 1921 o Manicômio Judiciário, Com direção de Heitor Carrilho. Procurava enfocar o crime sob a ótica individual e não social. Como isso afirmou que não era possível fazer direito penal sem a participação dos médicos, o que acabou psicologizando a interpretação do crime. A sociedade era vista como vítima do indivíduo criminoso. Desenvolveu artigos para a prática do Direito Positivo, principalmente no que diz respeito a pratica psiquiátrica e psicológica, tais como: taxonomias, categorias e classificações das doenças mentais. Defendia a ideia de uma ficha de informações biopsíquico para cada preso, além de exames e relatório.
A Medicina Legal, a Psiquiatria Forense e a Criminologia demonstram a importância da Psicologia como uma de suas ciências auxiliares, contribuindo para o seu desenvolvimento.

TESES DE DOUTORAMENTO DAS FACULDADES DE MEDICINA
Houve um aumento de teses que tratavam de temas psicológicos tais como emoções, inteligência e Psicofisiologia, a partir de 1890, em que a Psicologia já era considerada ciência autônoma.
1890 foram apresentadas três teses com o tema “ Das Emoções” de Veríssimo Dias de Castro, Manuel Pereira de Melo Morais e Adolfo Pochat Assis.
1891 a tese tinha como tema “Estudo psicoclínico da afasia” de Odilon Goulart.
1894 “A memória e a personalidade”, estudo pioneiro sobre a  memória de Alberto Seabra.
1902, “Etiologia das formas concretas da religiosidade do norte do Brasil” de Oscar Freire.
1900 “ “Duração dos atos psíquicos elementares”  de Henrique Roxo.
1907  “Métodos da Psicologia  de Maurício Campos de Medeiros.
1911 “ Associação de Ideias” de Plínio Sodré de Plínio Olinto.
1914 “ Da Psicanálise a sexualidade nas neuroses” de Genserico Aragão de Sousa Pinto.
1931 as teses deixam de ser obrigatórias. E essas teses acima constituem-se numa das mais evidentes conquistas de autonomia por parte da Psicologia no Brasil.


A GUISA DA SÍNTESE

A evolução do pensamento psicológico no interior da Medicina até o século XIX, preparou o térreo para que a prática e o conhecimento da Psicologia se desenvolvessem a tal ponto que passando a ciência do conhecimento e ação efetivamente no século XX.

A Medicina, portanto, contribuiu diretamente para que a Psicologia constituísse seu próprio espaço, evidenciando a importância de cada conhecimento psicológico como instrumental para a Medicina, devido as necessidades sociais que demandavam na época.

sábado, 17 de novembro de 2018

A Psicologia em Instituições Educacionais - A Psicologia no Brasil

A Psicologia tornou-se necessária como ciência básica e instrumental para a Pedagogia, colaborando para o desenvolvimento prático e teórico para a Educação. Posteriormente se expandiu pela Organização do Trabalho e Atendimento clínico nos serviços de orientação infantil.

Nos asnos iniciais da República, houve grandes influencias das ideias positivistas e liberais sobre o pensamento brasileiro em geral e sobre o pensamento educacional em especial. No plano educacional surgem as ideias do cientificismo  e no humanismo, penetrando no fundamentos da organização escolar.

Os defensores do positivismo pretendiam difundir suas ideais por meio da educação escolarizada. A reforma Benjamim Constant em 1890, propunha a liberdade, a laicidade e a gratuidade do ensino primário em consonância com a orientação constitucional., introduzindo disciplinas de natureza científica, como a substituição da filosofia pelas disciplinas Psicologia e lógica.

Percebeu-se que as ideias propostas nos modelos europeus e norte-americanas, estavam dissociadas da realidade brasileira, não levando em conta as necessidades concretas da realidade brasileira.

Os grades problemas educacionais enfrentados foram analfabetismo, 2/3 da população em idade escolar estavam fora das escolas. Surge a escola primária, a escola secundária deu-se basicamente pela rede privada de ensino.

Século XX foi marcado por maior desenvolvimento urbano-industrial, e a industrialização massiva exigia cada vez mais indivíduos mais especializados, capacitados. Ampliou-se o número de escolas elementares e do combate ao analfabetismo. As teorias pedagógicas, preocupadas com o processo de ensino aprendizagem  - escola novismo - penetraram sistematicamente no Brasil, junto a teorias e técnicas da Psicologia.

Surgem dois grandes movimentos educacionais: de difusão a educação, cujo precursor foi Manoel Bonfim,  e a influência do escola novista no pensamento pedagógico. Manoel Bonfim tinha como principal determinante do atraso do país, a ignorância historicamente imposta pelas classes dominantes ao povo brasileiro, como num processo de alienação educacional pela  maioria. Além disso, havia muita discriminação em função das diversidades de raças, a presença da raça negra, considerada na época, como uma raça inferior pelas elites, porém, ele já tinha uma percepção de essa ideia era equivocada, e intensificavam os problemas do país.

A defesa da educação do país foi motivada por alguns intelectuais e políticos por considerarem a ignorância a causa do atraso do Brasil e o analfabetismo nacional uma vergonha. Alguns como Antonio carneiro Leão, defendia a ideai de que não deveria ser difundida qualquer tipo de instrução, mas sim, a instrução profissional ligada ao comércio e à indústria, achava que a mera alfabetização poderia ser perigosa, já que ao sair do estado de ignorância o povo ameaçaria os privilégios da classe dominante.

Surge o escolanovismo, movimento pedagógico, educacional  favor da difusão da instrução, porém, com a sustentação teórico-prática. Seu projeto baseava-se nas ideias da modernidade, exigindo um novo perfil do homem para educação.

Década de 20 surgem os primeiros profissionais voltados especialmente para a Educação, como Lourenço Filho (Um dos primeiros psicólogos brasileiros), Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira e outros. Com isso a Psicologia tornou-se, exigência vital para a educação no escolanovismo, pois essa ciência deveria ser capaz de fornecer muitos dos subsídios teóricos  e arsenal técnico para instrumentalizar a ação educativa. A Psicologia torna-se o pilar de sustentação cientifica para essa concepção pedagógica. Foram introduzidas os processos de desenvolvimento psíquico, da aprendizagem, da dinâmica das relações interpessoais, da personalidade, das vocações, aptidões, motivações, etc.

PEDAGOGIUM - constituído inicialmente como museu pedagógico, cuja ideia inicial partiu de Rui Barbosa, tinha como finalidade fazer reformas e melhoras para a educação nacional. Em 1897 o Pedagogium passa a ser um centro de cultura superior aberto ao público. Em 1906 foi criado o primeiro laboratório de psicologia experimental no Brasil, que durou por 12 anos soba  direção de Manoel Bomfim.

INSTITUTO DE PSICOLOGIA DE PERNAMBUCO - Criado em 1925 por Ulysses Pernambucano. Foi transferido em 1929 para o setor de Educação, anexo à secretaria de Justiça e Instrução de Pernambuco, passando a se chamar Instituto de Seleção e Orientação Profissional. Ulysses implementou a educação para "deficientes mentais". Criou a Escola para anormais e outras escolas para deficientes mentais, sempre vinculada à ação psiquiátrica.

ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO PEDAGÓGICO DE BELO HORIZONTE - surge no final da década de 20, essa escola de aperfeiçoamento foi uma realização pertinente à Reforma do Ensino de Minas Gerais, empreendida por Francisco Campos. Promoveu diversos cursos para os Docentes iminentes da Psicologia na época. Soba responsabilidade de Antipoff foi criado o laboratório de Psicologia  para subsidiar rumos educacionais em Minas Gerais, sobretudo na formação de docentes. Junto a essa escola foi criada uma classe especial de "deficientes mentais", germe de diversas escolas desse ripo e da Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais.

ESCOLAS NORMAIS - uma das mais importantes contribuições esperadas para  o estabelecimento da Psicologia científica no Brasil. Muitos profissionais da Pscologia iniciaram nessas escolas. As primeiras escolas normais surgem no século XIX, mas somente a partir do sec. XX,  a Psicologia surge de forma sistemática em seu currículo. Em 1928 por decreto a disciplina Psicologia foi inserida nos currículos das Escolas Normais, de todas as cidades brasileiras.

A PSICOLOGIA NAS OBRAS PEDAGÓGICAS E PSICOLÓGICAS

As obras tratam da Psicologia relacionada ao ensino normal, porém, são valorosas para compreensão da Psicologia no Brasil., já que a Psicologia serve pilar científico para o processo de ensino aprendizagem

Século XX, a Psicologia emergiu como ciência por intermédio dos conhecimentos produzidos na Europa e nos Estados Unidos. A Pscologia se expande no Brasil, surgem novos laboratórios de pesquisas, por conta das ideias do escolanovismo relacionado a Psicologia Brasileira, já que esta deveria subsidiar  as transformações das escolas, as relações entre professores e alunos, o processo de ensino-aprendizagem, modernização metodológica, organização e classes, o desenvolvimento da criança, enfim, a Psicologia se torna o maior braço científico e técnico da nova concepção de Educação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
A Psicologia do Brasil - Leitura histórica sobre sua constituição.

Olhares de Madre Cristina - Leitura Fílmica




A doença mental se caracteriza pela capacidade do homem se comprometer.
O filme trás relatos que contam a história de Madre Cristina. Gostava da Vida, era uma moça muito alegre. Entrar no convento foi uma surpresa para todos, mas foi o meio que ela encontrou para ajudar as pessoas.
Mostra o lugar em que ela vivia, bem como, seus hábitos diários.
Se formou em 1940 em Pedagogia e Filosofia, pois não existia Psicologia. O nome Psicologia era um nome pejorativo sempre era relacionado a algo mítico, ligado a adivinhações.
Elas enviavam para o Governo tudo que o Governo exigia de conteúdo, entretanto, quando estava em sala de aula, ensinava conteúdos de Psicologia.
Trabalhavam a ludoterapia ou psicoterapia lúdica, terapia através de jogos.
Ela convidava as pessoas que também pensavam como ela para ensinar, mesmo contrariando o que o governo queria que ensinasse.
Ela estudava em torno de 12 a 14 horas por dia.  Desenvolveu um modelo psicológico para dar aula sobre ludoterapia.
1950 falar com um cliente já era um escândalo público. Madre Cristina tinha uma mente aberta.
Quando anunciou que ia abrir uma clínica, as pessoas perguntavam se tinha louco lá.
Livro inicial de cabeceira: Freud
Eram somente 6 pessoas que trabalhavam em prol desse objetivo. Como as pessoas eram muitas começaram a fazer terapia de grupo, contrariando o que a psicanálise pregava. Surge a Terapia de Grupo para atender à população mais carente.
Tinha uma “caixinha”, dava às mães,  para que as mâes pudessem levar as crianças para a clínica.
As irmãs que conviveram com a Madre Cristina, contam que ela estava sempre a frente. Ninguém podia dizer que era psicóloga naquela época.
A Madre Cristina sempre aparece na história da Psicologia, grande fundadora da Psicologia no Brasil.
Foi acusada de ser comunista em 1964. Era uma revolucionária, contra o sistema político da época.  Muitos padres foram presos.  Revela ter sido a época mais negra  que a madre viveu. Escondia clandestinos na clínica.  Os policiais nunca tinham entrado na clínica. Salvou a vida de muitas pessoas, evitando que muitas pessoas fossem mortas durante  ditadura militar.
Visou presos no Barro Branco, e foi proibida pelos soldados de baionetas. Ela disse que ia visitar os presos, enfrentava os policiais e eles acatavam o que ela dizia.
Lei do silencia. Arrumou uma foto de uma mulher com pano amarrado na boca que já dizia que ela não podia falar nada. Sofria de enxaquecas terríveis, dormia pouco. Escutava notícias todas as noites. Chorava muito.
Em 1974 após as eleições a Madre Cristina disse que havia chegado a hora de lutar pela Anistia. Surgem os movimentos iniciais inclusive o movimento feminista. Começa a não usar habito. Estava sempre a frente pelas suas ideias e pela sua fé.
Interessada pelo Marxismo, e voltou ao Brasil com uma linguagem marxista. As religiosas não queriam mais faculdade e entregaram para a PUC. Rompeu com a PUC e criou o Instituto SEDES Sapiência. Criou 22 cursos diferentes de especialização.  A ideia era que o SEDES fosse uma espaço em que as pessoas poderiam pensar a transformação da sociedade. Era um Instituto livre sem intervenção do MEC.
Pretendia preparar os pais do Brasil para lidar com seus filhos.
1984 – Campanhas diretas já, fala ao povo em palanque: Fala Brasil! Dizendo que seu povo é muito ordeiro.
Entende a esquerda como aqueles que querem uma transformação, são os progressistas. Cada pessoa que passa pelo mundo tem a obrigação de dar sua contribuição criando coisas novas e não reproduzindo o que já existe.
Acolheu o primeiro movimento sem-terra, era uma militante sem se envolver diretamente. Ajudou muito ao movimento da esquerda, dava muitas palestras e ainda orientava aqueles que a buscavam para esclarecimentos políticos.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Museu do inconsciente - A importância da atividade para a cura dos doentes mentais!


Imagens do Inconsciente - Nise da Silveira
O trabalho não é visto de maneira servil, mas como algo que exprime a alma da pessoa que o executa.




Memória

GRATIDÃO À NOSSA MEMÓRIA!



É responsável pelo tempo.
Define o tempo em que se vive.
Somos em parte, aquilo que lembramos.
Armazém de aprendizagem tanto das coisas boas como das coisas ruins.
Graças a ela atividades cotidianas podem ser lembradas, tais como, simplesmente  vestir-se, cozinhar, andar de bicicleta, etc.
Permite o autoconhecimento.

MEMÓRIA É...

Aprendizagem que persiste através do tempo. Persistência do aprendizado ao longo do tempo por intermédio do armazenamento e da recuperação das informações."

RETENÇÃO DA MEMÓRIA

A aprendizagem possui três  medidas de retenção:

  • RECORDAÇÃO- recupera informações  que foram aprendidas antes, mas que, não estão mais no consciente da pessoa. Teste para a recordação- uma pergunta para preencher lacunas.



  • RECONHECIMENTO- identifica itens aprendidos anteriormente. Teste de reconhecimento: pergunta de múltipla escolha. A memória de reconhecimento é muito rápida e vasta, ou seja, determinadas perguntas, a mente já sabe que sabe a resposta, antes que a resposta se forme em nossa boca.

  • REAPRENDIZAGEM- aprender algo mais rapidamente quando já aprendeu antes, está reaprendendo em outro momento. A velocidade de reaprendizagem também revela a memória. O ensaio adicional (super aprendizagem) baseado na repetição, aumenta a retenção do conteúdo na memória. Logo, na reaprendizagem nós lembramos mais do que podemos recordar.
Para os psicólogos, o sistema de memória humano é descrito a partir da criação de modelos de memória que ajuda a entender como o nosso cérebro forma e recupera memórias.



PROCESSO OCORRIDO NA LEMBRANÇA DE UM EVENTO QUALQUER:


CODIFICAÇÃO - Conduz a informação ao cérebro. Nesse ocorre o processamento da informação dentro do sistema de memória.

ARMAZENAMENTO - Retém a informação  codificadas ao longo do tempo.

RECUPERAÇÃO - Processo de regate da informação que está armazenada na memória.



TIPOS DE PROCESSAMENTO DA MEMÓRIA:

No PROCESSAMENTO PARALELO ocorre o processamento de muitos problemas simultaneamente,o cérebro processa informações em muitas funções. Parte dessas informações são processadas inconscientemente. O processamento simultâneo de informações da memória ocorrem por meio das redes neurais interconectadas. Toda vez que você aprende algo novo as conexões neurais mudam, permitindo a interação com o meio que sofre constantes mutações.

No PROCESSAMENTO EMPENHADO (EFFORTFUL ocorre uma codificação que exige  atenção e esforço consciente.

No PROCESSAMENTO AUTOMÁTICO codificação inconsciente de informações incidentais como espaço, tempo, frequência e de informações bem aprendidas como significado de palavras.



DIFERENTES ESTÁGIOS DA MEMÓRIA (Richard Atkinson e Richard Shiffrin, 1988).


MEMÓRIA SENSORIAL - lembrança imediata e muito fugaz de informações sensoriais no sistema de memória. Onde registramos as informações  a serem lembradas. É ela que alimenta a memória de trabalho ativa, registrando IMAGENS MOMENTÂNEAS OU ECO DOS SONS.


MEMÓRIA DE CURTO PRAZO - Memória que retém pouca coisa em pouco tempo. Ex.: gravar um número para discar na hora. A informação é processada  na MCP, onde será CODIFICADA por REITERAÇÃO.


MEMÓRIA DE LONGO PRAZO - Armazenamento relativamente permanente e limitado  de memória, incluindo HABILIDADES do CONHECIMENTO e EXPERIÊNCIAS. São armazenadas para serem lembradas posteriormente. Ocorre com CONCENTRAÇÃO FOCADA, ATENÇÃO CONCENTRADA.




ESTÁGIOS DA MEMÓRIA acrescentados por Barroulillet; Engle; Alan Baddeley:


MEMÓRIA DE TRABALHO - Trata-se de um entendimento mais recente da memória de curto prazo, cujo foco é o PROCESSAMENTO ATIVO E CONSCINETE onde as informações são recebidas pela audição ou pela percepção visual e espacial e das informações recuperadas da memória de longo prazo.

MEMÓRIA EXPLÍCITA - quando a pessoa lembra da informação CONSCIENTEMENTE e CONSEGUE DECLARAR.  São codificadas através do PROCESSAMENTO EMPENHADO CONSCIENTE, que ocorre SEM ESFORÇO você consegue ler  frases escritas de trás para frente. No início exige esforço mas a prática o tornará um processamento automático.

Exemplos: 
  • ocitámotua ranrot es edop oçrofse moc otnemassecorp o
  • etneicsnoc odahnepme otnemassecorp iussop aticilpxe airómem a
  • etneicsnocni odahnepme otnemassecorp iussop aticílpmi airómem a
  • etneicsnoc e oticílpmi otnemassecorp iussop ohlabart ed  airómem a


MEMÓRIA IMPLÍCITA - a pessoa retém habilidades aprendidas, associações condicionadas, independente de ter consciência. É uma memória NÃO DECLARATIVA. São codificadas por meio do PROCESSAMENTO AUTOMÁTICO INCONSCIENTE.
Inclui a MEMÓRIA PROCEDURAL para HABILIDADES AUTOMÁTICAS como andar de bicicleta por exemplo. SEM ESFORÇO CONSCIENTE, processamos automaticamente informações sobre:

  • ESPAÇO - codificar o local da página do livro onde se encontra o conteúdo e mais tarde acha-lo.
  • TEMPO - No decorrer do dia, involuntariamente percebe-se a sequencia dos acontecimentos.
  • FREQUÊNCIA - Sem muito esforço, consegue acompanhar quantas vezes aconteceu algo.







Inocência Roubada: Os riscos da adultização infantil no Brasil - Aluna Itinerante

    Relatório como atividade de avaliação para obtenção de nota na disciplina de Socioantropologia, d do 2º semestre, do curso de Psicologia.



Resumo
Esse relatório trata das questões relacionadas à adultização erótica infantil, como motivo de grande preocupação sobre a saúde biopsicossocial da infância, no Brasil. Dentro desse contexto, que tem motivado profundas reflexões sobre as consequências da adultização como influência do comportamento infantil, faz-se necessário entender as causas e motivações que contribuíram para a banalização da erotização precoce nas crianças.
          Palavras-chave
          Criança; Adultização; Infância; Desenvolvimento; Inocência.

Introdução

As causas e motivações da adultização infantil, podem ser observadas nas relações de convivência do homem na sociedade em que vive, sobretudo, nos diferentes meios de acesso às informações, que as crianças da contemporaneidade vem dispondo, em seu cotidiano social.

Daí a necessidade de se conhecer os fatores socioantropológicos que contribuíram para se chegar a esse panorama dramático da adultização infantil no Brasil, bem como, conhecer como a sociedade tem contribuído para amenizar os efeitos da erotização infantil através da saúde pública, com ênfase na prevenção e intervenção da criança erotizada.
Esse relatório tem por finalidade, levantar o panorama da realidade brasileira, no que tange a adultização erótica infantil, elucidando os meios viáveis a proteção da criança, quando esta tem, a sua infância roubada.

1.    Desenvolvimento
Para se obter uma maior compreensão da criança em si, é preciso se reportar à Psicologia do Desenvolvimento que abrange o desenvolvimento físico, cognitivo, e social ao longo da vida, com ênfase no modo pelo qual a herança genética ou natureza interage com as experiências ou cultura da criança no meio em que vive, entendendo que “Natureza é tudo que um homem traz consigo para o mundo; cultura é qualquer influência que o afeta após seu nascimento. ” (Francis Galton, English Men os Science, 1874). (MYERS;DEWALL, 2017, pg.146).
Sabe-se que há diferentes fases de desenvolvimento do homem, desde a sua concepção até a idade adulta. Entretanto, tendo como objeto de estudo a criança no processo de adultização erótica no âmbito social, torna-se importante compreender inicialmente, seu desenvolvimento para depois, mostrar como a sua interação com as diferentes culturas podem lhe roubar a infância.
O desenvolvimento se dá em diferentes estágios, tanto no que diz respeito ao amadurecimento biológico como também, psicológico, e esses estágios de desenvolvimento podem se dar de forma estável como é o caso do temperamento das pessoas, como através de mudanças, o que acontece por meio da interação com diferentes culturas, ao longo da vida.
Segundo Piaget, que estudou o desenvolvimento cognitivo das crianças (MYERS; DEWALL, 2017), a mente de uma criança se desenvolve através das atividades mentais ligadas a pensar, conhecer, lembrar e se comunicar, levando-o a concluir que a mente da criança não era igual a mente de um adulto em miniatura, cabendo aqui a reflexão sobre o comportamento adulto que vem roubando a infância da criança, na convivência da atual sociedade. Piaget sustentava que os estágios de desenvolvimento da mente, por exemplo, de uma criança de 8 anos eram diferentes da de 3 anos, uma não pensa nem aprende, da mesma forma que a outra, o que a de 8 anos já compreende, não é possível se compreender aos 3 anos de idade. Portanto, é através dessa interação com o mundo de diferentes culturas que as pessoas vão se ajustando, se adaptando ou ainda, se acomodando a diferentes mudanças de comportamentos.
Na infância, entre os 2 e 7 anos de idade, a criança vivencia o estágio pré-operacional, no qual ocorrem as representações das coisas com palavras e imagens. Tudo que se fala e se vê acabam sendo reproduzidos pela criança, de tal sorte que os pais têm grande responsabilidade na conclusão desse estágio, onde os valores sólidos do exemplo, daquilo que se fala e como se fala, bem como, daquilo que se permite a criança assistir. É nesse contexto, que as diferentes culturas, expostas pelos diversos meios de comunicação, redes sociais, internet em geral, têm ganho papel de destaque na influência do comportamento infantil rumo à erotização com prejuízo da infância. Atualmente, é muito comum se ver crianças nessa faixa etária, assistindo programas inadequados, ouvindo músicas com palavras desapropriadas, e muitas vezes, incompreendidas pela criança. Por outro lado, os pais ignorantes, quanto ao processo de aprendizagem da faixa etária por meio das palavras e imagens, acabam permitindo a interação da criança com a cultura adulta, negligenciando a capacidade de aprendizado da mesma, por se ter pouca idade.
Entre os 7 e 11 anos de idade a criança vivencia o estágio que Piaget chama de operacional concreto, no qual pensa logicamente a respeito de eventos concretos e entende analogias. Ai a criança começa a despertar para a  consciência dos fatos, e a raciocinar com coerência, podendo distinguir o certo do errado, o conveniente do inconveniente, a verdade da mentira, o que certamente, garante a ela a capacidade de compreender conteúdos adultos implícitos em insinuações musicais, programas inadequados a faixa etária, e obviamente, os conteúdos explícitos assistidos ou escutados, que irão corroborar para a adultização precoce da criança, entretanto, ainda não têm uma dimensão lógica, racional sobre o potencial moral maduro que lhe possibilite discernir coerentemente no contexto.  Contudo, a partir dos 12 anos de idade, inicia-se a fase da puberdade, na qual começa a refinar o gosto pelo que lhe agrada, a testar papéis, para posteriormente, formar a sua identidade, fase em que apresentam grande confusão sobre quem realmente são. E nessa fase, as diferentes formas de culturas com as quais interagem na família ou em sociedade, será determinante para leva-la a um comportamento erotizado ou não na infância.
Karl Marx (1818-1883), muito preocupado em compreender a sociedade e a forma como o homem se comportava na sociedade, já afirmava que a Ideologia abrange o conjunto de ideias, pensamentos, doutrinas e visões de mundo numa sociedade, mas observou que essa ideologia era instrumento de dominação, quando impõe crenças falsas ou ilusórias, fazendo com que o indivíduo não perceba sua realidade pessoal, sem tomar consciência de sua realidade social. Portanto, influências culturais que fomentam a erotização infantil no Brasil, como os programas de televisão com conteúdo adulto, as redes sociais com facilidades múltiplas de acessos, as famosas séries disponíveis nos canais fechados, os diferentes gostos musicais que insinuam conteúdos sensuais, quando não eróticos, acompanhados de um ritmo e danças, igualmente sensuais e erotizados, certamente reproduzem o que Marx chamou de alienação, onde o sujeito alienado, nesse contexto, é a própria criança, que por si só, não tem ainda o discernimento para tomar consciência, dessa adultização, culminando para a  intitulada “infância roubada”.
Com essa facilidade de acesso, se torna cada vez mais precoce, o despertar das crianças para conteúdos adultos, sobre os quais ainda não se encontram plenamente preparadas e desenvolvidas, para enfrentar os desafios de uma sexualidade precoce, o que tem trazido graves consequências para essas crianças, tanto no seu desenvolvimento infanto-juvenil quanto na idade adulta.
Observa-se um processo crescente de adultização infantil, como forma de socialização de crianças para atender por exemplo, a um determinado mercado consumidor, como pode ser visto, na confecção de sutiãs com enchimento para crianças; batons produzidos especificamente para crianças, sapatinhos com saltos entre outros acessórios, e vestuário adulto, sensual reproduzido em miniaturas, direcionados a este público. Esse mercado consumidor em crescente e contínuo propósito de intensificar o consumo, culmina para o que Karl Marx, chamou de sociedade do ter, cujos valores estão pautados no consumo e nas trocas comerciais, e não na sociedade do ser, cujos valores estão pautados na dignidade humana.
Importante ressaltar, a responsabilidade dos pais e ou responsáveis que contribuem, mesmo que inconscientemente, para a adultização infantil, sem a preocupação dos efeitos sociais que trarão consequências para a criança. E considerando que a criança é produto do meio em que vive, abrangendo as células da família e sociedade, pode-se considerar que seus responsáveis também se encontram envolvidos no processo de alienação, muitas vezes incapacitados de perceber as consequências negativas que a erotização infantil traz não só para a infância, também, por toda a vida da criança.
Outro aspecto interessante de se observar, é que mesmo considerando a responsabilidade dos pais e ou responsáveis sobre a criança, existem os fatores sociais, cujo acesso cada vez mais amplo, vai influenciando as formas-pensamentos das crianças, repercutindo inevitavelmente em suas atitudes, nas quais buscam reproduzir o que admiram como modelo no adulto, o que se pode ver, através dos supostos ídolos, que influenciam num padrão de comportamento, estereotipado, até mesmo, estigmatizado, que irão culminar para criança adultizada, reproduzindo comportamentos, modo de se vestirem, maneira de falar. Para Marx, essa realidade mostrar que o indivíduo, no caso a criança, não pensa e faz aquilo que ela quer, até porque ainda não tem discernimento para tomar consciência do que faz, mas seria algo que alguém quer que ele pense e faça, e esse alguém se reflete numa sociedade de valores consumistas em detrimento de valores morais, com os quais deveriam seus pais e responsáveis estarem buscando. E, é claro que, como Marx bem afirmou, seus pensamentos e ações acabam se voltando contra a própria criança, no caso, já que se tornam alvo de uma erotização que potencializa as oportunidades de serem violentadas sexualmente.
Skinner (MYERS; DEWALL, 2017), através de sua Teoria da Aprendizagem, tinha como preocupação principal o comportamento humano, sobre o qual observava, que reforços negativos contribuem para que o mal comportamento não volte a ocorrer; em contrapartida, o reforço positivo, deve ser dado ao comportamento positivo, para que este, volte a se repetir.  Muito oportuna, a questão dos estímulos que os pais e a sociedade disponibilizam no cotidiano infantil, para que comportamento adultos, se reproduzam em atitudes infantis inconscientes. Há, portanto, uma clara inversão de valores na sociedade contemporânea, que reforçam positivamente, comportamentos inadequados à faixa-etária infantil, roubando-lhe a sua inocência, e empurrando-lhe para a violência sexual iminente do mundo adulto, que corrobora para a gravidez precoce, aquisição de doenças sexualmente transmissíveis, estupros e consequentes abortos, sem aqui mencionar os profundos danos psicológicos, que irão permear a por toda a vida, dessa criança.

2.    Apresentação do tema-eixo e problema (questão norteadora);
            Esse relatório tem como tema-eixo a Infância, cujo temaInocência Roubada – Os riscos da adultização erótica em crianças no Brasil”, propõe uma reflexão sobre os impactos da erotização precoce sobre a infância brasileira.
Se, por um lado, a criança não é considerada socialmente um ser completo, por outro, na perspectiva de sua inserção na cultura, ela exerce grande influência no consumo daquilo que lhe é sugerido como opção. Deve-se, no entanto, atentar em sua entrada no mercado de consumo originalmente voltado para o público adulto. Antes dos 12 anos, os indivíduos não estão capacitados para distinguir no conteúdo com discernimento. As crianças acreditam que os conteúdos expostos são para a sua felicidade, por isso, vê-se crianças reproduzindo inocentemente, comportamentos adultos em danças (feet dance, funks, axés, etc.); vê-se crianças reagindo com palavras adultas, em contextos infantis, vê-se crianças reproduzindo atitudes erótica-adultas, sem muitas vezes, entender o seu sentido moral real.
Todo esse panorama de desenvolvimento da infância, dentro de um contexto cultural pautado na inserção da criança no mundo adulto, traz expressivos impactos da erotização precoce, sobre a infância brasileira.
Dentre as muitas consequências da infância roubada, em função da adultização erótica precoce no Brasil, observa-se um elevado índice de gravidez na infância, entre meninas de 10 a 19 anos; crescente número de vítimas de estupros; além das DST (doenças sexualmente transmitidas) que acabam roubando a infância de uma criança, potencialmente saudável, equilibrada e feliz.
Fatores como baixa renda, baixa escolaridade, pouca perspectiva de futuro, falta de informação adequada e pontual, contribuem para o aumento da gravidez na adolescência.
3.    Aprendizado alcançado
Pôde-se compreender, ao longo dos estudos, as influências que uma sociedade pode ter sobre o comportamento das crianças, tanto em aspectos positivos como também, em aspectos negativos, como a exposição à erotização precoce, bem como, a alienação dos pais, contribuem para o incentivo a esse caminho, quando a infância se constitui em um momento da vida sócio histórica e cultural, interagindo na convivência individual e social, para que venha a ser o futuro adulto, reflexo de uma infância erotizada e adultizada.
 Estatísticas brasileiras mostram as consequências dessa adultização precoce em relação a elevado número de meninas e meninos que sofrem violência sexuais, tornando-se vulneráveis na sociedade, ratificando assim,  a importância de se instaurar junto a essas famílias, consideradas de maior risco para a adultização infantil, instituições sociais que possam viabilizar meios de instrução através da educação e da orientação social, que possam desestimular cada vez mais, a introdução da criança no mundo adulto, protegendo assim, a sua integridade física, moral, e psicológica fortalecendo cada vez mais os chamados valores morais e familiares, respeitando portanto, as devidas faixas de desenvolvimento que a criança necessita para se tornar um adulto mais equilibrado e feliz.

4.    Conclusão e recomendações
Diante do exposto, percebe-se claramente, o quão prejudicial tem sido para a criança, vivenciar comportamentos adultos, trazendo consequências irreparáveis para toda a vida da mesma, cuja inocência roubada, lhe tira a pureza e o direito que viver cada etapa de seu desenvolvimento pessoal, sem os chamados conflitos de “gente grande”.
Segundo a OMS, estima-se que, só no Brasil, 18 mil crianças são vítimas de espancamento e uma a cada minuto de algum tipo de violência: emocional, física ou sexual, e que cerca de 53 mil crianças mortas todos os anos por homicídio no mundo. Já a UNICEF, afirma que entre 133 milhões e 275 milhões de crianças são vítimas ou testemunhas de violência em casa, o que mostra que os estímulos dados às crianças, tornam-se uma arma letal para as próprias crianças, o que só poderia ser revertido através de cuidados redobrados,  com a educação das crianças, sobretudo, no fortalecimento de valores sólidos, éticos, morais, que possam culminar para um futuro adulto menos sofrido, mais equilibrado e feliz, nas suas relações de convivência e interação social.
 5.    Referências
QUITANEIRO,T;BARBOSA, M.L.O; OLIVEIRA, M.G.M. Um toque de clássicos Marx, Durkheim, Weber. 2ª ed. Revista e ampliada. Editora UFMG. 2003.
MYERS, D.G; DEWALL C.M. Psicologia. 11 ª Edição. Editora Gen Ltc.2017.
Exame. A trágica realizada das crianças no Brasil e no mundo. Disponível em https://exame.abril.com.br/negocios/dino/a-tragica-realidade-da-infancia-no-brasil-e-no-mundo-dino89080130131/ Acesso em 31/10/2018.
NETTO, C.F.S. BREI, V.A. FLORES-PEREIRA, M.T. O fim da infância? as ações de marketing e a “adultização” do consumidor infantil. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ram/v11n5/a07v11n5.pdf> acesso em: 05/09/2018 ás 17h30 min.
Crianças como Pequenos Adultos? Um Estudo Sobre a Percepção da Adultização na Comunicação de Marketing de Empresas de Vestuário Infantil. Disponível em: http://www.atena.org.br/revista/ojs-2.2.3-08/index.php/ufrj/article/view/1935/1769. Acesso em 19/10/2018 às 22.20 hs.
                   Gravidez na adolescência. Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/gravidez-adolescencia.htm. Acesso em 19/10/2018 às 23:15 hs.